A dúvida






No dia seguinte, Harry recebeu a seguinte nota no café da manhã:

Querido Harry:

Não se preocupe, Dumbledore nos contou tudo, mesmo que fosse difícil acreditar na sua viagem no tempo. Fico feliz que eles conseguiram salvar você. Remus te manda lembranças.

Eu saí do vale a um tempo para o norte, procurando Rabicho. Consegui pistas de que ele se encontra próximo dos lagos escoceses, de onde estou escrevendo para você nesse momento, quero pegá-lo para provar minha inocência. Quero ver você e a Rony na próxima ida de vocêa para Hogsmeade. Nos reuniremos você sabe onde. Não levem Mione.

Sírius.

P.S: Quando for responder, ponha a data da visita.

Rony, que estava lendo a carta com Harry, levantou e foi olhar o mural de anúncios no Grande Salão. Voltou rapidamente e disse para Harry:

-É nesse fim de semana.

-Tudo bem, lhe responderei. – Escreveu uma carta que colocou na pata de Edwiges.

A carta era bem corta e dizia o seguinte:

Sírius:

Tudo bem por aqui, a próxima visita é nesse sábado.

Harry.

-Por que ele não quer que nós levemos Mione? – perguntou Rony

-Não sei. – concluiu Harry, enquanto sua coruja saia.

Naquela noite, Dumbledore mandou o chamarem em seu escritório. Contou-lhe que Sírius havia lhe escrito também. E lhe autorizou para ir a Hogsmeade nesse fim de semana. A professora Mc Gonnagall o deixaria nas proximidades do povoado. Os dias se passavam lentamente até o sábado. Apesar de estarem no inverno, o Sol brilhava e a pouca neve que caiu já havia derretido. Um sinal de que a primavera estava chegando e que o ano começara seco demais. Harry, Rony, Mione (Gina decidira ficar no castelo) e a professora passeavam pelas ruas do povoado. Deixaram Mione em uma biblioteca (Oh, que novidade!) e a professora os levou até a saída, onde um cão os esperava e eles logo o reconheceram.

-Sírius!

-Boa sorte Potter, Weasley. – disse a professora Mc Gonnagall e num inesperado gesto de jovialidade lhes piscou um olho. (Eu, o tradutor, não esperava isso mesmo, nem consigo imaginar a cena.) Depois, como se estivesse arrependida, deu meia volta e desapareceu. O cão confirmou com a cabeça sem dizer uma palavra (Dãã! Cães não falam, é óbvio!) e os conduziu a mesma caverna que conheceram no ano anterior. O cão se transformou em um homem alto e magro em um estalar de dedos.

Sírius estava tão fraco quanto no terceiro ano de Harry.

-Como vão garotos? – ele começou – Passou muito tempo desde a última vez em que nos vimos. Remus queria vir também, mas não pôde.

Até sua voz estava diferente, até com o cara do terceiro ou do quarto ano de Harry, ela soava entre deprimida e afogada. Harry olhou com pena seu padrinho, mas perguntou:

-Bem, tem alguma razão especial para que você tenha nos chamado aqui?

-Várias – respondeu Sírius – mas primeiro. É verdade que terá um baile em Hogwarts? – Harry e Rony confirmaram com a cabeça – Já tem um par?

Os dois negaram com a cabeça. Sírius suspirou:

-Ah, que pena.

-É... Sírius... – começou Harry

-Sim?

-Olha, é que Remus... Quando viu a professora Poly, ele a cumprimentou como se eles se conhecessem por toda a vida, mas ela foi muito fria com ele, o que aconteceu?

-Como disse que ela se chama? Laura Poly?

-Sim.

-Ok, mas eu não queria contar isso a vocês. Laura Poly e Remus foram amigos durante toda a vida. Mais ou menos no quinto ano, a coisa deixou de ser mais do que uma simples amizade. Os anos se passaram e ao terminar os estudos, Remus pediu a Laura em casamento. O problema foi quando ela descobriu que ele era um lobisomem. Não por descriminá-lo – disse ele rapidamente ao ver a cara de Harry – mas bem furiosa porque ele mentiu durante todos estes anos e ela terminou com ele. Remus não a viu até agora, Acho que ele pensou que ainda poderia recuperá-lá.

-É triste. – concluiu Harry

-Muito. Falemos de algo positivo – Disse mudando de tema logo, como se lembrasse de algo – Como vai o Quadribol?

-Ah Harry! Com tanta coisa acontecendo, eu esqueci de dizer as novidades! Primeiro: Sou o novo goleiro da Grifinória! – exclamou Rony orgulhoso de si mesmo.

-Uau! – exclamaram Harry e Sirius em uníssono.

-Segundo: Os batedores são Colin e Dennis Creevey! E são tão bons quanto meus irmãos. – disse ele. – terceiro: As artilheiras desse ano são: Gina, Carla Winslet, esta do terceiro ano e Mary Collins, do sétimo, era a melhor para o posto, mas no próximo ano teremos que trocá-lá. Pena.

-E apanhador? – perguntou Harry, meio preocupado. Temia que houvessem o substituído. Rony respondeu meio cabisbaixo.

-Não encontramos ninguém que igual a você Harry, Simas se ofereceu, mas disse que seria até que você voltasse. Perdemos a primeira partida: Grifinória contra Corvinal por cinqüenta pontos, o apanhador novo da Corvinal não é grande coisa, a Chang era melhor que ele. Ah! E deixei o melhor para o final! Adivinha quem será o novo capitão...

-Você? – perguntou Harry

-Não, você – disse Rony – Mc Gonnagall disse que eu comandaria a equipe até seu retorno.

-Parabéns! – se manifestou Sirius – Seu pai também foi capitão e apanhador. Ficaria orgulhoso de você.

Harry se sentiu um pouco estranho. Ele? Capitão da equipe como o seu pai?

-Não sei se estarei preparado...

-Claro que sim! – respondeu Rony – De três temporadas que você jogou, só perdeu uma partida. Nem meu irmão Carlinhos pode dizer isso.

-Quiando será a próxima partida.

-Daqui a um mês. Devia ser antes, mas atrasou.

-E é melhor que você – comentou Sirius – comece a treinar logo a equipe. São todos novatos – Olhou o relógio e exclamou – É tarde! Devem retornar a escola agora se quiserem chegar lá antes do anoitecer.

Sírius os acompanhou até um certo ponto do caminho para Hogsmeade em forma de cão, Antes de entrarem no povoado, Sirius se transformou em homem.

-Harry, espere! Tem algo mais... – sua voz soava como se custasse dizer as palavras – Sua mãe me confiou... Alguns documentos... Não os tenho aqui, estão em um quarto secreto nas masmorras...

-Harry! Vamos! – gritou Rony, que estava longe deles.

-Espera, eu te direi na próxima visita a Hogsmeade. Vá ou alguém me verá.

-Adeus Sírius!

-Adeus Harry!

Sirius voltou a ser tornar um cão e dando a volta, sumiu na floresta.

-O que ele queria te dizer? – Perguntou Rony, Harry já havia o alcançado.

Por alguma razão e um pouco de bom senso, Harry não quis contar a Rony o que seu padrinho havia lhe confiado, de modo que respondeu com um sorriso forçado.

-Nada demais! Só um conselho de como lidar com garotas.

-Por que não me disse também? – se lamentou Rony – Acho que nós precisamos né? Não tenho ninguém ainda com quem ir ao baile.

-Não.

-Devemos nos apressar, falta só uma semana.

-A... Acho que hoje lhe direi... – pensou Harry em voz alta, esquecendo de quem estava com ele.

-A quem? – Rony perguntou curioso.

-Não tem importância. – se apressou em dizer Harry.

Continuaram caminhando pelos terrenos de Hogwarts e Rony entrou no castelo, Harry ficou do lado de fora, com a desculpa de dar uma volta, esfriar a cabeça. (Mesmo que estivesse exaustissimo)

Sentou-se em um banco para descansar e uma imagem veio em sua mente, no começo meio borrada, começou a ficar cada vez mais nítida e clara. Nada a ver com Voldemort ou seus comensais. Uma figura linda ao entardecer, sentada na margem de um lago, vestida de branco entre as flores. E essa figura tinha cabelos vermelhos e longos.

Harry fez um gesto com as mãos para fazero pensamento se esvair. Ele se descobriu pensando assim várias vezes durante o dia. (Isso lembra a mim, o tradutor, o trecho de uma música do Charlie Brown Júnior: “Eu me flagrei pensando em você; Em tudo que eu queria te dizer...” da música Proibida pra Mim) E no começo não queria aceitar, mas acabou compreendendo seus sentimentos... Ele se dirigiu até as margens do lago, entre as flores. Sim, ali estava Gina. Se aproximou:

-Gina?

Gina se virou e ficou muito vermelha ao ver Harry. Com ele presente, ela lembrava com mais claridade de tudo que havia dito a ele antes dele ir a Humstall. E não falou com ele desde então, desde que ele voltou.

-Sim? – respondeu ela com um pingo de emoção na voz.

-Você... Você quer ir ao baile comigo? – e como num passe de mágica, a língua dele não travou ao falar.

Gina olhou surpresa, com os olhos bem abertos. Harry interpretou mal esse gesto e disse rapidamente:

-Bem... Se não quiser...

-Claro que sim!

-Bem... Então... O que você diz então.

-Que é claro que quero ir contigo.

Harry a abraçou, queria beijá-la... Apenas mais uns centímetros... Mas escutou uns passos atrás dele e se deu conta de que alguém os observava.

-Ei! Harry!

Harry se voltou, bem avermelhado. Hagrid havia presenciado toda a cena

-Bem... Te verei logo Gina...

-Adeus. – ela disse, ainda sem acreditar na própria sorte.

Harry encarou Hagrid.

-O que você faz aqui? – cochichou ele bem incomodado.

-Meu trabalho. – respondeu Hagrid alegremente – Ou não se lembra?

-É claro que me lembro, mas...

-Fica calmo, não direi nada a ninguém.

-Obrigado Hagrid.

-Ah, isso não será problema. Mas melhor entrar para o jantar; O clima não está bom para andar aqui fora nesta hora – lhe disse piscando um olho.

Harry entrou no castelo. No jantar ninguém falou muito; Pois Rony e Hermione brigaram mais uma vez e Harry não sabia o por que.

Uma vez na cama, começou a pensar. O primeiro pensamento que veio; foi de que o dia não foi tão ruim assim, na verdade o dia foi ótimo. Mas outro veio logo depois, sendo este mais urgente que ocupou sua mente: O que Sirius quis dizer com “Documentos”? De sua mãe? Seria num desses cofres que havia visto no quarto secreto? Não podia dormir, então decidiu mandar uma coruja para perguntar a Sirius por escrito.

Se levantou com a capa da invisibilidade e depois de enviar Pichi com o bilhete, desceu as escadas e ao passar em frente ao escritório da professora Mc Gonnagall; no lado da Sala Comunal, ouviu vozes discutindo:

-Harry! – e ao ouvir seu nome, o próprio Harry tossiu – não pode seber! Sabe o choque que ele teria Alvo?

-Um motivo a mais Minerva, para lhe dizer o quanto antes. Coisas assim não podem ficar escondidas, porque ela é a mãe dele.

-Alvo! Sinto pena do pobre garoto! Como soube?

-Sírius Black. Em sua última coruja, ele me disse que o testamento de Lílian mencionava certos papéis e bilhetes sobre seu passado que queria manter escondidos até que chegasse a hora certa. Mas não especificava nada mais. Só dizia que estavam escondidos em algum lugar de Hogwarts. Procurei por todos os cantos até que me veio a idéia de procurar na Câmara de Merlin, já sabe que ela está cheia de pequenos cofres com chave. Eles tinham um feitiço antiabridor; Tive que abrir o que tinha a etiqueta “Lílian Evans”.

“Evans?” Pensou Harry “Esse era o sobrenome de solteira de mamãe?”.

-E – continuou Mc Gonnagall – O que exatamente eram esses papéis?

-Um diário de vida... Espere! Não, não tem importância, acho que alguém já escutou demais – disse ele provavelmente se referindo a Harry – Vamos dormir Minerva. São quase duas horas da manhã.

-Uma última pergunta. – disse Minerva, como se tivesse entendido o que Dumbledore queria dizer – Onde estão esses papéis?

-Eu os confiei a Filch – disse Dumbledore olhando para onde Harry estava – Não os deixei em meu escritório; gente demais sabe a senha.

-Certo, boa noite Alvo.

-Boa noite Minerva.

De repente, no meio de toda confusão e dúvidas que haviam lhe causado a conversa; Harry lembrou que Dumbledore já ia sair e também lembrou que ele podia ver através de capas da invisibilidade, como foi provado no primeiro ano.

Ele saiu, diríamos numa expressão bem brasileira, avuando e rapidamente disse a senha para a Mulher Gorda, que reclamou da hora que a chamavam e na mesma velocidade na Sala Comunal e sibiu para o quarto. Pensou inicialmente em contar a Rony todo que havia escutado, mas depois decidiu que este era um assunto de interesse somente dele. Não conseguia dormir, só conseguiu quando jurou para sim mesmo que na noite seguinte iria até a sala de Filch, para ver se conseguia achar o diário.

No dia seguinte o corpo de Harry estava todo dolorido (O que aconteceu Harry? – perguntou Gina, preocupada na manhã. – Nada não, apenas dormi um pouco mal, até mais! – dissera ele se despedindo, dando um beijo na buchecha de Gina, que corou) e ele não podoa se concentrar em nada do que fazia. Só tinha uma coisa em sua mente: O diário de sua mãe.

-Mas isso é muito fácil! – disse Rony, assombrado de que Harry não conseguia transformar o gato em corvo; na aula de Transfiguração.

-Tenho outras coisas em mente, além do mais – respondeu Harry num tom sarcástico – Não é Mione que geralmente diz: “Mas isso é muito fácil!”?

-Não é verdade! – respondeu Rony, ficando vermelho – Ela não é assim, ela... – ele tapou a boca com as mãos.

-Ela o que? – perguntou Mione, que estava trabalhando com Neville.

-Nada. – responderam Harry e Rony em uníssono.

Nessa noite, Harry pôs a capa da invisibilidade e saiu com todo o cuidado da Sala Comunal. Foi até a sala de Filch, que estava vazia. (Filch e sua gata mala sem alça estavam rondando, Harry viu isso quando checou o Mapa do Maroto “Eu juro solenemente não fazer nada de bom!” Pensou ele ao terminar a frase) Procurou no armário e não achou nada. Em um caixote, nos arquivos e nas três caixas abertas na sala. Viu que a quarta caixa não abria normalmente. Pegou a varinha e murmurou Alohomora e não abria do mesmo jeito. Tentou forçar a fechadura com um pé-de-cabra, que estava apoiado em uma coluna e a caixa abriu. Ali se encontrava um caderninho (Um diário pra ser mais preciso) encapado em vermelho e seu título estava escrito em letras prateadas: “Diário Secreto de Lílian Evans” Pegou e guardou o caderno, deixou o resto no lugar, fechou a caixa com cuidado e saiu da dala, desviando por um fio do zelador, enquanto Madame Nor-r-ra olhou onde Harry estava, como se suspeitasse de algo.

Quando Harry voltou a Sala Comunal, escolheu uma poltrona próxima da lareira (O fogo sempre estava aceso) e usando um Alohomora, ele abriu o diário.

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