Sonho



NOVO ATAQUE: HOGWARTS, AINDA UM LUGAR SEGURO?

Depois de presenciarmos o aterrorizante ataque dos Comensais da Morte há quase um ano, parece que Hogwarts realmente não é tão segura quanto um dia já foi..
Na noite anterior, houve mais um ataque, e receamos que não seja o último. Uma legião de Dementadores – ou foram mandados, ou por vontade própria – foi encontrado no castelo de Hogwarts, causando sérios danos em seus estudantes. Com sorte, não causou tanto terror quanto se era esperado, mas causou alguns ferimentos em dois estudantes, além de ter levado um à ala hospitalar, e ter levado outro. Não temos fontes suficientes para garantir quem estava no meio desse “massacre”, se é assim que podemos dizer, mas, com certeza, o Eleito estava no meio desses estudantes. Foi localizado um feitiço do Patrono em Hogwarts naquela noite, e agora já sabemos quem o realizou.
Sem Dumbledore, a escola está sujeita a muitos ataques parecidos, já que Você-Sabe-Quem está a solta e, como se autodenominam, os Comensais da Morte, além dos Dementadores, que receamos que tenham definitivamente ido para o lado das trevas (vide pág. 7).
Fontes nos dizem que o desaparecido, no caso, a desaparecida, foi a jovem Gina Weasley, 16, filha de Molly e Arthur Weasley, chefe da Seção para Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos e Objetos de Proteção Forjados. Tentamos realizar uma breve entrevista com eles pela manhã, mas eles não queriam dar declarações, afirmando que iam para Hogwarts assim que, bem, melhor continuarmos com o assunto.
Portanto, nós, editores do Profeta, e o Ministro da Magia, Rufo Scrimgeour, pedimos toda a cautela possível, estaremos enviando junto desse exemplar mais um guia para como reagir a um ataque como os que estão havendo ultimamente, sobre certas criaturas das Trevas, como os Inferi (vide pág. 9) e objetos amaldiçoados, que causou um grande dano na filha dos Bell ano passado.
Noite passada, não muito antes do ataque dos Dementadores em Hogwarts, houve mais uma fuga em massa de Azkaban (vide pág. 3), então procurem não sair muito tarde, bem, está tudo explicado no folheto que estamos lhes enviando.
Estamos nos perguntando como, e quando tudo isso vai acabar... Não nos resta dúvida, essa é uma missão para o Eleito (vide pág. 11)...

- Ah, pelo amor de Deus! – exclamou Hermione, sentada em uma cadeira na ala hospitalar junto com Harry, defronte para Rony, que ainda dormia – O eleito, o eleito! Não pararam de falar de você durante todo o verão!
- Não? – perguntou Harry, surpreso. Tinham falado dele o ano inteiro durante seu quinto ano, mas não era uma coisa muito boa... No sexto ano, não parava de falar que ele podia ser “o Eleito” e sobre o Departamento de Mistérios... Agora isso?
- Não, falam que você pode ser a última chance, é como dizem – disse, bebendo mais um gole de seu soco de abóbora – Mas acho que sobrecarregar você não parece ser uma coisa muito inteligente de se fazer. Sabe...
Harry não ouvia as palavras de Hermione... Ainda pensava no ocorrido...
Passara a noite inteira na ala hospitalar, e achou até uma sorte madame Pomfrey não os terem expulsado de lá. Rony ainda não acordara desde que desmaiara e quebrara o braço na noite anterior. Hermione tinha conseguido dormir em uma cama ao lado, mas Harry, independente de estar ou não com sono, não conseguia dormir. Como os Dementadores conseguiram entrar em Hogwarts, isso não sabia, apesar de ser o “x” da questão toda. Como eles teriam entrado lá, com todos os feitiços defensivos e todos os aurores? Uma coisa era óbvia, alguém estava por trás daquilo tudo, e iria descobrir... Nem que fosse a última coisa que fizesse...
-... Harry? Você está bem?
A voz de Hermione estava vindo de muito longe, ouvia apenas ecos de sua voz...
- Harry!
- Hum, que...?
O garoto tinha pegado no sono, mas logo acordou. Eram 11h30min.
- Harry, melhor irmos almoçar – disse a garota, com um ar cansado, levantando-se da cadeira e deixando o jornal cair no chão frio de mármore, abrindo no meio.
Nela, havia uma grande manchete, que logo chamou a atenção de Harry, que, rapidamente, se pôs de joelhos para lê-la:

FUGA EM MASSA DE AZKABAN
Ontem, dia 31 de outubro, houve, lamentavelmente, mas uma fuga em massa de Azkaban, agora envolvendo mais prisioneiros de segurança máxima.
“Não sabemos quem está por trás disso tudo – diz Rufo Scrimgeour, Ministro da Magia – Agora que Black foi inocentado de todas as acusações... Mas tememos que Você-Sabe-Quem esteja querendo reunir, novamente, seus Comensais...”.
Os Dementadores, criaturas que guardavam as celas de Azkaban, também escaparam ontem durante a noite, e devemos prever que, em breve, mais fugas deverão acontecer.
Abaixo, está a foto dos cinco, como dizem, Comensais da Morte fugitivos...

Harry olhou mais para baixo, e as figuras de cinco Comensais da Morte estavam lá, por vezes sorrindo com desdém, por outras furiosos...
A primeira foto, Harry pôde ver Antônio Dolohov, olhando-o furtivamente. Abaixo de sua foto, estava: “Condenado por torturar vários trouxas e não seguidores de Você-Sabe-Quem durante a Primeira Guerra, e junto com mais quatro Comensais assassinou Gideão e Fábio Prewett, além de outros crimes”. Na segunda foto estava Augusto Roockwood, observando-o com cara de tédio, com o subtítulo “trabalhava para o Ministério da Magia no Departamento de Mistérios. Preso após ser acusado de estar passando informações de dentro do Ministério para Você-Sabe-Quem”. Na terceira foto estava Avery, subtitulado “preso após ter invadido o Ministério da Magia ano passado, além de outras acusações”. Na quarta foto, estava MacNair, mexendo o bigode preto e o olhando com atenção, subtitulado “trabalhava no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas no Ministério da Magia, acusado de passar informações a Você-Sabe-Quem e por ter invadido o Ministério ano passado”. Mas o que mais chamou a atenção de Harry estava abaixo das fotos. Na quinta foto, estava Lúcio Malfoy, olhando-o com um olhar de fúria por trás de seus olhos cinzentos. Abaixo de sua foto, em linhas em negrito estava "pego atacando no Departamento de Mistérios como um Comensal da Morte ano passado". Lúcio Malfoy o mirava com atenção, os pequenos olhos cinzentos cintilando...
- Hermione - chamou Harry, sem tirar os olhos da manchete - Vem aqui...
A garota o olhou curiosamente e se abaixou junto dele, ao lado da cama de Rony, e começou a ler a notícia, em voz baixa. A cada linha que lia, abria a boca horrorizada, e quando viu a foto dos Comensais da Morte soltou um gritinho.
- Eles...
- É.
A garota tirou os olhos do jornal e mirou os de Harry. Havia um olhar assustado por trás de seus grandes olhos castanhos, mas logo se levantou e voltou a olhar para Rony.
- Melhor irmos - disse, sem tocar mais no assunto - Vamos.
Harry se levantou e, depois de uma última olhada em Rony, saiu junto da amiga, sem dizer mais nada.
Esquecido ao lado da cama do garoto, que ainda dormia, estava o jornal, ainda aberto na mesma manchete.
Os olhar de Lúcio Malfoy os acompanhou até saírem, e seu rosto se contraiu em um sorrisinho...

***

O clima em Hogwarts não andava tão bem quanto se podia imaginar... Dois ataques, em menos de um ano? Os pais de Lilá Brown vieram dois dias depois do ataque, e levaram a garota de volta para casa. E ela não foi a única, como perceberam os dois garotos no dia seguinte, na aula de poções. Metade da sala não estava mais lá: eram Harry, Hermione, Córmaco McLaggen e Rony, que saíra da ala hospitalar logo após de bater o sinal de fim de aulas. A não ser pelo braço quebrado, estava perfeitamente bem, a não ser por um hematoma no outro braço.
- Ainda não entendo como os Dementadores puderam entrar na escola - disse Rony, pela terceira vez, no pátio da escola, perto de um enorme relógio, que tiquetaqueava perto deles - Quero dizer, passei a manhã toda pensando...
- A manhã toda? - perguntou Hermione, desconfiada - Rony, não sabíamos que já estava bem... - e, como se tivesse caído a ficha,e xclamou - Rony, você matou...!
- Aula? - perguntou Rony, com um sorriso debochado - Para falar a verdade, ordens da Madame Pomfrey. Sou um garoto que respeita o regulamento...
- Ah sim... Compreendo - disse, com um olhar misterioso, caindo de Rony para o livro de Transfiguração, que ia sublinhando ora aqui ora lá com a grande pena de pavão que ganhara dos pais.
- Bem, o caso não é esse - disse Rony, levantando-se e começando a andar de um lado para o outro - Quero dizer, como eles conseguiriam entrar para dentro da escola assim, desse jeito?
- Os Comensais da Morte entraram na escola pelo Armário Sumidouro no começo do ano, não é mesmo? - disse Harry.
- Não acho que os Dementadores vieram para cá desse jeito - disse Hermione, parando de escrever e olhando para o relógio - Acho que alguém deve estar por trás disso tudo. Quero dizer, Dementadores não conseguiriam passar pelo número de feitços e encantamentos da escola, que ficaram muito mais rigorosos com a morte do...
- Do professor Dumbledore, sei - disse Harry, completando a garota, depois de quase um minuto de silêncio - Mas... Quem? Não tem mais Draco nem Snape aqui... E não acho que Voldemort sairía de onde quer que esteja só para...
- Eu acho que Voldemort sairía sim, Harry. Olhe só de quem estamos falando! Eles não vieram até aqui para atacar qualquer criançinha que aparecesse aqui, Harry, e você sabe muito bem disso - disse Hermione séria, mas começando a ficar aflita - Quero dizer, vieram para cá com um objetivo.
- Mas será que pretendiam pegar a minha irmã? - perguntou Rony, nervoso - Ou só vieram atrás do Harry?
- Talvez os dois - disse Hermione, mordendo o lábio - Mas, para mim, eles não apareceram só para pegar o Harry, Rony. Conheçemos Voldemort o suficiente, Harry o conheçe o suficiente, para sabermos o que ele quer. Voldemort costuma acabar com seus inimigos assim: tira todas as relações de amizade e amor que ela tem, tira as pessoas que são importantes para ela...
- Então... - disse Harry, lentamente - Você quer dizer que vai haver um outro ataque?
- Bem, não. Quero dizer que, se o objetivo dos Dementadores, no caso, de Voldemort, era nos pegar também, acho que poderia haver um ataque - disse a garota, destacando o "poderia".
- Não se eu puder evitar - murmurou Harry, levantando-se - Nos vemos na sala comunal, vou ficar um pouco lá encima...
- OK - disse Hermione, voltando a estudar. Rony se sentou ao lado dela, e deitou-se no gramado, de frente para o lago.
Harry caminhava lentamente, como se contasse cada passo que dava. Ia admirando a paisagem de pôr-do-sol, uma luz alaranjada iluminando os gramados verdes da escola, e seus olhos incrívelmente verdes. Harry sentiu uma lagrima cair de seu olho, e retomou o rumo, limpando os olhos nas vestes.
Haviam várias pessoas do lado de fora do castelo, várias brincando, outras estudando... Mas não era igual ao que era antes...
Passou por um grupo de estudantes da Lufa-Lufa, entre eles, Anna Abott, que murmuravam descontroladamente ao verem o garoto passar. E não eram os únicos. Harry olhou por toda a volta, e vários estudantes olhavam para ele: uns com cara amarrada, outros como se fosse uma aberração... Harry se irritou, e começou a andar mais rápido, em direção à ponte que levava para os outros jardins. E, sob os muitos murmúrios e olhares, entrou pelas grandes portas de carvalho, e seguiu o caminho que levava à sala comunal. Subiu as escadas, seguido por diversos comentários que, quando reparou, era dos quadros cochichando um com o outro. Fingiu não ligar, e subiu a última escada, que deu diretamente com o quadro da Mulher Gorda.
Ela o mirou atentamente, e disse:
- Garoto, sinto muito pela sua amiguinha... - começou.
- Asas de morcegos - disse Harry, sem emoção, ignorando o comentário da mulher.
- Ela era realmente interessante e...
- Asas de morcego - tornou a repetir Harry.
- O que eu quero dizer, é...
- Asas de morcego! - disse Harry, alta e claramente.
- Sinto muito - disse, virando-se para permitir ele entrar. A sala estava vazia, exceto por Neville Longbottom, que estava sentado em uma poltrona com o sapo, Trevo. Olhava para o fogo, que crepitava lentamente na enorme lareira.
- Neville...? - chamou Harry.
O garoto se virou, e Harry percebeu que também estava com lagrimas caindo dos olhos.
- Ah, alô - disse o garoto, tornando a virar-se para a lareira e contemplando o fogo.
- Ahm, tudo certo? - perguntou Harry, sentando-se na poltrona defronte ao garoto.
- Bem... Não, não está...
- O que aconteceu? - perguntou Harry, intrigado.
- Meu avô - disse Neville - Ele morreu hoje de manhã...
- Sinto muito - disse Harry, olhando para Neville - E o que aconteceu?
- Ele foi encontrado morto hoje na casa de minha avó - disse o garoto, dobrando a folha de pergaminho que segurava - Foi morto.
- Por quem? - perguntou Harry, com medo da resposta...
- Ele tinha uma informação que um Comensal da Morte precisava... - disse, com a voz fraca - Que Lúcio Malfoy, precisava.
- Malfoy que o matou?! - exclamou Harry, levantando-se de supetão e encarando o rosto redondo do amigo se encherem de lágrimas.
- Foi... Vovô tinha uma coisa que ele precisava... Mas, não faço idéia... - disse o garoto, contemplando os próprios pés - Sempre gostei muito dele, sabe. Mas vivia dizendo que era atrapalhado, que não era nada parecido com meus pais... Mas tá tudo bem - disse, notando a expressão de horror e pena de Harry - Ainda tenho a vovó... Amanhã será o enterro... Queria perguntar à McGonagall se poderia ir com minha avó...
- Tenho certeza que ela vai deixar.
O garoto limpou o rosto com a manga do pijama azul, e tornou a olhar para o fogo.
- Não se preoupe, Neville - disse Harry, com um tom de ódio e repugnância na voz - Ainda vamos nos vingar. Guarde minhas palavras.
O garoto voltou seu rosto redondo, molhado, para Harry e deu um sorrisinho.
- O... Obrigado, Harry.
Harry o contemplou mais uma vez, mas logo deu meia volta e subiu as escadarias em forma de caracol, em direção ao dormitório dos meninos.
"Agora isso?!" pensava, com raiva. Já não bastava tudo que os Comensais da Morte fizeram, tudo o que Voldemort fez a ele, ainda tinham que destruir mais famílias?
Abriu a porta violentamente e sentou-se na sua cama. Abriu o malão e retirou um pergaminho de aparência envelhecida, páginas amareladas...
- Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom - murmurou Harry, apontando a varinha para o centro da folha. Lá, aparecera lentamente os nomes "Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas", e embaixo "O Mapa do Maroto". Harry deitou-se de bruço, abrira o mapa, e vasculhou cuidadosamente cada canto do mapa.
"Weasley... Weasley..." pensava, repetitivamente. Mas nada de Weasley. Encontrou Rony, junto com Hermione, subindo as escadas em direção à sala comunal da Grifinória, e o sr. e a sra. Weasley no escritóro de Dumbledore, agora de McGonagall. A sra. Weasley andava para lá e para cá, e o sr. Weasley estava defronte à profa, McGonagall. Harry sentia exatamente o que os pais de Gina estavam sentindo: pressão, angústia, medo, raiva... Como Harry pôde perdê-la, como? Precisava achá-la. nem que fosse a última coisa que fizesse...
De repente, ele foi caindo e caindo até cair num grande corredor escuro. Era o lugar que, repetitivamente, sonhava. Caminhou por ele, seguido por grande archotes, que faziam suas luzes bruxuleantes seguir Harry aonde fôsse. Parou de frente a uma porta simples e preta, e a abriu. Correu diretamente à outra, dando de cara com uma sala mal-iluminada. Caminhou lentamente por ela, e ouviu alguém gritando.
Harry se virou. Era Gina.
Correu rapidamente até um lugar cheio de velas, onde viu Gina Weasley caída, chorando e olhando para... ele.
- Cadê o Potter? - disse, olhando para Lúcio Malfoy e Antônio Dolohov, um de cada lado de Gina.
- Os Dementadores não pegaram o Potter, milorde... - disse a voz arrastada de Lúcio Malfoy - Muito menos o Weasley e a sangue-ruim.
- Pegamos somente a garotinha - disse a voz grave e fria de Dolohov - Lestrange nos ajudou...
- Como não pegaram o Potter?! - exclamou Harry, ou a pessoa que estava dentro dele - Era dele que precisava!
- Milorde... Tentamos, mas o garoto...
- Um garoto venceu uma legião de Dementadores, e dois dos meus mais fiéis servos! - gritou - Foram derrotados por um garoto!
- Sabemos, mestre - disse Malfoy, olhando desdenhosamente para Gina - Mas... Ora, ora... Não é a namoradinha do Potter?
Eles olharam para Gina, que repirava dificilmente por causa das mordaças e das cordas que a prendiam. Olhava para eles com uma valentia que Harry nunca tinha visto antes...
- Atrevida - disse Voldemort, mansamente - Atrevida como o pequeno sr. Potter... Creio que você será suficiente apenas por algum tempo... Depois, creio que posso... - e fez um gesto significante com suas mãos compridas e brancas.
E soltou uma gargalhada fria. Gina tentou se levantar em direção a Dolohov violentamente, mas caiu no chão. Estava presa pelo feitiço "Incarcerous".
- Ah, você quer brincar é? - disse Harry. Ele apontou a varinha muito semelhante a sua, e ordenou - Crucio!
A garota soltou um grito de dor, que foi abafado pelo seu próprio:
- DEIXEM ELA EM PAZ!
A sala comunal estava escura, exceto pela luz da própria varinha, que estava em cima da cama, ao lado do Mapa do Maroto. Harry repôs os óculos , e olhou pela janela: o sol ja tinha se posto, e deu lugar a uma lua grande e branca lua cheia. A estranha neblina reapareceu novamente, e cobria boa parte do castelo.
Ele ouviu passos pela escadaria, e se sentou. Rony e Hermione subiram, exaustivamente, e foram para junto de Harry.
- Harry! Você está bem? - exclamou, exasperada, Hermione.
Ele não respondeu. Estava suando muito, e tremia descontroladamente.
- Harry, caramba! - exclamou Rony, horrorizado - O que foi?
Ele não conseguia dizer quase nada. Estava dominado por um ódio tão grande, mais tão grande, que poderia explodir ali mesmo. Como eles podiam?!
- Harry... - murmurou Hermione.
- Gina - disse, com muito esforço - Eles estão com ela...!
- Eles quem, Harry? - perguntou Hermione, sentando-se ao lado do amigo e pondo a mão em sua testa.
- Não estou doente! Nem louco! - exclamou, olhando as expressões dos dois - Voldemort... E Dolohov, e Malfoy...
- Calma, Harry - disse Hermione, tentando tranquilizá-lo - Foi só um sonho...
- Não, Hermione, não foi só um sonho! - gritou Harry, levantando-se e indo para longe da amiga.
- O que tem a Gina, Harry? - perguntou Rony, com um tom de pânico na voz.
- Eles estam com ela... E éramos para estar lá...
- Não disse! - exclamou Hermione, pondo-se de pé, com uma expressão bem sua no rosto - Vieram aqui com um objetivo!
- Mas não faço a menor idéia de onde ela está - continuou o garoto, como se não tivesse escutado o que Hermione disse - Eu... Não posso deixar ela lá! Crucio... Voldemort torturou ela... Eu... - não conseguia dizer mais nada.
Hermione pos as mãos na boca, e Rony ficou exasperado. Harry lhes contou o sonho, através de muitas interrupções, mas conseguiu contá-lo. Hermione não dizia nada, tampouco Rony, que estava totalmente branco.
- Eu vou atrás dela - disse, indo apanhar a capa de invisibilidade.
- Não, Harry, não! - exclamou Hermione, fechando o malão do garoto com o pé e conjurando uma fechadura - Vai nos por em problemas... Além de se por em problemas - disse, com pânico na voz - E, como você mesmo disse, nem sabe onde ela está!
- Procuraria até o fim do mundo! - gritou, não ligando se poderia houver colegas o ouvindo no andar de baixo - A procuraria em qualquer lugar, e iria achá-la!
- Harry, por favor - disse Hermione, olhando com atenção, desesperada - Não se meta em mais confusão! Gina é forte, e tenho certeza que vai resistir... Quando tivermos CERTEZA onde ela pode estar, não o impedirei, como também vou junto com você.
- E eu também - disse Rony, depois de quase meia hora sem falar.
Harry olhou os amigos, como se procurasse alguma saída entre eles... Mas não tinha. Chutou o malão, com uma força descomunal, que o fez cair pelas escadarias, - que ficavam ao lado de sua cama - e sentou-se na cama, com as mãos entre os cabelos. Não queria meter os amigos em problemas, mas não podia deixar Gina sozinha lá. Hermione disse que era forte, o que de fato era... E que iria resistir... Mas e se não resistisse?

***

Já tinha se passado quatro horas desde que tivera o sonho com Gina, e Harry ainda não tinha conseguido dormir. Rony roncava a seu lado, e Hermione tinha ido para o dormitório das garotas já fazia tempo...
Sua varinha ainda estava ascesa, encima do Mapa. Harry o pegou novamente, e, inutilmente, tornou a procurar por Gina no Mapa... Mas algo, no sétimo andar, o surpreendeu. Tanto que ajeitou os óculos para ver se estava ou não vendo o nome que estava escrito ali, em letras minúsculas, embaixo de um pontinho. Mas, de fato, estava certo. Bellatrix Lestrange estava em Hogwarts. Se era possível ou não, ou se foi erro do mapa, não sabia. E nem questionou. Estava com tanta vontade de fazer algo útil, algo que realmente pudesse ajudar, que não pensou duas vezes. Pegou a varinha e saiu rapidamente da sala comunal, cnseguindo passar despercebido. Saiu pelo buraco do retrato, e correu, milagrosamente, silenciosamente, pelos longos e desertos corredores. Quase foi pego por Madame Nora, mas conseguiu de desviar dela por uma passagem secreta que conhecia ali. Virou para a direita e ali estava: corredor do sétimo andar. Harry verificou o mapa, e ela continuava por ali, perto, talvez, até demais... Harry andou em direção ao ponto, empunhando a varinha... Mas não via nada. Tudo estava muito escuro, não via um palmo a frente do nariz...
Correu, e quando chegou aonde o ponto anteriormente estava, não encontrou nada, a não ser a parede lisa e sólida da sala Precisa. Não conseguia ver onde ela estava no mapa, devia estar lá dentro...
Não poderia deixá-la escapar. Foi responsável pela morte de Sirius, e, pelo que acabara de saber, ajudou no sequestro de Gina. Não deixaria barato...
Passou pela porta três vezes, e mentalizou "Preciso ver onde Lestrange está", mas a porta não se materializou lá como sempre fazia.
Passou por ela três vezes novamente, mentalizando, com mais força "Preciso ver o lugar em que ela está, o lugar...". Mas nada aconteceu.
Duas, quatro, oito tentativas, e nada deu certo. Ela devia saber que estava lá, ou já teria saído de lá faz tempo. Ou já teria saído?
Impossível. Ainda não a via no mapa. Tentou novamente...
Dez, doze, quinze novas tentativas... Mas nada parecia querer funcionar. Olhou para o relógio de pulso: 1h40min. Não poderia ficar esperando lá... Logo Filch passaria por ali, e aí que estaria realmente encrencado.
Deu meia-volta e rumou de volta para a torre da Grifinória, quando...
- Harry!
Laurien Harrington, de robe cor-de-rosa, vinha da direção contrária, e parecia realmente intrigada com o que ele estava fazendo... Harry mentia ou não?
- O que você estava fazendo, Harry?
- Eu... Eu... - o que iria falar?!
- É alguma coisa grave?
- Não, eu...
- Pode confiar em mim... Mesmo diretora da sua casa, fique tranquilo que não vou te dar detenções... Nem vou dizer a ninguém sobre isso...
Harry olhou para a professora, intrigado...
Confie em mim... - disse a professora, os olhos verdes mirando os de Harry,
- Eu... Eu achei que tinha visto algo... Mas estava enganado...
- O que?
- Pensei ter visto Bellatrix Lestrange... Mas acho que estava enganado...
Laurien o mirou com atenção, com uma cara horrorizada.
- Bellatrix Lestrange? - exclamou - Aqui, em Hogwarts?
- Não, eu acho que me enganei...
Ela o olhou, depois para as longas janelas que davam para o jardim, onde viam claramente, de um lado, o Salgueiro Lutador, do outro, as escuras estufas.
- Deve ter sido isso... - disse a professora - Com toda a proteção da escola...
- Foi o que eu pensei... - disse Harry, mas também curioso em saber o que ela fazia lá - Mas... O que a sra. faz aqui?
- Me chame de você - disse, sorrindo - Mas... Ia ao banheiro, o meu está totalmente inutilizável... Acho que Pirraça deve ter dado uma passadinha lá...
Harry sorriu para a professora.
- Bem, então já vou.
- Tchau, Harry.
- Tchau...
Harry tomou o rumo, ainda curioso se seria mesmo aquilo que fez a professora Harrington se levantar ás 2hrs. da manhã...
Entrou pelo buraco do retrato, e subiu as escadarias que iam para o dormitório.
Rony ainda roncava. Deitou-se na cama ao seu lado, e ficou pensando...
Pegou o mapa, e nada de Bellatrix Lestrange. Com toque, murmurou:
- Malfeito feito!
As passagens e os pontinhos foram sumindo, pouco a pouco. Harry pôs o mapa e os óculos de lado, e se deitou.
Mal registrou o pequeno pontinho de Bellatrix Lestrange sair da Sala Precisa...

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