O Artigo de Rita Skeeter



Capítulo 32: O Artigo de Rita Skeeter


Era domingo, um Harry incrivelmente despreocupado e descansado acordou super feliz. Após tomar um longo banho, ele desceu até a cozinha para tomar café. Edwiges cochilava encarrapitada em seu poleiro tranqüilamente. Ainda vestindo seu roupão e um pouco molhado, preparou uma torrada com geléia e um café bem forte. No momento em que bebia um gole de café, uma coruja marrom pousou na janela, era o jornal bruxo. Pegou algumas moedas de dentro da gaveta e entregou a coruja em uma bolsa que ela carregava. Assim que sentou para ler o jornal tranqüilamente, levou um susto, se engasgando com o café quente. Depois de tossir várias vezes resolveu voltar a olhar o jornal. Uma foto bruxa espetacularmente grande de Karen, segurando uma varinha próxima ao rosto e muito séria, era a capa toda do Profeta Diário. O título era “Herdeira e Famosa” com o subtítulo “Fatos super importantes da Herdeira mais famosa de Hogwarts”.
Segundo algumas fontes do profeta Diário, Karen Mitzel, a famosa garota, hoje uma linda mulher, na qual é a verdadeira Herdeira de Rowena Ravenclaw e a mais desejada pelos homens, está de casamento marcado com Caio Smith, o suposto rapaz, que namorou durante um ano no Brasil, onde morava há pouco tempo com a filha Carolyn Potter, filha de seu primeiro casamento com Harry Potter.
Ontem a noite foi vista aos beijos com o seu ex-marido em um baile trouxa da região. Ainda ficamos com a pergunta, Karen realmente se interessa por bruxos famosos? Será que realmente ama Caio Smith ou pretende voltar com Harry Potter? Veja a respostas para estas perguntas na página 49.

-Droga! – exclamou Harry nervoso, folhando o jornal rapidamente para a página 49. – Isso deve ser obra da Rita.

Sim, Karen Mitzel tem uma suposta queda por bruxos famosos. O primeiro deles é Harry Potter, famoso por ser o menino-que-sobreviveu, claro, agora um homem astuto e um grande auror do Ministério da Magia, que, acabou com Você-Sabe-Quem há oito anos atrás.
Ontem à noite em um baile, ocasionalmente, nós do profeta Diário, fazíamos a nossa cobertura. Karen Mitzel foi vista aos beijos com Harry Potter, não sabemos se aconteceu algo a mais depois dessa noite. Karen correu aflita para o lado de fora e não foram mais vistos.
Além de ser vista nada mais, nada menos, com três famosos jogadores de quadribol da Seleção Inglesa. Agora o 4º, Caio Smith, apanhador oficial da Seleção Brasileira de Quadribol. Smith é o mais novo integrante, diz que conhecia Karen desde muito pequeno e que agora, uma atração especial por ela, o fez pedi-la em casamento. Vamos torcer para que desta vez Karen Mitzel tenha sorte no amor. O que não ocorreu em seu antigo casamento, na qual foi traída muitas vezes.
Por Rita Skeeter.

Harry não sabia distinguir a raiva em meio de tanta tristeza. À noite que passara com ela, fora esquecida rapidamente, não sabia se ainda gostaria de falar com ela de novo. Só tinha uma pessoa ou duas que queria conversar, Rony e Hermione. Rabiscou um rápido bilhete a Rony.

Rony
Preciso de você. AGORA!
Harry.

Edwiges já não estava mais cochilando, levara um susto muito maior ao ver Harry lendo o jornal tão nervoso.
-Leve isso ao Rony. – pediu ele a coruja.
Edwiges beliscou seu dedo em resposta e levantou vôo pela janela.


****
Karen ainda cansada da noite passada teve que ir ao trabalho. Nunca ouviu tantas indiretas, cantadas e fofocas sobre ela, num mesmo dia. A primeira delas foi da de um rapaz que esperava algo na recepção do Ministério.
-Também sou apanhador, Karen Mitzel. Quando precisar de mim... É só chamar.
Ela olhou pra ele sem entender nada, então continuou o seu trajeto. Ao chegar à sua sala e ver o rosto espantado de Adriana sua secretária, se perguntou o que teria acontecido.
-Oi! – saudou-a sorridente.
-Oi! – respondeu fracamente, se voltando a olhar para o Profeta Diário que tinha em mãos.
-O que houve? – perguntou.
-Hum...
Antes que ela pudesse falar alguma coisa, barulhos de passos apressados foram ouvidos atrás delas, Luna e Hermione.
-Você já sabe?- perguntaram as duas rapidamente juntas.
-Sei do que? O que está acontecendo? – começando a ficar assustada.
As duas a empurram em seu escritório. Luna puxou a varinha conjurando milhares de revistas e jornais e principalmente o Profeta Diário em sua mesa.
-Você leu algum desses hoje? – perguntou Hermione.
-Não! – disse rapidamente. Pegando o profeta arregalando os olhos a cada linha que lia.
-Lembro que uma vez você me falou sobre o Caio. Depois você disse que...
-A gente terminou, antes de eu voltar pra cá. Droga! Duvido que ele tenha falado isso a Rita. É mentira! Nunca namorei três jogadores de quadribol.
-Mentira ou não. Jornais e revistas do mundo todo publicaram esse monte de coisas sobre você. São claro, bruxos. – disse Luna. – Apenas O pasquim não publicou nada.
-Harry já leu O profeta hoje e... Bom, ele chamou o Rony hoje de manhã. Era urgente!
-Com certeza ele deve estar com muita raiva de mim. Além de achar que eu namoro o Caio.
-É, e o único que sabe o que ele está pensando é o Rony. – disse Luna.
As três ficaram em silêncio.
-Ainda não consegui ingerir isso. – disse Karen nervosa.


****


-Ainda não ingeri isso tudo. – disse Harry chateado. – Porque ela não me disse que estava namorando quando perguntei?
-Por que ela não ta. – respondeu Rony
Harry olhou surpreso.
-Como você sabe?
Rony arregalou os olhos.
-Sabe... É que... A Hermione se correspondia freqüentemente com Karen no Brasil e... Bom, ela disse que namorou um Caio, mas...
-Mas o que, Rony? – perguntou nervoso.
-Ela terminou com ele, no momento que soube que tinha que voltar para Londres.
-Porque nunca me contou que Hermione se correspondia com Karen?
-Karen pediu sigilo absoluto.
-Ah! Que ótimo!
Rony levantou do sofá onde estava sentado com Harry, seguindo para trás do bar particular que Harry tinha em casa. Puxou dois copos e um uísque de fogo, com todo o estilo de um garçom.
-Então... Quer um conselho? – perguntou ele.
Harry riria da situação se não estivesse tão triste, sentou em um banco em frente à Rony.
-Rony! Somos separados há tanto tempo. Sei lá, tudo que eu sinto por ela, deveria já ter passado.
-O amor nunca passa. Ainda mais que... Vocês são apaixonados um pelo outro. Olha, acho que deveria conversar com ela. Talvez ela tenha uma explicação concreta sobre isso. Vocês são separados e... Se ela ta em outra... Tudo que tem que fazer é... Deixa-la em paz. Mas, duvido muito. Karen sempre disse que é apaixonada por você. Um sentimento desses nunca morre. Cara, nem acredito que disse isso.
Harry forçou um sorriso, tomando um gole de uísque de fogo.
-É! Você tem razão. Rony, você anda muito bom em conselhos amorosos. Ganharia dinheiro com isso.
-Muito engraçado, Harry. Muito engraçado.
Um garotinho de exatamente seis anos, ruivo e com algumas saradas no rosto invade a sala correndo.
-Andrew! O que sua mãe disse sobre correr dentro de casa? – gritou Rony.
-Desculpa pai! – disse ele sorrindo.
-Andrew! Vou matar você! – gritou Carolyn correndo atrás dele, dando várias voltas em volta do sofá.
Andrew era o único filho de Rony e Hermione. Era o melhor amigo de Carolyn e mesmo brigando às vezes, os dois se davam muito bem.
-Hey! Parem agora! Até parecem Karen e o Harry brigando. – disse Rony.
Harry fechou a cara para ele.
-Desculpa!
-Vamos tomar um sorvete. – disse Harry levantando. As crianças começaram a gritar de felicidade.


****


A noite caiu rápido naquele dia. Depois de Rony e Harry passarem o dia todo com as crianças, Harry não teve coragem de levar Carolyn de volta para casa, não queria ver Karen. Então Rony a levou a sua casa, Andrew queria mostrar a nova coleção de sapos de chocolate. Não estava cansado, resolvendo então dar uma volta pelas ruas. Talvez acordasse do pesadelo que estava passando. Já era tarde e ao passar em frente a uma praça, Karen estava sentada em um dos balanços, se balançava lentamente e pelo que podia ver, algumas lagrimas caíam dos seus olhos. Vendo Harry se aproximar ela limpou-os rapidamente. Harry se aproximou lentamente dela, sentando no balanço ao lado.
-Por que está chorando? –perguntou se virando pra ela.
-Eu não estou chorando. – respondeu rispidamente.
-Karen eu vi. Não sou cego.
Karen não respondeu.
-Cadê a Carolyn?
-Na casa do Rony. Andrew queria...
-Aquilo tudo era mentira! Eu namorei esse tal de Caio um tempo, ta legal? Mas acabou tudo!
-Acho que é meio tarde pra me falar isso. Você mentiu pra mim.
-Eu não menti. Você apenas perguntou se eu estava namorando. Eu não estava... Quero dizer, não estou namorando. Isso foi algum tempo atrás. Se não você já teria conhecido.
-Conhecido? Não quero conhecer um ex ou atual namorado seu. Só quero lhe dizer uma coisa. Eu não tenho nada a ver com a sua vida, mas... Se Carolyn tiver contato com algum namorado seu... Vou pedir a guarda dela.
-O que? Você não pode...
-Posso sim. Tenho mais direito do que você. Tive que aturar esses anos todos sem a minha filha, se você realmente casar com ele, nunca mais vai ver a Carolyn.
-Casar? Ninguém falou em casar! Isso é ridículo.
-Rita Skeeter disse.
Karen começou a rir.
-Desde quando acredita nessa vigarista?
-Desde dia que mentiu pra mim.
-Já disse que não menti pra você, eu...
-Mentiu, sim! – gritou ele. – Nunca me disse que se correspondia com Hermione esse tempo todo.
-Isso não tem nada a ver com o assunto.
-Tem! Porque a última vez que se mudou... Você não me deu notícias sobre vocês. Não vou me zangar com Hermione, porque ela não tem culpa. Você escondeu a Carolyn de mim. Não tive notícias por muito tempo.
-Não tenho culpa se o papai não mandou nenhuma carta, enquanto estava fora.
-Seu pai é um idiota.
-Como se atreve? – disse se levantando do balanço.
O clima realmente tinha esquentado entre os dois, só faltava eles saírem no tapa. Harry se levantou também, estavam cara a cara a agora, um com raiva do outro. Bom, faltava. Então Karen lhe deu um tapa, que sua mão começou a latejar de tão forte que deu. Karen queria manter o pulso firme, porque as lágrimas teimavam em cair. Ele retirou a mão do rosto, onde estava vermelho.
-Você é um idiota! – disse fracamente. – Sei que está com ciúmes e...
-EU NÃO ESTOU COM CIÚMES! Só quero o bem pra minha filha. – gritou rispidamente.
Harry chutou o balanço, se arrependeu logo de ter feito isso.
-Eu amo a Carolyn e se ela precisa de uma mãe melhor pra ela. Ela vai ter.
Lágrimas caíam dos olhos de Karen, que continuava observando-o muito séria.
-Você não sabe do que ela precisa. Nunca se importou com ela, nem com o que ela sentia.
-PORQUE VOCÊ NÃO DEIXOU! GRAÇAS AOS SEUS CIÚMES IDIOTAS, EU NÃO PUDE VIVER PERTO DELA... TUDO GRAÇAS AO SEU QUERIDO PAI, QUE NÃO A DEIXAVA PASSAR UM TEMPO COMIGO. SE VOCÊ NÃO TIVESSE IDO EMBORA SEIS ANOS ATRÁS... NÓS SERIAMOS UMA FAMÍLIA FELIZ. – Gritava ele, pois tinha sorte não ter nenhuma casa em volta, se não já teria acordados toda a vizinhança.
-Claro! A família perfeita. Só se fosse pra você.
-Carolyn quis ter uma família. Você acabou com o sonho dela.
-Assim como VOCÊ acabou com os meus sonhos.
-Ah! Então você é a pessoa perfeita aqui entre nós. – disse sarcástico. - A culpa é sempre minha. Cresça! Ta na hora de você olhar pra si mesma e perceber que... - ele segurou o queixo dela. - só porque é um rostinho bonito, não pode ganhar os garotos, fácil.
-CALA A BOCA, HARRY! – Gritou se desvencilhando dele. – Você devia se juntar ao William. Não tenho culpa se todos gostam de mim e não como uma garota bonita.
-VOCÊ É LOUCA!
-PÁRA DE GRITAR!
Os dois se fitaram em silêncio, Karen ainda chorava lágrimas silenciosas.
-Não vale a pena brigar com você. – disse ele saindo.
-Onde foi parar o Harry de ontem à noite?
-No lixo! Onde ele devia ter ficado há muito tempo.
-Eu te odeio Harry!
-EU JÁ SABIA!


****


-Profesor! Profº Dumbledore! – chamou Karen cautelosa. Dumbledore havia lhe chamado a sua sala horas atrás.
-Entre Karen! Entre! – disse ele.
Para sua grande surpresa, Harry estava sentado em uma cadeira em frente a ele.
-Acho que cheguei em uma má hora. Vou esperar aqui fora.
-Não! Preciso conversar com você e o Harry.
Com muita relutância Karen sentou-se na cadeira ao lado de Harry, nem um dos dois se quer se olhou.
-Aconteceu alguma coisa? – perguntou Dumbledore.
-Não! Nada. – respondeu Harry sério.
-Tudo bem. É muito azar meu de não dizer a vocês para se disfarçarem na noite sábado. Como era um baile que poucas pessoas conheciam vocês, achei prudente, vocês irem como vocês mesmos.
Nenhum dos dois se manifestou em dizer nada.
-O que disse há vocês anos atrás?
Eles não responderam.
-Por mais que briguem, por mais que se separem vocês sempre terão muitos momentos felizes, até demais.
- É por isso que os dementadores me afetam tanto assim. – continuou Karen.
- Lembra que disse a você para não brigarem, Harry?
- Lembro. – respondeu emburrado.
- Todos sabem que brigaram ontem à noite. Até mesmo Carolyn. – ele fez uma pausa, observando-os pelos seus oclinhos de meia lua. – Como pretendem cuida da Carolyn juntos, se só sabem brigar? Quero que tenha uma conversa civilizada... Depois que saírem daqui. Parecem duas crianças. Vocês não têm idade para eu estar dando conselhos. Precisam aconselhar Carolyn, que precisa muito de vocês... Juntos.
- Ajudaria se Harry retirasse da cabeça... Tirar a guarda da Carolyn de mim.
- Isso é verdade, Harry?
Harry lançou um olhar zangado a Karen.
-Só quero o melhor para minha filha.
-O melhor dela é ao lado dos dois. Não de apenas um. O problema é que vocês não sabem parar de brigar e se reconciliarem.
-Seria a última coisa que eu faria professor. – disse Karen.
Dumbledore respirou fundo, era visto que aquela conversa não levaria os dois a lugar nenhum.
-Está certo. Vou abrir o jogo para vocês. Os Horlaf não eram suspeitos. – os dois o olhavam surpresos. – Isso mesmo. Os Horlaf eram nada mais, nada menos, que Rony e Hermione disfarçado de dois aurores pouco conhecido da Ordem. O casal que estava com ele naquela noite era Neville Longbotton e Luna Lovegood, também disfarçados de dois membros da Ordem. Bom, como já devem ter percebido o objetivo dessa missão, era juntar vocês novamente. Deu quase certo não foi? Se não fosse a reportagem da Rita Skeeter no jornal da manhã seguinte.
-Então tudo aquilo era uma armação? – perguntou Harry.
-Exatamente.
-Realmente não deu certo. – falou Karen.
-É uma pena mesmo. Mas, ainda fica o dever de casa, pensem no que falei a vocês.
Harry e Karen não se olharam, apenas balançaram a cabeça em resposta.


****


Os dois sabiam que um pedido de desculpas ou uma conversa civilizada não dariam efeito aos dois. Um profundo ódio nascia entre eles. Naquela tarde durante as compras no supermercado. Karen teve vontade de quebrar o mercado inteiro, ao ver uma cena incrivelmente deselegante. Harry conversava animadamente com Cho Chang.
-Sabe Harry. – falava Cho. – Nunca pensei que fosse se separar da Karen Mitzel.
-Por quê?
-Harry! Vocês eram muito grudados na época de Hogwarts. O que aconteceu?
-Várias coisas que... É melhor esquecer. Então, você ainda é namorada do Miguel Corner?
-Bom...
Karen não quis ouvir o resto da conversa dos dois, achava que estava violando a privacidade, de alguém que não tinha sentimento algum.
-Sim! – respondeu ela, mas Karen já não estava ali para ouvir.
Estava odiando Harry a cada minuto que o via e ainda devia levar a filha todo o fim de semana a casa dele. Claro que não falara nenhuma palavra, apenas olhar para ele já lhe dava náuseas.
-Como pode pensar uma coisa dessas, Karen? Harry é perfeito. – dizia Pâmela.
-Então porque não se casa com ele?
-Por que não sou idiota de roubar o marido da minha melhor amiga.
-EX-marido. – disse rispidamente.



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