Caio Smith



Capítulo 33: Caio Smith


Fazia praticamente três semanas, que a notícia de Rita Skeeter tinha saído no jornal. A conversa que tiveram com Dumbledore, não produzira nenhum efeito. Então Harry decidiu tomar algumas medidas, antes de qualquer coisa.
-Karen está aí? – perguntou apressado para Adriana.
-Bom, na verdade ela...
Harry não esperou ela falar e já foi entrando, desejando não ter feito isso.
-Por que será que ninguém me escuta?- se perguntava Adriana a suas costas.
Karen estava aos beijos com um bruxo alto, loiro, aspecto forte. Ele pigarreou em alto e bom som.
-Ah! Oi Harry! – disse ela se desvencilhando dele rapidamente.
-Quem é ele? – perguntou perplexo.
-Harry esse é...
-Caio Smith. Muito prazer. – disse ele apertando a mão de Harry.
-Pena que não posso dizer o mesmo.
Karen olhou constrangida para ele.
-Ele é muito engraçado. É o meu ex-marido... Pai da Carolyn. Harry Potter.
-Cara eu nem acredito. Acabei de apertar a mão de Harry Potter!
Harry revirou os olhos. Mais um fã maluco.
-Sou seu fã... Harry. Posso te chamar assim não posso?
-Claro.
-Por que não disse logo que ele...
-Caio! Pode esperar lá fora. Preciso conversar com o Harry.
-Depois eu peço um autografo seu, ta legal? – perguntou ele a Harry.
-Claro. – repetiu sem emoção.
Caio foi saindo da sala sem conseguir tirar os olhos de Harry. Karen caiu na gargalhada.
-Não tem graça nenhuma. Você andava saindo com um fanático por mim?
-Ele é legal, ta? – disse ela risonha.
Os dois ficaram em silêncio alguns instantes.
-Preciso falar com você. – disseram os dois juntos. - Ta bom, fala você primeiro. Eu falo primeiro então. Ah!
-Vamos pra minha casa? Depois voltamos pra cá.
-Bom, já ta tarde mesmo. Ta bom, vamos!
Os aparataram no mesmo momento e desaparataram na sala de Harry. Karen examinava cada porta retrato, em cima do dossel da lareira. A que mais lhe chamou a atenção foi a foto dos dois, de quando eram namorados. Uma foto que tiraram em um estúdio fotográfico trouxa.
-Então... O queria conversar? – perguntou ela se voltando pra ele.
-Quero pedir desculpas, pelas coisas idiotas que disse pra você naquela noite. Desculpa! Acho que Carolyn é mais feliz morando na sua casa. Agora que vai se casar...
-Eu não vou me casar. Não de novo. Harry, eu queria falar sobre a Carolyn.
-O que houve com ela?- perguntou preocupado.
-Não! Ela está ótima é que... Tenho medo que... Carolyn seja... Um aborto.
-O que?
Um trovão foi ouvido lá fora, começava a chover.
-Você sabe. Um aborto é o oposto de um bruxo nascido trouxa: ele ou ela é uma pessoa não mágica nascida de pelo menos um pai mágico. Abortos são raros; só que... Carolyn já deveria ter dado sinais de que é uma herdeira. Você não acha?
Harry riu.
- Só por que ela não faz magia. Não quer dizer que ela seja um aborto. Além disso, ela só tem 6 anos. A magia só começa a se manisfestar aos 7.
- É! Você tem razão. Mas... Então explica... Porque Carolyn odeia tanto magia?
- É muita responsabilidade pra ela. Fica calma, logo, logo Carolyn vai demonstrar ser uma herdeira de verdade.
- Espero que tenha razão. – disse aflita.
- Sempre tenho. – falou ele sorrindo.
Karen ficou pensando algo que Harry sugeriu que você Carolyn, então a curiosidade falou mais alto.
-Você... Está apaixonada por esse tal de Caio?
-Eu? Bom... Sei lá. Eu não faço idéia. Ta em outra agora?
-Em outra? Do que você ta falando?
-Vi você e a Chang outro dia no supermercado, daí pensei que...
-Que eu tivesse saído com ela. Na verdade a gente só tava conversando. O que passa na sua cabeça de ficar com um cara que você nem ama?
-Quê?
-Isso mesmo. Ele é realmente jogador de quadribol?
-É...
-Da onde você o conhece?
-Bom, ele é irmão de um velho amigo meu. Mas porque esse interrogatório?
-Por nada.
Karen ficou desconfiada.
-Eu já vou indo. – disse ela indo até a porta, fechando-a logo depois.
Harry não pensou duas vezes e correu atrás dela. Chovia forte lá fora.
-KAREN! – gritou ele.
Ela parou rapidamente se virando para olhá-lo, toda molhada. Harry correu até ela.
-Eu ainda te amo. – murmurou ele.
Beijou-a logo em seguida. A chuva molhava cada centímetro de seus corpos. Seus corações batiam cada vez mais fortes. As últimas palavras que Harry lhe dissera não queriam sair de sua mente. Lembrou-se do jornal onde estava escrita muita coisa sobre ela, então se desvencilhou de Harry.
-Nunca mais faça isso. – disse zangada, já correndo para dentro de casa.
Harry ficou ali fora parado e perplexo com o que ela disse. Acabara de devolver seu coração a ela e era isso que recebia em troca.


****


Karen entrou correndo dentro de casa. A única coisa que percebeu, no meio daquela correria toda, que Caio estava em sua casa acompanhado de Carolyn. Os dois olharam-na espantados, mas nada falaram. Já com roupas secas e aconchegantes em seu quarto, Karen olhou pela janela, onde a água jorrava forte. Duas batidas na porta foram ouvidas, fazendo Karen se voltar para a porta.
-Karen? – chamou Caio cauteloso, entrando no quarto. – Ah! Você está ai. O que houve? Eu e Carolyn ficamos preocupados, quando vimos você entrar correndo...
-Anda vendendo informações para o Profeta Diário?
-O que? – perguntou surpreso. – Do que está falando?
-Como todo o mundo descobriu que você me pediu em casamento?
-Ah! Na verdade foi um fã meu descontrolado, que vendeu essas informações. Meu assessor deixou escapar.
Ela ficou em silêncio, observando-o por longos instantes.
-Pretende ficar muito tempo?
-Não sei. É só o tempo de conseguir convencer os diretores da Seleção Inglesa, sobre a minha transferência. Além de convencê-la de... Se casar comigo.
-Você é louco.
-Karen! Está tudo certo. Carolyn dá todo o apoio a nós dois.
-Não! Carolyn nunca disse nada.
-Mas também nunca discordou.
-Caio! Eu não quero me envolver com alguém agora. Entenda. Carolyn precisa muito de mim.
-Não estou impedindo nada.
-Está me deixando confusa.
-Confusa? Karen! Quando vai entender que eu preciso de você, mais do que qualquer um?
-Não, passei anos sem um homem sequer...
- Eu amo você, Karen.
A frase que mais tentara evitar ouvir de todos os homens que saía, soara como se fosse um colapso em seus ouvidos.
-Caio, escuta. Não adianta você se declarar pra mim.
-Tudo bem, então. Desculpe! Não pude evitar meus sentimentos.
Caio saiu pela porta cabisbaixo. Pluma entrou no quarto rapidamente, trazendo uma carta no bico.


Karen
Precisamos de você aqui... Temos problemas.
Rony.


-Valeu Pluma. – disse ela, correndo quarto a fora. -Caio! Fica com a Carolyn, por favor.
Não esperou nenhuma resposta e aparatou rápida nos corredores do Ministério. Um grande grupo de aurores se encontrava parado no fim do corredor. A expressão preocupada em seus rostos lhe informava que havia perigo.
-O que houve? - perguntou ela se aproximando do grupo.
-Novos ataques, Karen. –disse Rony. – Agora com trouxas. Todos estão correndo perigo.
-Precisamos saber o que fazer. – disse Hermione. - O Esquadrão para Reversão de Acidentes Mágicos vai ser enviado para apagar a memória dos trouxas. Estamos esperando você para nos dar as instruções.
-O que está acontecendo, exatamente?
-Não sabemos.
Karen pensou rapidamente.
-Vamos até lá.
Rony, Hermione, Karen e Harry aparataram onde Rony havia descrito ser o local da catástrofe, a estação de trem de King Cross. Para o espanto dos quatro e principalmente de Karen, dementadores voavam sobre os trouxas, que corriam apavorados sem saber os motivos. O frio cortante não dava tempo de pensarem direito.
-Expecto Patronum! – gritou os quatro juntos.
Todos os patronos se juntaram e expulsaram os dementadores dali. Karen cambaleou fraca.
-Karen, você está bem? – perguntou Harry.
-Estou... Ótima. – respondeu.
Harry ajudou-a a se levantar.
-Olhem! – gritou Hermione.
Um animal com cabeça humana, corpo de leão e rabo de escorpião surgiu de repente.
-É uma manticora. São perigosos. Sua pele quase todos os feitiços conhecidos e sua mordida... -dizia Hermione.
-Pode causar morte instantânea. – terminou Karen.
-O que a gente faz? – perguntou Rony com uma ponta de medo.
A gritaria das pessoas em volta não os deixava pensar. A Manticora se aproximava cada vez mais.
-Tive uma idéia. – disse Karen. Ela levantou a mão esquerda em direção a manticora. Concentrada imobilizou o animal, levantando-o alguns centímetros do chão. Hermione puxou a varinha conjurando uma rede enorme, que o manteria algum tempo trancafiado. – Valeu Hermione.
Hermione sorriu em resposta. O Esquadrão para Reversão de Acidentes Mágicos, incluindo as Divisões de Feras, Seres e Espíritos e o Quartel de Obliviadores aparataram rapidamente.
-Está tudo sobre controle, Srta. Mitzel? – perguntou um homem alto, Karen não conhecia direito.
-Acho que sim. O Problema vai ser os trouxas que conseguiram escapar.
-Eles não viram os dementadores, então, não vai correr o risco do nosso mundo ser exposto. – dizendo isso correu em direção ao grupo de homens que acabara de aparatar.
-Vamos! Eles cuidam do resto, agora. – disse Karen aparatando de volta ao ministério.
-Isso foi... Brilhante. Há anos que nosso grupo fica tão unido quanto antes. – disse Rony espantado.
-Se não estivéssemos juntos teríamos morrido. – continuou Mione.
-É! Foi legal. – disse Karen. – Preciso ir para casa agora. Até mais! – e aparatou, depois de dar uma última olhada em Harry.


****


Fazia uma tarde, horrivelmente quente de verão. Karen resolveu tirar à tarde de folga do trabalho para dar um passeio. Um lugar que ainda não havia visitado em Londres era uma praia. Esperava encontrar várias pessoas se banhando em uma praia imensa. Para sua grande surpresa a praia estava vazia, a única pessoa que estava na praia, era ela. Ela sentou na areia fofinha pensando que era a primeira vez na sua vida que conseguiria ficar sozinha em uma praia sem ser incomodada. As praias do Brasil eram sempre cheias de pessoas, principalmente na época do verão.
-Sempre imaginei que gostaria de conhecer um lugar desses. – disse Harry que havia aparatado minutos depois dela. Karen levou um susto ao vê-lo.
-Você sabe que gosto de praia. Só que nunca me trouxe para conhecer.
-Eu não conhecia também. Mas até que é... Interessante.
-Interessante? Praia é o lugar mais lindo que se possa existir. Mas, aqui é estranho.
-Por quê? – perguntou Harry sentando-se ao seu lado.
As ondas se batiam com força no chão, fazendo um barulho ensurdecedor, mas como dissera interessante.
-Não tem nenhum banhista nessa praia, isso é estranho.
-Quem disse que não tem? – perguntou Harry.
Karen intrigada olhou-o, em tempo de ver Harry pegá-la no colo.
-O que pensa que está fazendo? – perguntou.
Harry correu em direção a água e seu pior horror se concretizou, ele a jogou-a no mar fazendo o mesmo depois.
-Você ficou louco?
Ele ria da situação em que estavam. De roupa e tênis os dois se encontravam nadando na água salgada.
-Posso saber por que não está trabalhando?
-Primeiro... Isso não é hora de falar sobre trabalho e segundo... Deu o dia de folga hoje de manhã. – respondeu dando um mergulho.
-Acontece que não lembro de ter dito algo a você.
-Nada verdade... Fui eu que me dei o dia de folga. Afinal as coisas estavam sobe controle.
Os dois se fitaram como nunca tinham feito há anos. Harry tirou a camisa encharcada, antes de uma grande onda, se quebrar por cima de suas cabeças. Ele agarrou a mão de Karen, puxou-a para perto de si e a beijou. O mundo parou naquela hora, tinham esquecido do que tinha acontecido, onde estavam apenas no que faziam. Aquele longo beijo durou o bastante para os dois esquecerem que estavam separados há seis anos.
Karen soltou-o.
-A Rita!
-O que tem ela?
-Ela pode estar em qualquer lugar... -Karen olhou para praia deserta a procura de alguém ou algo. Não havendo nenhum ser vivo ela se voltou a ele de novo e roubou outro ardente beijo.
-Eu te amo! – disse ela, mas as palavras não saíram da sua boca.
Karen tirou sua camiseta e voltou a beijá-lo.
Nesse exato momento Karen ouviu gritos ao fundo, era a voz de Carolyn, tudo havia sido apenas um sonho.
-MÃE! ACORDA LOGO! – gritava Carolyn pelo corredor.
Karen bufou e quase sem forças levantou.
-O que foi agora, Carolyn? – perguntou ela.
-Papai quer falar com você.
-Já era de se esperar. -disse a si mesma.
Ela vestiu seu longo roupão e esfregando os olhos desceu as escadas até encontrar Carolyn e Harry parados a porta.
-Bom dia, Karen! - disse Harry sorridente.
-Posso saber o que é dessa vez? – perguntou zangada.
-Calma! Eu só...
-Papai veio pedir, se pode me levar para tomar café com ele. – terminou Carolyn.
Karen olhou para Harry, no momento em que ele também ia olhá-la.
-Tudo bem... Eu acho.
-Ótimo! Volto daqui a pouco. – disse Carolyn subindo as escadas correndo.
-Carolyn, não corra! – gritou Karen ainda fitando Harry.
-Então... Quer vir com a gente? – perguntou ele quebrando o silêncio.
-Não! Marquei com a Pâmela de tomar café com ela. - mentiu ela descaradamente.
-Sabe que não sei Legimência, mas dá pra ver perfeitamente que está mentindo. – disse sério. – Mas, se não quer ir, tudo bem. Diga a Carolyn que vou esperá-la lá fora.
Ela não disse nada, só ficou pensando na grande mancada que acabara de fazer, mas, não estava nenhum pouco a fim de voltar atrás.


****


-Karen! Veio um recado urgente. - disse Adriana entrando na sala de Karen. - Foi uma coruja que trouxe.
Ela correu os olhos pelo recado, ficando transtornada a cada frase que lia. Adriana curiosa, não a esperou terminar de ler.
-O que aconteceu?
-Ele foi visto. – respondeu Karen, pegando rapidamente seu sobretudo do cabide.
-Quem? – perguntou Adriana apresada
-Cadê o Harry?
Karen já saia da sala apresada. Adriana quase corria atrás dela para alcançá-la.
-Ele avisou hoje de manhã que chegaria tarde. Rony e Hermione saíram para resolver problemas pessoais e...
-Pode localizá-los pra mim? Diga que fui... - Karen parou. Achava melhor não dizer nada, caso Harry soubesse disso ia impedi-la de ir atrás de William. – Esqueça! Apenas diga que precisei resolver problemas urgentes, quero que eles não me impeçam.
Karen aparatou em frente do portão de Hogwarts. O recado era de alguém anônimo, dizendo ter visto William Parker entrando em um beco do centro de Londres. Não sabia ser era verdade, precisava conversar com Dumbledore se podia ou não acreditar naquela informação. Os portões estavam fechados, não havia nenhuma possibilidade de ela conseguir abrir, até que, eles se abriram automaticamente. Karen entrou sem pensar duas vezes. Vários estudantes a olhavam com espanto. Torcia não encontrar muitos estudantes pelos corredores, mas, como já era previsto, seu temor se concretizou.
Um grupo de altos alunos, talvez do 7º ano passou rindo. Ela passou entre eles e depois disso, altos assobios ecoaram pelo corredor.
-Hey! – chamou um deles. – Pode nos dar um autógrafo?
-Desculpe! Mas, estou com presa. - disse ela sem encará-los.
Seus passos ecoavam pelo corredor agora vazio, até o momento em que virou a esquerda. Já perto da gárgula da sala do Profº Dumbledore. A Profª Trelawney lhe deu um susto no momento em que ela segurou seu ombro com força.
-Profª Trelawney?
Seus olhos estavam esbugalhados e fitavam o chão sem piscarem. Sua voz ficou grossa e diferente.
-Tome cuidado!
-O que? – perguntou Karen preocupada.
-A garota... Ela corre perigo... Ouça o seu coração se não quer perder quem mais ama.
Ela respirou fundo e começou a tossir fortemente.
-Olá Srta. Mitzel! – disse ela se recompondo, como se não tivesse dito nada.
Karen a olhou surpresa.
-Oi... Preciso ir! – então correu até a gárgula, lembrando que não sabia a senha.
Trelawney já havia sumido pelo corredor deserto. A gárgula começou a se mexer e Dumbledore surgiu descendo as escadas. Karen preocupada ainda observava o corredor. Estava intrigada com o que a Profª acabara de falar, que não percebeu a presença dele.
-Aconteceu alguma coisa, Karen? – perguntou Dumbledore lhe dando um susto. - Parece assustada. Deve ter um bom motivo para ter vindo aqui.
-Sim... Profº! É que... Mandaram um recado me dizendo que William foi visto. Acontece que não havia nenhum nome.
-Na verdade, acha que tudo é mentira?
-Exatamente, Sr.
-Junte um grupo de aurores e o procure.
-Não há outro remédio a não ser eu ir sozinha. – disse fitando-o.
-Karen...
-Até mais, Prof°. – e saiu correndo corredor afora.

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