Na Fortaleza Negra



Harry, Rony, Hermione e Gina chegaram ao Jardim dos Mortos com a ansiedade e a expressão de quem sempre espera o pior. Draco já estava na catacumba, junto com Dumbledore e Hagrid.
- Chegaram bem a tempo! – exclamou o meio-gigante.
- A tempo de quê? – perguntou Hermione.
- De me despedir. Eu vou para o castelo, ajudar a Ordem. Mandei Grope para lá mais cedo, agora tenho que ir.
O guarda-caça estava bem disposto, mas suas mãos o traíam revelando que ele sentia um certo temor pelo que iria acontecer naquela noite. Não sabia se temia mais pelos bruxos que enfrentariam os comensais ou se por Harry e os três amigos que entrariam às escondidas na Fortaleza Negra.
Saiu rápido subindo as escadas de três em três degraus e logo sumiu pela Floresta. Harry se virou para Dumbledore e esperou que o ex-diretor falasse. Mas ele não falou, chamou Draco para perto de si com um gesto e murmurou alguma coisa no ouvido do rapaz.
O jovem Malfoy concordou com a cabeça e foi até o cômodo no fundo da catacumba. Demorou algum tempo até que voltou trazendo um enorme embrulho de couro escuro e batido.
Depositou sobre o colo de Dumbledore e sentou no canto da sala, observando os outros jovens com um ar de superioridade muito seu.
Dumbledore abriu o embrulho, fazendo reluzir cinco adagas de prata. Pegou uma delas, olhou para a lâmina e apontou o cabo na direção de Harry.
- Vocês não podem entrar na Fortaleza acreditando que suas varinhas darão conta de tudo o que encontrarão por lá. Voldemort provavelmente manterá uma guarda cuidando de tudo durante sua ausência. E nessa guarda, com certeza, existem lobisomens. Tomem vocês. Você também, Draco!
O rapaz loiro se aproximou, pegou a adaga, a manejou com maestria, prova de anos e anos tendo aula de esgrima, um esporte “aristocrático apesar de trouxa”, segundo as palavras do próprio avô de Draco. Guardou a adaga no cinto da veste e foi para a beira da escada esperar que os outros recebessem as instruções.
- Eu quero que vocês tenham em mente uma única coisa: recuperar a taça e sair da Fortaleza com vida e o mais rápido possível. Aquele lugar está cheio de prisioneiros, mas não é hora para atos de heroísmo!
“Draco sabe como fazer para vocês entrarem na Fortaleza. E também já temos um plano para que possam sair. Não vai ser fácil, mas acredito que não seja impossível! Agora vão, Voldemort deve sair em poucos instantes!”
Os quatro jovens se despediram de Dumbledore e correram com Malfoy pela Floresta.
- Onde vamos aparatar? – perguntou Gina.
- Em Devon. Mais exatamente no Pântano Thevil!
- Muito animador – comentou Rony aparatando em seguida.
Os cinco agora estavam do outro lado da Inglaterra, enfrentando as dificuldades de se locomoverem pela área sem chamar atenção de nenhum dos guardas e não acionar nenhum dos sistemas de segurança que o Lorde das Trevas preparou.
Draco havia se informado de todas as medidas e dava as instruções para os quatro conseguirem andar.
Harry não se sentia à vontade recebendo ordens de Draco Malfoy, mas sabia que precisava obedecer. Draco tinha uma dívida de vida com Harry e estava pagando daquela maneira.
Eles haviam atravessado um terço do pântano, quando Draco os deteve.
- Agora vamos esperar! Ele só vai sair quando a Lua subir mais um pouco, para ter certeza de que os lobisomens estão em forma.
Aquele era sem dúvida o lugar mais desconfortável para se esperar. Não havia árvores suficientemente fortes para que eles subissem, e sentar no chão significaria encharcar toda a roupa com a umidade do solo.
No interior da Fortaleza Negra, Voldemort cuidava pessoalmente de cada detalhe da missão que seus comensais realizariam dali algumas horas. Andava pelas fileiras de lobisomens, homens e vampiros, observando as vestes escuras muito bem alinhadas, as varinhas polidas e as máscaras no lugar.
Exibia um sorriso doentio e satisfeito, vendo que aquele grupo era realmente forte e poderia esmagar qualquer bruxo que se opusesse a eles. Fez um gesto de aprovação a Greyback e saiu da Sala do Trono, indo em direção às masmorras.
Subiu vários lances de escada, exibindo uma agilidade incomum para um homem normal de quase 70 anos. Abriu a última porta da masmorra e entrou impetuoso.
- Terminou minha encomenda, Olivaras?
O bruxo preso nas masmorras olhou ressentido para Voldemort. Mãos e pés muito machucados, completamente sujo de serragem e as vestes cobertas de manchas de sangue de vários animais, como filhotes de dragão, unicórnios e hipogrifos. A um canto da sala, dois corpos de veelas apodreciam dando ao lugar um odor insuportável.
- Perfeitamente – respondeu Olivaras fazendo uma reverência a contragosto.
- Ótimo! Estão guardadas aqui? – perguntou abrindo uma das caixas que estavam espalhadas pelo cômodo e retirou uma varinha sem nenhum detalhe especial.
A varinha era leve e Voldemort resolveu testá-la no próprio Olivaras.
- Crucio!
O homem berrou de dor e caiu no chão imundo, sujando ainda mais os trajes desbotados.
- Bom trabalho, Olivaras! Meus inferis vão adorar esses brinquedinhos... Agora, você merece um descanso por hoje!
E testando novamente a varinha, estuporou o velho bruxo e saiu da sala, fazendo as caixas levitarem atrás de si. Desceu as escadas com a mesma agilidade com que subiu e logo adentrou a Sala do Trono, deixando uma caixa na mão de cada comensal.
- Antes de irem para Hogwarts, vamos recrutar o resto do meu exército. Não está tão forte quanto planejei, mas serão eficientes.
Os comensais saíram da Fortaleza, supervisionados de perto pelo Lorde das Trevas e aparataram num casebre próximo a um lago na Moldávia. O mesmo lago em que Hermione ficou presa meses atrás.
Voldemort saiu do casebre, aproximou-se da beira do lago e, pronunciando um encantamento numa língua muito antiga, convocou seus inferis para saírem da água. Aos poucos a água, antes muito parada, que mais parecia um espelho refletindo o brilho da lua cheia, começou a se agitar.
Centenas de inferis deixaram o fundo do lago e se encaminharam para as margens, onde pararam e aguardaram as ordens de seu senhor. Os olhos desbotados, a pele pálida, sem nenhum rubor sanguíneo, e levemente apodrecida dava um aspecto horripilante aos seres. Os cabelos molhados e cobertos por algas, as roupas esfarrapadas, coladas aos corpos sem vida completavam a cena bizarra.
Voldemort observou seu exército atento. Abriu as caixas e entregou a cada um dos inferis uma varinha, dizendo:
- Agora vocês têm armas para lutar! Vão para Hogwarts e tragam o que eu preciso! E se alguém entrar no caminho de vocês, não hesitem em passar por cima.
Os inferis, que já haviam absorvido boa parte do conhecimento mágico de Hermione, aparataram imediatamente em Hogsmeade, provocando terror nos habitantes do povoado. Nunca, em toda história da magia os inferis conseguiram aparatar em algum lugar.
- Não vem conosco, meu senhor? – perguntou Greyback.
- Não, Lobo! Vou cuidar de um assunto muito delicado agora. Confio que você e seus “homens” serão capazes de realizar essa tarefa, ainda mais com o castelo vazio.
Voldemort aparatou sem dizer a Greyback para onde iria. E sem imaginar que no Pântano Thevil cinco jovens bruxos se preparavam para invadir sua Fortaleza e roubar um de seus preciosos tesouros.
Draco andava ainda mais devagar que antes. Apesar do grande número de bruxos e outros seres que acompanharam Voldemort, ele sabia que a Fortaleza continuava cheia. Precisavam alcançar um ponto específico do prédio, que servia como passagem de água.
Quando se aproximaram o suficiente, Draco apontou para um arco protegido por uma grade, onde passava um córrego.
- É por aqui que vamos entrar. Sei que não tem nenhum tipo de magia protegendo esse lugar. Só precisamos nos livrar das grades.
- Eu faço isso – disse Gina dando um passo a frente e lançando um feitiço.
As grades imediatamente se encheram de pontos avermelhados, que começaram a tomar conta de cada barra de ferro. Mais alguns instantes e a garota sorriu satisfeita. Entrou no córrego e puxou uma das barras que saiu em sua mão.
- Ferrugem? – perguntou Rony.
- Sim, enferrujei as barras e pronto! Simples e silencioso!
Todos entraram no córrego e começaram a andar em fila, agachados para caberem no estreito cano que levava até o interior da Fortaleza.
- Vamos sair na enfermaria – avisou Draco mantendo a voz bem baixa para que o som não ecoasse pelos outros canos.
Ele ia à frente iluminando o caminho com a varinha, enquanto Rony ficou por último para proteger a retaguarda. Levaram quase cinco minutos para alcançar o duto que os levaria a enfermaria.
- Como vamos fazer para subir sem ninguém nos denunciar? – perguntou Hermione.
- Não temos com o que nos preocupar. Quem cuida da enfermaria não vai abrir a boca para nos prejudicar – respondeu Malfoy, apoiando os cotovelos no cano e dando impulso para alcançar a tampa de ferro que daria passagem.
- Quem é? – perguntou Harry.
- Snape – respondeu Draco no mesmo instante em que conseguiu erguer a tampa e subir para a enfermaria.
Os doentes que ainda estavam no lugar, permaneciam inconscientes por ordens do próprio Voldemort. Segundo o Lorde das Trevas nada atrapalha mais que moribundos gemendo e dividindo seu sofrimento com os outros.
Snape olhou aterrorizado quando viu Draco surgir do subsolo. E ficou ainda mais pasmo quando percebeu que ele não viera sozinho.
- O que é isso? – vociferou entre-dentes para os jovens que entravam sem cerimônia no local.
- Temos uma missão aqui, e dessa vez você não vai interferir – bradou Draco encarando o ex-professor.
- Vocês estão loucos! A Fortaleza está cheia...
- Não está tão cheia assim! Nós vimos quando Voldemort saiu e levou os outros com ele. – informou Harry.
- O que querem? Voldemort vai voltar em pouco tempo.
- Exatamente! E se você nos deixar ir, podemos terminar isso em cinco minutos. Só precisamos recuperar um objeto que não pertence a ele. – desafiou Gina.
- A Taça. Vocês vieram atrás da Taça de Hufflepuff. Um tanto óbvio – ponderou Snape tentando ganhar tempo – a taça está muito bem guardada. Vai ser difícil encontrá-la.
- Não, não vai! Eu sei onde a Taça está – informou Harry, e olhando para Draco ordenou – Preciso que me diga onde fica a sala com a grande cadeira de madeira escura e espaldar alto.
- A Sala do Trono! Por aqui – falou Draco andando para o corredor.
- Esperem! – chamou Snape, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, viu a varinha de Hermione apontada para seu nariz.
- Vai fazer alguma coisa, professor? – perguntou em tom sarcástico.
- Vou sim! Vou acompanhar vocês!
Harry se virou para encarar o ex-professor e o impedir de segui-los, mas Hermione fez um gesto com a mão e ainda com a varinha apontada na direção de Snape falou para o amigo:
- Não temos tempo para enfrentá-lo. Além do mais seria uma estupidez tremenda, ele nem está armado.
- Então vá na frente! – falou Malfoy.
Snape passou a frente do grupo e seguiu silencioso pelos corredores. A maioria dos comensais que ainda permanecia na Fortaleza estava no subsolo treinando ou cuidando dos prisioneiros.
Ainda assim, um pequeno contingente guardava as portas do Salão Principal. Snape esticou o braço para trás e empurrou os jovens para uma sala lateral antes que os guardas os vissem.
- Precisamos chegar até lá sem chamar atenção.
- Podemos simplesmente dar cabo deles, não? – falou Malfoy.
- São 12 guardas, sendo 4 lobisomens. – falou Snape – E vocês estão em apenas 5. Eu não tenho varinha, portanto, não podem contar comigo.
Rony lançou um olhar significativo para Harry, que entendeu o recado e tirou um embrulho de baixo da camiseta.
- Você sabe o que é isso, não é mesmo, Snape? – perguntou.
- Sua capa da invisibilidade – respondeu o ex-professor pausadamente.
- Cubra-se com ela e mantenha uma certa distância. Será melhor se não descobrirem que vai nos ajudar. Nós vamos causar uma pequena confusão aqui e quando eles se distraírem, abra a porta da Sala do Trono.
O ódio que Snape sentia de Harry aumentou ainda mais quando o garoto resolveu protegê-lo. Ficaria endividado com ele da mesma forma que ficou com Tiago. Crispou os lábios sem dizer uma palavra, mas sua expressão revelava sua total contrariedade.
- Tem idéia melhor? – questionou Draco ansioso por ação.
Snape não respondeu. Apenas deixou a capa cair e flexionou os joelhos para ficar inteiramente coberto por ela. Mas antes de se cobrir, Harry o chamou novamente.
- Espere! – retirou a adaga de prata do cinto preso à cintura e passou-a para o ex-professor – É melhor ter uma arma. A capa não protege sempre!
Sem esperar que o ex-professor dissesse qualquer coisa, irrompeu pelo corredor seguido pelos companheiros de batalha lançando o máximo de feitiços que conseguiria no mínimo de tempo.
Os comensais que estava de guarda foram surpreendidos. Três deles foram afastados da batalha logo na primeira investida dos jovens. Apenas os quatro lobisomens, que pareciam extremamente ferozes, estavam prontos para atacar. Os outros comensais ficaram desnorteados com o ataque surpresa. O ataque de Harry e seus amigos havia tirado a agilidade dos servos do Lord Negro tempo suficiente para que Snape não fosse percebido pelos lobisomens e pelos outros comensais. Rony e Hermione nocautearam dois comensais ao mesmo tempo. com a força dos feitiços, os dois bruxos foram arremessados contra duas colunas próximas à porta da Sala do Trono. O estrondo foi tão forte que chamou a atenção dos que estavam nas masmorras.
Os jatos de luz cortavam o ar em várias direções. Draco não era tão ágil quanto os jovens treinados da Armada de Dumbledore e inúmeras vezes precisou de ajuda para escapar de um ou outro ataque.
Snape alcançou a Sala do Trono depois de uns cinco minutos de batalha. Precisava andar devagar para não deixar a capa cair e para não acabar no meio do fogo cruzado. Escancarou a porta deixando a passagem para a Sala do Trono livre.
Harry olhou afobado para o lado da porta. Precisava chegar até lá. Enquanto isso, outros comensais aderiram à batalha. À medida que uns iam sendo derrotados pelos jovens que se mostravam cada vez mais capazes, outros tomavam lugar. O corredor era muito estreito o que impedia todos os comensais de participarem da batalha ao mesmo tempo. .
Hermione também olhou para a porta e tentou uma manobra arriscada: atingir dois comensais com um feitiço mais elevado. Não conseguiu exatamente o que queria, mas quando seu oponente foi atingido, caiu para trás, esbarrando no comensal que investia contra Harry.
Isso deu tempo à garota para empurrar o amigo para dentro da sala, onde apenas Snape estava. Harry correu desabalado para a mesa ao lado do trono de Voldemort. Uma caixa escura, a mesma que ele vira na penseira de Dumbledore, estava sobre a mesa.
Abriu-a com cuidado e já ia colocar as mãos na Taça quando uma dor muito forte o fez curvar para trás.
Não conseguiu enxergar, mas sabia que estava sendo torturado. Conhecia aquela dor. Voldemort já usara aquele feitiço contra ele no cemitério. Fez um esforço sobre humano para controlar os gritos e respirou fundo. Torceu a mão que segurava a varinha para trás e tentou um feitiço não-verbal.
O pior feitiço que conseguiria lançar: Sectumsempra.
A dor cessou e ele pode ouvir o grito de dor que vinha de um comensal atrás de si. Virou-se para ver o tamanho do estrago e sorriu satisfeito com sua habilidade nesse feitiço.
No entanto, o sorriso deu lugar a um olhar preocupado, quando observou que a capa da invisibilidade estava caída a um canto. Snape havia tirado seu disfarce e agora lutava usando a adaga que Harry lhe emprestou e a varinha que roubou do comensal ferido na Sala do Trono.
Era uma batalha feroz e os jovens começavam a mostrar os primeiros sinais de cansaço. Gina tinha um corte feio no rosto e sangrava bastante. Rony também estava bem machucado e não tinha mais a adaga.
Do outro lado do corredor, um lobisomem estava caído, com a arma que foi de Rony cravada no peito.
Draco lutava com tanta raiva e desespero que Harry até se esqueceu que há poucos meses eles estavam em lados opostos. Snape também mostrava suas aptidões com feitiços não verbais, encenando atacar os garotos enquanto acertava os companheiros sorrateiramente.
Era evidente que eles agüentariam pouco tempo. Harry se concentrou na tarefa e correu de volta à caixa. Abriu-a com cuidado e retirou a Taça de Hufflepuff. Guardou o objeto delicado e frio sob a blusa, recuperou a capa da invisibilidade e correu para ajudar os amigos.
- Está comigo, vamos! – ele gritou para os companheiros.
Agora só precisavam alcançar a enfermaria, descer pelo duto e estariam de volta ao pântano em pouco tempo. Lá poderiam aparatar com segurança.
Mas a volta para a enfermaria não foi fácil. Os comensais lançavam feitiços com mais força, e nenhum escudo conjurado por Hermione conseguia deter mais que uma investida.
Na correria, ninguém observou que um dos comensais não atacava. Mantinha-se sempre perto da linha de batalha, observando tudo atentamente. Talvez por não ter coragem de atacar, sempre foi um covarde e nada mudou.
Quando alcançaram a porta da enfermaria, Harry havia ficado para trás ao lado de Draco, segurando os comensais para que os companheiros que estavam feridos pudessem alcançar a saída primeiro.
Quando chegou sua vez de sair, Harry acabou tropeçando e caiu com um estrondo, ficando de costas para um lobisomem. A criatura avançou deliciada com a possibilidade de presa fácil. Atacou os outros comensais que estavam à sua frente. Voldemort não se importaria de ter mais dois ou três lobisomens em seu exército.
Harry ainda não havia conseguido se levantar quando o lobisomem saltou sobre ele com a boca escancarada, pronta para cravar-lhe os dentes nas carnes.
Um uivo muito agudo soou pelo corredor, enregelando até o coração do mais insensível dos comensais. Harry corria desabalado e saltava pela passagem que o levaria para fora, seguido de perto por Malfoy.
Não viu o que aconteceu. Quando sentiu o peso do lobisomem rolar para longe do seu corpo e o sangue escorrer pelas suas vestes, ele correu o mais rápido que pôde. Não notou se estava ou não ferido e nem se preocupou em ver quem fizera o lobisomem sentir tanta dor.
Alcançaram as margens do córrego que fornecia água para a Fortaleza e de lá mesmo aparataram diretamente na Floresta.
No corredor do castelo, que serviu de campo de batalha instantes antes, os comensais olhavam assustados para um corpo caído no chão. Langsam, o lobisomem mais fiel a Greyback, o mais feroz depois do senhor dos lupinos, estava morto.
De pé, ao lado do corpo do lobisomem, com o rosto dilacerado pela mordida que acertaria Harry Potter, estava Peter Pettigrew. Segurava, com a mão prateada, o coração do lobisomem, que ele acabara de arrancar.
E com a mesma frieza com a qual ele matou o lobisomem, os homens de Voldemort o mataram. Pettigrew morreu com um brilho orgulhoso nos olhos. Um orgulho que só ele entendia. Orgulho de ter pagado sua dívida com Harry Potter. Orgulho de não ter traído os Potter mais uma vez!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.