Crescendo (betado)



N/A: O início tá ruim, mas eu acho que isso é uma sina da qual eu não consigo escapar....mas na minha sincera opinião esse capítulo ainda se salva...basta que vocês tenham paciencia pra ler até o final...
Boa leitura aos corajosos....






Cap.1..Crescendo

Rua dos Alfeneiros, Little Whinging, um respeitado bairro trouxa. Habitantes pacatos, gramados bem cuidados, casas produzidas em série e carros rigorosamente lustrados em cada garagem, toda essa normalidade só era quebrada por um garoto no menor quarto do número 4. Definitivamente aquele não era um garoto normal, pelo menos não de acordo com os rigorosos padrões normalidade que eram estabelecidos. Tudo nele era espantosamente anormal e reprovável, seus cabelos bagunçados, roupa largas, seus incríveis olhos verdes e além de tudo sua cicatriz era o mais peculiar, era o que contrariava toda a normalidade. Na testa entre os cabelos era possível se ver uma cicatriz fina, em forma de raio.

Ali naquele bairro trouxa ele era problemático, no mundo bruxo ele era Harry Potter o menino que sobreviveu e o possível escolhido...

Fazia uma semana que ele havia voltado ao nº. 4, a tão odiada casa dos tios, na qual ele nunca havia sido bem recebido. Desde de que chegara a família Dursley o ignorava por completo, fato que harry agradecia infinitamente. Porem apesar da suposta calmaria ele duvidava que conseguiria se controlar por muito tempo; e esquecendo-se que não podia fazer magia fora da escola, transformando seus tios e seu insuportável primo Duda em vermes dos mais nojentos e asquerosos.

Harry estava com a cabeça apoiada no vidro frio da janela fixando um ponto qualquer no horizonte na tentativa de diminuir sua dor de cabeça, com a qual já se acostumava. Parecia que Voldemort não parava de pensar e torturar seus servos por um segundo sequer, como ele conseguiria derrotar alguém assim num duelo? Pior, como conseguiria matá-lo?

Foi em meio a esses e muitos outros pensamentos distorcidos e desconexos que ele ouviu um pequeno estalo vindo do meio de seu quarto, por instinto ele se virou, já com a varinha em punho dando de cara com uma bela ave de plumagem rubra e dourada, porte elegante e no olhar um brilho de carinho e saudade...

-Fawkes... o que você ta fazendo aqui?_ questionou surpreso...
A única resposta da ave foi um pio baixo ao esticar sua pata. Era um pergaminho, ou melhor, uma carta de Dumbledore mal Harry retirou o pergaminho de sua pata, a fênix já tinha desaparecido. Harry se surpreendeu mais uma vez, afinal fazia uma semana que não recebia cartas nem de Rony e Hermione, seus melhores amigos, provavelmente proibidos de escrever-lhe por questões de segurança, e agora era o próprio Dumbledore quem lhe escrevera, enviando a carta por Fawkes. Sem perder tempo Harry já lia o pergaminho.

“Harry,
Esteja pronto, irão te buscar amanhã às 10:00 hs.
Tomei a liberdade de planejar as suas férias. Te explico melhor quando nos encontrarmos.Descanse.
Alvo Dumbledore.

PS.: a senha é tio Dumby.”


-Hãn... o que deu nele?
Estava pasmo, só entendera a parte que dizia que ele sairia da Rua dos Alfaneiros no dia seguinte o resto, era resto. Se não tivesse sido Fawkes a lhe trazer a “carta” ele pensaria que aquilo era uma brincadeira. Apesar daquela ser a caligrafia do sábio diretor e não se encontrar em um momento próprio para brincadeiras. Só lhe restava arrumar suas coisas e estar pronto no dia seguinte às 10:00hs.

Foi sob pios indignados de Edwiges presa na gaiola que fechava seu malão e a campainha tocou, o estranho é que seu tio Valter ainda não começara a gritar e sim sua tia, algo como uma garota procurando Duda. Aquilo não era normal, seu primo mais parecia um porco, não que um dia tivesse deixado de parecer, mas agora mantinha a papada quíntupla e graças ao regime forçado estava mais corpulento que de costume, porém para a tristeza de sua tia mantinha-se enormemente gordo.

Com as sobrancelhas franzidas e uma curiosidade repentina resolveu descer para espiar.

Não tinha nem terminado de descer os degraus e viu parada no hall de entrada uma garota morena, de cabelos negros e compridos que contrastavam com seus olhos azuis juntamente com a roupa que usava, toda preta. Mal a viu e ela já tinha os olhos pregados nele, ou melhor, na sua cicatriz.

-Você estava me procurando?_perguntou Duda,
Aparentemente ele tinha acabado de sair da cozinha, com uma cara assustadoramente alegre acentuando ainda mais sua aparência com um porco.

-Ahn... eh, na verdade não, eu to procurando ele_ ela parecia encabulada porém decidida quando apontou pra Harry_ você é o Harry Potter, não é?

-Sou, mas porque?_ele já estava na sala e não entendia nada, além dos olhares mortais do primo.

-Ah... é que o tio Dumby, me mando aqui pra te buscar, o Lupin e o Moody estão lá fora.

-Tio Dumby?

-Dumbledore! _ explicou ela impaciente _ vai fica aí o dia inteiro ou vai buscar as suas coisas?_ela já estava ficando impaciente. Também com Duda a seu lado fazendo uma cara de maluco psicopata que daria medo até em um hipogrifo, ou melhor, nojo.

-Já volto _ respondeu já se virando.

Rapidamente pegou seu malão e a gaiola de Edwiges, mas quando desceu viu seus tios lançando olhares furtivos a garota e a Duda que não parava de falar e a garota por sua vez estava com uma hilariante cara de “me tira daqui”.

-Pronto_ disse chegando à sala.

-Até que enfim, vamos?_ ela correu até Harry com cara de quem implora por um sim, já pegando a gaiola.

-Ok...ahn, tchau pra vocês_ se dirigindo à “família”.

Valter e Petúnia nem responderam foram direto pra cozinha porem Duda continuou ali encarando a garota.

-Priminho, da próxima vez, chame mais amigas suas pra virem aqui. _ falou ele

-Harry, estão esperando_ disse com urgência na voz, mas Harry viu um fraco lampejo de luz vindo não se sabe de onde.

Na mesma hora o cabelo de Duda ficava verde limão com pontos pink!

Harry precisou de todo seu autocontrole pra não rir, ou melhor, gargalhar.

-Tchau Duda_ disse sem perder tempo.

Quando saiu da casa tinha lágrimas nos olhos e não agüentou, começou a gargalhar acompanhado da garota.

-Do que estão rindo?_era Lupin e estava encostado em um carro do ministério.

- Sinto muito Lupin, mas eu não agüentei _ disse ela como quem pede desculpas.

-Senhorita Loryen, o que a srta. aprontou dessa vez?

-Moody, pára de me chamar de srta. Loryen! Não tem nada mais brega.

- Por falar nisso, qual o seu nome?_ perguntou Harry se tocando que não sabia o nome de sua acompanhante.

-Foi mal Harry, meu nome é Ania d’Loryen _ ele notou que ela empinou o nariz nessa parte, aquele sobrenome não lhe era estranho_ mas pode me chamar de Ania._ completou com um sorriso encantador.

Duas horas de viagem, graças ao engarrafamento de uma das vias principais...mais um tempo perdido no caldeirão furado e uma lareira...

Quando chegou, ainda no saguão principal pôde divisar por uma das janelas labaredas enormes ao que tudo indicava o dragão que “guardava” ao castelo no qual se encontrava tinha tido uma crise de saudades de uma tal de Samantha d’Loryen.

Nada de perguntas, um jantar silencioso com alguns integrantes da Ordem e ali estava ele novamente, prestes a encarar quem na sua opinião, apesar dos erros, era o maior bruxo que já existiu.

- Entre Harry._ reconheceu a voz imediatamente, porque ele ainda se surpreendia?

Encarando pela última vez o brasão a sua frente empurrou a pesada porta de mogno do que Ania dissera ser o escritório.

O que viu a seguir foi uma sala extremamente confortável com poltronas e sofás a um canto, uma das paredes era uma estante cheia de livros, as paredes visíveis entre os quadros, retratos de bruxos com aparência aristocrática, eram pintadas de branco e logo à frente da porta onde ele estava postado à cerca de uns quatro metros de distância, uma mesa de mogno escuro com duas poltronas vermelhas à frente e logo atrás da mesa, Dumbledore, não existia uma parede atrás dele e sim uma enorme janela, nos cantos as cortinas de um vivo e impecável vermelho esvoaçavam, uma noite fresca de verão, mas sabia que aquela paz não duraria muito...

“Alguém nesse lugar gosta mesmo de livros”, não pode deixar de pensar quando passou pela estante abarrotada pelos mais variados títulos.

Sentou-se na poltrona indicada por Dumbledore, ávido por respostas...

-Como tem estado Harry?

-Quer a verdade?_ perguntou com sarcasmo na voz e tendo a confirmação a sua pergunta com um simples olhar do velho bruxo continuou sem tanto sarcasmo_ entediado, irritado, frustrado, cansado e até mesmo confuso... e ainda tem momentos em que eu consigo me desligar e simplesmente esvaziar a mente... mas falando de coisas importantes...o que o cara de cobra tem planejado? O profeta diário não noticia muita coisa e tive a vaga impressão de que algumas notícias “incomuns” que tem aparecido nos jornais trouxas têm o dedo podre dele, ‘to certo? _ despejou tudo de uma vez.

Notando a indisposição e a frieza do jovem que tinha a sua frente Dumbledore achou melhor ir direto ao ponto...

-Seqüestros, mortes, ataques, são vidas, mas se formos levar em conta o estrago que ele ainda pode fazer, eu diria que ele mal começou embora já tenha dado dor de cabeça, não é?

-Ossos do ofício professor, já estou acostumado..._ nessa hora o cadarço do seu tênis pareceu muito interessante_ poderia parar de tentar ver o que se passa na minha mente?_ perguntou sem nenhum tom agressivo ou acusador_ Isso incomoda._ completou, agora encarando o bruxo a sua frente.

Com um meio sorriso no rosto Dumbledore continuou.

-A última informação que tive é que ele continua se fortalecendo, procurando aliados, está “firmando” alianças perigosas, Harry. Além é claro de estar fazendo planos, aparentemente está havendo uma onda de seqüestros de trouxas importantes, mas a marca negra não aparece em lugar nenhum_ a nota de frustração só aumentava, a luz fraca da lua cheia destacava as rugas de preocupado e acentuava, ainda mais, como se fosse possível o cansaço estampado em cada parte do rosto de Dumbledore.

-Esse silêncio é perigoso, não?

-Muito Harry, felizmente nosso lado tem conseguido aliados na mesma proporção que Voldemort... as coisas parecem ter ficado mais fáceis desde que o ministério aceitou a verdade...

-Desde que Fudge resolveu parar de nos taxar de loucos, não é?

-Sim Harry, e... Como você está desde a morte de Sirius?

-Tenho outra solução a não ser aceitar?_ disse friamente...ainda se culpava, talvez fosse por isso que começara a praticar oclumência, sozinho com um livro que encomendara na Floreios e Borrões...

-O melhor conselho que tenho a lhe dar Harry é que não se permita dominar pelo ódio...

-Não é ódio...é simplesmente apatia e inutilidade. _ respondeu ele com siseridade.

Um minuto foi o que Dumbledore deu à Harry pra se preocupar com seus próprios pensamentos, nada mais do que isso, tinha muito o que falar e pouco tempo pra que aquele jovem que, de longe ele viu crescer, assimilasse, entendesse...

-Harry...

-Não se preocupe professor, eu sei, é preciso lutar, eu nunca fugi e agora mais do que nunca, quando Voldemort resolver atacar eu vou provar que mereço pertencer a grifinória._ até aquele momento ele olhava para o chão, mas quando ergueu a cabeça Dumbledore chegou a se assustar com o brilho daqueles orbes verdes, sentiu pena de Voldemort._ pelos meus pais, por Sirius, por aqueles que amo e até por aqueles que não conheço e que sei que merecem viver, vou morrer tentando professor, mas Voldemort terá o que merece.

Dumbledore suspirou, ele estava pronto, só esperava não ter tomado outra decisão errada, enviando-o para a morte.

-Harry, com a morte de Sirius você se tornou seu herdeiro, vai passar por uma audiência para leitura do testamento que deve acontecer no final das férias, mas por enquanto Harry, quero que passe por um treinamento. Consegui um tipo de professor particular pra você, foi muito difícil convencê-lo e se você quer mesmo ficar mais forte peço que se esforce, até hoje só uma pessoa teve fibra pra completar o treinamento desse professor e garanto que muitos tentaram.

“Então era isso que ele quis dizer com planejei suas férias...”.

-Como é esse treinamento?

-O nome do professor é Zairus, uma das pessoas mais sábias que conheço, te ensinará feitiços úteis e poderosos, como destruir seres das trevas, autocontrole e se não me engano luta com espadas, enfim vai te passar todo o conhecimento útil que ele tem. Se estiver disposto a passar por isso, enquanto aqui se passam duas semanas, no lugar onde você treinará, se passarão dois anos, lá o tempo passa de uma maneira diferente, porque lá tempo não tem importância.

-Que lugar é esse?_ aquilo estava ficando interessante.

-É um tipo de fenda Harry, não há como dizer a localização exata ou o espaço que ocupa. Simplesmente existe, só se chega lá por chave de portal e ainda assim é necessário um grande esforço mágico.

-Certo.

- Harry, tenho que reforçar o que disse, você terá que se esforçar e se dedicar a esse treinamento Zairus não é uma pessoa fácil, ele é exigente, arrogante, frio e calculista, você terá que dar o possível e o impossível. Aquele lugar pode ser tido como amaldiçoado, sobreviver já é muito_ ele tinha urgência e medo na voz.

-Depois desse treinamento terei chances contra Voldemort?

-Espero que sim Harry.

-Professor, confio no senhor, se você diz que é necessário, passarei por isso. Darei o possível e o impossível, o que pode ser pior do que ver Voldemort vencer? Quando começa o treinamento?

-Amanhã cedo te levarei até lá, aqui se passarão duas semanas e lá se passarão dois anos.

-Está bem.

Não havia mais o que falar, Harry se levantou já ia abrir a porta pra sair quando Dumbledore o chamou.

-Harry.

-Sim?

-Descanse enquanto pode.

-Pode deixar professor.

Aquele treinamento não podia ser tão ruim assim, podia?
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Sentiu novamente o gosto de sangue na boca, seu braço já formigava pelo esforço de segurar aquela espada tão firmemente e brandi-la por tanto tempo.

De novo, essa tinha sido por pouco, as garras da besta quase se cravaram em sua barriga, a espada de Gryffindor há muito já estava suja de sangue, o mesmo sangue negro que saia de vários ferimentos da besta. Aquilo não caía, já estava lhe irritando, passara dos limites. Horas haviam se passado desde que começara aquele combate.

Quase dois anos desde que falara com Dumbledore no escritório do Castelo d’Loryen, de pensar que lá só tinham se passado alguns dias, faltava pouco pra terminar aquele treinamento, não tinha chegado até ali pra que um demônio qualquer em forma de espectro o derrotasse.

Um último golpe de espada.

-Até que enfim, achei que não terminaria nunca._ uma voz ríspida e irritada cortou o vento que açoitava aquela colina.

Aquilo era um elogio vindo de quem vinha.

-Mestre ele era forte, não vê estado em que me deixou. _ disse Harry apontando pros vários rasgos em sua roupa além dos ferimentos, que por incrível que parecesse não passavam de arranhões.

-Pro seu nível ele era fraco.

Pra Zairus era assim... você é sempre capaz de mais do que demonstra.

-O senhor fala como se eu fosse muito bom._ sarcasmo...tinha que se controlar, nem ele agüentava mais a própria arrogância.

-Sua falsa modéstia não me comove, amanhã você enfrentará alguém a sua altura.

Caminhavam por uma planície sem vida agora, o mais vivo por ali era a grama que por incrível que parecesse conseguia ser mais negra que as nuvens carregadas. Ali o sol nunca brilhava, as árvores, se é que assim podiam ser chamadas, eram galhos secos e retorcidos. Só passavam por ali vampiros, demônios e seres das trevas que Harry enfrentava como parte do treinamento.

Na primeira semana ele já definia aquilo como tortura; incontáveis exercícios físicos, horas estudando teoria, aprendendo feitiços, floreios e movimentos de espada e varinha, sem contar os constantes ataques mentais, pra aperfeiçoar legimência e oclumência, enfim o mestre lhe expunha a tudo aquilo e mais um pouco...

Tudo aquilo por causa de Voldemort.

E ainda tinha aquele lugar tenebroso, Zairus lhe explicou que aquele lugar era uma parte perdida do inferno que estabeleceu contato com o mundo normal porque os bruxos haviam mexido no que não deviam.

-Mestre?

-Sim?

-Como o senhor sabe que o dia acaba se aqui o tempo não faz diferença? O céu nunca muda.

-Nem sempre os olhos mostram tudo o que há pra ser visto. Se esqueceu dessa lição?

-Como poderia esquecer, quase perdi o braço pra enfiar isso na minha cabeça_ disse cheio de sarcasmo.

-Você é muito dramático.

-Acho que é o cansaço, o que o senhor quis dizer com “enfrentar alguém à minha altura”?

Uma sombra de sorriso passou pelo rosto velho de Zairus que pareceu enrugar-se mais ainda sob aquele capuz.

-Você vai descobrir agora.

-Como assim?_ aquilo não era bom.

-Prepara-se ela logo chegará, você lutará com ela.

-Ela quem?

-Só esperava ela amanhã, mas parece que ela adora uma surpresa_ seu tom não disfarçava nem um pouco sua provável cara de deboche e diversão_ Ataque-a assim que a vir, é um conselho de amigo.

No mesmo segundo Zairus não estava mais lá. Harry ainda não tinha tirado o capuz que cobria todo o seu rosto, aquilo era regra não se podia andar ali em campo aberto com o rosto exposto, mas ele via tudo claramente.

Algo se aproximava; ele sentia, o treinamento aguçara seus sentidos; estava cada vez mais perto, não sabia distinguir o que era, o que ou quem quer que fosse tinha uma mente muito fechada. No exato momento em que posicionava a espada ele avistou, uma figura toda vestida de branco, as roupas eram parecidas com as suas, era o que ele imaginava, apesar do sobretudo branco não deixar quase nada à mostra, quase nada?

O que ele via já significava tudo e nada ao mesmo tempo, o brilho que ultrapassava o fino tecido do capuz era surreal já mostrava tudo, o que um par de olhos provavelmente castanhos teriam de tão especial?

Com certeza era uma garota, pra usar botas de salto tão fino, o que Zairus via de tão especial ali?

A figura que ele via era indefesa!

Ela o viu; “Preto a cara do Zairus...” ;já estava cansada. Uma viagem daquelas sempre acabava com ela e agora se deparava com um cara pronto pra atacá-la, ela não tinha tempo a perder; principalmente com uma recepção daquelas, tá certo que era a cara do Zairus pegá-la desprevenida, mas se era isso o que Zairus queria tudo o que fez foi suspirar; cada segundo contava, num movimento rápido ela pegou sua espada e atacou.

“Bem que o mestre me avisou, essa foi por pouco”. Harry tinha se defendido com sua própria espada, por pouco não foi atingido por ela, que num segundo estava a metros de distância e no outro o atacava a menos de um metro, querendo acabar logo com aquilo “Isso vai ser divertido”.

Ela tinha ouvido aquilo, estava cansada, mas ainda conseguia entrar na mente de seu adversário, “Divertido quem esse cara pensa que é, eu aqui tentando manter o Voldemort longe das pedras e esse ser achando que eu vou ser diversão!”.

Estava brava e isso se refletia em seus movimentos, se ele não prestasse atenção ia acabar decapitado, ela não dava um segundo, atacava sem cerimônia, ele se defendia, mal tinha tempo de respirar as espadas não paravam de se bater.

Eles estavam lutando com tudo o que tinham, não importava o quão cansados estivessem ou infantis parecessem, aquela briga valia à pena, tinha muito orgulho em jogo.

“Não sou diversão de ninguém, tenho coisas mais importantes a fazer do que ficar aqui”.

“Não passei por todo esse treinamento pra perder pra primeira pessoa que aparece, Voldemort vai ser muito mais difícil que isso”.

Ele estava conseguindo o que queria, não sabia porque, mas ela estava com raiva e isso a cegava, foi o suficiente pra fazê-la perder a espada com um golpe da sua.

Ela estava presa entre ele uma árvore seca e sua espada. Tinha que pensar, aquilo ainda não tinha acabado. Então se fez a luz em sua cabeça, ou melhor, abriu sua mente.

Ela tinha aberto a mente estava permitindo uma conversa mental, coisa que ele tinha tentado desde o momento que a tinha visto.

“Quem é você?”

Não houve resposta.

“O que faz nesse inferno?”

Nada de resposta. Ela mantinha sua cabeça vazia, ele ouviria qualquer pensamento seu. Estava baixando a guarda era isso que ela queria.

“Você já perdeu, acabou, responde”.

Era agora num rápido movimento ela ficou entre ele e a espada, deu uma cotovelada num ponto frágil do abdômen deixando ele no chão e sem ar enquanto se apossava da espada dele. Tinha acabado.

Ela se aproximou dele; que estava deitado no chão recuperando o ar; ficando muito próxima dele.

-Só acaba quando eu digo que acaba_ era uma voz meiga e calma, porém firme e decidida.

Como ela tinha conseguido aquilo? Distraí-lo daquela maneira? Tudo o que tinha em mente naquele momento era irritá-la fazê-la sentir no mínimo metade de sua frustração, o problema era como, uma garota como aquela não deveria ser do tipo que se irritava com qualquer coisa. Foi em meio a esses pensamentos que ele a beijou, não tinha sido rápida em se afastar, então ele se aproveitou.

Foi rápido, mas eficiente, quando ela conseguiu se afastar ele sabia, apesar do capuz, que ela estava vermelha de raiva e vergonha.

-Quem você pensa que é seu protótipo de trasgo?!_ ela gritou deixando transparecer todo o seu ódio.

-Já chega de provocações!

Zairus tinha retornado, sabia que se não interferisse veria seus melhores alunos se matarem, Harry já estava de pé pronto pra revidar a parte do “protótipo de trasgo” e a garota estava se segurando pra não decapitá-lo.

-Onde você se meteu?_ gritaram os dois em uníssono.

-Acalmem-se_ só sua voz em tom baixo e frio era o suficiente pra saberem que se não fizessem isso estariam encrencados_ Harry você precisa de descanso e a senhorita..._ seu tom estava perigoso.

-Não começa_ ela interrompeu na defensiva_ preciso falar com você._ completou calmamente.

-Vamos aqui não é seguro.

“Como ela consegue fazer ele parar uma bronca com quatro palavras?” Harry estava revoltado, indignado, “... me vence daquela maneira, enfrenta o Zairus e ..e.., quanta arrogância!”

Ele não percebia, mas ela estava ouvindo tudo, “Idiota” foi tudo o que ela pensou. Estava ali por motivos importantes, sentia isso, Voldemort ficava cada vez mais forte, ela não podia deixar tinha muitas vidas em jogo. Inferno ela também chamava aquele lugar assim, mas tinha que voltar ali se alguém podia saber algo sobre as pedras sagradas era o mestre; ela não o chamava assim por lhe dever obediência, e sim por respeito, tinha aprendido muito com ele, se estava viva era graças a tudo o que tinha aprendido ali, com ele, naquele inferno, como ela odiava aquele lugar, lhe fazia mal, piorava os pesadelos, corroia-lhe a alma e intensificava a tortura diária.

Não era medo, só ampliava ainda mais o vazio que ela sentia, mas ela tinha que continuar, pelas pessoas que amava e por aqueles que não conhecia, mas que sabia que mereciam a vida... os que amava... Ania, Jade, Dumbledore, quanta falta lhe faziam, era por eles.

Estavam de frente a uma casa, que quem visse diria que iria cair com o primeiro sopro de vento, mas as aparências enganam, principalmente no mundo bruxo.


-Harry vá tomar um banho e descanse. _ disse logo que entraram

Harry apenas confirmou com a cabeça.

O lugar era escuro, havia uma lareira, no momento apagada, poltronas confortáveis e uma estante cheia de livros que ocupava uma parede inteira, uma mesa e uma escada que dava para o segundo andar. Harry teve a sensação de que ouvir aquela conversa seria útil, fechou sua mente o mais que pôde e parou assim que chegou ao final das escadas se escondendo na escuridão completa, a roupa ajudava.

Ambos tiraram os capuzes, Harry não pode ver o rosto da garota de onde estava, achou melhor não arriscar então só a ouviu.

Zairus era muito parecido com Dumbledore, porém muito diferente, tinha as mesmas rugas da idade, os mesmos cabelos brancos e expressão calma; fora isso Zairus era frio, resultado de uma vida que nunca fora fácil, frieza acentuada pelo olho coberto perdido em um duelo contra cinco comensais, agora onde deveria haver um olho havia um vazio repulsivo; e desmentida pelo olho visível, aquele olho direito pra uns poderia ser pouco, mas pra um homem sábio e talentoso como Zairus era mais do que suficiente, mantinha sempre uma expressão séria e dura.

Mas naquele momento toda a dureza se derretera perante aquela menina, olhava-a com ternura, era uma das pessoas mais fortes que conhecera em toda a sua vida. A tinha treinado contra sua vontade, quando ela completara nove anos.

“Você é jovem demais” ele dizia, “Isso não diminui o fardo que carrego, tenho que me preparar e você sabe disso!” ela respondia. Tão jovem e tão sagaz. Ela e Harry, como jovens com direito à inexperiência tiveram que aprender tudo tão rápido, tão jovens e tão sobrecarregados com os erros alheios e um destino incerto sem nem terem nascido... Porque pesos tão grandes?

Eram seus melhores alunos, os únicos que conseguiram completar seu treinamento suicida. Sim Zairus sabia que era tortura, mas era necessário e esses jovens extraordinários tinham sobrevivido sem nunca pensar em desistir, talvez não fosse pra tanto, refletiu melhor, mas eram fortes...

-Zairus, sinto interromper seus devaneios, mas tempo é tudo o que eu não tenho.

Zairus estava sentado em uma poltrona e olhou para a jovem com carinho.

-Recebi uma carta de Dumbledore não faz muito tempo...

-E?

-Sua tia não para de chorar pelos cantos e sua prima está completamente perdida, disfarça muito bem, mas os olhos dela não mentem.

Ela suspirou.

-Você sabe que não posso evitar, é minha obrigação, minha missão, tenho me comunicado com elas sempre que posso. Mas não foi por isso que vim aqui.

-Eu sei.

-Então quanto mais cedo você me contar o que sabe, mais cedo eu volto pra casa.

-Menina, não sei muito mais do que você, devo ter algum pergaminho que fala sobre o que procura, mas não deve ser muito.

-Qualquer ajuda é bem vinda, minhas fontes confirmaram que ele está atrás das pedras. E está quase conseguindo a pedra do fogo por intermédio dos vampiros.

-Façamos um acordo, quando você voltar pra casa terá os pergaminhos, eu os procurarei e entregarei à Dumbledore.

-Está bem. _ Ela recolocou o capuz e foi até a porta.

- Aonde você vai?_ disse Zairus com preocupação na voz.

-Caçar vampiros_ disse sem se virar em tom calmo, porém cheio de sarcasmo.

Saiu antes que Zairus pudesse dizer alguma coisa.

-Pode descer Harry.

Harry foi até a metade da escada.

-Qual o problema dela?

-Se sente vazia Harry,_ ele não entendeu_ agora eu te aconselho a tomar um banho e descansar, o resto do treinamento será pra fortalecer sua mente.

-Agora que eu tô morto mesmo._ disse contrariado enquanto subia as escadas.

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