COMPANHIA?!?!?



CAPITULO 2 – COMPANHIA?!?

De repente,ouviu alguma coisa se mexer lá fora, seriam os gigantes? Mas ele nunca tinham ido nesse lado da montanha... então ele se levantou, sacou sua varinha, e foi em direção à entrada para saber o que havia do outro lado. Foi se aproximando aos poucos, até perceber que era uma moça, parecia ferida, estava fraca, teria sido atacada? Então, ele saiu e pegou a moça, que havia caído, estava chovendo, não tinha percebido isso, de tão absorto que estava em seus pensamentos. Trouxe-a para dentro da caverna, deitou-a na cama, próxima ao fogo e com um feitiço, secou suas roupas para que não pegasse uma gripe, fechou os cortes e deu um jeito nos hematomas, cobriu-a com sua capa e pôs-se a observar a moça.

Não era tão nova assim, deveria ter uns 25 à 28 anos, mas algo em seus traços faciais o fez ficar observando-a. Parecia-lhe estranhamente familiar... Cabelos muito negros e lisos, sua pele muito branca estava pálida, provavelmente pelo acidente, mas as cores já estavam voltando às sua face, não pôde ver seus olhos porque estavam fechados. Ela não parecia uma Black, as características físicas se parecem, mas se ela fosse uma bruxa não estaria tão gravemente ferida como estava.

_ Mas se você é trouxa como conseguiu chegar até aqui?! – perguntou num tom de voz que não passava de um sussurro.

Neste momento reparou nas roupas estranhas dela. “Definitivamente não é uma bruxa!!!” constatou após olhar o traje justíssimo que ela usava (N.A.: pensem em um macacão, parecido com aqueles de mergulho, sacaram? ^_^), com algumas cordas amarradas na cintura e ganchos pendurados em torno do quadril. As formas do corpo dela estavam bem à mostra por causa da roupa que, além de ser justa, estava molhada, seus rosto, que começava à ficar corado por causa do frio da caverna, era de uma delicadeza bucólica¹, deixando-a com uma expressão de boneca de porcelana. Junto à ela estava uma mochila consideravelmente grande, com algumas roupas, lanche, mais cordas e ganchos.

Parou de vasculhar a mochila dela e voltou sua atenção para sua “paciente”. Não conseguiu se segurar, quando deu por si estava acariciando levemente o rosto dela, mas ao fazê-lo, algo como uma corrente elétrica perpassou por todo o seu corpo, tirando rapidamente a mão de perto do rosto dela. O movimento brusco a fez acordar. Dois olhos grandes e negros, como dois pedaços de carvão em brasa, que reluziam mais que opalas, o encararam.

_ Você está bem? – disse em tom cordial.

_ Estou... Quero dizer...meio tonta, mas isso deve passar.

_ Talvez seja porque você perdeu muito sangue... Isso vai passar.

_Ah, obrigada... – agradeceu a moça, sua voz era firme, destoava um pouco do seu jeito frágil e delicado.

_ De onde você veio? Não me lembro de ter alguma aldeia nas proximidades... Se perdeu?

_ Bom, não sou daqui, moro em Londres para falar a verdade.

_ E como conseguiu chegar até aqui em cima? Não é a mais fácil das tarefas, a encosta dessa montanha é muito íngreme...

_ Realmente, para alguns sim. Mas para mim, não, sou alpinista. – respondeu ela com orgulho.

_ Como assim?

_ Bom, meu hobby favorito é escalar montanhas, as mais difíceis, estava escalando esta aqui à dois dias, quando de repente...– ela fez uma cara de quem tentava lembrar de algo, olhou para ele e deu uma risadinha sem graça

_ De repente... – encorajou ele, ela olhou diretamente para ele, dando um sorriso amarelo.

_ Sabe que eu não me lembro? A última coisa da qual eu me recordo foi de ter encontrado uma caverna (que pressuponho que seja esta) e me direcionar para cá para me abrigar durante esta noite da chuva... – e olhando para suas “roupas” e para a cama onde se encontrava – Ué! Eu não deveria estar molhada? Eu estou aqui há quanto tempo?!

_ Está aqui a umas duas horas.

_ Sim... – encorajou ela, assim como ele havia feito anteriormente, mas com um olhar desconfiado. – Mas isso não explica eu estar desmaiada, seca e não lembrar do “que” me atacou...

_ Bom... – começou ele, mexendo-se desconfortavelmente na cadeira “Oras! Não adianta eu tentar mentir para ela, qualquer coisa, eu apago a memória dela com um Obliviate” – Você foi atacada por gigantes e eu sou um bruxo, isso responde às suas perguntas?

Ele esperou que ela gritasse, desmaiasse novamente, saísse correndo, ou coisa do gênero, mas não estava preparado para o que ela faria: cair na gargalhada! (N.A.: o.O) “Ela só pode ser louca! Ela deve ter batido a cabeça na pedra e isso afetou o cérebro dela... É isso! Com certeza!” Pensava ele enquanto olhava para a mulher que se contorcia de rir à sua frente.

_ Posso saber do QUÊ você está rindo?!!? – perguntou, retomando um pouco do seu mau-humor quando ela resolveu parar de rir, ainda com lágrimas nos olhos.

_ Não.. É que.. Sabe... Você quase me convenceu! Bruxos... Essa foi realmente boa!
_ Você acha que eu estou brincando? – ela assentiu com a cabeça – Ótimo! Então como a srtª Eu-não-acredito-em-nada acha que eu curei todos os seus ferimentos – ela pareceu não acreditar ainda – E se eu não fosse um bruxo, como eu faria isto?

E conjurou uma mesa de jantar para duas pessoas, além de velas para o ambiente, que estava já escuro, devido à noite e à fraca luz da fogueira que os aquecia. A boca dela se abriu em expressão de espanto, aos poucos, à medida que ela assimilava as coisas, ia arregalando os olhos em sinal de surpresa.

_ Você é o que chamamos de trouxa, ou seja, não tem poderes mágicos. Eu imagino que você tenha sido atacada pelos gigantes, que vivem nessas imediações. Você entendeu tudo? – ela olhou para ele com um sorriso bem grande.

_ Entendi, claro que entendi. Isso é um pesadelo! – e desabou novamente desmaiada.

_ Não! Calma! – disse ele já se preparando para segurá-la – Enervate! – ela olhou novamente para ele, a visão dela parecia desfocada..

_ Ué! Você não fazia parte do meu sonho? – ele respirou fundo.

_ Olha aqui, isso não é um sonho! Eu sou um bruxo, você foi atacada por gigantes e NÃO DESMAIE DENOVO!!!

_ Tá bom! Tá bom! Só que é difícil aceitar tudo isto de uma vez só! E dá pra gritar baixo?! Minha cabeça ainda está prestes a estourar!!!

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