Amor e Amizade.




                                           Capítulo 15 - Amor e Amizade.


 


E lá se passava o dia lentamente. Brandon havia tomado café conosco, estava prestes a almoçar também, eu estava internamente desesperado e Hermione estava super sem graça. Gina e Rony me olhavam numa aglutinação de pena e solidariedade, enquanto eu comia quieto e não prestava a mínima atenção na família Weasley, que não parava de falar à mesa.


Confesso que me sentia humilhado, traído, derrotado, etc. Mesmo que alguns desses sentimentos não devessem fazer parte de mim, já que não havia ocorrido nada entre nós.


O pachola da Corvinal tentava parecer agradável, mas eu tenho certeza que ele estava doido para nos ver pelas costas e finalmente ficar a sós com a minha Hermione, roubando-a de mim e enterrando meus fios tênues e delgados de esperança, jogando fora meu amor genuíno. Tudo bem, confesso que estou ficando cada dia mais tolo também.


Finalmente, quando todos deixaram a mesa, eu resolvi me retirar. Aquela conversa, que eu ouvi Brandon falar com Hermione que queria ter, ia acontecer de qualquer jeito mesmo. Onde quer que fosse. E aconteceu, no quintal.


No andar de cima, pela janela, vi os dois se direcionarem para fora da casa e pude ouvir Rony e Gina se aproximando.


- Sinto muito. – Ele murmurou olhando Hermione, que agora sorria para Brandon, pela janela e eu meneei a cabeça em forma de afirmação, agradecimento, não sei, mas o fiz.


- Ah, Ron, nem tudo está perdido. Duvido que ela volte com ele. – Gina disse se aproximando de nós e conseguindo acender em mim uma pequena chama.


- E se voltar ela nunca vai saber. – Afirmei decidido. – Juro que já estou disposto a tentar esquecê-la. – Realmente estava disposto, ainda que eu achasse impossível.


Não demorou para que Hermione e Brandon voltassem para a Toca, eu me mantive no quarto até que a Sra. Weasley nos chamasse. O almoço ocorreu lentamente e nenhuma troca de carícias ocorreu entre os dois. Dez pontos para a Grifinória! Aliás, cinco, se eu levar em consideração quão reservada Hermione é.


Almoçamos com mais silêncio do que antes, todos se retiraram deixando, sem querer, eu e Brandon a sós num clima de guerra interna, ainda assim eu queria saber o que ocorreu.


- Potter... – Ele me chamou estranhamente eu pude olhá-lo, sem me levantar da mesa. – Terminamos. – Comentou me assustando, mas rapidamente me alegrando MUITO. Meu coração soltava fogos de artifício.


- Hey, Brandon. – Eu disse a ele que não parecia muito contente, todavia também não parecia furioso. – Eu sinto muito pelo namoro. – Eu realmente bem no fundo não estava orgulhoso de ver Hermione triste pelo fim do relacionamento, mas também não era o fim do mundo.


- Eu sei que não sente, mas obrigado pela gentileza. – E me olhou irônico. E sim, na verdade eu não sentia. – Sabe... Apesar de todos me dizerem para tomar cuidado com o Ronald, porque ele era ex-namorado da Hermione, foi você que sempre me preocupou. Bem mais. – Confessou sem raiva alguma.


- Ora, eu e Hermione nunca tivemos nada. – Justifiquei.


- Eu sei... – Contou ele tomando o último gole de seu suco. – Imagino se houvessem tido.


- Não entendo. – Assumi.


- Quando eu era apenas amigo da Hermione, eu a tinha como amiga por completo. – Mais uma vez eu não estava entendendo. – Quando nos tornamos namorados, eu nunca tive uma namorada completa...


- Como não?! A Hermione é perfeita! – Me manifestei deixando explícito que ele não iria reclamar dela assim na minha frente.


- Fica calmo, Potter. Não foi isso que eu quis dizer. Eu não tinha uma namorada completa porque eu não era você. – Ham? O que ele queria dizer com isso? – Ela te ama, Potter. Só não havia percebido. – Esse cara estava ficando louco. Todavia, quem não ficaria louco ao ser deixado por Hermione?


- Você está enlouquecendo. – Ri amargo.


- Não, não estou! E sei que você a ama também. – Concluiu ele. Isso era verdade. – Quando estávamos juntos, ela sempre falava de você. Os olhos dela brilhavam e ainda que vocês fossem só amigos, eu nunca recebi o amor que ela dava a você, Potter. Eu daria tudo para receber apenas um abraço daqueles que ela te dá.


- Eu já disse que não temos nada... – Comecei novamente, mas em mim algo me deixava feliz, ainda que sem nenhuma certeza de Hermione realmente me amar. Todavia qualquer especulação era válida a essa altura do campeonato.


- Então não seja bobo e fale com ela. Eu quero vê-la feliz. – Assumiu com certa resistência na voz. – Ela ama você. – E juro que meu corpo estremeceu.


- Obrigado. – Disse com sinceridade.


- Não fiz isso por você.


- Eu sei que não fez, mas obrigado pela gentileza. – O imitei, me retirando em seguida.


Assim que Brandon se foi, subi as escadas rapidamente, confesso até que correndo. O cara tinha me feito um grande favor e agora eu não iria perder essa oportunidade, ainda que sem certeza alguma. Concentrei-me o máximo assim que me estacionei na porta do quarto dela. Dei duas batidas leves na porta e entrei assim que ouvi sua autorização.


- Hermione... – Eu a chamei enquanto ela estava sentada em uma poltrona entretida com algum livro. Ela se virou para mim, fazia meu coração bater cada vez mais forte. Ao fundo, num antigo rádio, tocava uma música qualquer, confesso que não me interessei muito em qual era, mas podia me ajudar de qualquer forma.


- Harry... – Os olhos dela. Eles me diziam tudo que eu precisava saber. Com o decifrar deles vi minhas 99% de chances de Hermione me amar. Podia não ser bom em muitas coisas, mas ela nunca me escondia o que tinha em si quando eu a olhava nos olhos. Brandon devia ter dito a ela o que ele me disse. Diante de tantas conclusões, me aproximei segurando uma das suas mãos e enquanto pousava a outra em meu ombro. Ela apenas me olhava atônica. Passei o braço em volta de sua cintura, embalando-a numa dança lenta e desajeitada cuja trilha sonora do radio ainda tocava.


- Parece que você já sabe... – Ela sussurrou envergonhada enquanto eu a embalava no ritmo lento da música. – Eu sabia que o Brandon falaria com você e confesso que é meio estranho descobrir isso assim depois de tantos anos. – Completou como se aquilo fosse uma gripe. É, uma gripe. Você adquire sem querer e já que não tem jeito você tem que lidar com ela. Ainda assim, não necessitava que fosse daquela maneira. Oras, eu a amava.


- É, sei. – Ela suspirou pesadamente. - Mas agora é você quem precisa saber... – Ela levantou os olhos me fitando confusa. - Eu amo você. – E a beijei. Antes de tudo a beijei. O beijo mais doce que eu já havia trocado com alguém, o sentimento mais intenso e bonito que eu já tive. Tudo parecia pequeno e sem importância, até o ritmo da música parecia ter mudado para acompanhar a leveza do beijo. – Antes de tudo, eu amo você. – Sussurrei entre o beijo e ela sorriu o sorriso mais lindo (pode parecer clichê fazer esse comentário tantas vezes, mas é verdade).


- Tudo isso é tão confuso. – Ela confessou me olhando nos olhos e levando uma das mãos ao meu cabelo.


- Hermione... – Agora ela iria me ouvir. – Eu passei minha vida tendo pesadelos – Ela me fitou preocupada. – e agora que eu tenho a chance de sonhar, eu quero fazê-lo com você. Até porque, não há mais sonho o qual você não esteja. – Ela sorriu – Só preciso que você me ajude.


- Harry, eu só preciso esclarecer tudo isso. Só preciso digerir tal notícia. – Aquilo me surgiu como um soco no estômago, mas aquilo não iria por fim na minha alegria. – A linha entre o amor e a amizade é tão tênue... – Ela me olhava séria, porém com amor. – Mas prometo que vou fazer parte dos seus sonhos – Isso! Cem pontos para a Grifinória! Aliás, a Grifinória ganhou a Taça das Casas. – Só preciso de pouco tempo. Juro não me alongar. – Tudo bem, antes um tempo do que uma vida.


- Eu aceito. – Disse simplesmente a abraçando.


 


N/a: Viram como promessa feita é promessa cumprida? Enfim, achei esse Capítulo muito meloso, mas tudo bem... No próximo prometo mais criatividade e tal, enrolei tanto para terminar esse que não saiu como eu queria. Todavia, me digam o que acham, leitores fantasmas apareçam! Beijos, até a próxima.

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