Fatos Inesperados



Capítulo 39: Fatos Inesperados


-Não acredito nisso! – gritava William andando de um lado para o outro. – Ela foi pega. – uivou de raiva chutando uma lata.
-O que aconteceu? – perguntava Susan preocupada.
-Dione foi pega. – respondeu Carlos serenamente apoiado na parede como sempre.
-O que? Por quem?
-Por quem mais Susan? Pela Karen é lógico. – respondeu Carlos.
-Onde ela está agora? – perguntou Susan inocentemente.
-Em Azkaban! – disse Carlos revirando os olhos.
-QUEREM CALAR A BOCA, IDIOTAS! – gritou William com raiva. - Preciso pensar em alguma coisa. – andando de um lado para o outro. – Já sei. Como não pensei nisso antes.
-O que vai fazer? – perguntou Carlos surpreso com a rapidez dele. – Pâmela foi embora. Ela não tem muitos vínculos com Karen agora, por isso não podemos perder tempo com ela.
-É aí que se engana Müller. – disse William sorridente. – Temos que mexer com o ponto fraco de Karen.
-Carolyn? – perguntou Susan.
-Não! Continua sendo Pâmela.
-Mas ela foi...
-Embora. Eu sei... Só que isso não muda nada. As duas continuam amigas como sempre foram. Só que primeiro... Precisamos pensar numa maneira de tirarmos a Karen do Ministério.
-Fazendo o que?
-Vocês vão ver. – respondeu sorrindo.
Carlos ficou preocupado, precisava avisar Karen o mais rápido possível. O grande problema era como faria isso.
-Antes... Quero que faça um trabalho pra mim, Müller.
-Tudo bem! – mentiu ele.
Estava com medo de perder Karen. Era o grande amor da sua vida. Sabia que errara anos atrás terminando com ela para ficar com Susan. Sentira desde que a beijou que o sentimento que tinha por ele não tinha terminado ou estaria enganado? Mas não fazia diferença agora, precisava protegê-la e era o único que podia fazer isso, avisando quando o mal se aproximasse dela (Como se não estivesse mais próximo).
-O que você quer de mim?
-Chame Crabbe e Goyle, preciso falar com eles imediatamente.
Ele balançou a cabeça em resposta saindo logo depois.


****


Karen dormia profundamente daquela manhã. Harry havia pedido para que ela ficasse em casa naquele dia. Jogou seu braço do seu lado direito a procura de alguém, encontrou o lugar vazio. Abriu os olhos para certificar-se de que não havia ninguém mesmo. Certamente não havia ninguém, apenas um envelope.

Bom Dia Dorminhoca!

Bom, como a Carolyn está na casa da Sra. Weasley junto com o mascote da família e você se deu um dia de folga, não custava nada dar o dia de folga para o seu querido marido. Quero que desça, estou esperando você. TE AMO!

Harry

Karen sorriu carinhosamente, correu para o banheiro escovar os dentes. Quando voltou para o quarto a porta estava aberta e no chão uma trilha de pétalas de rosa. Ela seguiu as pétalas que desciam pela escada e atravessavam a sala até a mesa de centro onde se encontrava outro envelope e um boquê de rosas brancas.


Vá até a cozinha tem uma surpresa pra você.


Ela foi até a cozinha com as flores na mão. A cozinha estava cheia de flores e na mesa um café da manhã reforçado com tudo que tinham direito. A surpresa maior não era essa, a surpresa maior era ver o seu marido usando apenas um avental amarrado na cintura. Ele se virou com o bule de café na mão.
-Bom dia! – disse sorridente.
Karen caiu na gargalhada.
-Você é louco! Por que ta vestido assim? Quero dizer, por que não ta usando nada?
-Um marido não pode fazer uma surpresa para a esposa dele?
-Sabe que você tem razão. Você é um dos poucos homens que fazem uma surpresa para a mulher quando não tem nenhuma data importante.
-Aí que você se engana. Hoje É uma data importante. – disse ele largando o bule em cima da mesa.
-Ah é! Que dia tão importante é esse? – perguntou sarcástica.
-É o dia que você acordou de manhã pensando em tomar um simples café da manhã e acaba encontraram um banquete – disse apontando para a mesa. – e de brinde. – disse se aproximando, quando Karen largou as flores na mesa. – encontra o seu marido seminu na cozinha.
-Nossa! Essa é a sua grande surpresa? Como se eu não visse você nu toda à noite.
Harry a segurou pela cintura.
-Assim você acaba com todo o clima. Achei que você não ia agir assim, pensei que ficaria excitada e tentaria tirar a única peça de roupa que o seu querido marido usa.
-Engraçado você falar isso. Por que eu pensei nessa possibilidade. – respondeu entrelaçando seus braços em volta do pescoço dele.
-E... Está esperando o que? – perguntou ele encostando seus lábios nos dela.
Ela percorreu a mão sobre o peito dele, enquanto ele a beijava. Antes de chegar a bunda dele ela desamarrou o nó do avental atirando-o para bem longe dali. Harry a puxou para mais perto dele, roubou outro beijo mais profundo. Levou-a até a mesa onde jogou tudo pro chão. Esse era o lado bom de ser bruxo, nada como um feitiço restaurador para que toda a comida que tinha feito voltasse a ser o que era. Sentou-a na mesa, subindo em cima dela.
-Harry! Você não pretende fazer isso na mesa da cozinha, não é? – perguntou Karen sendo beijada por todo o pescoço.
-Claro! Você não acha excitante? – sem parar de beijá-la.
-Sinceramente? Eu acho nojento. Como a gente vai comer em cima...
Na mesma hora, Harry aparatou de volta para o quarto. Karen beijou-o ardentemente.
Minutos depois Harry acariciava os cabelos de Karen, enquanto esta se encontrava deitada em seu peito.
-Por que você fez isso? – perguntou ela de repente.
-Isso o que?
-Sei lá. Preparar o café da manhã nu, me trazer flores... Encher a casa de flores e pétalas de rosas.
-Achei que precisava esquecer de todos esses problemas. Pensei que pudesse ajudar. Então... Eu consegui tirar isso da sua cabeça?
Ela levantou cabeça para olhá-lo.
-Conseguiu. – respondeu sorrindo. – Tenho sorte de ter casado com você. Sinto-me uma idiota de ter me separado de você todos esses anos. Os anos que passei com você foram... Os melhores anos da minha vida.
-Eu te amo! – disse ele acariciando seu rosto.
-Eu também! – beijando ele carinhosamente.
-Agora... O dia é nosso. Quero te levar pra vários lugares e... Levar você pra almoçar, eu ainda to morrendo de fome.
Ela riu baixinho.
-Vamos! Se vista, vamos dar um passeio.
-Pra onde você vai me levar? – perguntou ela brincando de cabo de guerra com ele pela posse do lençol que cobria os dois.
-Não sei! Só não quero ficar em casa num dia tão lindo quanto este.
Algum tempo depois...
- Harry! Pára com isso! Haha... - Harry atrás dela tentando lhe fazer cócegas. Os dois capotaram no chão rindo sem parar.
- Parecemos um casal de adolescentes.
- E não somos? – perguntou Harry.
- Sabe que não. Temos 24 anos.
- Não parece. Olha uma árvore! -disse Harry correndo até uma enorme árvore o meio da praça.
- Nossa! Que descoberta! – disse Karen sarcástica.
- É sério!
Karen gargalhou, sentando-se entre as raízes da árvore. Harry puxou a varinha gravando algo no tronco da árvore.
-Que isso? – perguntou Karen curiosa, lendo “Karen e Harry” com um coração em volta. – Você ta mesmo muito romântico hoje. O que deu em você? – perguntou ela colocando a mão na testa dele.
-Muito engraçado!
Ele sentou no chão e esta deitou em seu colo.
-Sabe no que eu to pensando? – perguntou Harry.
-No que?
-De... Fazer amor com você nessa árvore.
-Ta brincando, né?
-To falando sério.
-Harry! Você é maluco! Ta cheio de gente por aqui.
-Não vejo ninguém. – disse ele olhando ao seu redor.
-Harry!
-Oi!
-Você... Pretende ter mais filhos comigo?
-Preciso responder?
-Claro!
-Pretendo ter muitos filhos com você. Sabe que sempre quis ser pai. Bom, você me presenteou com a Carolyn.
-Mas... Não permiti que me visse ou tocasse em mim quando estava grávida.
Harry não disse nada. Ficaram algum tempo em silêncio.
-Eu sinto muito. Já disse que fui idiota...
-Não! Você não foi idiota. Só queria protegê-la e... Acabou cuidando dela como eu a cuidaria.
-Às vezes penso que Dumbledore tinha razão.
-Sobre o que?
-Sobre... Sermos feitos um pro outro.
-Sempre tive certeza. Desde o dia que te vi.
-Eu sei. Eu também tive. Só que... Brigamos muito. Você não acha?
-É... Você tem razão.
Os dois ficaram em silêncio, pensando.
-Quero que seja minha pra sempre! – sussurrou ele em seu ouvido.
-Já sou sua, bobinho. – Karen riu baixinho, se voltando pra ele.
Sentiu Harry beija-la no canto da sua boca.
-Quero ter mais filhos com você.
-E quando quer fazê-los? – perguntou já sabendo a resposta.
-Espero que não seja agora! – disse alguém alto.
Karen se virou para ver quem era.
-THEURY! – gritou Karen correndo para abraçá-la.
Harry fez uma careta.
-Que surpresa! – dizia Karen.
-Bom, na verdade não sou eu a surpresa.
-O que?
-Podemos ir pra sua casa. Tem mais surpresas por lá. Ah! E aí, Harry!
Harry levantou a mão forçando um sorriso.
-Desculpa! Interrompe vocês. – Theury riu. – É um lugar bem alternativo para fazer certas coisas, Harry. Ta bom, Desculpa!
Karen fez que não ouviu a ironia, mas Harry estava mais preocupado com o que viria. Estava com medo das “surpresas” de Theury.
-E o papai?
-Em casa. Muito trabalho sabe.
-Entendo! – Karen abriu a porta, preferindo logo depois sumir dali para sempre.
-Surpresa! – murmurou Theury as suas costas.
-Ah! Não! – ouviu Harry dizer.
-KAREN, QUERIDA!!!! – gritou sua Tia - avó Margô.
Margô, irmã da sua avó paterna, era a última pessoa no mundo que gostaria de ver agora. Já uma senhora de idade, viúva de dois maridos usava sempre um xale no pescoço e um coque no cabelo. Karen era a sua “neta” favorita e sempre mais protegida de seu modo.
-Tia! – exclamou Karen sem graça. –Que surpresa! Por que não me avisou? – sussurrou para Theury, que esta deu com os ombros.
Sentiu os braços fortes de Margô a abraçarem, quase quebrando suas costelas. Karen tossiu Tia Margô tinha um forte cheiro de naftalina.
-Ah! Harry! Como está magro. O que aconteceu com as moças desta família. Karen precisa alimentar mais você.
-É... - forçando um sorriso, enquanto Harry também recebia um “caloroso” braço.
-E eu? Não ganho abraço nenhum? – Harry e Karen se sobressaltaram com aquela voz, aquela era a voz mais querida naquela família.
-Tia Megan! –exclamou Karen sorridente.
Megan estava ao lado de um dos sofás. Era alta. Cabelos crespos e olhos verdes. Era completamente ao contrário de Karen e Theury. Como as garotas eram mais parecidas com a mãe, não tinham muitos traços do pai. A única coisa que Karen, apenas Karen, tinha em comum com a tia era um sinal no canto direito da boca. Harry adorava aquele sinal em Karen.
-E aí? – já com os braços abertos.
Karen correu feliz até ela.
-Que saudade! Você cresceu muito! – dizia ela dando uma boa olhada na sobrinha.
-Não queria que eu ficasse baixinha pra sempre, né? – Karen sorriu. – Também senti saudade! – abraçando-a de novo.
Megan Mitzel era a irmã mais nova de Alan. Era apenas quatro anos mais velha que Karen. Foi ela que havia ensinado a ela e Theury tantas magias, que até agora, não eram realizadas nem pelos bruxos mais velhos que elas.
-E aí, Harry! Você ta um homem! – disse ela olhando para Harry, que percebeu a olhada dela em seus países baixos.
-O que esperava? – disse Theury irônica. – Já está até planejando o segundo filho. – Theury riu baixinho.
-Theury cala a boca!
-Querida! O que é isso!–disse Tia Margô.
Megan revirou os olhos.
-Tia... Isso é mais normal do que ir ao banheiro.
-Megan! – exclamou Margô. – Essa juventude... No tempo que fui casada com o Roberval. Tudo que acontecia entre quatro paredes era algo só nosso.
Harry trocou olhares desentendidos com Karen.
-Na verdade, não eram em quatro paredes que eles queriam fazer...
-Estão com fome? – interrompeu Karen lançando um olhar feio a Theury.
-Ah! Deixa que eu cuide disso, querida.
-NÃO! – gritaram todos juntos.
-Deixa que eu cuide disso. – disse Karen. – Tia Megan poderia me ajudar.
-Com prazer! – já correndo para a cozinha.
Harry olhou com desagrado.
-Por que não se sentam. Karen não vai demorar.
Elas obedeceram.
-Então, Harry! Muito trabalho no Ministério? – perguntou Theury.
-Não... Quero dizer... Na verdade sim. O Ministro foi seqüestrado há algum tempo.
-É eu sei. Os jornais não param de falar. Vocês já têm alguma idéia do paradeiro dele?
-Mais ou menos. Karen sabe algumas coisas que podem ajudar nesse caso. Mas, mudando de assunto... Ta acontecendo alguma coisa? Tia Margô e Megan não vem aqui há anos. – murmurou Harry para Margô não ouvir. Estava mais interessada nas fotos e objetos da casa.
-Tia Margô queria visitá-los e...


****


-O que? Tia Margô quer passar as férias aqui?- dizia Karen para Megan.
-Karen! Calma! Sabe como é a Tia Margô. Ela é doida de pedra. Vivo dizendo para a família inteira que precisamos interná-la.
-Concordo plenamente! Mais ela não escuta ninguém. Mas, férias?! Ela está sempre de férias, ela nem trabalha.
-Às vezes acho que ninguém tem juízo nessa família. Seu pai não me dá ouvidos há muito tempo. Em falar nele... Ele anda meio estranho. Diz que é o trabalho, mas acho que esse “trabalho” se chama Karen.
-O que quer dizer?
-Ele anda meio isolado. Sua avó acha que ele anda planejando vir cuidar de você. Está preocupado com algo.
-William com certeza.
Megan mordeu uma maçã pensativa.
-E Carolyn? Não a vejo desde que foi embora do Brasil.
Karen convocou uma travessa de bolinho pré-preparados na sua frente e colocou no forno, assim como um pernil.
-Está ótima! Está na casa dos Weasley. Harry queria me fazer uma surpresa hoje de manhã e... A mandou pra lá.
-Então era sério o que Theury estava dizendo. Estão planejando outro filho.
-Não! Harry e eu estávamos conversando sobre uma hipótese de termos mais um filho. Theury está viajando. Acho que Carolyn não ia gostar da idéia.
-Não ia gostar da idéia? Karen! Qual foi a última vez que conversou com a sua filha? Qual é a criança que não quer um irmão? Se sentir sozinha não é nada legal. – disse pensativa.
Karen sempre soube que Megan gostaria de ter um irmão mais novo, pelo simples fato de Alan ter que cuidar das filhas, mas dizia que Theury e Karen haviam substituído à vontade de ter um irmão.
-Soube que estava trabalhando com papai.
-No Controle de Uso Indevido em Magia? Onde ouviu isso? Seu pai me mataria se trabalhasse lá. Megan Mitzel que sempre usava magia em casa no controle de uso indevido em magia. – Megan riu. - Na verdade andou meio do lar no momento.
-E o que a vovó acha disso?
-Um saco. Ela vive reclamando no meu ouvido, coisas do tipo... “Onde já se viu uma Mitzel desempregada!” – disse ela imitando a voz da mãe. – Até pediu pro seu pai me arranjar um emprego. Talvez seja daí que tirou essa de trabalhar com o seu pai.
-É... Talvez.
-Na verdade ela não se importa por eu estar desempregada. O que ela não quer é me ver solteira. Só de pensar na idéia, por que ando em casa igual a uma mendiga e não saio mais, a deixa apavorada. Nunca ninguém na família ficou solteira.
-Está solteira? O que aconteceu com a Megan de antigamente? Não ficava com o mesmo namorado mais do que duas semanas.
Ela deu mais uma mordia na maçã.
-Sei lá. Isso cansa às vezes. Acho que os brasileiros não estão mostrando o que gostaria de ver.
Karen olhou surpresa pra ela.
-Não! Não é isso que está pensando. Digamos que nenhum passou no teste de fidelidade.
-Entendo. – Karen lembrou de Harry e nos suas primeiras semanas de namoro em Hogwarts.
-Preciso fazer o mesmo que vocês e sair à caça por aqui. Quem sabe um britânico não satisfaça os meus desejos.
As duas riram baixinho.
-Então! Esse almoço sai ou não saí? – perguntou Harry nervoso, entrando na cozinha. – Sua Tia já ta me tirando do sério, Karen.
-O que ela fez agora? – perguntou Megan.
-O de sempre. Parece que toda a sua família se volta contra mim. Primeiro seu pai, depois sua avó e agora sua Tia.
-Hey! Eu não odeio você. – disse Megan indignada.
-Você não. Mas sua família sim.
-O que foi que ela te disse? - perguntou Karen.
-Que eu devia ser como o Roberval e conversar mais com as visitas. Que não sabe o que você viu em mim de tão interessante e que acha que você anda me dando poção de emagrecimento. Qual é? Eu não to tão magro assim.
Karen e Megan riram.
-Agora entendo porque o papai gosta tanto dela. Os dois adoram pegar no pé do Harry.
-Acontece que seu pai tem mais motivos para não gostar dele. Afinal os dois tem mais convivência.
#FLASHBACK#


Já passava das onze horas da noite do dia 24 de dezembro e todos os presentes já haviam sido entregues. Harry tinha ganhado dois pares de meia da família de Karen, um suéter tricotado pela Sra. Weasley, um perfume de Rony e Hermione e produtos da Gemilidades Weasley. Estava passando o seu primeiro natal na Casa dos Mitzel. Por mais que Karen dissesse que não, Harry tinha certeza que não era bem vindo naquela casa.
-Harry! – disse Karen acordou-o de seus devaneios. – O que aconteceu? Se anime, é natal!
-Sinto que seu pai vai me matar com olhos. – respondeu ele apreensivo. Alan o fuzilava com os olhos num canto mais afastado.
-Deixa disso! Tia Megan adorou você. – disse ela se virando para ele.
-Sua tia e a sua avó Marília. Agora o resto.
Harry se lembrou do momento que fora apresentado à outra avó de Karen. De como ela olhou-o dos pés a cabeça. “O seu último namorado era mais bonito, querida”.
-O que importa é que eu amo você. Nada que eles falarem vai nos separar. – disse ela tocando seus lábios de leve nos dele. Podia sentir todos os olhares neles.
-É assim com todos os namorados que você traz aqui?
-Na verdade, só namorei um garoto. Ele foi aceito pela família bem rápido por si... - falou sem pensar. Sentiu que Harry ficara com raiva. - Desculpa Harry!
– Sem problemas. – disse sem graça.
– Hora do jantar, pessoal. Karen! Traga seu namorado. – disse Megan para todos.
– Vem! – disse Karen puxando ele até a sala de estar.
Todos se acomodaram na mesa. Harry tentou se concentrar apenas no prato a sua frente.
-No que quer trabalhar Potter? – perguntou Kate a mãe de Alan. Era a avó mais nova que vira na vida.
Harry e Karen já estavam cursando o 7º ano em Hogwarts.
-Hum... No Ministério da Magia... Como auror. – respondeu sério.
-Karen me disse que seria um ótimo auror por sinal. - disse Megan.
Harry sorriu para Megan depois para Karen que estava do seu lado.
-Megan! Por favor! Não puxe o saco desse garoto. – disse Kate em português. Harry olhou-a sem fazer a menor idéia do que dissera, mas sabia perfeitamente que não era coisa boa.
-Vó! Por favor! – disse Karen também em português.
-Karen tem razão, Kate. Harry é um bom menino e dou todo o apoio aos dois. –disse Marília.
-Obrigado, vó.
-Acontece que na família Mitzel, Karen merece alguém melhor.
Harry voltou sua atenção para o peru. Todos falavam em português na mesa e sabia que era sobre ele, pois a única coisa que entendia na conversa era “Harry”.
-Nada do que vocês falarem vai mudar o que eu sinto por ele. Eu trago o meu namorado para apresentar a vocês e passar o natal com a família e é assim que tratam ele? Sabia que não era uma boa idéia apresentar ele a vocês, sabia que devia ficar em Londres. Pelo menos na Casa dos Weasley eles não dão palpite sobre as pessoas que namoro!
-Karen, calma! Ignora eles. – disse Megan.
-Megan! Escuta aqui, Karen... – dizia Kate.
-CALADAS! Será que podemos ter uma ceia de natal civilizada? – gritou Alan se levantando da cadeira. – Mãe! Eu já tentei falar isso a ela. Tudo que temos que fazer é aceitar. Não temos motivos para discordar.
-Finalmente falou a minha língua pai.
Alan não prestou atenção no que ela disse. Ele voltou a sentar e todos continuaram a jantar novamente.
-Desculpa Harry! Minha família é mal educada mesmo. Costumam falar outras línguas quando estão nervosos. Desculpa!
-Não esquenta.
-Então... Pretendem se casar? – perguntou Megan.
-Megan! – exclamou Kate.
-O que foi mãe? É só uma pergunta.
-Não pensamos sobre isso ainda. – respondeu Harry.
-Karen! Lembra do seu primeiro namorado? Como era mesmo o nome dele...? Ah! Carlos.
Karen revirou os olhos e descansou o garfo.
-O que tem ele?
-Um garoto adorável. Lembro que era apaixonado por você. – continuou Kate.
-Ele queria casar com Karen. Pediu minha permissão. Tinha muita classe aquele garoto. – disse Alan.
-Recebia presentes caros. Lembra que ti deu uma pulseira de brilhantes?
Karen voltou sua atenção ao prato. Harry não queria ouvir aquilo, sentia seu sangue ferver. Por que ela nunca contara isso a ele?
-Como se conheceram Karen? – perguntou Megan tentando desviar daquele assunto.
-Karen e Carlos se conheceram na escola, não é querida? Estavam lindos naquele baile do 5º ano. Ainda tenho as fotos, vou buscar. – disse se levantando apressada.
Karen encarou Harry, estava envergonhada, mal conseguia mastigar.
-Olhe isto, Harry! Ela não estava linda?
Harry pegou o álbum de fotografias das mãos de Kate e olhou a cada foto sentindo um aperto na garganta. Sabia que na noite daquele baile, Karen foi trocada por Susan Green. O Álbum era grande mais parecia que a Sra. Mitzel só queria guardar somente aquelas cinco fotos da neta ali. Realmente estava linda naquele vestido preto rodado, as costas a mostra e seus cabelos soltos. Karen sorria na foto animada, provavelmente não sabia o que aconteceria naquela festa que estava tão animada para ir.
-Linda, não é?
-Sim, Sra. – respondeu Harry sem tirar os olhos das fotos.
-Terminei. – disse Karen se levantando.
-Não vai comer a sobremesa, Karen? – perguntou Marília.
-Não, vovó. Eu já... To indo... Feliz Natal! Boa Noite, Harry!
Harry sorriu pra ela com um olhar desesperado, com quem dizia que não queria ficar sozinho com a família dela.
-Boa Noite!
Kate puxou a varinha e os pratos do janta saíram ficando no lugar as sobremesas. Pudim de chocolate, torta de caramelo, uma torta de bolachas que Harry adorou, entre várias outras guloseimas de natal.
-Está uma delícia, Sra. Mitzel. – disse Harry.
-Ah! Obrigado Sr. Potter! Karen aprendeu comigo a fazer um ótimo bolo de chocolate.
-E aprendeu comigo a fazer essa torta de bolachas. – disse Marília sorrindo.
Kate olhou feio para Marília.
-Mas acredito que Harry tenha gostado do bolo, não é Harry?
-Hum...
-O que é isso senhoras. Potter gostou de tudo, não é garoto? – Harry balançou a cabeça para Alan. – Então, Karen me disse que também é apanhador. Fui artilheiro na época da escola.
Harry estudou Alan com os olhos. Tinha físico para ter jogado há alguns anos atrás mesmo.
-Quadribol é um esporte muito bacana. – foi à primeira coisa que lhe veio à cabeça. Megan segurou um riso. – Karen é uma ótima apanhadora.
-Mas, me disse que você já ganhou todos os jogos dela.
-Não. Na verdade, ela ganhou um jogo um dia desses. Além do mais, ela já ganhou de todas as casas da escola.
-Ela tem a veia da família para Quadribol. A mãe dela não gostava muito. Só que Theury e Karen amam.
-Eu sei.
O silêncio reinou entre eles, ouvia-se apenas o bater de copos na mesa e o tilintar dos garfos e colheres.
Harry já estava bastante sonolento há àquela hora.
-Hum... Muito obrigado pelo jantar, estava delicioso, mas preciso me retirar.
-Ah! Modéstia da sua parte, querido. Não quer tomar um café antes de subir? – falou Kate.
-Não! Muito obrigado. Estou realmente com sono agora. Tenham uma boa noite... Feliz natal.
-Feliz Natal. – disseram todos.
Ele deu as costas e subiu as escadas. Ao passar pela porta do quarto de Karen a viu entreaberta, mas não quis abrir. Resolveu continuara o seu caminho até o fim do corredor. Abriu a porta do quarto de hóspedes. Os lençóis branquinhos, os travesseiros de penas pareciam chamá-lo para uma boa noite de sono. Despiu a camisa e se atirou em cima da cama, fitando o teto. Pensava nas fotos que vira naquela noite e principalmente o simples fato, que não era tão simples assim, de que boa parte da família de Karen parecer não gostar dele e sim, do antigo namorado dela, Carlos.
-Harry! – ouviu uma voz sussurrar.
Harry se voltou para a porta. Fazia muito calor naquela noite de Natal e Harry tinha certeza que não era culpa da alta temperatura e nem loucura de sua cabeça. Karen estava parada a porta vestida de “pijama”, uma regata que aparecia a metade do umbigo e o menor short que já vira na vida (se é que podia ser chamado de shorts), era a melhor visão da sua vida.
-Que bom que você ta acordado! – murmurou ela, fechando a porta com cuidado.
-Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupado, sem tirar os olhos do corpo da garota, nunca a vira daquele jeito.
-Não! Nada por enquanto. – disse ela se deitando ao seu lado.
-Sinto muito não ter sido o namorado perfeito para a sua família. – disse ele, logo depois reparou que estava sem camisa.
-Não são eles que precisam aceitar-lo como meu namorado.
-Por que veio aqui? – perguntou Harry sussurrando. - Podem ver a gente e seu pai não ia gostar de ti ver no meu quarto a essa hora da noite.
Karen não respondeu, apenas acariciou o cabelo dele. Harry sentiu uma vontade louca de agarrá-la.
-Precisava entregar seu presente de Natal.
-Antes... Tenho um pra você. – Harry foi até o malão e pegou uma caixinha, entregando a ela. – Não sabia que já tinha ganhado isso antes. – Karen abriu, era uma pulseira de brilhantes.
-Obrigado! Mas, não. Nunca ganhei nada igual. Minha avó tava falando pra ti fazer ciúmes.
-E o meu presente? – perguntou.
-Então ta. – respondeu sorrindo.
Os dois se beijaram lentamente e podiam sentir as mãos de cada um explorarem seus corpos. Ele interrompeu o beijo e a encarou nos olhos “Tem certeza? Não farei nada se você não quiser!” pensou. Karen sorriu em resposta a ingenuidade do garoto.
-Eu também sou virgem. – disse em seu ouvido e logo se envolveu em um longo beijo.



N/A: Oiii!
Capítulo de presente pra vocês. Já tinha escrito esse capítulo há algum tempo, só não tinha betado ainda. Ta meio podrinho (talvez totalmente). Aliás, toda a fic deve ta, né? Mas, ficarei feliz se gostaram mesmo assim. Sem idéias construtivas, então sem nenhuma idéia de quando o cap 40 ficará pronto. Boas férias para vocês (se já estiverem de férias)


Comentem!!!!
Até a próxima... Beeeeeijooossss!

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