A que casa pertenço?



-Por favoooooooorrrrr! Por favor, por favor, por favoooorrr! Ó.Ò - choramingava Sibila.

-Miss Souma, nós não temos tempo para isso agora, compreenda! - respondia McGonagall.

-Mas por queeee? Eu nunca mais vou ter uma chance dessas na vida! Por favor, o que custa? - ela continuava choramingando, desta vez puxando a manga da professora.

Os irmão estavam seguindo a professora pelos corredores de Hogwarts para que Sibila fosse ao encontro do professor Snape e Shigure ao encontro da aluna Cho Chang. Porém, desde que saíram da sala onde trocaram seus pijamas pelos uniformes de Hogwarts, Sibila não parou de implorar para que a professora antes os levasse à sala do diretor para que eles fossem sorteados pelo chapéu seletor apenas por curiosidade. Aliás, a "curiosidade" dela já estava tomando proporções não saudáveis.

-Sibila, pelo amor de deus, você não está aqui a passeio! Vamos logo e pare de reclamar - disse a professora. Shigure achou que ela falou num tom maternal DEMAIS.

-Mas...mas...mas isso não é justo! Eu quero saber em que casa eu vou ficar de verdade! Apesar de que eu gosto da Sonserina mas...mas não é a mesma coisa - -" - dizia ela infeliz.

Shigure resolveu interferir.

-Sabe...eu também tenho essa curiosidade. Acho que a Corvinal é uma casa legal mas não sei...também quero saber pra onde eu iria!

A professora olhou para os dois, pensou um pouco, deu um suspiro e disse:

-Está bem, está bem, eu levo vocês até lá, MAS SEJAM RÁPIDOS! Nós não estamos aqui tirando férias ¬¬.

Chegando à sala do Diretor (que não estava presente), a professora McGonagall pegou cuidadosamente o chapéu seletor de cima da prateleira. Sibila estava toda agitada e Shigure discretamente curioso. Houve então um momento de silêncio e estática esquisito entre eles. Ninguém se mexeu. A professora ficou lá segurando o chapéu, esperando que um dos dois se manifestasse e eles ficaram esperando sem se moverem dos lugares.

-Querem fazer o favor de vir até aqui logo? Qual é o problema? - perguntou a professora quebrando o silêncio.

-Estamos esperando ele cantar a musiquinha! - disse Sibila, séria.

-Ah deuses, ele não vai cantar a música! Agora venha aqui.

-Por que não?

-Porque ele leva um ano inteiro para compor a música e ela ainda não está pronta! Quem de vocês vai primeiro?

-Ah não! Sem musiquinha eu não que...

-SIBILA VENHA IMEDIATAMENTE AQUI! - gritou a professora no limite da sua paciência com a teimosia da garota. Definitivamente elas pareciam mãe e filha para Shigure.

Sibila, por sua vez, não perdeu mais nem um segundo diante da ordem da professora. Correu para perto dela e ela colocou o chapéu em sua cabeça. Sibila tremia incontrolavelmente debaixo do chapéu de tanta ansiedade. Alguns segundos se passaram sem que o chapéu demonstrasse sinal de vida. Sibila se desesperou:

-POR QUE ELE NÃO FALA NADA? T.T

-Pq eu naum queru, mina! - respondeu subitamente o chapéu. Shigure e Sibila olharam-se de boca aberta.

-C-como assim não quer?

-Saca so mina, eu fico aqui isquecidu u anu inteiru tendu ki compor esa droga desa musica sem nem direitu a 1 bera di veiz in quadu, tah ligada? Tipo, num teim nem inspirasaum assim meu! I eu num possu nem fazê o som ki eu gostu, tah ligada? Eu quiria fazê meu som, tipo rap, hip hop, funk, tah sabendu? Mais num dah meu, ordem eh ordem, tô sendu pago pra issu tá ligada? Meu, num tem nem uma erva aí pra passa os tempo difícil, mó solidaum meu! Tah ligada esses papo di comprexo? - tagarelava sem parar o chapéu. Shigure e Sibila trocavam olhares e caretas de quem diz "o que está acontecendo?".

-Complexo, você quis dizer...- corrigiu Shigure.

-Issaí mermaum, comprexo. Tah ligadu? Intão, meu, eu sofro meu, eu tenhu esses troço ae. Meu, u ki eu quiria di verdade era ser um gorro de lã, tah ligado? Daqueles preto! Ou dava pra ser tamém uma juana dark, tao ligado aqueles gorro ki cobre a cara toda i tem buraco pros olho i pra boca? Po mano, ia participá di altus assaltus ae hi hi hi.

Shigure olhou para Sibila e viu que ela estava com lágrimas nos olhos de decepção.

-Eu não acredito...eu não acredito que o Chapéu Seletor é na verdade um MANO! - disse Shigure, cobrindo o rosto com a mão.

-E daqueles que carregam no "r" e falam "nossa mina, tu eh mó gostosa, tah ligada?" quando a gente passa! - acrescentou Sibila, infeliz.

-E daqueles que ouvem Marcelo D2! - completou Shigure.

-Ei! Eu gosto do Marcelo D2 - defendeu-se Sibila.

-Bom, você também gosta da Wanessa Camargo...

-Eu não gosto dela! Só de uma música! "

-Ó, apesar do ceis naum tiverem pididu nem um "por favor" ae pra mi usá, eu gostei do ceis, tao ligadu? - interferiu o chapéu - Deu pra vê ki oces gosta di musica tamém e das boa meu! Eu vô mostrá proceis como ki eu quiria mi apresentá na hora da selesaum, tao ligado? batida de funk começa a tocar magicamente no ar

O expresso apitô quandu cheguei na istação

Quasi perdi o trem mas cheguei pra seleção!

Hagrid mi pego e mi levô pelu caminho

Era pelo lago e eu nao podia ir sozinho

Minerva eh a fessora di transfiguração

Ela mi catô e me levô pelu salão

Eu tava assustadu e naum sabia nada

Mais u chapeu falô sobre cada casa

(chorus) Hogwarts Comanda, Rá rá, ru ru!

Os mano solta a franga, rá rá, ru ru!

E as muié mexe a popança, rá rá, ru ru!

Olha o popozão!


A Lufa-Lufa eh pros desastre e pros baixo astral

Assim como os nerd vão pra Corvinal

A Sonserina eh pros mitidu ki deseja glória

E os mano valentão vão pra Grifinória

Mais tomem mais cuidado, disse o diretor

Ki u Pirraça esse anu vai tocá terror

Num façam nada erradu que vai tê detenção

O duro eh iscolhi si eh co Filch ou Severão

(chorus) Hogwarts Comanda, Rá rá, ru ru!

Os mano solta a franga, rá rá, ru ru!

E as muié mexe a popança, rá rá, ru ru!

Olha o popozão!

Silêncio.

O Chapéu virava para encarar uma pessoa à outra em busca de algum tipo de aprovação.

-E ae? E ae? Ki ki acharam? Massa neh? Meu, ia ser muito mais divertido, tah ligadu, si fosse assim!

A professora McGonagall não sabia mais onde enfiar a cara de tanta vergonha, mas disse com voz firme:

-AGORA-CHEGA-DE-TAGARELAR! Faça seu trabalho logo! E quanto à vocês dois - disse ela se dirigindo aos irmãos - espero que estejam satisfeitos agora que o chapéu cantou para vocês. AO TRABALHO!

O Chapéu deu um sonoro suspiro mas continuou meio a contra-gosto:

-Muito bem, muito bem, o que temos aqui? - disse ele enquanto estudava a cabeça de Sibila.

-Oh! Mas agora você parece mais com o Chapéu Seletor que eu sempre imaginei! - disse ela, maravilhada.

-Faz parti do trabalho, mina, he he. (cof cof) Continuando, vejo que você tem mu...

Mas o Chapéu foi interrompido por uma coruja espalhafatosa e escalafobética que entrou na sala espalhando penas por todo lado. Após alguns movimentos no ar que lembravam demais um nado sincronizado (ao menos foi o que Shigure achou), ela pousou na mesa do diretor e estendeu o pé com um pergaminho endereçado à professora Minerva. Ela pegou o pergaminho, leu-o rapidamente e disse:

-Oh meu deus, precisam de mim com urgência na sala comunal da Grifinória! Parece que dois alunos estão duelando por lá! Eu preciso MESMO ir ver o que está acontecendo, vocês dois terminem aqui com o Chapéu e me esperem do lado de fora do escritório, em frente à Gárgula! NÃO SAIAM DE LÁ, esperem que eu venha buscá-los! - disse ela enquanto saía apressada pela porta.

Shigure e Sibila deram de ombros e o Chapéu continuou de onde parou.

-Certo garotinha, eu vejo coragem em você ÀS VEZES, em geral você deixa os seus amigos na mão. E você faz de tudo para conseguir o que deseja ÀS VEZES, quando a preguiça não é muito grande. Você é gentil e hospitaleira ÀS VEZES, principalmente quando é do seu interesse que as pessoas gostem de você. E eu simplesmente não vejo esperteza, nem esporadicamente.

-Pô! Não precisa esculhambar! - disse ela.

-Eu só digo a verdade, tah ligada?

- (suspiro) Tá, e que casa você me recomenda então?

-Olha...para ser sincero, eu nunca peguei um caso como o seu. Eu acho que para você tinha que ter uma casa à parte porque você não consegue se encaixar bem em casa nenhuma de Hogwarts! Não é doce o suficiente para a Lufa-Lufa, não é corajosa para a Grifinória, não é ambiciosa para a Sonserina e definitvamente não é esperta para a Corvinal! Talvez na casa do Hagrid tenha um espacinho pra você e...

-Você tá me deixando nervosa! É bom você ir parando com as piadinhas e andar logo com essa seleção senão alguém vai sair ferido daqui, TÁ LIGADO? ¬¬" - disse ela, realmente brava, esticando o braço em direção à escrivaninha do diretor para apanhar qualquer objeto de aspecto ameaçador.

-SONSERINA! - gritou o chapéu mais do que depressa.

-Ahn? - disse Sibila, olhando confusa para o irmão.

- E-eu achei que devido à sua...ahn...doçura e modéstia e simplicidade você se encaixaria perfeitamente na Lufa-Lufa . Mas diante dessa demonstração árdua de determinação em conseguir o que você deseja, não importa os meios, você definitivamente é da Sonserina - -" - disse o chapéu um pouco nervoso.

-Uaaaau! Você viu só onii-chan? Acertaram no meu uniforme!

-Mas...sabe...se você escolhesse...se você quisesse...você poderia ser aceita na Lufa-Lufa... - continuou o chapéu, hesitante.

-Estou satisfeitíssima! Obrigada! - disse ela, incorporando um jeito de classe e arrogância forçados enquanto retirava o chapéu da cabeça e o depositava na cadeira. Shigure aproximou-se então da cadeira, sentou-se e colocou o chapéu em si mesmo.

-Hmmmmm...que dúvida, que dúvida... - imediatamente começou o chapéu.

Shigure engoliu em seco enquanto olhava cheio de expectativa para Sibila.

- Você é muito esperto rapaz, muito, muito esperto. Acho que você sugou para você toda a esperteza da sua irmã enquanto estavam no útero he he he.

Sibila lançou um olhar fulminante para o chapéu, que estremeceu ligeiramente na cabeça de Shigure antes de continuar.

-Ahn...(cof cof)...então, você é inteligente, aplicado e organizado mais do que o suficiente para ir para a Corvinal. Um talento incomum, devo dizer! PORÉM...- e o chapéu fez uma pausa.

-Ahn...porém o que? - perguntou Shigure, subitamente ansioso após ser retirado do breve momento em que os elogios do chapéu faziam-no encher o peito de orgulho de si mesmo.

-Você é extremamente falso, hipócrita, calculista e ambicioso, muito ambicioso.

-Escuta aqui seu chapéu remenda..

-SONSERINA sem dúvidas mais! - interrompeu o chapéu - agora si ocês naum si importá, eu quiria ir pra minha pratelera, falô?

-Mas...mas...- tentou argumentar Shigure, mas desistiu. Agradeceu ao chapéu e levou-o até a prateleira.

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Sibila e Shigure estavam encostados na gárgula que marcava a entrada da sala do diretor como foi pedido. Sibila com as mãos atrás do corpo e Shigure com os braços cruzados e um pé apoiado na parede. Já fazia mais ou menos 10 minutos que estavam lá, parados, em silêncio, na penumbra do corredor.

Sibila então arriscou começar uma conversa.

-Você gostou de ir pra Sonserina?

-Eu não fui pra Sonserina, eu estou na Corvinal, esqueceu?

-Sim, mas se você fosse aluno de verdade iria pra Sonserina!

-E você também!

-É...- ela fez uma pausa, pensativa - E será que isso é bom?

-E por que não seria?

-Ah...sei lá...é a casa do Draco Malfoy! E do Voldemort!

-Tá e podia ter sido a casa do Harry também, se ele tivesse escolhido ficar nela.

-É...- outra pausa - O que aconteceria com o Harry se ele tivesse escolhido a Sonserina?

-Ahn...deixa eu ver... - começou Shigure com tom zombeteiro - Ah, já sei! Ele provavelmente usaria uniforme com detalhes verdes e prateados! Olhe só! Igualzinho ao seu! - disse ele com falsa surpresa, enquanto revirava os olhos.

-HA HA HA ¬¬. Que engraçadinho que você é...

-Pensa um pouco, Sibila, como é que EU vou saber isso? Por um acaso eu tenho cara de J. K. Rowling e...Quer prestar atenção quando estou dando bronca em você? - mas ela já não o ouvia mais. Shigure percebeu que ela olhava atentamente um ponto mais adiante no corredor e quando olhou para ele, entendeu o que era o seu novo foco de atenção.

-Aquela ali não é a Madame Norris? - perguntou ele.

-Nhaaaaaaa! Shigureeeeeeee! É um gatinhooooooooo! - Sibila começou com mais um de seus ataques de sentimentalismo, caracterizados por lágrimas no olhos, voz irritantemente aguda e braços estendidos em direção ao objeto de afeição. Shigure percebeu que Sibila começou a se deslocar em direção à gata.

-Sibi...Sibil...Sibila, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? - disse ele esticando um braço para tentar segurar a irmã, que agora andava rapidamente para Madame Norris.

-Eu quero pegar o gatinho no coloooooooo! Nhaaaaaaaaaaaaaaaaaa! XD - respondeu ela sem nem olhar para trás.

-Mas a McGonagall mandou a gente esperar ela aqui! SIBILA! ONDE VOCÊ VAI? SIBILAAAA! - gritou Shigure quando viu a irmã perseguir a gata corredor abaixo e virar em um corredor paralelo.

Shigure debateu por vários segundos se ele deveria ir atrás da irmã ou esperar obedientemente pela professora, para então procurar Sibila. Mas, pensou ele com desespero, aquela tonga é capaz de se perder para sempre num armário mágico qualquer ou morrer de susto ao trombar num fantasma! E se é com o Pirraça que ela dá de cara?

Fechou os olhos, respirou fundo e saiu correndo pelo mesmo caminho que Sibila foi, chamando por ela.

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Parecia que ele já estava correndo pelos corredores havia horas, embora só fizesse 5 minutos desde que saiu atrás de sua irmã. Ele seguiu exatamente o mesmo caminho que Sibila aparentemente havia tomado. Mas chegou a uma bifurcação e não havia nem rastro da opção de sua irmã. Ele olhava frenético de um lado para o outro, tentando decidir que caminho tomar. Quando estava para arrancar os cabelos enquanto pensava nas piores torturas possíveis para aplicar mais tarde em Sibila, ele ouviu alguém cochichar atrás dele:

-Ow Pissiu!

Ele parou de chofre e assustado, olhou para trás. Mas não havia mais ninguém no corredor.

-Ooow! Pissiuuu! Aqui ó! - sibilou mais uma vez a voz misteriosa. E desta vez Shigure identificou sua origem. Deu uma risada de alívio.

-Ufa! Eu esqueci dos quadros de Hogwarts haha. Que ótimo! Você me assustou sabia?

-Desculpa! - disse o quadro escondido numa penumbra, ainda cochichando. Shigure ficou desconfiado.

-Ahn...por que você está cochichando? - perguntou ele, instintivamente baixando a voz também.

-Chegue mais perto e leia aqui ó! - disse o quadro. Na penumbra, Shigure conseguiu identificar a mão masculina da figura no quadro apontando para uma plaquinha presa à sua moldura.

-"O voto do silêncio" - leu Shigure. Então deu uma olhada melhor no quadro em si. Era a figura de um monge de joelhos numa cela minúscula e com um dedo sobre os lábios.

-Entendeu agora, ô palhação? Se os outros descobrem que eu quebrei o voto de silêncio, eles me enchem de porrada! - disse o monge, ainda com o dedo sobre os lábios.

-Oh...ahn...ok, desculpe. Você sabe se por aqui passou uma garot..

-Sua irmã foi pela esquerda! - disse o monge.

-Mas que inferno, até os quadros interrompem os outros nessa história ¬¬. Ok, muito obrigado. Passar bem. - disse Shigure mal-humorado, indo em direção indicada.

-Gatinho, gatinho, me dá um beijinhooo - cantarolava Sibila em algum canto remoto de Hogwarts enquanto saltitava alegre atrás de uma gata ansiosa para escapar do assédio. A gata corria por caminhos sinuosos e tomava com esperteza atalhos, com a esperança de que a aluna maluca que a perseguia desistisse da idéia. Mas não adiantava. Sibila estava convencida de que a gata estava amando brincar de pega-pega já que nunca ninguém deu este tipo de atenção e carinho para ela.

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-Meu deus do céu, como duas coisas tão pequenas como a minha irmã e um gato podem correr tanto? - reclamava Shigure enquanto parava para tomar fôlego. Ele estava perdido em algum ponto do segundo andar e já não sabia mais que escada ou que porta havia tomado para chegar ali - eu vou matar a Sibila, EU VOU MATAR A SIBILA, EU VOU DESTRUIR A SIBILAAAAA! - disse ele com raiva.

Mas de repente um som de passos próximo chamou sua atenção. Eram passos rápidos e aparentemente pertenciam à mais de uma criatura. Ele animou-se achando que talvez fosse Sibila e Madame Norris. Correu em direção aos passos, entrando em uma nova galeria de corredores. Ele parava e escutava atento a cada entrada para um novo corredor até que encontrou o aparentemente certo.

À medida que avançava pelo corredor, o passos eram mais audíveis. Ele se aproximava de uma esquina mas não teve medo de trombar com quem estivesse ali, estava convencido de que só podia ser sua irmã. Quando estava quase dobrando, ouviu um berro:

-IÁÁÁÁAÁÁÁÁÁ! - era definitivamente Sibila. Shigure se desesperou e quando finalmente dobrou a esquina, viu Sibila espatifada no chão, imóvel, encolhida de barriga para baixo.

-SIBILAAAAA! SIBILAAAAAAAAAAAAAAAAA! MINHA IRMÃÃÃ! NÃO, O QUE VOCÊ FEZ? O QUE VOCÊ FEZ? SIBILAAAA EU NÃO QUERO QUE VOCÊ MORRAAAAAAAAAAAAA! - gritava quase chorando.

E quando ele estava se abaixando para tocá-la, ela levantou a cabeça para ele, totalmente surpresa (e saudável).

-Shigureeee onii-chan! Você veio atrás de mim? Que bom, chegou na hora certa então! Eu finalmente consegui agarrar a Madame Norris! - disse ela toda sorridente, levantando do chão e segurando nos braços a gata mal-humorada.

Shigure primeiro olhou para ela sem reação nenhuma. Depois, lentamente foi levantando os braços em direção à ela enquanto se aproximava lentamente também.

-Sibila...irmã querida...eu-vou-es-tran-gu-lar-vo-CÊ E VAI SER AGORAAAAAA! - Shigure não pôde mais conter a raiva e pulou no pescoço de Sibila, que sem entender nada, olhava para ele com olhos arregalados. Madame Norris se contorcia nos braços de Sibila, tentando aproveitar a briga para fugir.

-Shigureee (cof cof) A (gasp) A GATA VAI FUGIIIIIIRRR! COF COF. (N.A. notem com o que ela se preocupa - -")

-O QUE É QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO COM A MINHA GATA? SEUS CRETINOS! - gritou alguém.

Shigure, Madame Norris e Sibila estacaram na hora. Os três olhavam assustados para Argus Filch, o zelador fedorento e oleoso. Shigure soltou o pescoço de Sibila rapidamente e esta soltou Madame Norris, que correu para se esfregar nas pernas do dono.

-Oh minha queridinha, o que estes imprestáveis fizeram com você? Ahn? O que você disse? - resmungava ele enquanto colocava o ouvido próximo da gata agora em seu colo - Eles perseguiram você com um machado e uma panela de pressão? E o que? Eles queriam arrancar sua cauda para fazer um chaveiro para MIM? Ahn? Nãaaao! Não me diga! Chega Norris, meu bem, chega, isso é demais para mim! - disse ele com a voz embargada, enquanto limpava as lágrimas grosseiramente. Logo virou-se para os dois com uma loucura desvairada no olhar, mostrando os dentes podres ou amarelados (dentre aqueles que ainda não haviam caído) - Vocês estão muito, muito, MUITO encrencados MESMO, MESMO! - ele se aproximava com uma mão estendida para os dois e a outra aninhando a gata - Agora vocês dois vem comigo, para as masmorras, para minha sala de torturas particular! Vocês vão amá-la, sabe, eu coleciono objetos de tortura medieval trouxas, são os meus prediletos he he he - ele deu uma risada rouca.

-Evidentemente! Você não conseguiria usar os objetos mágicos sendo um ABORTO! - retrucou Shigure corajosamente enquanto se posicionava à frente da irmã de uma forma protetora.

Filch deu um rugido (Shigure e Sibila puderam até sentir o bafo podre), soltou a gata e foi em direção aos dois com as mãos em forma de garra, pronto para arrancar as tripas de cada um ali mesmo.

-EU VOU ARRANCAR SEUS OLHOS! SUAS LÍNGUAS! E SEUS DENTES VOU USAR EM MIM! EU VOU...EU VOU...

-Você vai calar a boca, Filch, seu imundo, e voltar para o seu covil. - uma voz calma, apesar da agressividade das palavras, e muito grave fez Filch parar de súbito seu avanço e olhar para trás, trêmulo. Do mesmo lugar de onde havia emergido ele próprio minutos atrás, uma pequena escada quase imperceptível ali no corredor, estava uma figura alta e toda em preto, olhando austeramente para a cena de braços cruzados.

-Severus! Que bom que está aqui! Esta aluna aqui é sua! A maldita queria matar minha Norris e eu acho justo que ela seja punida por isso! - disse Filch, agora não mais tão confiante - Além disso, o pirralho me ofendeu! Me chamou de...de...ABORTO!

Sibila deu um pequeno gemido quando reconheceu a figura e se encolheu um pouco atrás do irmão.

-Em primeiro lugar, para você, coisa inferior, é Professor Snape - dizia ele ainda com seu tom de voz falsamente calmo e casual enquanto se locomovia lentamente em direção aos outros - em segundo lugar, seria um enorme favor que trucidassem logo este felino imundo que enche meu laboratório de pêlos e urina.

-Professor, ela...ela não faz isso por maldade, veja bem, ela...- tentava se explicar Filch, torcendo as mãos nodosas nervosamente.

-Silêncio! - disse ele em voz baixa porém com inconfundível firmeza. Shigure percebeu que Sibila não mais se encolhia mas sim olhava a cena atentamente, com ar maravilhado. Shigure revirou os olhos - Eu ainda não acabei - sua voz era apenas um sussurro perigoso. Filch olhava os próprios pés e tremia.

-Eu aposto que ele vai se mijar hihihi - cochichou Shigure para Sibila.

-Ele não é maravilhoso? °.° - respondeu ela. Shigure deu um suspiro enquanto revirava os olhos novamente.

-Em terceiro lugar - continuou Snape, agora cruzando os braços novamente e olhando fixo para Filch - não entendo o porquê do escândalo. Você é realmente nada mais que um aborto fétido que encontra abrigo em Hogwarts em troca de exercer todo o trabalho imundo que ninguém mais se sujeita a fazer. Logo...não acho que dizer a verdade seja um desrespeito às regras da escola.

Os irmãos puderam perceber o estremecimento de Filch ao ouvir as palavras cruéis.

-Escuta, é impressão minha ou Snape está defendendo a gente? - cochichou mais uma vez Shigure.

-Ele é tão maravilhoso! °.° - foi a resposta de Sibila, mais uma vez.

-Mas que saco Sibila! Tô falando com você! - Shigure não pôde conter o tom de voz por um momento e foi ouvido por Snape e Filch. Ambos viraram-se para fitá-lo. Shigure engoliu em seco mas Sibila parecia que estava apenas se derretendo mais ainda.

-Ahn...er...desculpem, podem continuar hehe - disse ele sem graça.

-Parece-me que certas pessoas não podem conter-se por muito tempo diante da sensação que é uma discussão alheia fervorosa...- começou Snape. Fez uma pausa e então disse - Será que não lhe faria bem uma sessãozinha "light" com o zelador Filch aqui, senhor Souma?

-Ele é o máximo, não é? Ai, ai...- Sibila continuava imersa no seu mundo próprio onde ela idolatrava Snape não importando o que acontecesse.

-Professor, por favor! Olha, vamos fazer negócio! - começou Filch, de repente mais animado - Olha, você gosta de dar "detenção" para as menininhas de uniforme que eu sei heuehheuheu - disse ele com uma risada típica de um trasgo.

Um pequeno sorriso malévolo apareceu no rosto do professor.

- E você, Filch, gosta de dar...detenção...para os garotinhos. Preferencialmente sem uniforme.

Nisso, ambos olharam para Shigure, com olhos e sorrisos maliciosos, especialmente Filch, que olhou para ele de cima à baixo, visivelmente desmunhecando. Uma revolta começou a se criar dentro do peito de Shigure, mais um pouco e ele seria capaz de uma loucura.

-Ele gosta de meninas de uniforme...ai meu deus... - suspirava Sibila.

-Sibila, cala a boca sua burra! Vai me meter em mais confusão ainda!

Filch se virou para Snape e disse, agora ansiedade transparecendo em sua voz:

-Vamos professor, deixe o garoto comigo e eu vou tratá-lo muito bem mesmo, mesmo! E você pode ficar com a menina, dar uma bela detenção porreta pra ela e não se fala mais nisso, que tal? Ninguém precisa ficar sabendo, claro...

Snape deu alguns passos para frente, com ar de quem está estudando a proposta. Mas então disse:

-Aaaah Argus, Argus...- e empurrou o zelador para o lado com toda a força. O homem quase caiu no chão, uma vez que o professor era bem maior do que ele - Sempre incontrolável com seus desejos... - disse enquanto se posicionava à frente dos alunos, estudando-os cuidadosamente. Sibila estava em estado de graça e não se podia dizer que ela realmente estava vendo alguma coisa. Mas Shigure devolveu bravamente o olhar do professor, sem piscar nem uma vez.

Após alguns segundos de silêncio e tensão, o professor deu um sorriso afetado e um "hmp" para Shigure.

-Não se preocupe, senhor Souma. Hoje você não será uma das pobres vítimas de Filch. Não HOJE. - virou-se para encarar o decepcionado Filch - E você suma daqui.

-Mas professor...

-Suma...daqui...- disse Snape olhando-o fixamente. O zelador virou as costas, resmungando, e sumiu pelo corredor.

Snape voltou-se para os dois. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Shigure inferiu:

- Não ser a vítima de Filch hoje significa que serei SUA vítima?

Snape apenas riu secamente antes de dizer:

-Só gosto das meninas de uniforme. - Nisso Sibila saltou de trás do irmão e fez de tudo para deixar óbvio que ela estava usando um uniforme e da Sonserina ainda por cima. Mas foi tarde demais, o professor já havia virado as costas para os dois.

-A professora McGonagall está à procura de vocês dois. Por isso vim até aqui. Venham comigo. - disse enquanto seguia pela escada camuflada de onde viera.

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Assim que eu tiver tempo prometo que tem mais! Aaaah as idéias fervilham hehehe Que tal o "funk do chapéu"? UAHUAHAUA

Eu prometo explorar mais o lado baitola do Filch hehehe

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