ASTUTO OU IDIOTA?
CAPITULO 1 - ASTUTO OU IDIOTA?
A muitos quilômetros de Hogwarts, em uma caverna, estava Severo Snape, escondido de tudo e de todos. Seu rosto mais pálido do que nunca, suas mãos nunca estiveram tão frias, o bruxo levava uma aparência mais fantasmagórica que de costume.
Há quase um mês do acontecimento em que matara o bruxo mais poderoso do mundo, Snape havia escondido ali, naquela caverna. Havia protegido o lugar com todos os encantamentos possíveis para assegurar de que ninguém poderia encontrá-lo. Estava só, não via pessoa alguma desde o dia em que fugiu, quase não podia sair daquele lugar, pois além de se esconder das garras do Ministério da Magia, tinha que evitar os gigantes que por lá moravam: mesmo estando do lado de Voldemort, eles não suportavam a presença de humanos junto a eles.
Um sentimento confuso se apoderava do coração do bruxo (N.A.: nooooossa! Ele tem um coração!!! Agora sim nada mais me surpreende...). Talvez nem ele mesmo conseguisse explicar o que se passava dentro de si.
Ódio. Vergonha. Arrependimento. Tristeza. Saudade. E acima de tudo, a sensação de remorso que o fazia ficar noites sem dormir, pensando, lembrando. Não deveria ter matado Dumbledore, não queria, mas o pedido de Dumbledore não parou de ecoar em sua mente...
“Por favor, Severo, ele precisa de você mais do que de mim... Eu vou morrer de qualquer jeito, você não pode morrer por causa desse voto perpétuo que fez à Narcisa, Harry precisará de você ainda. Minha vida é dispensável, Severo, não tema, faça o que você sabe que tem que ser feito...”
Snape apostava que todos àquele momento estavam odiando-o...
_ Mais do que já odiavam... – completou para si mesmo com o seu costumeiro tom irônico.
Duvidava muito que alguém tivesse tido a boa vontade de se lembrar que estavam tratando dos dois maiores oclumentes que já existiram nos últimos 200 anos. Ele havia matado Dumbledore, não havia como negar. “Até o pirralho arrogante do Potter viu tudo de camarote”. Mas eles viram o que acontecia por fora, porque, se vissem o que acontecia dentro da mente deles, presenciariam uma batalha muito mais feroz do que a que se travava nos interiores do castelo.
Dumbledore pedira para matá-lo?!?!? Ele não podia acreditar, não podia aceitar! Iria se negar até a morte! Mas não pôde se negar ao ouvir a voz suplicante do até então diretor de Hogwarts.
_ Maldita noite, aquela – resmungou Snape ao se lembrar daquele momento – Porque Mérlin? Será que minha vida poderia ser melhor? – questionou-se sarcástico – Estou abandonado, sozinho, rodeado de gigantes assassinos, odiado pelos dois lados da batalha e culpado pela morte da única pessoa que confiou em mim... – e completou com um sorriso amargo – Oh sim, maravilha de vida...
_ Incêndio - murmurou e da ponta de sua varinha, saíram chamas que atingiram um monte de lenha à sua frente.
Já era noite, e o bruxo estava deitado em uma cama conjurada no interior da caverna, observando os efeitos das chamas nas paredes de pedra.
Voldemort o abandonara ali, não se importava se ele estava vivo ou não, agora que Dumbledore estava morto, poderia conquistar o mundo em um estalar de dedos. O que aumenta mais ainda seu arrependimento.
_Dumbledore nunca teria me abandonado assim... – pensou ele - E o garoto Potter... o Lorde das Trevas acha que agora que o garoto esta só, que será fácil derrotá-lo...tenho que admitir que aquele garoto arrogante, vai dar trabalho ao Lorde – refletiu ele – Aquele pirralho pediu pra nascer chato e abusou do direito!!! Tomara que esse garoto medíocre seja mesmo “O escolhido” da profecia...
De repente ele percebeu uma coisa, aliás, se lembrou de algo. Uma vez, durante uma das aulas de oclumência, Potter o questionou sobre o porquê de continuar chamando Voldemort de “Lord”. É claro que na hora ele tinha uma resposta bem “agradável” para dar àquele insolente, mas depois ele mesmo ficou se questionando: valia a pena chamar de Lorde alguém que o “amava” tanto?
_ Voldemort que se prepare! Ninguém brinca com Severo Snape, O príncipe Mestiço, e sai vivo para contar a história... – Dizia a si mesmo cerrando os punhos. Nunca lhe fora difícil dizer o nome daquele-que-não-deve-ser-nomeado, não dizia por falta de hábito, mas um sentimento de vingança misturado com ódio nascia mais forte do que nunca no coração de Snape, e não dizem que a vingança, quando não deixa as pessoas mais astutas, as deixa mais idiotas??!?! Pois então, Snape estava decidindo em qual categoria se enquadrava, mas estava mais pra segunda opção...
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