O Retorno Enfim (editado)

O Retorno Enfim (editado)



Na estranha sala do Departamento de Mistérios, Harry andava aflito, de um lado para o outro. Lupin, Quim e Snape permaneciam sentados, mas atentos. Moody, sentado numa fileira de bancos acima dos outros, permanecia também parado, seu olho mágico e também seu olho normal fixos no véu. Carlinhos e Rony também estavam inquietos, mas não tanto quanto ele. Já haviam passado horas, desde que o encantamento começara, o dia já estava prestes a nascer, e nada!
Lupin tentou acalmá-lo, em vão. Ele próprio estava ansioso demais para conseguir transmitir alguma tranqüilidade.
Snape permanecia em silêncio, estático, também de olhos fixos no véu. Tentara inutilmente um contato mental com a irmã. Pela primeira vez, desde que se reencontraram, ela estava fora de seu alcance, e isso era o que mais o preocupava.
Indiferentes ao tempo que se passara, as seis mulheres permaneciam firmes, num semicírculo à frente do véu da morte, num transe intenso e constante. Apenas Ana se movimentou, e de longe os homens imaginaram tê-la visto dizendo alguma coisa... De repente, todas voltaram a recitar o encantamento.
- Eles estão saindo. Já consigo vê-los – Moody informou, chamando a atenção dos homens para o círculo logo abaixo.

Sentindo como se voltasse àquele instante terrível no seu quinto ano de escola, Harry viu o véu balançar, como se tocado por leve brisa. Desceu até o tablado onde ele estava colocado, aguardando, respiração suspensa, até que o inusitado aconteceu.
Como se tivesse acabado de entrar pelo outro lado, naquele exato momento e não há quase doze anos atrás, Sirius surgiu do meio do véu, terminando a queda que iniciara quando o feitiço de Bellatrix o atingiu.
Seu corpo foi atirado longe, fora do estrado, batendo ruidosamente no chão. Lupin juntou-se a Harry para acudi-lo e foi rápido em usar feitiços curativos e revitalizantes e, em poucos minutos, Sirius acordava.
O animago abriu os olhos, vagarosamente, acostumando-se com a luz e observando os rostos à sua volta. Reconheceu Lupin, viu os outros... Aqueles ruivos pareciam os filhos de Arthur e... o outro homem... olhos verdes e cicatriz na testa, só poderia ser:
- Harry! – Ele exclamou – Por um instante pensei ainda estar vendo seu pai ao meu lado.
- Meu... pai? – Harry indagou, atônito – Você estava com meu pai?
- Claro! Ele e Lilly estavam lá... Eles e... – ele fitou Lupin e exclamou – Remus, você não vai acreditar. Ela existe! A garota dos meus sonhos... ela é de verdade!
- Eu sei. – Lupin respondeu, com um sorriso.
-Mas... onde está ela? Será que...
A simples idéia de que ela teria ficado para trás ou fosse apenas mais uma visão de sonho o desconcertou. Olhou em volta, confuso, e viu a movimentação do outro lado. Levantou-se, com ajuda de Lupin, e rodeou o estrado.

Um grupo de bruxas ladeava alguém caído no chão, mas ele não podia ver. As mulheres abaixadas tampavam completamente sua visão. Nenhuma delas dizia nada. Ele ouviu uma voz masculina murmurar um feitiço: “Enervate”, e depois gritar em desespero:
- Não! Não posso perder você de novo!
Sirius estacou. Não podia ser. Aquela voz era... Olhou para Lupin, que lhe acenou com a cabeça. Ele subiu ao tablado, aproximou-se e...deparou-se com um quadro jamais imaginado.
À beira do véu, um homem envolvia nos braços, aconchegando ao próprio peito, o corpo de uma mulher desfalecida. Sirius só podia ver sua cabeleira, negra e semi longa, que lhe cobria o rosto transtornado, mas o reconheceu, mesmo não entendendo porque ele estava ali, daquele jeito, sacudido pelo que pareciam soluços de desespero. E a mulher em seus braços... era ela, sua salvadora!
- Snape! Mas o que... – ele se abaixou, tentando ver o rosto da mulher, mas Snape o empurrou para longe.
- Não se aproxime dela! – Snape ordenou, e num instante já empunhava a varinha, apontando-a para o antigo desafeto. – Não me obrigue a tornar vão o esforço dela e...
- Calma, Snape. – uma mulher morena, que Sirius não reconheceu, tocou-o no ombro, e ele aquiesceu. Voltou a abraçar a mulher desacordada.
Sirius não podia acreditar nisso. Snape chorando por uma mulher, e acatando as ordens de outra? O que, afinal de contas, acontecera enquanto estivera naquele lugar?
Olhou para os rostos à sua volta, reconhecendo a maioria, agora.
Moody observou, depois que seu olho mágico vasculhou o véu.
- Ela voltou, Severus. Não está morta.
- Por que não acorda? – Snape indagou, baixinho.
- Porque está muito fraca – Minerva McGonagall se aproximou para examiná-la – ela gastou toda a sua energia. Precisará de tempo para se recuperar.
- Quando ela acionou aquele portal, foi a mesma coisa... – Harry se lembrou – Quando ela te mandou para outro país, outro tempo... Quase a levamos para o St Mungus, mas ela parecia uma trouxa completa, então... esperamos. Levou horas... (1)
- Desta vez, pode levar dias. – a mulher morena retrucou. – Isso aqui é muito mais que um portal de tempo e espaço, gente.
Sirius, que permanecera calado até agora, perguntou:
- Alguém quer, por favor, me explicar o que está acontecendo?
Snape se ergueu, deixando Serenna aos cuidados das bruxas mais velhas, que puderam finalmente agir de modo prático e conjurar uma maca para alojá-la. Andou até Sirius, fazendo Harry, Rony e Hermione se lembrarem do longínquo confronto deles, na Casa dos Gritos.
- O que está acontecendo... é que... – Snape parou. Todos à volta já se preparavam para desarmá-lo, mas ele se voltou e fitou a bruxa desfalecida, como se ouvisse alguma coisa que os outros não ouviam:
- Ela está... pedindo ajuda – ele murmurou, parecendo ainda mais estranho. – Ela sente dor... – ele se voltou novamente para Sirius. – E a culpa é sua, Black! Eu sabia que isso seria perigoso demais para ela... Ela ainda não domina seus poderes. Não consegue reagir à impressão de morte.
- Não é isso, Snape. – Hermione atalhou – Você não leu o final das instruções? O encantamento ainda não foi completado.
- O que? – os dois homens exclamaram ao mesmo tempo.
Todos estavam tão perdidos quanto eles, apenas Lupin parecia entender do que Hermione falava, e percebeu seu constrangimento em explicar. Então, tomou a si este encargo:
- Sirius, é muito simples. Para que Serenna acorde, você tem que repetir o beijo...
- O que? – Desta vez, Snape reagiu com mais ferocidade ainda – Ele não vai beijar minha irmã!
- Sua... irmã? Essa mulher é... sua irmã? – Sirius estava chocado – Fui salvo daquele inferno... pela irmã do Ranhoso? Vocês só podem estar brincando!
Sua risada de incredulidade quase fez Snape esquecer todo autocontrole. Mas Harry interferiu:
- Sirius, não há tempo para explicar agora. Temos pouco tempo.
- Sim – Hermione exclamou aflita – O sol já vai nascer. Se não fizer isso, não sei como poderemos...
- Eu não admito... – Snape começou, mas Moody o interrompeu:
-- Você prefere que ela continue desacordada ou... Algo pior? Se ele não o fizer, será como se tivesse sido beijada por um dementador. Ficará vacilando entre as duas dimensões. A primeira parte do ritual já foi feita, você não pode mais impedir, ou causará sua morte!.
- Gente, por favor... – Ana pediu.
Aproximou-se de Snape novamente, olhando-o nos olhos por alguns segundos. Ele não precisou usar legilimência para entender o que ela queria dizer, deixando Sirius ainda mais curioso sobre sua identidade, já que demonstrava uma ascendência espantosa sobre o ex-comensal.
- Está bem, está bem. Um encantamento tem que ser realizado até o fim. Por mais ridículo que pareça. Vamos logo com isso! –ele apontava novamente a varinha para Sirius.
- Não me apresse, homem. – Sirius retrucou – Estou sem prática, talvez tenha que tentar de novo...
Desta vez, Snape pulou sobre ele, enfurecido. Numa atitude contraditória, empurrou-o até a maca em que sua irmã repousava, o rosto empalidecido, mas sereno como um lago sem vento.
- Faça isso logo, antes que eu resolva mandá-lo de volta pra lá!
E saiu de perto, como se não quisesse presenciar. Na verdade, temia que não funcionasse, que Hermione e Lupin tivessem errado na interpretação do feitiço.Encantamentos que se quebravam com um beijo eram comuns apenas em histórias para trouxas, os tais “contos de fadas”...

Sirius parecia divertido por ter que beijar uma mulher com uma platéia tão grande, mas Lupin o fitou, muito sério, mais sério do que jamais o vira. Então, esqueceu o comentário irônico que estava prestes a fazer e se aproximou.
Lembrou-se vagamente de contos trouxas que Lílian contava para eles, envolvendo sempre princesas encantadas e príncipes galantes que as salvavam com um beijo. Pensou que não devia estar parecendo exatamente um príncipe, que parecia mais um sapo... E pensou na sensação boa que tivera ao beijá-la, um segundo antes daquele furacão atirá-lo para longe. Fora algo tão suave e ao mesmo tempo tão intenso! Sim, ele queria experimentar novamente aquela sensação.
Procurou imaginar que estava sozinho ao lado dela, esquecer – e isso quase o fez desistir – o irmão dela de costas a poucos metros, pensar que ela era apenas “a garota dos seus sonhos”.
Tocou de leve seu rosto, pensou que a pele estaria fria, mas sentiu-a quente ao seu toque. Aspirou um perfume que não conseguiu identificar, apenas era “o perfume dela”. Respirou fundo, fechou os olhos e, realmente desligado da sala em que estava, das pessoas que aguardavam com ansiedade e receio, beijou-a levemente.
A boca suave se entreabriu e parecia buscar o ar que lhe faltava. Instintivamente, Sirius deixou passar o próprio ar que retinha por pura tensão. Novamente uma luz dourada os envolveu, e todos entenderam com alívio que a segunda fase do ritual se completava..
Alguém murmurou alguma coisa sobre mau hálito, Sirius teve certeza de ouvir, seguido de um “ai” mais sonoro, provocado possivelmente por um cutucão indignado, e quase se afastou. Não tinha pensado nisso, definitivamente.
Mas o toque suave de uma mão no seu rosto o fez se esquecer dessa preocupação tola, e sentiu que os lábios sob a pressão dos seus se abriam num leve sorriso.
- Tudo bem, Sr Black, ainda estou viva – ela murmurou – Mesmo com esse seu bafo...
Ele se ergueu, entre espantado e ofendido, mas Serenna já tentava se levantar, e vários pares de mãos surgiram para ampará-la. Snape, é claro, já a abraçava, afastando-o com o ombro.
- Tudo bem, Serenna?
- Tudo bem, Severus. Eu estou bem, de verdade e... sabe? Eu os vi. Conversei com eles e...
- Sim? – Snape entendeu o que ela não queria dizer. – Pensou em ficar por lá, não é? Por isso, me deu esse susto. Quis me deixar sozinho, mais uma vez... – Snape tinha um ar desamparado, e Serenna sorria docemente, tocando seu rosto.
A intimidade dos irmãos era algo inusitado, e não somente para Sirius. Nenhum dos presentes imaginava-os tão carinhosos um com o outro. Nas situações em que haviam comparecido juntos, mantinham uma postura tranqüila, reservada, como todo e qualquer bom inglês. Nunca haviam demonstrado tanto a afeição que tinham um pelo outro como naquele instante. Se fosse qualquer outro, poderiam entender... mas era o Snape! Completamente inimaginável e – Ana pensou com um sorriso divertido – contra tudo que se lera nos livros de J.K.Rowling! Nenhum fã no mundo inteiro acreditaria se ela contasse!
Alheios ao constrangimento dos que estavam à sua volta, os dois irmãos continuavam a conversar em voz baixa:
- Eles não deixaram. Lembraram minhas “responsabilidades”: um irmão que já foi considerado um caso perdido, dois filhos que precisam de mim, e mais um monte de coisas... além, claro, de ter que voltar, para conseguir trazê-lo de volta. – Ela voltou sua atenção para Sirius, por um segundo, sorriu com expressão de alívio, como se só naquele momento constatasse que cumprira a missão, e voltou a abraçar o irmão.

Como se sua fala tivesse despertado os outros do torpor em que estavam, todos dispararam a falar ao mesmo tempo, rodeando Sirius.
A euforia era grande, tanto dele quanto dos outros. Cada um queria falar e perguntar ao mesmo tempo, e Sirius olhava de um para o outro, tonto mas feliz.
O que mais o admirava era como os garotos tinham crescido. Gina e Hermione, inclusive, já eram mães! Aqueles garotos... Garotos não, homens! Aurores, ainda por cima.
Tonks, que agora respondia por Sra Lupin, ria, sem graça a um comentário do primo de que se soubesse de alguma coisa, teria chamado o Aluado às falas bem mais cedo.
Entre todos os presentes, quem mais parecia não acreditar nos próprios olhos, era Ana, a morena desconhecida para ele. Depois de algum tempo, conseguiu se aproximar, aproveitando que Tonks se afastara para falar alguma coisa ao marido.
A Auror tinha o queixo caído, enquanto olhava aturdida para o homem moreno a sua frente, em uma admiração estupefata. Afinal... aquele homem era uma figura polêmica. Sonserino ou Grifinório, bonzinho ou comensal da morte, ninguém, no mundo bruxo ou trouxa, era indiferente ao “Almofadinhas”.
- Meu... Deus! – Murmurou, pela milionésima vez – Sirius Black!
Sirius observava a moça com uma expressão divertida. Ter voltado do mundo dos mortos devia fazer dele uma celebridade ou a garota não olharia para ele daquele jeito estupefato. Ou então, alguém andara espalhando boatos sobre ele, em sua ausência. Fosse o que fosse, descobriria mais tarde. Assim que todos dispersassem afinal, teria uma longa conversa com Remus ou Harry.
- Sim. Esse é meu nome. – declarou, voltando-se para ela, jovial - E você seria...
- Ana. – Piscou várias vezes – Ana Weasley.
- Weasley? – Ele levantou uma sobrancelha, intrigado, mas tão sedutoramente despreocupado que irritou Serenna, que estava perto o suficiente para acompanhar o diálogo dos dois.
Será que nada no mundo faria Sirius Black crescer? Ela o observou disfarçadamente, conversando com Ana, recriminando-se por estar tão irritada com seu jeito de meninão. Pela primeira vez, vislumbrou o quanto ele e seu irmão eram opostos, e isso a incomodou ainda mais, mas não teve medo de pensar nos motivos pra se irritar,e voltou a descansar o rosto no peito do irmão, suspirando de puro cansaço.
– Ora, será que o mundo deu tantas voltas desde que... parti, que os Weasleys andaram produzindo um membro moreno? – E, em um gesto antiquado e galante, Sirius beijou a mão de Ana.
- N-não... – Ana riu, nervosa. O homem era uma lenda. E uma “lenda morta” até poucas horas atrás, inclusive. – Sou esposa do Carlinhos, filho de Molly Weasley.
- Ah... – Ele soltou um teatral suspiro, fingindo decepção. – E ele continua tão grande quanto me lembro, pelo que vi há pouco.
- Sim, senhor... – Ana abafou uma risadinha, enquanto Sirius corria os olhos à sua volta, esperando ver um ruivo ciumento cair em cima dele.
- Que azar o meu... – Ele piscou, maroto.
Ana estava louca para deixar a fã harrypotteriana que tinha dentro de si tomar conta da situação, mas sabia que não poderia fazer isso antes de, com todo o cuidado, alguém contar sobre o pedido que Dumbledore fez a J.K.Rowling para escrever os livros. Merlin! Ele nem mesmo sabia ainda sobre a morte de Dumbledore!
Sentiu-se voltar ao normal e, com toda a calma, comentou:
- Acredito que tenha conhecido minha mãe, senhor Black. – Ana engoliu em seco, mal podendo esperar para falar com alguém que tinha a conhecido nos tempos de colégio. Não podia contar com Snape para isso. – Elizabeth Smith Maximiliam.
- Elizabeth? – Sirius parou de gracejar, ficando genuinamente impressionado. – A Elizabeth da Lufa-Lufa?
- Sim – Ana confirmou, sorrindo timidamente.
- Tentei sair com ela algumas vezes. Era amiga da Lílian, você sabe, então... – ele fez uma careta, porque não se sentia tão velho a ponto de dizer que tentou namorar a mãe de alguém que já tinha idade para estar casada. - Mas, infelizmente – ele fitou Snape, perto dali – Elizabeth tinha uns gostos... “excêntricos”.
Ana seguiu a direção de seu olhar e compreendeu. Snape se inclinava para despedir-se da irmã, que Molly agora abraçava protetoramente. Ele e Minerva estavam de partida para Hogwarts. Era dia de aula, tinham que estar lá no café da manhã. Lupin já lhe prometera que a levaria para casa.
- Incrível, não? Quem poderia imaginar que Snape tinha uma irmã gêmea?
- Irmã gêmea? – Sirius se admirou – Mas como ninguém nunca soube?
- Ele mesmo só soube depois do fim da guerra... Quando os dois se encontraram pela primeira vez, ela o mandou numa viagem meio estranha... Snape levou 8 anos pra voltar. Mas isso é melhor eles contarem pra você depois, não sei os detalhes.
- Não, obrigado. Já sei tudo que preciso saber sobre Snape, obrigado.
- Acho que não... – Ana comentou, deixando Sirius intrigado, mas ela sentiu-se incapaz de falar algo mais. Definitivamente, ela não estava pronta para contar a Sirius Black tudo que acontecera depois que ele atravessara o véu!
Antes, porém que ela dissesse alguma coisa, ou Sirius perguntasse algo, Quim lembrou a todos que era hora de partir, antes que os funcionários do Ministério começassem a chegar. E todos aceitaram o convite de Molly para um café da manhã na Toca. Afinal, era lá que estavam as crianças. Gina e Ana tinham os filhos para amamentar.

***

À medida que iam saindo da lareira, Molly já mandava todos se assentarem. Precisavam todos de um bom café e de um bom descanso, depois de uma noite como aquela.
Sirius nunca se sentira tão feliz por concordar com a Sra Weasley. Estava cansado. Sentia-se até meio zonzo... E nem sabia ainda de todas as novidades, pensou.
Uma prova de quanto faltava para ter conhecimento foi mais um comentário da esposa de Carlinhos Weasley, que continuava a fitá-lo como se fosse realmente uma celebridade daquelas que apareciam nas edições do Semanário das Bruxas:
- A Mel é que não vai gostar nada dessa notícia... – o ar divertido como que desmentia o efeito negativo de sua afirmação.
- Quem é Mel? – Sirius perguntou.
- Ah, ela é minha sobrinha. Quer dizer, é filha de meu primo. Está no 2º ano em Hogwarts, é da Corvinal.
- Mas porque ela não vai gostar da notícia, Ana? – Rony perguntou – Ela não é outra fã dos...err ... livros, como você?
Antes que Sirius perguntasse de que livros estavam falando, Ana respondeu, rindo:
- Ah! É que o Almofadinhas é um dos ídolos do Hector, não é? Ela vai considerar isso uma péssima influência para alguém que se autodenomina “o último dos marotos”!
Todos caíram na risada, dando razão a ela., mas isso só fez aumentar a curiosidade de Sirius, cada vez mais perdido.
- E quem, afinal de contas, é esse Hector?
- Meu filho. – Lupin falou, sorrindo, sentado ao seu lado – Eu e Tonks o adotamos. Acho que Mel terá mesmo, motivos para se preocupar. Ele já tem mais conselheiros sobre como deixar sua marca em Hogwarts do que gostaríamos... Mas conhecer você vai ser o máximo para ele.
Sirius comentou, meio pensativo:
- E eu vou levar mais tempo do que pensei para me atualizar. Mais do que da última vez...
Lupin sorriu, meio triste, mas respondeu:
- Assim que eu deixar Serenna em casa, volto pra cá e nós conversamos com calma. Harry, você pode ficar?
Harry olhou para Gina, que acenou com a cabeça. Depois, fitou Ana e disse:
- Seria interessante Ana estar presente. Tem coisas que só ela vai saber explicar, melhor do que eu ou você... Mas claro que ela precisa ir para casa, descansar. Talvez fosse melhor nos reunirmos lá em casa, depois do jantar.- ele se voltou para o padrinho - Sirius, você vai conosco. Gostaria que aceitasse ficar hospedado lá em casa por uns dias.
- Serenna deveria participar dessa reunião. Ela também tem informações importantes. – Ana retrucou de forma zombeteira, mas arrependeu-se em seguida pela sua impulsividade, certamente fruto de toda a tensão reprimida.
- Como assim? – foi a pergunta geral
- Ora, ela andou pesquisando bastante nesses dias... Na Internet – a Auror respondeu, tranqüilamente, já que o estrago já estava feito - até entrou na comunidade “BBB”...
- “Se a BBB fosse uma escola de samba, você seria a porta-bandeira!!”
- “Mas não sou eu que estou dando bandeira aqui! Confesse!”
- Ana! – o protesto de Serenna foi veemente, mas ninguém entendeu o motivo já que apenas Carlinhos acompanhara o pequeno diálogo em português.
Ou melhor, Alguma coisa dizia a Harry que aquilo tinha a ver com as informações que Ana tinha a seu respeito e que ele, em mais de uma ocasião, suspeitara ser melhor não saber. (2)

Até aquele instante, Serenna pemanecera em silêncio, agradecida por ter sido esquecida por enquanto. Sentia-se exaurida, teria preferido ir direto para casa, mas Molly insistira que ela precisava de um café da manhã decente, que não ia deixá-la a mercê dos elfos até que ela pudesse ir vê-la. Assim, deixara-se levar para a casa dos Weasley, e estava agora justamente sentada ao lado de Sirius, como se eles formassem um casal. E isso a fazia se sentir ridícula. Aliás, sua situação inteira era ridícula! E Ana ainda vinha dizer que ela estava dando bandeira? Isso fora o seu limite.
Sirius Black! Ela resgatara Sirius Black! O Maroto conhecido por bruxos e trouxas fãs de Harry Potter!
Quis se levantar e ir embora naquele instante, mas todos na cozinha, sem exceção, olhavam para ela, esperando sua explicação. Sirius a fitava interrogativamente, e seu olhar intenso a fez titubear. Como iria dizer que... Bem, como dissera certa vez uma personagem de um dos livros, “o gato já estava solto entre os diabretes”, então respirou fundo e começou a explicar:
- “Bring Black Back”. O movimento a favor da volta do Sr. Sirius Black. Mas não serei eu a entra na net e contar pra “suas fãs” que ele voltou, está vivinho da silva, sentado ao meu lado e tomando seu café como quem não come há séculos! – seu tom sarcástico lembrou a todos que ela era, afinal, irmã do Snape.
- Ei! E não como mesmo! – Sirius respondeu, tentando disfarçar a irritação. Ela era mesmo, irmã do Ranhoso – Não digo há séculos, mas... Quantos anos mesmo, vocês disseram que passei naquele lugar? – encarou-a novamente, perguntando num tom insinuante – E quem são, exatamente, essas “minhas fãs”?
- Não é possível que você seja tão... – Serenna começou a dizer, mas um arranhar forte de garganta a fez parar, e ela olhou para Ana, do outro lado da mesa, que falou:
- O Harry tem razão. Vamos nos reunir depois do jantar e conversamos sobre tudo. Eu preciso ir. E estou exausta também.
Dizendo isso, ela foi saindo da mesa, despedindo-se de todos e puxando Carlinhos, que segurava o bebê adormecido.
Aos poucos, todos fizeram o mesmo. Hermione deixou que Sirius conhecesse seu filho, emocionando-se por saber que o menino tinha seu nome, e partira em companhia de Rony.
Gina subira para ver os gêmeos, cuidados até aquele momento por um incansável Dobby, e Harry a seguiu.
Serenna sentia-se ainda mais cansada. Não sabia porque reagira tão agressivamente à indiscrição da Ana. Talvez fosse o acúmulo de tensão das últimas horas. E também a presença daquele homem irritante. Recusava-se a acreditar que Ana tivesse razão.
Apesar do que relera nos livros não dizer muito dele, além dos constantes conflitos com Snape, começara a achar que um certo conteúdo encontrado na Internet poderia conter mais verdade do que imaginara a princípio: as fanfics – histórias de ficção escritas por fãs da série HP – o descreviam como mulherengo e inconseqüente na época da escola, além de irresponsável e encrenqueiro. Por um momento, tentou imaginar o que ele acharia de alguns textos bem interessantes... e riu, atraindo seu olhar curioso.
Quando Lupin finalmente resolveu partir com ela, através da Rede Flu, ela sentiu um imenso alívio.
Lupin partiu primeiro, para ampará-la na saída da lareira.
Ela, por sua vez, pegou um pouco do pó de Flu e entrou nas chamas. Antes de dizer pra onde ia, correu os olhos pelo aposento, fixando-se em Sirius, que retribuiu seu olhar desafiador com uma expressão levemente divertida.
- Lar de Elizabeth – ela exclamou. E sumiu nas chamas verdes.

***
Sirius passou tanto tempo trancado no banheiro que, quando saiu de lá, sacudindo os cabelos molhados, Harry gracejou que já estava para ir até lá, pensando que o padrinho tinha se afogado.
O dia passou tranqüilo na Toca. Sirius sentia-se como antigamente, quando ia visitar James e Lílian. Mas não disse isso a Harry. Não queria relembrar tempos difíceis. Falar naquele tempo os faria recordar todo o resto... e não queria isso. Não agora. À noite, fariam a tal reunião, onde ficaria a par de tudo que acontecera. Então, seria hora de falar dessas coisas. Num acordo tácito entre ele e o casal, só falaram de suas vidas atuais, das crianças... Sirius notou que alguns nomes não eram citados, e manteve sua curiosidade refreada. Sentia uma sombra no olhar do afilhado. E se preparava para notícias dolorosas.
Na hora marcada, após o jantar, Ana e Carlinhos Weasley chegaram. Logo depois, Tonks e Remus, trazendo com eles Serenna Snape.
Sirius observou-a, curioso, após sair do abraço apertado de Remus e todos se acomodarem. Usando vestes trouxas sob a capa, a irmã de Snape – e ele ainda não se acostumara com esse fato – foi sentar-se no canto oposto ao dele, e em momento algum o encarava diretamente, como se temesse fazê-lo. Parecia uma garotinha de escola, tímida e insegura na presença de estranhos.
Estranhos? Eles não eram estranhos! Partilhavam dos mesmos sonhos, e ela o tirara daquele inferno com um beijo. Como poderia considerá-lo um estranho?
Mas a fala de Harry tirou-o de seu devaneio, e ele se viu forçado a encarar o afilhado.

Serenna, enquanto isso, sentia-se completamente fora de lugar. Não precisava estar ali. Não havia nada que ela soubesse, que Ana também não soubesse. A Auror poderia muito bem falar por ela nessa reunião ridícula...
Harry resumiu como pode os acontecimentos de seu sexto ano de escola, tentando falar rapidamente da morte de Dumbledore, mas Sirius percebeu sua manobra e indagou:
- Como foi que Dumbledore morreu? Pelo jeito que você falou, até parece que contraiu gripe espanhola e pronto!
Todos fizeram silêncio e, instintivamente, olharam para Serenna. Além da dificuldade normal em falar no assunto, ela estava presente, a irmã do assassino. E todos se sentiam pouco à vontade com o fato. Ela olhou para cada um e perguntou:
- Vocês preferem que eu conte? Só sei o que estava naquele maldito livro, afinal! Não tenho os detalhes que só vocês sabem!
- Que livro? – Sirius indagou, fitando-a e sentindo-se feliz porque desta vez ela não fugiu ao seu olhar. Estava intrigado e satisfeito ao mesmo tempo, por notar que ela estava tensa com sua presença, sinal de que não lhe era indiferente, afinal. Ana respondeu, antes que Serenna esboçasse a intenção de fazê-lo:
- Uma escritora inglesa, J.K. Rowling, recebeu a permissão de Dumbledore para revelar ao mundo trouxa a vida de Harry Potter, em forma de livros de ficção para crianças e jovens. Cada livro contava um ano escolar de Harry, até sua vitória final sobre Voldemort.
- Todos aqui os leram? O mundo trouxa e o mundo bruxo estão conectados novamente?
- Não. – Harry respondeu – Aqui nesta sala, apenas Ana e Serenna leram os livros e também viram os filmes que foram feitos depois. Aliás, ela está nos devendo uma sessão de cinema, para conferirmos os filmes, mas precisaremos burlar a vigilância do Ministério pra isso – Harry sorriu para ela, que sorriu em resposta, um pouco mais tranqüila, parecendo até divertida com alguma coisa que Sirius desconhecia.
- Nem vimos o filme 5, que saiu em julho – Ana retrucou, em tom desolado. Harry fitou-a com olhar divertido, e continuou:
- Os nascidos trouxas que tiveram contato com eles, como a sobrinha da Ana, são alertados para não divulgá-los, e sofrem um feitiço inibitório ao ingressarem no mundo bruxo.
- E como vocês ficaram sabendo disso? – ele estava cada vez mais curioso.
- Acho que isso foi por minha causa. – Ana respondeu, com um sorriso, enquanto Carlinhos enlaçava seus ombros, carinhoso – Recebi um livro enfeitiçado... com um título que nunca foi publicado. “Harry Potter e o Segredo de Sonserina”. O livro era uma chave de portal, que me trouxe até aqui. Só que eu voltei ao ponto em que os livros haviam parado, ou seja, o final do sexto ano de Harry, e permaneci quase todo o verão, retornando então para o meu tempo, ou seja, o atual. Apenas há pouco mais de um ano, Carlinhos foi me buscar. Ele teve que esperar eu alcançar a idade em que estava quando viajei com a chave de portal, pois o contato prematuro com bruxos poderia interferir o meu futuro e também o de todos aqui. Foi quando nos casamos e vim pra cá.
- Você precisava ver como ela ficava, quando chegou aqui, há dez anos. Parecia não acreditar que éramos de verdade. – Gina comentou, rindo.
- Sim. Pensou que fossemos atores lhe pregando uma peça. – Harry explicou – Ela caiu bem no meio do quintal da Toca, sobre a barraca armada para o casamento de Fleur e Gui.
- Fleur? A francesa que disputou a Taça Tribruxo com você?
- Ela mesma. – Gina assentiu.
- E você? – ele fitou Serenna – Também veio pra cá por uma chave de portal? Nunca soube de Snape ter uma irmã...
Vendo-se interrogada diretamente, Serenna respirou fundo, antes de explicar sua história:
- Eu fui raptada quando criança, e levada para outro país, em outro tempo, onde fui adotada por uma família trouxa. Uma chave de portal defeituosa mandou Severus para onde eu vivia, só que anos à frente, desmemoriado. Foi assim que o reencontrei, no hospital. Alguma parte de meu inconsciente deve tê-lo reconhecido, pois foi com tranqüilidade que me tornei responsável por ele e o levei para casa comigo.
Enquanto ela fazia uma pausa, como se recordasse aquele tempo, os outros se entreolharam. Somente Ana conhecia aquela história com mais detalhes.
- Quando ele recuperou a memória, - Serenna continuou - chamou por Harry, que foi buscá-lo em nossa casa Ele me aplicara um obliviate antes de partir, eu fiquei distante dele por um ano, lembrando-me apenas de John Smith, um professor de química inglês que se hospedara na casa de meus pais. E continuando a ser simplesmente Sarah Laurent, uma mulher comum, que lera os livros e vira os filmes de HP acompanhando os sobrinhos ao cinema, mas não exatamente uma fã, como a Ana – ela olhou para a Auror, que sorriu fingindo-se constrangida. - No Natal passado, vim a Londres para o casamento de meu irmão caçula, de minha família adotiva, e descobri que ele se casara com uma bruxa. Só então, reencontrei Severus e soube de tudo.
- Imagino que foi um choque descobrir a verdade. – Sirius tentou ser irônico, mas ela não se deu por ofendida.
- Bem. Depois de uma vida inteira vivendo como trouxa, não foi fácil descobrir que era uma bruxa. Ainda não me acostumei com isso, mas todos têm me ajudado muito. Remus, principalmente, é um professor paciente. – ela sorriu para Lupin, e Sirius sentiu inveja do amigo. Ela continuou com ar desafiador – Se você acha que me envergonho de meu irmão, saiba que me orgulho por ele ser o homem que é e com a coragem de fazer o que foi preciso para ajudar Harry a vencer essa guerra. Mesmo tendo que fazer o que fez. Mesmo sofrendo por isso até hoje.
Todos se surpreenderam por ela ter levado seu relato até aquele ponto, mas compreenderam que fora pela emoção forte. A respiração de todos pareceu suspensa, enquanto Sirius indagou em voz baixa, quase num rosnado:
- O que você quer dizer? O que ele fez?
- Ele... – ela o encarou com firmeza, falando sem tremer a voz, apesar de estar tomada pela emoção – Ele matou Dumbledore.

- O que? – o brado de Sirius, alguns segundos depois, foi como uma bomba no meio da sala, tamanho era o silêncio que dominava a todos.
Ele estava em pé, à frente de Serenna, que também se erguera para enfrentá-lo.
Os dois se fitavam furiosamente. De repente, depois de alguns minutos de tensão, Sirius soltou uma gargalhada. Lupin se ergueu, rapidamente. Temia que o amigo tivesse enlouquecido de vez. Harry lembrou-se dos relatos sobre o confronto entre o padrinho e Rabicho, e também observava a cena, preocupado.
Serenna sentiu-se confusa, por um instante e exclamou:
- Você é um louco!
- Melhor que ser um covarde – ele retrucou em um murmúrio rouco.
- Não chame meu irmão de covarde! Você não faz nem idéia do que ele teve que enfrentar esses anos todos... – ela agitou os braços, dando as costas pra ele, antes de continuar – Mas também... que compreensão eu posso esperar de um homem que não sabe nem o que era seu irmão de verdade?
- O que meu irmão tem a ver com isso? – Sirius puxou-a pelo braço.
- Sirius, calma! – Harry interviu, ficando entre os dois. Então, voltou-se para Serenna – Deixa que eu explico tudo, Serenna. Você já fez o mais difícil, obrigado.
A mulher o fitou, sorrindo tristemente:
- Eu sei. Sou impulsiva demais pra conversas desse tipo. Vocês deviam ter me deixado quietinha no meu canto, me recuperando sossegada...Ainda estou esgotada e isso não facilita muito as coisas.
- Perdoe-nos por isso. – ele pediu, sorrindo, mas Sirius retrucou, agressivo.
- Sim, perdoe-nos por não nos prostarmos aos seus pés, adorando-a como a Deusa da Virtude e da Coragem eternas! A irmã do Ranhoso! Era só o que faltava!
- Sirius, contenha-se! – A voz de Lupin nunca soara tão autoritária, e seu amigo olhou para ele, espantado. – Não aja como um idiota!
- Está bem, está bem. Vou me sentar novamente, contar até dez... e vocês me explicam como uma traição como essa pode ter sido um ato heróico do Ranhoso...
Serenna revirou os olhos e suspirou:
- Deus, dai-me forças! Eu devia ter deixado esse miserável no lugar em que estava! Não devia ter deixado você – ela encarou Lupin – e aqueles dois me convencerem de que era o certo a fazer.
- Que dois? – alguém perguntou.
- James e Lílian! – ela respondeu, e só então se lembrou. Olhou para Harry e disse, baixinho – Eles me pediram pra dizer a você que estão sempre ao seu lado, e sempre estarão..
Ele apenas mexeu com a cabeça, emocionado, incapaz de responder qualquer coisa. Ana é quem perguntou:
- Você chegou a conversar com eles? O que mais disseram?
- Ah... apenas falamos sobre esse aí. – Ela apontou pra Sirius com um meneio do queixo. – De quanto eles tentavam falar com ele, inutilmente. E como ele sempre pensava que enlouquecera e tinha alucinações. E como se transformava de novo em um cão e se fechava para eles.
Depois disso, Sirius pareceu mais calmo, pensativo. Lupin resolveu tomar o controle da situação. Mandando que todos se sentassem novamente, começou a relatar os acontecimentos daquele ano e dos anos seguintes. Apenas quando Sirius perguntou novamente sobre seu irmão, é que Harry e Ana voltaram a falar, explicando sobre o horcrux e como descobriram quem era RAB.

Serenna permaneceu em silêncio, escutando tudo com atenção. Muitos daqueles fatos eram desconhecidos também para ela. Snape não lhe fornecera muitos detalhes sobre a guerra, ou sobre sua ação decisiva nela. Como ela supusera, o irmão fora um herói verdadeiro, mas escondera dela muita coisa.
Quando voltou para casa, pela lareira, só o que queria era dormir e esquecer aquele dia, esquecer que entrara naquele véu, esquecer Sirius Black!
Esperança vã. Quando conseguiu fechar os olhos, lá estava ele, sorrindo para ela, com seu ar zombeteiro, intrometendo-se em seus sonhos.

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{1) O paciente inglês e O paciente inglês parte II
(2) cap. 12 de Harry Potter e o Segredo de Corvinal.

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Gente, desculpem pela demora. daqui pra frente, vai ficar mais tranquilo, a menos que forças superiores me impeçam, hihi...

espero que gostem.

p.s.: erro ortográfico corrigido, espero que a tempo.

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