O ataque dos Dementadores



Harry não conseguia dormir. Passara quase a noite inteira pensando, refletindo... Olhou para a janela, e as estrelas brilhavam no céu ainda escuro. Do seu lado, Rony roncava, babando no seu travesseiro, e Neville enfim caíra no sono.
Pôs os óculos, que estava em cima da mesa-de-cabeceira, e pôs as vestes de aula, junto com um roupão por cima.
Desceu as escadas e adiantou as lições para a semana, pois, como iriam prestar seus N.I.E.M.s naquele ano, os professores passaram o maior número de lições possíveis.
Mas não conseguia se concentrar direito. Pensava nos sonhos que tinha toda a noite, e que misteriosamente continuava a se repetir... No longo corredor, na porta, na risada aguda e estridente... Não conseguia se lembrar de onde era, embora tivesse certeza que estivesse lá antes.
De repente, adormeceu. Voava muito alto, indo até onde Dumbledore tinha morrido. Estava imóvel, ao lado do diretor, e uma luz verde perpassou pelos seus olhos, e uma risada aguda e afetada apareceu, e a torre de Astronomia deu lugar ao mesmo corredor que caminhava durante toda a noite. A porta estava entreaberta, e as luzes bruxuleantes dos archotes ao lado da porta davam um ar misterioso às criaturas que ali estavam. Entrou pela porta, e vários vultos negros se voltaram para ele. Podia ver um pano negro rasgado, pela fresta que um deles deixara. Estava tentando se lembrar...
De repente, uma música já conhecida começou a tocar. Uma fênix voava por um céu alaranjado, no fim de um triste por de sol. Era Fawkes, mas... O que ela fazia ali?
De repente, um barulho.
Harry tirara os olhos do pergaminho, onde estava fazendo um relatório de Poções. Havia um grande borrão ali, pois derrubara o tinteiro em cima do trabalho. Apontara a varinha, que estava no bolso das vestes, e murmurara um feitiço, limpando o trabalho.
Olhou em volta. Não havia nenhum sinal de vida ali, mas sabia que alguém o observava...
Harry mirava com atenção os arredores, quando...
- Harry Potter!
Uma vozinha esganiçante e conhecida o chamava, e levou um grande susto. Era...
- Dobby! – exclamou Harry, virando-se para trás. O elfo parecia muito mais abatido desde a última vez que o vira...
Ele caminhou em direção ao garoto, com um grande sorriso no rosto.
- Senhor... Sr. Potter! – exclamou o elfo, para o garoto – Que bom em ver o senhor, senhor!
- Fale mais baixo, Dobby! – exclamou Harry, baixinho – É muito bom ver você, também.
O elfo fez uma cara muito alegre para o garoto, e pulou no sofá. Harry pegou suas coisas bem em tempo.
- Dobby estava fazendo as limpezas de sempre, mas Dobby não imaginava que o senhor estaria aqui, senhor... – exclamou baixinho, sentando-se ao lado do garoto.
- É que não conseguia dormir... E aproveitei para terminar minhas tarefas...
A geada caia fria e inexistente lá fora. O fogo crepitava na lareira.
- Muito frio, não? – perguntou Harry, tentando puxar assunto.
- Muito – disse o elfo – Mas com as meias que o senhor me deu, senhor...
Harry olhara para os pés do elfo. Uma meia diferente da outra, porém as mesmas que dera ao elfo, três anos atrás.
Os olhos de Dobby se encheram de lagrimas, e pulou em cima do garoto, em um grande abraço.
- Nunca conheci alguém como o senhor – disse, voltando ao normal – O senhor foi o maior bruxo que já conheci, senhor! O senhor e Dumbledore... Ele também é um grande bruxo!
- Sim, ele foi... – disse, olhando para o fogo.
- Tenho uma mensagem para o senhor, Sr. Potter – disse Dobby, olhando para Harry. Estava com um papelzinho na mão... Acabara de reparar naquilo, mas... O que seria?
O elfo entregara o papel à Harry, e este fez menção de abrir.
- Não, senhor! – exclamou Dobby, fazendo um pouco de barulho – Ele disse para você abrir sozinho!
Como assim ele?
- O que... – ia dizendo Harry, quando alguém ia descendo as escadas.
- Abra a mensagem sozinho, senhor! – sussurrou Dobby. Ele foi para frente do fogo, e desaparatou.
- Oi, Harry!
Hermione desceu as escadas, e se reuniu ao amigo. Tinha um ar cansado e sonolento.
- Onde está o Rony? – perguntou Hermione, sentando-se junto ao amigo – Ouvi vozes...
- Ah, nada – apressou-se a dizer – Esquece...
- Hum... Está aqui há muito tempo? – perguntou a garota, também abrindo os livros.
- Sim, não consegui dormir... – disse, com um ar cansado – E você?
- Também – disse Hermione, bocejando – E tenho muito que fazer... Vou aproveitar para adiantar minhas lições... Ter aulas e dar aulas ao mesmo tempo, não é para qualquer um...
- Falando nisso – disse Harry, tirando os olhos do fogo e olhando para os da garota – Como você consegue? Quero dizer...
- Ah, Harry! Até você? – exclamou – Estou te falando...
- Oi! – Rony acabara de descer as escadarias. Também estava trocado, e com todo o material.
- Olá – disse Hermione.
- O que vocês estão fazendo? – perguntou, sentando-se ao lado dos amigos.
- Estávamos fazendo os deveres – disse, olhando para o relógio – Mas vou precisar ir ao corujal... Hoje é o aniversário do meu pai, e vou mandar um embrulho para ele... Já volto.
A garota se levantou e saiu pelo Buraco do Retrato.

***

O dia começou a amanhecer, e o sol frio de outubro pairava sobre Hogwarts, e começava a invadir a sala comunal da Grifinória. Os alunos, um por um, ou em grupo, desciam as escadas e iam para o Salão Principal.
Harry pôs o livro de Poções de lado. Tinha acabado a lição, e nada de Hermione voltar.
- Cara, essa menina é maluca – exclamou Rony, fechando o livro de Transfiguração – Fala que volta mais tarde, mas não deu as caras até agora! Faz uma hora e meia que ela saiu...
- Acho que ela já foi tomar café – disse Harry, pondo a mochila das costas e indo para o Buraco do Retrato – Vamos?
Os dois saíram e se dirigiram ao Salão Principal. Harry colocara a varinha no bolso, e lá encontrou o papelzinho. O que faria? Quem quer que seja que o enviou, queria que o abrisse sozinho. Mas será que não podia contar a Rony?
Os dois chegaram ao Salão Principal, e lá encontraram Hermione, que estava conversando com Gina.
- Você não nos falou que já voltava? – exclamou Rony, chagando perto da garota e sentando-se ao lado dela.
- E voltei! Ou não? – murmurou para si mesma.
- Que...
- É que eu estava entrando pelo Buraco do Retrato e achei que vocês já tinham ido para o café. Aí eu fui para o Salão, onde eu encontrei a Gina aqui... Mas não precisam desconfiar de mim! – exclamou, ao ver Harry e Rony se entreolharem.
Os professores, durante a semana, tinham passado varias revisões para os N.I.E.M.s, que não demorariam tanto a acontecer. Explicavam a sua importância, e o quanto eles afetariam seu futuro.
-... Portanto, estudem. Vou dar um teste semana que vem, e quero que estejam preparados – disse a profª. Harrington – Podem ir!
Sexta feira acabara monótona. Os alunos saíam com muito sono, e o tempo não favorecia à vontade de sair dali e se enfiar embaixo dos cobertores.
O dia das Bruxas seria no dia seguinte, mas as preparações já começaram. O professor Flitwick e Hagrid cortavam as enormes abóboras, e as penduravam. Muitos doces com formatos curiosos foram entregues por Hogsmeade, e foram encomendas varias Gemialidades Weasley, diziam os estudantes. Havia um clima de expectativa no ar.
Harry estava tirando as vestes, quando reparou que havia um papelzinho no seu bolso, O mesmo que Dobby havia dado há uns dias.
Verificou se não havia ninguém por perto, e fez menção de abrir. Estava prestes a ler, mas...
- Já está pronto, Harry?
Rony subira as escadas, com as vestes a rigor. Harry fechara o papelzinho imediatamente e o enfiou na gaveta de sua mesa-de-cabeceira.
- Não, ainda estou me trocando – disse, tirando as vestes e pegando as de rigor – A Mione está pronta?
- Não sei – disse, sentando na sua cama.
Harry pôs as vestes e saiu com o amigo do dormitório. Antes de sair, fechou a gaveta.
Mais tarde leria...
Chegando à Sala Comunal, se encontraram com Hermione, e foram para o Grande Salão.
Realmente, a decoração do salão ficara extraordinária. O que eles preparavam no café da manhã e no almoço realmente dera resultado.
Muitos morcegos vivos voavam em cima da cabeça nos colegas, e o banquete e as guloseimas realmente pareciam ótimos... Abóboras enfeitadas com velas dentro davam um ar bruxuleante e sombrio ao salão, mas a noite estrelada iluminava as centenas de alunos nas mesas das Casas.
Sentaram-se próximos aos colegas. Rony já atacando a comida.
- Ah, que bom – exclamou Hermione, sentando-se ao lado de Gina – Não agüentava mais tanta pressão... Realmente, estão passando muitos deveres, e...
- Olha quem fala! – disse Rony, de boca cheia.
- Mas eu tenho que passar! – exclamou a garota, corando – Senão, vocês não iriam bem nos exames, e...
- Ah, qual é – exclamou Rony, cortando-a.
Hermione bufou, e virou-se para Gina, com quem começou a conversar.
Harry olhou para a comida, e a fome lhe bateu forte... Tinha comido pouco durante o almoço, e realmente estava morrendo de fome.
Mas não conseguia pensar em comida naquela hora... Pensava no bilhete que Dobby dera a ele de manhã. Afinal, o que seria? Será que Rony e Mione não podiam saber do bilhete? Nunca escondera nada dos amigos. Pelo menos não daquela importância...
Comeu a comida com gosto, mas depois de uns 15 min. Parou, contemplando o céu estrelado, onde uma névoa começava a pairar sobre o teto encantado.
- O que foi Harry? – perguntou Rony, engolindo o purê de batatas – Você não parece bem...
- Ahm...? Ah, é que estou pensando em algo que aconteceu de manhã...
- O que?
Receava em contar o ocorrido ao amigo. Mas, afinal, o que poderia fazer? Não poderia seguir em frente sozinho, e sabia disso.
- É que Dobby apareceu hoje de manhã lá na sala comunal, e me entregou um bilhete... Um recado de alguém, mas não sei de quem – disse ele, se rendendo a vontade de contar para os amigos o que ocorrera de manhã – Ele disse para não contar para ninguém, mas... Não sei.
- Caracas, que bizarro – sibilou Rony, sombriamente – O que será que é?
- Não sei... Vamos lá ver – disse o garoto, decidido, levantando-se decidido, com Rony.
Hermione, que estivera conversando com Gina, percebeu que os garotos se levantaram.
- Aonde vocês vão? – indagou Hermione, largando os talheres no prato.
- Ahm, vamos ver uma coisa no dormitório – disse Rony, improvisando – Vamos? Já voltamos, Gina – acrescentou, vendo que a irmã se levantava também.
Gina bufou, e recomeçou a comer.
- O que é? – perguntou a garota, baixinho, nos corredores do castelo – O que foi Harry?
Harry explicou muito provisoriamente a visita de Dobby, e do recado misterioso que o elfo o entregara.
- Ah! – exclamou, mas, vendo a expressão dos colegas, diminuiu o volume da voz – Então era o Dobby que eu ouvi hoje de manhã!
O garoto confirmou com a cabeça, ao chegarem perto do retrato da mulher gorda.
- Sangue de Unicórnio – disse Hermione.
- Mas... O que você acha que é, Harry? – perguntou Hermione, acompanhando o passo dos garotos, que subiam as escadas em caracol.
Harry não respondeu. Estava com uma angústia enorme no peito. Sentia uma vontade imensa de saber o que continha naquele papel, e quem o mandara... Eles correram para o dormitório, e Harry apanhou o bilhete, que estava na gaveta de sua mesa-de-cabeceira.
Eles desceram para a sala comunal, perto da lareira, e Harry abriu o bilhete.
- Primeiro, quero que vocês não contem a ninguém isso, OK? – perguntou, fechando o bilhete.
Os garotos concordaram. Harry reabrira a mensagem. Eles se aproximaram para ler o que estava escrito. Leram a primeira linha, quando um grito cortou a noite.
Harry fechou o papel, e instintivamente puxou a varinha.
- O que foi aquilo? – exclamou Hermione horrorizada.
- Alguém foi atacado – sibilou Harry –... Venham!
Eles saíram correndo da sala comunal, indo para um corredor deserto, onde escutaram o grito. Harry ia à frente, o coração palpitando muito forte...
De repente, uma fumaça começou a sair da boca de Harry... E o tempo que antes estava normal, passou para um frio cortante. As velas que acompanhavam o corredor começaram a se apagar, uma por uma, em direção a eles. Hermione segurou nas vestes de Rony, que soltara um gemido, baixinho.
“Eles não podem estar aqui”...
As vidraças, uma por uma, se enrijeceram de frio, até os garotos. De repente, elas se estilhaçaram.
- Ah, meu Deus – exclamou Rony – O que tá acontecendo?!
”Simplesmente não podem”...
As estrelas do céu, que outrora estivera iluminado, começaram a se apagar, e vultos negros começaram a deslizar em direção ao castelo.
“Ou podem...?”...
- São eles – exclamou Harry, com a voz fraca.
- HARRY!
Gina estava no fim do corredor, caída no chão, tremendo dos pés à cabeça... O rosto estava marcado com uma expressão de horror. Vários Dementadores se aproximavam dela, lentamente...
- Deixem ela em paz! – gritou Harry inutilmente às criaturas.
- O que vamos fazer?! – exclamou Rony para Harry e Hermione – Eles não podem pegar minha irmã!
Um dos Dementadores esticara a mão para a garota. Ela soltou um outro grito.
Harry se perguntava por que ninguém chegara ainda. Como não podiam ter percebido, como?!
De repente, os amigos também soltaram uma exclamação. Dois Dementadores pegara os dois, afastando-os de Harry.
O coração de Harry parecia querer sair pela boca. Queria gritar por ajuda, para qualquer pessoa... Mas estava sozinho.
Queria ver todos juntos, com ele novamente...
- Expecto Patronum!
Harry apontara a varinha para Gina, mas somente um fiapinho saíra dela. Não fora suficiente...
Não poderia perder os amigos, simplesmente não podia...
- Expecto Patronum!
Outra vez, o Patrono não funcionara. Um vulto negro veio, rapidamente, em direção à ele. Não tinha mais forças, tombara no chão. Sentia o joelho latejar de dor, mas precisava sair de lá... Precisava salvar eles...
“Deixe-os aí”.
Uma voz em sua cabeça, fria e sombria, ordenara ao garoto, e sua cicatriz começou a arder em fogo. Caíra de quatro no chão frio de mármore.
“Deixe-os aí e vá embora” – ordenou, novamente, a voz. Sua cicatriz ardia como nunca, tentava lutar contra a voz que repetidamente ouvia, além da vontade de desmaiar. Precisava salvar os amigos.
- Expecto... Expecto Patronum!
Nada. A voz ordenava varias e varias vezes a mesma coisa, cada vez mais alto. De repente, uma voz feminina cortou o ar frio da noite...
“Me leve no lugar dele, mas não mate o Harry”.
“Saia da frente, sua tola. Você não precisa morrer, quero o garoto!”
Estava ouvindo sua mãe, prestes a ser morta por Voldemort. Sentia-se extremamente exausto, queria mais do que nunca ir embora dali. Mas não podia deixar os amigos ali, em perigo.
Olhara para os lados, Rony e Hermione estavam desacordados, e Gina chorava em silêncio.
“Não, por favor...”.
“Saia logo!”.
“NÃO!”
“Avada Kedavra!”
Estava insuportável. Queria muito que tudo acabasse. Reuniu forças, e se levantou. Outro Dementador se aproximava dele...
- Expecto...!
“Harry!”
- EXPECTO PATRONUM!!!
O grande veado prateado irrompeu de sua varinha, iluminando o lugar. Afastava os Dementadores como fumaça... Uma barreira foi lançada entre eles e os Dementadores. Gina estava desacordada, no outro canto do corredor.
Mas, nas sombras, Harry viu um Dementador segurar Gina pelos braços, e a levar para algum lugar nas sombras.
- NÃO!!! Gina!
O veado desaparecera, deixando-os completamente às escuras. Com o coração palpitando, Harry começou a correr para o lugar em que a garota sumira, quando, na sua frente, um Dementador aparecera, sua boca visivelmente aberta por baixo do capuz... Sentia-se como se nunca mais fosse feliz em sua vida, como se nunca mais pudesse ver Rony e Hermione... Que nunca mais pudesse ver a Gina...
Sentiu seu peso cair, lentamente, para o chão. Não tinha noção de nada, quando, de repente... Tudo estava às escuras. Escutava vozes e murmúrios.
Abria os olhos, lentamente. Havia varias pessoas ao seu redor, inclusive Laurien, que tentava acordar o garoto.
- Harry... Harry, o que aconteceu? – exclamou a professora, horrorizada.
- Harry! Você está bem?!
A voz de Hermione começou a aparecer entre as pessoas, e a garota, vendo que ele estava bem, abraçou-o e começou a chorar. Estava com um corte feio na testa, e parecia muito assustada.
- Onde está o Rony? – perguntou, com a mão na cicatriz, que doía muito.
- O Rony está bem... Está na ala hospitalar, quebrou o braço quando caímos. Agora, a Gina...
Esquecera-se completamente da garota.
- A Gina?! E ela, está bem?! – exclamou o garoto, com medo da resposta...
- Ninguém a encontrou, Harry...
- Como assim, não a encontraram?! – exclamou, sentando-se e pondo os óculos. Tentou se levantar, mas não conseguia. Aparentemente, tinha quebrado a perna. A cabeça estava sangrando muito. Tombou de novo no chão.
- Ela não está aqui – disse Hermione, tremula.
O mundo pareceu desabar sobre Harry. Eles não podiam ter pegado ela... Tinha uma vontade imensa de chorar, mas as lágrimas não saiam... Queria dizer alguma coisa, pedir por ajuda, ir atrás dela... Mas não saiam palavras de sua boca, tampouco conseguia se mexer.
Olhou para o papelzinho, esquecido e amarrotado no chão frio do corredor. Tinha que tirar aquele peso horrível do peito. Sem olhar para as pessoas, sem sequer escuta-las, se arrastou até ele, e, no desespero, o abrira.
Encima do papelzinho de pergaminho, antigo, estava escrito uma mensagem. Na realidade, não era bem uma mensagem. Em uma caligrafia bonita, escrita em letras pequenas e finas, estava:

Um pássaro magnífico, a Fênix.
Capaz de se regenerar, irrompendo em chamas
Ressurgindo das cinzas, novamente jovem.
Possuí um canto mágico, que aumente a coragem dos puros de coração e atemorize os impuros de coração.

Logo abaixo da mensagem, estava a mesma imagem que vira em sonho, dias atrás: uma fênix, vermelha com garras douradas, voava imponentemente por um céu alaranjado, em um por de sol triste e infeliz. Vales e colinas podiam ser vistos atrás do enorme pássaro, envoltos por uma neblina fria e sombria. Não se sabia se cantava triste ou feliz.
Harry não sabia o que era aquela mensagem, nem o seu significado. Não sabia que o mandara o desenho, nem o significava aquela enorme Fênix.
A aglomeração de pessoas em volta, as pessoas gritando umas com as outras, apontando e exclamando o nome de Harry, correndo para ver o que estava acontecendo... Tudo, nada daquilo importava mais. Aquela triste cena, que nunca se apagara de sua mente, ia fugindo, dando lugar a um silencio mortificante.
Estava apavorado. Não sabia o que fazer, nem sabia o que aconteceria com Gina. Não sabia onde estava, e nem o porque. Só tinha certeza de uma coisa: não a deixaria morrer, não a perderia como perdera seus pais, Sirius e Dumbledore.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.