A carta de Dumbledore



Snape acordou do seu transe e percebeu a entrada das duas mulheres no salão. Quando olhou, não acreditou no que viu: era ela, a misteriosa mulher da gruta! Mas ele não tinha certeza disso. Pensou por um instante que pudesse estar sonhando, mas não havia bebido tanto assim. Ouvia vozes distantes, sua visão estava anuviada e ele pensou estar enlouquecendo.

- Severo - repetiu Voldemort impaciente

Era a terceira vez que o chamava, mas Snape permanecia ali, como se estivesse em outro mundo.Até que percebeu que tudo aquilo não era um sonho. Aquela linda mulher estava lá, tão próxima que podia sentir seu perfume. E como era bom...

- Minha filha, Severo. Não vai cumprimentá-la?

- Perdão, Milorde - respondeu Snape atordoado. - Acho que este vinho não me fez bem.

O Lord Negro examinou seu servo atentamente e notou que havia algo estranho com ele. O que seria? Teria que deixar isso para depois, no momento tinha coisas mais importantes para resolver.

- Como estava dizendo, esta é minha filha, Júlia. E este, querida, é meu... amigo, o mais leal. Ele foi professor em Hogwarts, minha cara, por muitos anos, mas agora se aposentou.

Voldemort deu um sorriso e prosseguiu:

- Devia aposentar a bebida também, Severo. Parece que a idade está pesando.

Snape nem ligou para as provocações do seu Lorde. Naquele momento estava mais interessado na linda mulher à sua frente – “É ainda mais bela acordada” - pensou. Ele estendeu a mão para a garota e disse:

Muito prazer, senhorita. Estávamos ansiosos por sua chegada.

Júlia sorriu para ele, e era o sorriso mais encantador que Snape já havia visto em toda a sua vida. Sua vontade era ficar por horas, dias, meses, segurando aquela mão delicada e contemplando aquela beleza divina. Porém, Voldemort o chamou para a realidade outra vez:

- Agora que todos já se conheceram, vamos ao jantar.


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- Harry, escuta – insistiu Hermione, completamente aflita. – Dumbledore deixou tudo muito claro nesta carta. Você deve voltar a Hogwarts, o caminho para encontrar as outras horcruxs começa lá!

- Cara, a Mione tem razão - disse Rony meio sem jeito.

Há horas os três estavam naquela discussão, pelo menos desde que Harry recebera a carta supostamente mandada por Dumbledore. Esta dizia que o garoto deveria voltar à escola de magia, independente de ela reabrir ou não, pois a busca pelos fragmentos da alma de Voldemort que ainda faltavam deveria começar por lá.

Esta notícia inesperada abalou os planos de Harry Potter. Desde a morte do diretor ele tinha certeza que deveria se afastar da escola e sair pelo mundo à procura das horcruxes. Mas agora tudo estava confuso.

Todos se preparavam para o casamento de Gui e Fleur quando a carta chegou. E isso não aconteceu de maneira comum, por meio de uma coruja ou outro pássaro. Harry simplesmente entrou no quarto e lá estava ela, em cima da cama enrolada e com uma pena de fênix presa ao pergaminho. Assim que o garoto leu, foi correndo contar a seus amigos e ver o que eles achavam, se aquela carta poderia mesmo ter sido enviada por Dumbledore. Mas ao invés de ajudar, Rony e Hermione estavam o deixando cada vez mais perturbado.

O garoto levantou, caminhou em direção a janela e, olhando para o horizonte, disse com calma:

- Sei o quanto o estudo é importante para você, Hermione, e também sei que sua mãe não ficaria nada feliz se não se formasse Rony. Então estão livres, não precisam me acompanhar. Daqui para a frente, sigo sozinho.

Rony e Hermione se olharam, depois caminharam até onde Harry estava e colocaram a mão em seu ombro.

- Se for preciso iremos com você até o fim do mundo, não importa o que vamos deixar para trás – disse a garota. – Só reflita um pouco. Dumbledore morreu procurando essas horcruxes, ele jamais te deixaria uma pista falsa. Mas, se quiser ignorá-la, tudo bem, estaremos ao seu lado sempre – e, apesar de enfatizar a última palavra, o tom de voz de Hermione era de urgência para que o amigo acreditasse no que Dumbledore deixou na carta.

Harry olhou para o pergaminho que ainda segurava nas mãos e pensou que seus amigos podiam estar certos. Talvez a melhor coisa a fazer era alterar o que haviam planejado e seguir para Hogwarts, mesmo que fosse uma armadilha.

Ele olhou para os amigos e disse:

- Vamos para Hogwarts. Mas antes temos um casamento para comemorar.

Os três sorriram e se abraçaram. Era muito bom saber que sempre teriam um ao outro. As brigas, os desentendimentos, nem mesmo todo poder do Lord das Trevas seria capaz de destruir algo tão forte como o amor que unia aquele trio.


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O jantar correu da maneira mais normal possível. Snape se sentia cada vez mais atraído por Júlia. Ficou sentado ao lado dela o tempo todo, o perfume, o sorriso, a voz dela,tudo aquilo o deixava mais enfeitiçado.

Voldemort falou sobre coisas triviais, até parecia um homem comum discutindo problemas corriqueiros com sua família. Mas tudo não passava de um jogo, é claro. O tempo todo tentou entrar na mente da filha e não conseguiu nada. Aquilo o frustrava cada vez mais.

Porém, o que mais o irritou foi o fato da garota não aceitar, em hipótese alguma, passar a noite ali. Ele tentou persuadi-la de todas as maneiras, mas não deu certo. Pensou até em lançar a Maldição Imperius, mas teve uma idéia brilhante.

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