O Salão Comunal e as coisas qu

O Salão Comunal e as coisas qu



Shigure e Sibila seguiram a sombra flutuante que era o professor Snape logo a sua frente, passando por escadas, portas, janelas, terraços, corredores, até avistarem a (nada satisfeita) professora McGonagall. Ela estava na porta de uma sala de aula, com os braços cruzados, bufando e batendo o pé. Ao seu lado, avistaram uma tímida Cho Chang. O coração de Shigure pulou uma batida quando a avistou.
-Finalmente vocês apareceram!!!!!!! Meu deus, como fiquei preocupada!!!! Por que vocês não me obedecem? Eu disse para ficarem na Gárgula me esperando, mas quando cheguei lá, nem sinal de vocês dois! Podiam ter ficado dias perdidos no castelo, vocês sabiam?? Que irresponsabilidade! - ralhava a professora mal os dois irmãos se aproximaram. Agora Sibila também sentia-se desconfortável com a sensação de que a professora parecia uma mãe brigando com os filhos por a terem deixado preocupada.
-Mas a senhora mesma disse lá na reunião que nós podíamos andar pelo castelo que não tinha problema! - retrucou Sibila.
-MAS NÃO SOZINHOS!!!! - respondeu a professora.
-Você não especificou isso! u.u - disse Sibila, cruzando os braços.
-ISSO ERA ÓBVIO!!
-Ah não, esse negócio de "isso é óbvio" não funciona comigo, sinto mui...
-SIBILA!!!!
Após mais alguns minutos de falatório maternal por parte da professora, ela se calou, respirou fundo e relaxou um pouco. Nem o professor Snape nem Cho Chang disseram uma única palavra durante o sermão, embora ambos parecessem tão desconfortáveis quanto se fosse com eles a briga toda. McGonagall tinha o dom de fazer até macacos velhos como Snape sentirem-se culpados como uma criança às vezes. Mas é lógico que Snape jamais assumiria isso facilmente.
-Bem, agora podemos entrar e discutir alguns pontos, por favor? - gesticulou a professora para a porta da sala de aula. Todos entraram.
Sibila ficou com as mãos coçando assim que entrou na sala. Ela não sabia a que disciplina pertencia a sala, mas importava que ela queria mexer em todos os objetos presentes nela, sem exceções. Porém, quando se aproximava do primeiro, ouviu:
-Não-toque-em-nada - disse Snape para ela por entre os dentes serrados. No mesmo momento ela recolheu as mãos.
-Eu os chamei aqui então para repassarmos o nosso plano - disse McGonagall - Sibila, você é uma estagiária de poções do professor Snape cujos pertences foram extraviados. Shigure, você é o irmão mais novo - nisso Shigure fez uma careta - de Sibila. Você veio transferido para cá junto com ela e suas coisas foram igualmente extraviadas. Avisamos já a todos os professores. Shigure?
-Ahn, sim?
-Cho Chang será sua guia dentro desta instituição. Faça tudo o que ela mandar você fazer, ela é uma aluna exemplar e sabe o que está fazendo. Vocês devem passar o tempo todo juntos e observar se alguma reação fora do comum acontece, fui clara?
A idéia de passar o dia inteiro pertinho, pertinho de Cho Chang revirou gostosamente o estômago de Shigure. Ele sorriu internamente.
-Sim senhora! - respondeu ele.
-Sibila? - chamou a professora.
-Que? - respondeu ela, distraída com um enorme relógio encostado na parede.
-O mesmo vale para você.
-O mesmo o que?
A professora deu um suspiro irritado e continuou:
-As mesma instruções que dei ao seu irmão!! Elas valem para você também!
Sibila ficou alguns segundos olhando para a professora e pensativa.
-Quer dizer que eu vou ter que passar o dia todo colada no Shigure e na Cho??? - perguntou ela confusa - Mas por que??
-Ah Athena e Deméter... Severus!!! Explique para ela mais tarde sim? Olhem que horas são, já está mais do que na hora do almoço. Vamos, vamos, todos para o salão comunal! Vocês dois não comeram nada desde que acordaram e ainda saíram dando piruetas por aí! Precisam se alimentar direito para agüentar bem o seu primeiro dia de aula! - disse a professora.
Shigure engoliu em seco.
-O que a senhora quis dizer com "nosso primeiro dia de aula"? - perguntou ele.
-Shigure, meu querido, você agora, para todos os efeitos, é um aluno da Corvinal como outro qualquer! E como os alunos em geral fazem, você assiste aulas, faz deveres, responde chamada, responde perguntas, etc. Portanto, vão logo almoçar antes que as aulas da tarde se iniciem! - respondeu ela, levantando-se e dirigindo-se à porta. Foi seguida pelo professor Snape, que não saiu antes de lançar um olhar de quem diz "você ouviu! Faça o que ela mandou!" para os garotos. Os três caíram num incômodo silêncio por alguns segundos, até ser quebrado por Cho:
-Er....bom....tipo, acho melhor a gente ir comer, sabe? Acho que não temos muito mais o que fazer...
-É, acho que sim... - respondeu Shigure
Silêncio novamente. Ninguém encarava ninguém e ninguém fazia qualquer menção de sair da sala. De repente, Sibila (só podia) deu um grito:
-OH MY GOD!!!!!!!! - disse ela colocando as mãos na cabeça e arregalando os olhos cheios de súbita compreensão - eu......eu.......eu tinha que ter ido junto com o Snape!!!!!!!! Eu tenho que ficar junto dele, não de vocês dois!!!!! - ela dizia isso como se fosse culpa dos dois que ela ainda estivesse ali - SNAAAAPE!!!! ESPERAAAAAAAAAAAAAA......... - gritou ela quando saiu pela porta. Shigure e Cho puderam ouvir os passinhos de Sibila sumindo no corredor.
-Ela é....digamos.......bastante excêntrica, né? - disse Cho, incerta.
-Ela é lesada mesmo, não tenha vergonha de dizer isso. - respondeu Shigure revirando os olhos.
-Hahaha! - "A Cho riu!!! Eu fiz a Cho sorrir! XD" e uma pequena borboleta passeou rapidamente pelo estômago de Shigure - É, eu acho que você está certo...mas ela parece ser uma boa pessoa, pelo menos - disse Cho, agora um pouco mais à vontade.
-Tem razão. Ela PARECE. Eu também pareço um aluno de verdade, no entanto....
-No entanto agora você é! - lembrou Cho - Olha, não precisa se preocupar! Tá comigo, tá com Deus! Enquanto a gente ficar junto, a gen....- e ela pareceu se dar conta do que estava dizendo. Corou um pouco, seu olhar desviou para o chão, mas continuou - ...digo...se você........se a gente........não que......- parou, ainda olhando para o chão - Ah, esquece! - e virou rápido em direção à porta.
-Cho! Quer dizer, senhorita Chang!!! Espere, eu....Espere!!! - ele a alcançou no momento em que ela passava pela porta. Com uma mão sobre o ombro de Cho, ele a fez parar e virar para encará-lo. Ela ainda estava ligeiramente corada e Shigure teve um leve calafrio. Então as palavras sumiram da sua mente. Ele esqueceu o que pretendia fazer ao interceptar Cho. Sentiu-se um completo idiota naquela situação e como reflexo, tirou a mão do ombro de Cho rapidamente, porém não sabia o que fazer com ela (com a mão) (e também com a Cho). Começou a gesticular debilmente, olhando para todos os lugares menos para o rosto da garota, até decidir que mãos e braços soltos ao longo do corpo era a posição mais adequada à situação.
-Bem, eu.....(coça cabeça) .......só queria dizer que.....que.......eu......- arriscou ele. Mas neste exato momento ele ouviu uma risadinha maliciosa, muito familiar. Os dois, Cho e Shigure, viraram-se para encarar Sibila, que estava sentada no chão de pernas cruzadas, encostada na parede, em frente a eles. Ela olhava e sorria de uma forma que fez Shigure engolir em seco.
-Si....Sibila, o que você está fazendo aí??? Você não tinha ido atrás do Snape??? - ele parou. Olhou para um lado com ar indignado e voltou a encarar a irmã - Ok, há quanto tempo você está aí??? - perguntou ele, não conseguindo conter o nervosismo na voz.
-Aaaah onii-chan......- ela deu um suspiro enquanto levantava-se deliberadamente com lentidão - Pois é, você veja! Eu fui mesmo tentar achar a McGonagall e o Snape, mas eles simplesmente sumiram! - disse enquanto se espreguiçava - E eu não queria me perder novamente no castelo, vai que eu dou de cara outra vez com aquele Filch asqueroso, não é? - ela conversava com um tom casual demais, coisa que desagradava cada vez mais Shigure, porque o olhar e sorriso maliciosos não sumiram do rosto da irmã - Então, eu pensei (é, às vezes eu faço isso): vou com Cho Chang e meu querido irmãozinho!! Voltei e decidi esperar vocês aqui fora mesmo - silêncio - Por um acaso eu..................não estou interrompendo nada, certo? - disse ela com uma preocupação completamente falsa, que aparentemente passou despercebida por Cho. Cho disse, um pouco sem graça:
-Imagina, não, não, não! Estávamos apenas.....apenas conversando hehe. (olha para um e depois para o outro) Bem, vamos para o salão? É por aqui! - disse ela, seguindo pelo corredor nervosamente.
Assim que Cho ficou de costas para eles, Shigure olhou para Sibila de maneira a deixar óbvias todas as intenções de assassinato doloroso em que ele estava pensando, mas Sibila simplesmente chegou mais perto do irmão e continuava sorrindo do mesmo jeito malicioso quando disse ao pé do ouvido:
-Eu-vi-tu-do! - e saiu de perto de um Shigure trêmulo. Ela seguiu Cho Chang pelo corredor enquanto saltitava e cantarolava "Love´s in the air tãnãnã tãnãnã". Cho Chang, um pouco mais à frente, olhou para trás com ar confuso para Sibila e chamou Shigure para que ele as alcançasse.


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-Onde-você-estava? - foi o que disse um incomodadíssimo Professor Snape, parado à porta fechada do grande Salão Comunal.
Sibila olhou para trás, só para tirar a dúvida, mas entendeu que era mesmo com ela.
-Eu....ahn....eu......- começou ela, procurando as palavras enquanto torcia as mãos.
-Você compreende que eu poderia estar lá dentro agora, desfrutando de um invejável almoço, sem mais preocupações do que a minha próxima turma de Poções, mas fui obrigado a esperar uma certa pessoa INCÔMODA - e ele olhou para os lados antes de baixar a voz e continuar, ainda com rispidez - que parece ter esquecido completamente do maldito combinado? Você-deveria-estar-me-acompanhando, igualzinho a um cachorrinho obediente e me dando o MÍNIMO de trabalho possível. Mas eu sabia que pedir isso para uma criatura obtusa como você seria demais, eu sabia - ele fez uma breve pausa. Sibila nem se mexia, apenas olhava para os pés do professor. "Ela vai chorar! Ela vai chorar!!!" pensava Shigure, um tanto quanto "sádico" poder-se-ia dizer - E agora? Está esperando o que para entrar logo neste salão? Será que você não consegue abrir a porta sozinha sem arriscar a própria vida? - deu um sorriso cínico antes de virar-se e entrar no salão, sem verificar se Sibila o seguiu.
Os três ficaram em silêncio, parados, por alguns segundos, até que começaram a dar-se conta da luz que irradiava da porta aberta do salão, bem como o vozerio animado e o som de talheres e pratos sendo usados. Isso sem contar o repentino cheiro ma-ra-vi-lho-so que preencheu as narinas dos três. Eles apenas entreolharam-se com um sorriso e entraram no salão.
Era estranhamente mais claro lá dentro. Mesmo ao meio dia de um dia consideravelmente luminoso, várias velas flutuantes permaneciam acesas. Shigure e Sibila estacaram assim que entraram no salão, admirando o teto encantado, que mostrava um céu com algumas nuvens e de um azul mais intenso do que eles lembravam. Cho notou que seus acompanhantes pararam de segui-la e estavam começando a chamar a atenção dos alunos.
-Er...olha, eu já achei lugares para nós, vamos sentar na mesa da corvinal mesmo, vocês se importam? - perguntou ela.
-Aaaaah......- suspirou Shigure, sem tirar os olhos do teto.
-O teto.......o teto........tão.......lindo.........tão.......teto.............- balbuciava Sibila, novamente com lágrima nos olhos, também hipnotizada pelo teto.
-Ahn.....é só um teto, ok? É como se fosse feito de vidro! Depois de 6 anos você nota que não é grande coisa, sabe... - Cho tentava tirar os irmãos do transe. Os alunos na ponta da mesa da Lufa-Lufa, a mesa mais próxima de onde eles se encontravam, cochichavam entre si e davam risadinhas olhando para os irmãos.
-Mas tem velas também que voaaaam........- balbuciou Sibila em resposta.
-E o cheiro tá booooom! - disse Shigure, começando a voltar ao normal.
Cho ficou imensamente agradecida quando os dois saíram daquele estado abobado (Sibila parcialmente) e seguiram-na até a ponta mais próxima da porta da mesa da Corvinal. Sentaram-se lado a lado. Shigure e Cho perceberam os olhares curiosos que os outros alunos lançavam para ele e notaram também o olhar de desagrado que lançavam para Sibila. Lógico que ela não percebeu nada e continuou olhando tudo com a boca meio aberta. Cho e Shigure não perderam mais tempo e começaram a provar todas as delícias da mesa, embora Shigure continuasse um pouco desconfortável.
-Cho, você tem certeza de que....sabe.....não faz mal a Sibila sentar aqui, conosco? Quer dizer, ela está vestindo o uniforme da Sonserina! - cochichou Shigure.
-Ah, não existe qualquer regra que impeça os alunos de confraternizarem, pelo contrário! Embora realmente não seja muito comum a Sonserina se misturar assim com a Corvinal. Nem com qualquer outra casa...- dizia ela, pensativa - Mas eu acho que não deveriam existir mesas para cada casa, assim todos sentariam juntos sem preconceito!
Shigure ficou secretamente admirado pelas boas intenções de Cho e sua visão utópica.
- Bem....er.....eu sei que não devemos falar muito sobre certas.....coisas......aqui mas.......eu confesso que vocês me deixaram bastante curiosa! Quer dizer....vocês falaram um pouco sobre vocês lá na reunião mas a origem de vocês me pareceu um pouco....ahn....confusa, entende? – conversava Cho.
Shigure ficou ligeiramente agitado. Só agora ele começava a entender um outro aspecto da sua situação: como explicar para os residentes de Hogwarts de onde ele e sua irmã haviam vindo?? “Quer dizer, você não pode exatamente dizer que eles são personagens de um livro e você é real. Não apenas isso é “Fushigi Yuugi” DEMAIS pro meu gosto como eles jamais acreditariam” divagava rapidamente sobre o assunto Shigure. “Talvez nos tomem como loucos! Sobre Sibila eles já devem pensar algo assim, mas sobre MIM??? Não posso manchar minha reputação desse jeito! E se terminamos internados para sempre em algum hospital, tipo o St. Mundungus??? Não, não e não!!! Não posso contar quem somos de verdade!”
-Shigure?? – chamou Cho ao longe.
-Ah sim, sim! Desculpe, eu me perdi em pensamentos hehe É que é tudo tão fascinante aqui, não é? Hehe – dizia ele, dando sorrisos amarelos.
-É, é sim......mas então? Sobre a minha pergunta?
-Que pergunta?
-Sobre vocês! De onde vocês vieram?
-Oh sim! Então, veja bem...nós...ahn.....nós viemos de.....ahn........de uma cidade chamada Large Field City! – disse ele, enquanto voltou toda a sua atenção ao banquete à sua frente, na esperança de que Cho desistisse da entrevista.
-E onde fica? – perguntou ela.
-O que?
-A sua cidade, Large Field City – ela estava começando a ficar irritada com a falta de atenção do seu acompanhante. Cho era uma garota que não gostava de ser ignorada.
-Onde fica? Bem....ah, fica por aí, você não vai querer saber, é um lugar muito deprimente.
-Hmmm – respondeu ela desconfiada, mas não ainda saciada – e quanto à sua família?
-Na verdade eu moro apenas com a minha irmã, nós dividimos um apartamento, sabe? Nossos pais moram em outra cidade. – Shigure pensou se já não estava dando informações demais.
Mas de repente, Sibila pareceu voltar ao "normal" e o cutucou com o dedo no ombro. Ele fechou os olhos respirou fundo antes de dizer:
-Você sabe o quanto eu ODEIO que me cutuquem. - disse friamente. Sibila pareceu ignorá-lo.
- Shigure, eu tive um insight!!!! - disse ela com a boca cheia de alguma coisa que um dia fora laranja-vivo e apetitoso. Shigure revirou os olhos.
-Você não tem "insights", Sibila. No máximo uma dor de barriga .
-Eu estou falando sério!! - disse ela, agora agarrando selvagemente um prato de alguma coisa vermelha e úmida, trazendo-o para perto de si, vencendo a disputa com outro aluno.
-Desse jeito você vai ter mesmo uma dor de barriga. Quer ter modos????? Você está me envergonhando!!! - disse ele enquanto assistia à cena chocante que era sua irmã faminta, com comida à disposição e pensando, tudo ao mesmo tempo.
-Ah pára de encher meu saco e escuta! Você não captou as mensagens suplementares das nossas últimas conversas??
-Você quis dizer mensagens "subliminares" .
-Então! Foi o que eu disse! Veja só - e ela baixou um pouco a voz para que Cho não os ouvisse. Era estranho ver Sibila tendo este tipo de cautela, pensou Shigure. Aliás, Cho Chang estava coincidentemente pedindo licença pois precisava dar uma palavrinha com uma amiga láááá do outro lado do salão, mas que era para os dois não se preocuparem que ela já voltava (diz ela) - o Snape disse que tinha aula de poções hoje!
-Não diga! E daí? Não é o que ele deveria fazer? Aliás, você é a nova estagiária de POÇÕES, lembra?
-Nããão! Olhe outra coisa, a Cho Chang disse que depois de seis anos na escola a gente se acostuma com o encantamento do teto!
-Peraí, você não estava praticamente inconsciente naquela hora???? Como é que você ouviu isso????? Justo VOCÊ!
-Foi o que eu disse, mensagem suplementar u.u .
-SUBLIMINAR! – e alguns alunos olharam para Shigure, que distribuiu sorrisinhos falsos de "me desculpem, me exaltei" - Sibila, eu ainda não consegui captar a sua lógica ilógica.
-Mas é muito burro mesmo, né? Pensa bem, a Cho Chang está no sétimo ano em Hogwarts! Logo, Harry e cia estão no seu sexto ano! Logo, trata-se do "Enigma do Príncipe"! E o Snape NÃO ensina poções no "Enigma do Príncipe"!!!!!! - ela parou para tomar fôlego - E eu não estou vendo o Slughorn na mesa dos professores! (na verdade eu não consigo nem ver a mesa dos professores com tanta gente na frente - -") .
Shigure ficou pelo menos um minuto olhando assustado para a irmã, talvez mais por ela ter atentado a fatos como estes do que pelos fatos em si.
-Sibila, você.....você pensou em tudo isso sozinha?? - ele estava mesmo incrédulo.
-Larga mão de ser mané! - bufou ela - Isso é sério!!! O que está acontecendo???
-Espera aí!
Ele ergueu um pouco o corpo e conseguiu ver alguns pedaços da mesa principal. Conseguia ver o rosto de um ou dois professores apenas e podia identificar pelas roupas outros três. E embora ainda houvessem vários professores invisíveis a ele, realmente Slughorn não parecia estar presente. Ele também notou que os professores pareciam bastante agitados e conversavam muito entre si.
-Eu....ahn.....espera aí outra vez! - ele virou para o outro lado e abordou um aluno próximo - Ahn, com licença, desculpe-me a interrupção do seu adorável almoço, amigo, mas eu estou com um probleminha aqui, sabe? Eu sofro de uma doença genética que às vezes faz com que meus neurônios fiquem um pouco confusos, principalmente com relação à datas. É bem ruim, sabe? Eu já esqueci a data do meu aniversário mais de uma vez, muito constrangedor! Mas pelo menos a festa surpresa fica ainda mais surpreendente ha ha ha - ele falava com o máximo de simpatia que conseguia fingir, mas o aluno permaneceu olhando para ele sério - Er...ahn.....então, será que por caridade você poderia me informar em que dia da semana e do mês nós estamos? - disse ele abrindo um sorriso imenso. O aluno continuou encarando-o sério por mais uns segundos, mas por fim disse:
- 19 de setembro, quinta-feira. - e voltou a prestar atenção em seu prato de comida.
-Ah, certo, obrigada...... - respondeu Shigure, ainda com o sorriso na cara.
-Meu deus....precisava inventar uma história desse tamanho só pra perguntar que dia era hoje????? Se você não queria levantar suspeitas, era só deixar eu fazer isso! Ninguém se surpreende quando eu não sei em que dia estamos, eles acham estranho quando eu SEI! - disse Sibila.
Mas ele não prestou atenção. Ruminava a informação. “19 de setembro, 19 de setembro, 19 de setembro.........mas como pode ser? No nosso “mundo” estávamos em fevereiro ainda! Nossas aulas mal tinham começado!”.
-Você vai me deixar de fora quanto tempo ainda? - perguntou Sibila indignada, tirando-o do devaneio.
-Sibila, nós estamos em 19 de setembro! Até você sabe que..- ele baixou mais a voz – que “lá de onde viemos” era ainda fevereiro!!! Por que??? Será que........que dia sempre começam as aulas em Hogwarts?
-Ahn........peraí, deixa eu ver......ahn......- ela começou a fazer contas aparentemente complicadas nos dedos. Deduzia-se isso pela sua cara de esforço.
-Deixa pra lá Sibila, é primeiro de setembro, eu lembrei - disse Shigure, tirando-a daquele esforço.
-Oh, eu sabia...- disse ela, meio desanimada.
- Muito bem, eles estão na segunda semana de aula em Hogwarts....
-Igual a gente!!
-O que?
-Igual a gente! A gente também estava na segunda semana de aula na faculdade! Que coincidência né? – disse ela, distraída.
Ele pensou um momento no que Sibila lembrou.
-My God, não é coincidência! Não pode ser! – disse ele, pensativo.
Os dois então caíram numa concentração silenciosa tão grande que esqueceram até mesmo de continuar comendo. No entanto...
--AAAAAAHHHH!!!!!! SHIGUREEEEEEE!!!!!!!! – gritou Sibila, dando um tapa no braço dele.
Shigure fechou os olhos e respirou fundo novamente, resistindo à tentação de dar um tabefe na irmã e atirá-la longe como se faz com um inseto incômodo.
-O-que-é-Si-bi-la? – perguntou ele entre dentes.
-Como somos burros!!!!!!!! Como a gente pode esquecer disso????? – dizia ela frenética.
-O que?? O que foi? – respondeu ele, agora preocupado – você lembrou de mais algum fato interessante? Fez alguma relação???
-Ahn??? Do que você ta falando???? – respondeu ela confusa – não, seu burro! To falando que a gente esqueceu completamente do Harry, Ron e Hermione!!!!!!!
E nisso ela subiu em cima da sua cadeira sem pensar duas vezes e começou a vistoriar o salão.
-Sua maluca idiota, o que você está fazendo??? O salão inteiro está olhando pra nós!!! – dsise ele, começando a corar e olhar preocupado para os lados.
-Não me desconcentre! Eu quero encontrar os três!!! Eles só podem estar na mesa da Grifinória! AAAAH!!!!!! ACHEI O RON! ACHEI O RONYYY!!! HAHAHAHA – ria ela feliz da vida. Mas Shigure não pôde agüentar mais, puxou a irmã para baixo com toda força e a fez cair sentada na cadeira.
-Sibila, eu ainda mato você!!! Eu ainda mato!!! Sua inconseqüente miserável!!!! – ele estava furiosíssimo. Por que Sibila era tão descuidada?
-Poxa, onii-chan...que foi que eu fiz? – perguntou ela segurando a parte do tornozelo por onde ele a puxou e com um ar magoado no rosto.
-Além de dar as boas vindas à todos em Hogwarts com direito a cartão de visita e tudo, nada meu bem! Você esquece que nós.....- e baixou outra vez a voz, com medo de ser ouvido - ...que nós somos diferentes! – era difícil falar sobre isso no meio de tantos alunos sem ser entreouvido. Mas Shigure estava furioso demais com Sibila. Desde que o pesadelo teve início quando acordaram esta manhã que Sibila só o coloca em situações difíceis, o faz passar vergonha e não tem colaborado em nada com o problema dos dois. Ele queria dizer tudo isso à irmã ali, naquele minuto, mas não podiam chamar mais ainda a atenção da escola sobre si. Portanto, ele se levantou da mesa para sair e quando ela perguntou aonde ele ia, ele apenas disse:
-Diga à Cho que estou esperando do lado de fora do salão – disse ele sombrio – Perdi a fome.

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Nunca Sibila se sentira tão sozinha. Primeiro seu irmão chega ao limite da paciência com ela e a deixa sozinha na mesa. Depois, ela se dá conta finalmente de que ela era uma suposta aluna da Sonserina (justo da Sonserina) sozinha na mesa da Corvinal. Enfim, sozinha, sozinha, sozinha. Ela não nasceu para viver sozinha.
Olhou desolada para um lado, depois para o outro. Encolheu-se na sua cadeira por um momento. As sobremesas começaram a aparecer na mesa. Não, elas FLORESCERAM na mesa, é o que parecia. Ela tentou comer uma colherada de um pudim rosa, mas mal conseguiu engolir. Começou a cutucar um bolo de floresta-negra com um garfo, mas eis que uma faca se enterrou no bolo a centímetros dos seus dedos segurando o garfo. Ela arregalou os olhos e soltou o garfo. Olhou para cima e viu um aluno enorme da Corvinal. Na verdade, aquele aluno era gigantesco. Na verdade, ele era grotescamente sobre-humano de tão grande. Ou talvez era Sibila que era pequena demais e olhava de um ângulo nada privilegiado. Em todo caso, ele estava assustador o suficiente naquele momento, segurando aquela faca, olhando lá do alto para ela como quem diz “EU MATO POR PRAZER HIAR HIAR HIAR”. Isso convenceu Sibila de que ela já estava satisfeita e nada mais tinha a fazer na mesa da Corvinal.
Desolada, ela caminhou um pouco no fundo do salão. Mas parecia que todos os alunos resolveram levantar das mesas ao mesmo tempo e andar pelo mesmo espaço que Sibila. Ela foi carregada pela multidão até um pedaço e então conseguiu se desvencilhar. Na verdade, ela foi meio que “cuspida” para o corredor entre a mesa da Grifinória e da Corvinal. Olhou para frente, para a mesa dos professores e sem muita opção, começou a caminhar até lá, lentamente. Sim, porque lentamente ela tinha mais chance de achar Harry, Ron e Hermione.
Mesmo fazendo cara de cão abandonado, ela caminhou ao longo da mesa da Grifinória atenta em cada rosto. Pouco depois ela viu Ron e ao seu lado Hermione (“SÃO ELES, SÃO ELES AAAAAH!!! XD”), mas não encontrou Harry em parte alguma da mesa. Nem Ginny. “Ele......ele deve ter ido ao banheiro, é isso. Ou foi dar uns pegas na Gina nos jardins! É, faz sentido...” pensava ela enquanto caminhava para frente mas com a cabeça quase girando 360° para continuar olhando para os dois Grifinórios. Eles estavam apenas comendo, APENAS isso, nem conversavam, mas ela queria olha-los assim mesmo.
Quando o pescoço começou a doer perigosamente, ela se conformou e voltou a olhar para frente, no mesmo momento em que topava com alguém. A trombada nem foi tão forte, mas lógico que o destino não deixaria por menos para Sibila, jogando-a dramaticamente no chão de tal forma que sua calcinha foi vista pela Grifinória inteira, sem exceções. Ainda caída no chão, Sibila explodiu. Começou a gritar com o estranho armário que a atropelou sem nem olhar para ele.
-ESCUTA AQUI! JÁ ME AMEAÇARAM COM UMA FACA HOJE, JÁ ME CARREGARAM ESMAGADA, FORA OUTRAS MIL COISAS IMPOSSÍVEIS QUE ACONTECERAM! AINDA TINHA QUE APARECER UM FILHO DA P....ahn.....filha? – ela parou ao perceber que o marmanjo era na verdade uma garota. E uma garota nem tão grande assim. Na verdade, Sibila não se conformou com o fato comprovado de que qualquer garota de tamanho comum era capaz de derrubá-la no chão tão facilmente.
-Escuta aqui, ô cobrinha naniquinha, você fica na tua e trate de brincar de “cobra-cega” sozinha, assim você não fica no caminho dos outros! – disse a garota da Grifinória, com ar de superioridade. Ela olhou para a sua colega após o discurso e as duas saíram de perto com ataques de risinhos irritantes, achando que tinham dado uma resposta genial.
-O que......cobra........mas como..........- balbuciava Sibila meio desnorteada no chão. Mas deixou isso pra lá, levantou e continuou sua travessia até a mesa dos professores, assustada, humilhada, suja, enfim, um lixo.
Ela só queria sumir logo dali, por isso fixou o olhar em seu objetivo e não olhou para mais nada. Se aproximou da mesa dos professores sem olhar para nenhum deles, apenas foi reto para onde Snape estava sentado. Ela estava visivelmente com os nervos à flor da pele.
-eu-preciso-sair-DAQUI!!!! Por favor por favor por favoooooorrrrrrr!!!!!! – disse ela segurando com força a borda da mesa.
Snape primeiro olhou para seus colegas de maneira agitada (todos olhavam a cena com imensa curiosidade) para depois falar com ela:
-Senhorita Souma, aqui não é local e nem esta é hora para resolvermos qualquer “problema” que você venha a ter. Além do mais, eu ainda não terminei o MEU almoço.
-Mas você não entende....- ela começava a ficar cada vez mais pálida e os olhos começaram a se encher de água.
Snape começou a bufar irritado, batendo os dedos na mesa, até que olhou para McGonagall. Ela estava atenta à cena desde o início (como sempre. Aaaah......a eficiência.......) e fez um aceno de cabeça sugestivo para Snape. Ele então bateu com as duas mãos na mesa exageradamente para se apoiar e se levantar. Saiu pela porta lateral sem nem olhar para a aluna, deixou-a passar e fechou a porta.


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Sibila foi conduzida à uma saleta próxima. O professor fechou a porta e respirou fundo.
-Muito bem, Miss Souma, agora você conseguiu terminar o que começou já hoje, ou seja, destruir o meu almoço. Importa-se de dizer o que acon.......- mas Snape parou assim que viu a garota despencando em uma das poltronas (do seu jeito nada convencional de se sentar em uma poltrona) e começar a chorar compulsivamente.
-UAAAAAAAAAAAAhAAAAAhAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – era o som que vinha do rosto escondido nos braços.
Snape a princípio não sabia o que fazer. Estava ficando nervoso com a garota chorando e soluçando. Tinha que tentar alguma coisa.
-Miss......Miss Souma......por favor.......ahn........- tentava ele mas a única resposta que vinha era:
-BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!! – ou seja, um choro ainda mais compulsivo e soluços ainda mais altos.
-Miss Sou.....maldição, por que você está chorando afinal de contas????
-BORQUE BEU IRBÃO BE ODEIAAA BUAAAA!! E DODO BUNDO EM HOGWARTS TAMBÉEEEM!!!! – era mais ou menos o que Snape podia entender entre os soluços – ELES QUEREM QUE EU MORRAAAA, EU SEI!!!!!!!!! – ela dizia isso com gestos teatrais exageradíssimos.
Snape olhava frenético para os lados atrás de alguma coisa na sala que pudesse ajudá-lo a acalmar a garota, mas não havia nada! Quer dizer, ele podia usar aquela cadeira ali ou talvez o atiçador de brasas da lareira, com certeza funcionaria bem. Mas pensou em McGonagall revoltada com ele e achou melhor deixar as soluções mais fáceis para quando ele estivesse REALMENTE desesperado. E o choro continua retinindo na sua cabeça interminavelmente...
Então resolveu conjurar um copo d´água e estendeu-o para ela, em silêncio e com uma cara muito mal-humorada. Ela deu uma pausa enquanto olhava o copo, olhou então para o professor (que olhava para o outro lado) e....
-BUUUUUUUUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! - ...voltou a chorar com mais força ainda.

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Perto dali, a professora McGonagall terminava seu almoço inquieta. Observou todo o trajeto de Sibila no salão até sua saída com o professor Snape. Ela já lecionava a tempo suficiente para saber exatamente quando um aluno tinha problemas. Quando o pai proibia de fazer algo o olhar era de um jeito, quando o irmão quebrava seu brinquedo favorito, era outro. Quando a namorada traía, o diferencial era uma cara inteira, não só o olhar. Enfim, de qualquer forma, ela não tinha certeza de que o professor Snape era preparado o suficiente para lidar com esse tipo de problema com os alunos.
Ok, ela tinha CERTEZA. Ele NÃO era preparado. Mas como diretor de uma das casas, ele era obrigado a prestar estes serviços, pelo menos para os alunos da Sonserina.
“Ok, ela não é uma aluna de verdade. Mas é ainda uma criança assustada!” pensava a professora.
“Na verdade, ela também não é mais uma criança.”
“Ahn.....ok, esquece a última sentença.”
Felizmente, Sibila não chamou (muita) atenção dos outros alunos quando pediu auxílio ao professor, afinal não havia nada demais em uma aluna da Sonserina dar uma palavrinha com o seu diretor, certo? Apesar de que, quando os dois saíram, a mesa dos professores caiu num silêncio tenso, provavelmente todos pensando o mesmo que a professora.
Ela então decidiu. Começou a levantar da mesa.
-Minerva? Aonde você vai? Ao banheiro? – perguntou jovialmente Dumbledore.
Ela deu um olhar feio para ele antes de responder.
-Não, Albus, vou salvar Sibila! – disse isso de maneira heróica e saiu do salão comunal.

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Minerva não tinha idéia de onde o professor podia ter levado Sibila, mas não se surpreendeu ao descobrir isso seguindo o som do choro.
Do lado de fora da saleta, Minerva ouvia a conversa entrecortada pelos soluços de Sibila.
-....borque beus bais dão gosdavam de bim, eles sembre breferiram o-o-o Shigureeeee (nova sessão de lágrimas). Adé o dosso cachorro!!!! Quando eu dava saindo de casa, o cachorro be olhava e dizia “Vem cá Sibila, essa roupa eu não estreei ainda!” e binha com dudo, bulava em bim com as batas dudo sujaaaaaaaaa (e mais e mais lágrimas)......
Minerva não pôde mais suportar aquilo! Estava claro que Snape estava aterrorizando a pobrezinha! Com um movimento heróico, abriu a porta e foi falando:
-MUITO BEM SEVERUS! SEU IMPÉRIO DO MAL ACABOU! EU VIM AQUI LUTAR PELO AMOR E A JUSTIÇA EM NOME DA LU.......ahn, ops, discurso errado hehe.
-MINERVA!!!! MINERVAAAAA, GRAÇAS A MERLIN!!!! ME LEVE DAQUI, ME LEVE DAQUIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – gritava Snape enquanto se atirava no chão para agarrar as pernas da professora num pleno ato de desespero incontido.
A professora ficou completamente desnorteada por um momento (não apenas pela situação toda inesperada mas principalmente porque o peso do professor ameaçava derrubá-la).
-O que? Mas.....o que está.....- então ela olhou para frente e viu Sibila.
Aliás, Sibila havia parado repentinamente de chorar e estava olhando a cena toda com um misto de perplexidade e divertimento. Isso era possível perceber pelo sorriso abobado em seu rosto manchado de lágrimas e seus olhos vermelhos arregalados. Mas quando viu que a professora olhava-a, refez o rosto em lágrimas novamente.
A professora percebeu que Sibila estava se afogando numa pilha de objetos estranhos. Havia copos com líquidos de todas as cores pelo chão. Avistou taças com morangos recobertos com chantilly e bandejas cheias de Petit Gateux, Outros tantos pacotes repletos de penas de açúcar, varinhas de alcaçuz, muffins de sobores inusitados e muito, mas MUITO, mas MUITO, MUITO chocolate! Muito MESMO. De todos os tipos que o mundo bruxo e trouxa poderia oferecer.
-Mas o que aconteceu aqui? Abriu uma nova filial da Dedos-de-Mel??? – perguntava pasma a professora.
Sibila apenas choraaaava e Snape continuava trêmulo nas pernas da professora.
-EU PERGUNTEI O QUE ACONTECEU AQUI! – novamente a professora tomava uma atitude de macho e botava ordem no cortiço – SEVERUS! LEVANTE-SE IMEDIATAMENTE! SIBILA, CALE ESSA BOCA!!!!! – ambos obedeceram a professora sem hesitar. Snape levantou mas não sem se esconder ligeiramente atrás da professora e Sibila se endireitou na poltrona onde estava, lançando longe vários pacotes de doces que estavam por perto.
-Severus - chamou a professora.
-S-sim. – respondeu ele, saindo das costas dela e vagarosamente retomando sua auto-confiança.
-O que acontece aqui?
-Ela começou a chorar compulsivamente!!! Eu não sabia o que fazer pra ela parar!!!!
-Por que não ofereceu um copo d´água, uma xícara de chá?? Até uma poção qualquer!!!!
-Mas eu fiz isso!!!!!!!!!!!!!!! Eu fiz tudo isso!!!!!! Mas cada vez que eu oferecia alguma coisa, ela chorava cada vez mais e mais alto. Então comecei a apelar para os doces, isso sempre funciona com as mulheres!!!!!! Mas ela só chorava ainda mais e ainda mais alto, algo sobre-humano! E falava, santo Merlin, como falava.....- desabafava o professor.
Minerva olhou para Sibila e sua nova cara de “anjo inocente malfadado ao sofrimento”. Suspirou. Ela havia vindo até aqui para salvar Sibila de Snape e no entanto, descobriu que era Snape quem tinha de ser salvo de Sibila. Que mundo era este?
-Ok, chega disso. Severus, você tem de dar aulas agora e Sibila tem que ir com você. Vejo que Sibila está bem melhor agora então vão logo. – dizia a professora, gesticulando para a porta ao mesmo tempo em que massageava os olhos com o indicador e o polegar com um ar cansado.
Os dois ficaram em silêncio e não se mexeram, olhando para lados opostos.
-VÃO LOGO SENÃO A HAVAIANAS VAI ESQUENTAR!!!!!! – gritou a professora num ímpeto, levando uma mão simbolicamente a uma das botas.
Snape deu um aceno irritado com a mão enquanto saia mal-humorado da sala. Sibila, por sua vez, levantou num pulo e começou a catar todos os pacotes e saquinhos que conseguia carregar nos bolsos e nas mãos. Saiu correndo atrás do professor.

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Shigure estava encostado na parede ao lado da porta do Salão Comunal, esperando por Cho (ou melhor, esperando que sua irmã tivesse dado o recado a Cho). Ele estava ainda com raiva da situação toda, mas mesmo assim tentou raciocinar sobre as novas descobertas.
Por que? Por que as semanas correspondiam, mas não as datas em si? Por que Snape ensinava poções e não DCAT? Por que ELES ESTAVAM NO LIVRO????? POR QUE SUA IRMÃ TINHA QUE DEIXÁ-LO TÃO DOIDO DA VIDA??? AAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!! (Shigure gritando dentro de sua cabeça).
“Bem, acho que só o tempo dirá. Afinal, o que será, será”, pensava Shigure. Se havia mais discrepâncias como estas, logo ele encontraria sendo agora um aluno de Hogwarts. Aliás, ele tinha esquecido completamente deste detalhe! Ele seria obrigado a assistir às aulas, fazer deveres, provas e sabe-se lá o que mais!!! Ele não conseguia imaginar como isso seria possível sem levantar altíssimas suspeitas, afinal ele entrou logo de cara no sétimo ano sendo um trouxa - -“.
“Eeeeeeei!!!! Mas......mas.......espera aí!!!!”, parou de repente. “Eu sou Trouxa! EU SOU TROUXA!!!! Eu...eu....não tenho varinha!!!!!!! Eu não tenho MAGIA!!!!!!!! COMO EU VOU ASSISTIR ÀS AULAS???????????? EU VOU TIRAR ZERO EM TUDO!!!!! ”. Nessa altura ele já estava quase arrancando os cabelos.
-Ahn...Souma, você está bem? – perguntou uma voz doce e preocupada ao seu lado.
-Cho!!! – ele se endireitou ligeiro – ahn...sim, está tudo bem, eu apenas tenho um pequeno problema genético com meu couro cabeludo, sabe? Ele às vezes coça demais, uma coisa doentiamente doida hehehe.
-Hmmm...sei....muitas pessoas chamam isso de piolho! Hihih – Cho riu lindamente colocando a mãozinha delicada na frente dos lábios. Tão lindamente que Shigure esqueceu-se completamente o que estava pensando. Lembrava que era importante. E que tinha que contar à Sibila mais tarde. Ah é, ele estava brigado com Sibila. Mas qual era o motivo mesmo?? Tudo bem, quando ele olhasse para a cara-de-pau dela com certeza lembraria novamente. O importante era que ele e Cho seguiam lado a lado pelo corredor em direção à primeira aula em Hogwarts de Shigure.
-Ahn....Cho? A Sibila deu o recado direitinho a você? – perguntou Shigure enquanto andavam.
-Recado? Que recado?
-Ah...foi o que eu imaginei.


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Especial para a senhorita Vansnape, a única que se manifestou até agora e ainda votou 5 para este humilde fic XD ahuahuahauau

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