Nada um do outro
As próximas semanas se seguiram de um modo estranho. Eles não se encontraram nenhuma vez, mas tampouco se atacavam. Acontecia brevemente a troca de olhares entre eles durante as aulas, mas ambos sempre desviavam o olhar.
Tom não queria acreditar no que havia acontecido. E pior, no que sentira quando estava com ela. Era diferente de tudo que já sentira... Mas ele estava disposto a esquecer. Não iria se entregar a ela, não iria se importar. Não queria acabar sendo traído. Mas ao mesmo tempo a vontade de estar com ela era tão grande...
Já Clear andara extremamente feliz nos primeiros dias, para depois se sentir esfriar pela sua indiferença. Até que notou que ele não estava mais como antes. Ele a observava. E ela começou a fazer o mesmo. Mas observá-lo já não era, nunca fora, bom o bastante. Ela sentia tremendamente sua falta.
Willow sabia que algo havia mudado, também, mas não estava bem certa de o quê seria. Tentara interrogar Clear algumas vezes sem sucesso, e já estava cansada de ver a amiga naquele estado.
- Vamos, Clear, você está horrível!
- E daí? – perguntou cabisbaixa e sem emoção.
- Você não entende? Está triste demais! Vamos, tem que melhorar esse astral.
- Não preciso disso. Estou bem assim.
- Não, não está. Uma Poção Revigorante vai te fazer bem. Vamos pedir uma ao velho Slughorn.
Willow vinha há dias insistindo nessa idéia, até que Clear se deixou levar até as masmorras pela amiga, depois das aulas para tomar a tal poção. Na verdade não estava nem aí. Mas para agradar Willow...
Ela bateu à porta que se abriu imediatamente. E parado ao lado dela, feliz ou infelizmente, estava Tom. Ao seu lado, o gordo professor Slughorn.
- Clear! – exclamou ele feliz, como sempre que a via – Que agradável surpresa, estávamos falando de você.
- Falando bem, espero – disse olhando desconfiada para Riddle. Ele estava falando sobre ela?
- Oho! Com toda certeza, Clear! Mas o que a traz aqui?
- Eu...
Ela não queria pedir a poção na frente de Tom. Mas antes que inventasse qualquer desculpa, Willow se apressou. Bem, talvez aquilo o deixasse com peso na consciência. Mas ela não queria que ele falasse com ela por pena.
- Ela precisa de uma Poção Revigorante, senhor.
- Precisa? – ele ergueu as sobrancelhas espessas – Por que precisa, Clear?
- Oh, para ela, professor. Está horrível. Passa horas na biblioteca, mas não absorve uma única palavra do que leu, anda triste e aborrecida, sempre no mundo da lua... – disse ela, com um sorriso.
- Willow, por favor – sibilou Clear entre dentes.
-... E passa o tempo todo desanimada, anda chorando...
- Willow! – disse um pouco mais alto.
-... Enfim, está mal, mesmo.
- Bem, achei que você tinha capacidade de preparar uma poção dessas sozinha, Clear.
- Ah, não, ela está muito abalada, professor! Não tem condições de fazê-la. Está caindo em depressão! – apressou-se a dizer a amiga, o sorriso alargando-se – Não consegue se concentrar. Fica pensando em... outras coisas e quando vê está simplesmente fora do ar.
- Entendo. Muito bem, muito bem, então vejamos uma poção para você, senhorita, não vai levar mais de um minuto, e...! Por Merlim, eu nem vi o tempo passar – exclamou ele olhando para o relógio de repente – Tenho uma reunião com os professores, que já começou há dez minutos. Senhorita...?
- Willow, professor.
- Sim, sim, Willow, será que pode me ajudar a levar essas coisas? Preciso de uma mãozinha aqui, para carregar tantos pergaminhos... isso, vamos. E você espere aqui Clear, por favor...
E antes que ela pudesse protestar,os dois haviam deixado a sala.
- Você também pode sair, se quiser, Lorde – disse ela com sarcasmo.
- Não quero. E então... – ele foi até ela – andou chorando?
- Quê? Ah, não, Willow exagerou. Sabe, acho que ela não se sente muito à vontade na presença de assassinos.
- Você contou a ela?
- Por incrível que pareça – ela suspirou – não. Não contei a ninguém.
- Isso é bom. Sua amiguinha ainda está na minha lista – falou indicando a porta por onde Willow acabara de sair. Seguiu-se o silêncio, a que eles já estavam acostumados.
- Por que você faz isso? O que ganha agindo assim?
- Agindo como?
- Desse modo tão... frio. Tão cruel e... impiedoso. Você não é assim – murmurou, olhando para o chão novamente.
- Não, ao contrário. Esse sou eu – ele forçou seu rosto com as mãos até ela encara-lo – Frio, cruel e impiedoso... Apenas posso agir de outro modo – ele agora passa os dedos finos lentamente pelo rosto dela – quando tenho algo a ganhar com isso.
- Eu não acredito – disse teimosa, ainda que com um fio de voz – Não acredito que esse seja você.
- Pense como quiser – sussurrou ele, os olhos agora fixos nos dela, negros, amendoados, brilhantes – Não me importo.
- Acho que se importa, Tom. Acho mesmo...e também acho que...
Ele a beijou. Aquele beijo lento, suave, que a fez estremecer. As mãos dele passaram lentamente de seu rosto até sua cintura e a puxaram para si, enquanto ela colocava lentamente as mãos em seu peito, seu pescoço. Perderam a noção do tempo. Em algum momento, porém, ela se afastou dele, respirando de modo superficial, ofegante.
- Por que está fazendo isso comigo? – perguntou.
- O quê?
- Você sabe. Me ignorando por semanas e então... – ela suspirou – Eu não agüento isso.
Ele sorriu maliciosamente.
- Este é o objetivo.
- Mas, Tom – disse afastando-o dela novamente minutos mais tarde – eu sinto sua falta... – ele se calou – O que foi?
- Nada – mas ele agora voltara a ser frio e já se distanciava alguns passos.
- Não é “nada”. O que é?
- Acontece que eu... não acho que... Ouça, nós não somos nada um do outro!
- Como?
- Isso mesmo, Clear. Exatamente o que você ouviu.
- Mas...
- Não começa, tá legal?
- Você jamais entenderia, não é? – disse, a voz aumentando alguns tons – Você só pensa e só se importa com você! Não percebe que faz com que os outros se sintam mal! E mesmo se sabe, não liga a mínima para isso.
- É isso o que pensa?
- É isso que eu sei, Tom. Engraçado, não, por que foi você mesmo quem me disse isso, lembra?
- Do q...?
- Esquece.
- Fale.
- Eu disse esquece.
- Não vou esquecer – disse em um tom calmo.
- E por que não?
- Por que eu realmente... eu... isso não importa – disse ele evitando olhar para ela, fingindo arrumar a capa.
- É claro que importa.
- Não, eu...
Nesse momento o professor voltou, seguido de Willow que, parecendo muito mal-humorada, carregava uma pilha de pergaminhos ainda maior que a que levara na ida. Quando viu os dois juntos, derrubou todos no chão, mas Riddle rapidamente empilhou-os na mesa do professor, com um aceno de varinha.
Slughorn deu a ela um pequeno frasco de uma poção que fumegava, e mandou-os deitar. Clear foi embora correndo, com Willow em seus calcanhares.
- Então ele ficou lá com você?
- Uhum.
- E...?
- Não quero conversar agora, certo?
- Certo. Ah, eu sabia que você gostava dele! – exclamou feliz.
- Willow!
- Desculpe, desculpe. Mas... você vai convida-lo ao baile de formatura?
- Você está louca? É claro que não! – disse ao se enfiar embaixo das cobertas, no dormitório – Nem em meu pior pesadelo!
N/A:E ai gente?Gostaram do penúltimo capitulo?
Espero que sim hehe...
Bom só passei para perguntar isso,e para avisar que talvez eu demore um pouco para colocar o ultimo...só para vocês ficarem curiosos...hahaha...
Bom mas só para aliviar a tensão,eu vou colocar ALGUMAS PARTES do ultimo capitulo hehe...ai vai:
* Ela não queria descer e descobrir que Tom iria com alguma Sonserina qualquer. Por esta razão estava atrasando o momento ao máximo. Quando ouviu a música começar a tocar ao longe, decidiu que já demorara demais.*
*Já eram cerca de onze horas quando um grupo de Sonserinos se aproximou e sentou-se na mesa em frente à dela. E ela sabia muito bem quem estava entre eles.
*Ela descansou a cabeça em seu ombro. Ele a afastou alguns milímetros e encarou-a nos olhos. Não havia nenhum vestígio de sorriso em seu rosto.*
*Ela deu alguns passos para trás, e um único instante se passou, onde milhares de pensamentos voaram por sua cabeça, nenhum com real importância.*
N/A:Bom...ai está...hehe
Pode estar confuso,mas no proximo capitulo...tudo será esplicado...hehe
Eu quero comentarios hein!...senão eu só vou postar o proximo capitulo na ultima semana do mês de maio...eu estou falando serio hein!
Bjuss
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