Capítulo 3: Mas...como?
-Então...tudo isso é real! Nós estamos mesmo dentro do livro! o.o - dizia Shigure, com um olhar vago.
-Você não precisa me lembrar disso a cada 5 minutos. Eu já tenho motivos pra me torturar pelo resto da vida - -" - dizia Sibila com um ar completamente infeliz, com o rosto apoiado nos braços sobre a mesa.
-Mas Sibila! Mas...COMO? Eu estou confuso...
-Ei! Nós entramos no livro! Juntos! Será que...será que estamos predestinados a nos tornarmos Suzaku e Seiryu no miko? (N.A.: alusão ao manga Fushigi Yuugi) - disse Sibila, repentinamente mais animada - Ei! Eu devia ter olhado melhor pra testa do Snape, podia ter uma tatuagem com o ideograma "oni" e ele podia ser o meu seishi Tamahome!
-É... - começou Shigure, abrindo um sorriso malicioso - se você tivesse prestado MAIS atenção na TESTA e MENOS atenção na BUNDA dele, quem sabe não é? Ou talvez a tatuagem esteja mesmo na bunda dele! Precisamos investigar melhor! huhuhuhu
-MEU DEUS! COMO VOCÊ É CRUEL! - disse ela corando e virando o rosto para lado oposto ao dele.
Os irmãos Souma encontravam-se agora na sala dos professores, sozinhos. Após as revelações incríveis (e constrangedoras) na sala do diretor, decidiu-se que uma reunião dos professores era necessária, não apenas para tentar esclarecer a chegada dos irmãos até Hogwarts mas principalmente para decidir o que fazer com eles. Enquanto os professores eram comunicados sobre a reunião, os irmãos ficaram esperando na sala, aproveitando para se adaptarem à sua nova realidade. E bebendo chá. Muito chá.
Os dois ainda estavam nos seus trajes "madrugais": Sibila com a camisola com calça de pijama coloridos e a toca na cabeça + óculos; Shigure com o pijama ridículo com o rasgo na bunda. Aliás, depois de tanta coisa ter acontecido de uma vez só, ele pareceu esquecer-se completamente do rasgo, ou simplesmente chegou à conclusão de que um rasgo na bunda não era tão importante assim.
-Como aqui é bonito né? Mais bonito que no filme... - disse Sibila, olhando pela janela os jardins.
-Sibila...por que você acha que estamos aqui?
-Pra esperar os professores chegarem e pra tomar chá enquanto isso!
- (suspiro irritado) nãaaao, eu quero dizer porque você acha que estamos dentro do livro! Não me diga que você ainda não formulou nenhuma teoria a respeito!
-Ahn...bem...na verdade eu pensei em algo...
-É? Então me diga, porque você acha que estamos aqui?
-Ahn...porque Deus quis?
-(ar de cansado. MUITO cansado)
-Ha ha ha, eu adoro dar essa resposta nas aulas de evolução!
-Eu tô falando sério, Sibila. ¬¬
-Você é sério demais, ui! Toma, bebe um chazinho pra melhorar esse humor, vai!
Nisso, a porta da sala foi aberta e Dumbledore apareceu.
-Oh, olá! Ficaram bem aí, espero? O chá estava do agrado de vocês? Bem, perdoem-nos a demora, tivemos que esperar o intervalo entre as aulas para que os professores pudessem vir até aqui sem prejudicar os alunos. É uma ocasião muito especial esta, como já devem ter notado he he.
Atrás dele entraram os professores Flitwick, Minerva e Sprout, que tomaram seus lugares nas mesas. Sibila e Shigure cochichavam entre si enquanto os professores adentravam a sala:
-Olhaaaa! É a professora McGonagall! Ela tem menos cabelo branco do que no filme...
-E veja! É a Sprout! Ela não tem nada a ver com o que eu imaginava! Ela com certeza é mais suja de terra do que eu imaginava o.o .
E os professores cochichavam entre si enquanto vistoriavam os estranhos irmãos:
-Você viu o pijama daquele ali? hihihi
-Isso porque você não viu o rasgo que tem na bunda hihihihih
-E aquela outra tem um gosto pra combinar estampas digno de Sibyl Trelawney ¬¬.
Pouco depois, Hagrid chegava com toda a sua presença preenchendo o ambiente, se é que vocês me entendem. Quando os irmãos viram, não puderam evitar:
-HAGRID! O.O
-AHN? O QUE? QUE FOI? - disse ele procurando desesperado à sua volta por alguma coisa errada que ele tivesse feito.
-HAGRID, EU QUERO UM ABRA... - começou Sibila, com lágrima nos olhos, abrindo os braços e ameaçando cair da cadeira.
-Cala boca Sibila! - interrompeu Shigure dando um tapinha no cocoruto da irmã, que sossegou.
-Oh! Hohoho então esses são os dois "elementos", como diria o professor Flitwick! - disse Hagrid, alegrando-se e colocando as mãos na cintura - muito prazer, Rubeus Hagrid, professor de tra...
-Trato das criaturas mágicas! - disse Sibila alegre
- Já sabemos ¬¬ - disse Shigure meio mal-humorado.
Os professores trocaram olhares desconfiados entre si ao ouvirem isso. Sibila ficou radiante quando Hagrid sentou-se ao seu lado (Sibila quase perdeu a vida durante a operação, mas ela pareceu não se dar conta). Eis então que os últimos integrantes da reunião chegam à sala: Cho Chang (como testemunha número 1) e...Prof. Snape (como testemunha número 2, vítima de assédio sexual e diretor da Sonserina nas horas vagas). Ao ver o professor passando pela porta, o sorriso de Sibila desapareceu na mesma hora, seus olhos se arregalaram, o rosto foi passando de tons de azul e verde até chegar à uma espécie de bordô com violeta, que ela tentou, em vão, esconder puxando a toca sobre o rosto o máximo que podia. Mas isso fez com que os seus óculos caíssem no chão. Ela então mergulhou de maneira quase olímpica para debaixo da mesa e lá permaneceu. Dumbledore soltou um pigarro e começou a falar:
-Bem...ahn...acredito que todos estão aqui. Achei melhor que esta reunião fosse apenas entre os diretores das casas e aos interessados, como a senhorita Chang aqui. O professor Hagrid está aqui também porque...bem...porque...por que você está aqui mesmo, Hagrid? Oh, tudo bem, não importa. Muito bem...eu...ahn...confesso que não sei nem por onde começar...
-Talvez devêssemos primeiro saber quem são os dois, seus nomes, onde moram...- sugeriu a professora McGonagall de maneira suave para Dumbledore. Ele olhou para ela com um ar de quem diz "uau! que idéia brilhante!" e disse:
-Uau! Que idéia brilhante professora! Vamos começar com o rapaz então! - disse Dumbledore, animado.
Shigure olhou à volta da mesa, um pouco inseguro.
-E-eu me chamo Shigure. Shigure Souma.
-Eu sou a Sibilaaa, irmã do Shigure! - disse Sibila aparecendo de repente vinda debaixo da mesa, momentaneamente esquecida do constrangimento.
-Gêmea. - completou ele
-É! Gêmea! Nascemos no mesmo dia e da mesma mãe e pai! Não é o máximo? - acrescentou ela
-Nossa Sibila, que bióloga exemplar, quanta astúcia ¬¬ - disse ele, revirando os olhos e cheio de ironia.
-Oh sim, e nós fazemos biologia! Quer dizer, EU faço biologia, o Shigure faz BOIOlogia.
-Aaaaaai, piadinha mais velha! - disse ele, revirando os olhos outra vez.
-E nós temos 20 anos! Já somos maiores de idade! - continuou ela, ignorando o irmão.
-É, você já pode ir presa Sibila, cuidado a próxima vez que assediar alguém sexualmente huhuhuh - disse ele num tom malevolamente cínico, colocando a mão delicada sobre os lábios para dar uma risadinha maliciosa.
Sibila soltou um gemido e se encolheu tanto na cadeira que quase parecia uma ameixa seca. Ouviu-se também um som de alguém se remexendo desconfortavelmente na sua cadeira em algum outro lugar da mesa. Os professores apenas se entreolhavam, aparentemente cada vez mais inseguros com a presença daquelas duas criaturas falantes ali.
-(cof cof) Ahn, bem então senhor Souma, o que o senhor tem a dizer sobre a sua chegada aqui, em Hogwarts, hoje pela manhã? Você se dirigiu à cama da senhorita Chang, pelo que soube! - disse Dumbledore
- Eu não me "dirigi" à cama de ninguém! Foi ela que apareceu na °°minha°° cama e tirou a minha virtude! - disse Shigure mal humorado novamente, cruzando os braços.
-Que-a-bi-sur-do! - protestou Cho Chang - Professor, eu acordei hoje de manhã com um barulho e quando abri os olhos, dei de cara com esta COISA se levantando do chão!
-Olha o respeito! "Coisa" não! - disse Shigure, indignado.
-As meninas que dividem o quarto comigo são testemunhas de que eu não deixei o quarto nem uma única vez à noite e ninguém também ouviu ou viu esse CANALHA entrando!
-Canalha? Como você se atreve? - Shigure estava começando a ficar nervoso.
-O fato interessante aqui, senhorita Chang, é que nem você nem suas colegas de quarto poderiam mesmo ter ouvido o senhor Souma entrando em seus aposentos! Afinal de contas, nem ele nem sua irmã são alunos da nossa escola! Não, senhorita Chang, Souma não apareceu em seu quarto de uma forma convencional! E é isto que precisamos investigar! - explicou Dumbledore com seu jeito todo especial - Agora, senhor Souma, eu preciso que você tente se lembrar de tudo que fez antes de aparecer no quarto da senhorita Chang, por favor?
-Tudo? Tipo, até quantas vezes ele foi no banheiro? Não, porque o Shigure vai ao banheiro com uma freqüência assombrosa! Se não é pra ver se nenhum fio de cabelo saiu do lugar é pra ca...
-SIBILA! VOLTE A SER UMA AMEIXA SECA POR FAVOR! " - disse Shigure irritado para a irmã que parecia ter voltado a ser ela mesma por alguns segundos – (cof) Desculpem. Então...ontem eu tive um dia normal. Acordei cedo, NA MINHA PROPRIA CAMA pelo menos, peguei o ônibus junto com a Sibila para irmos para a faculdade. Tive aula de fisiologia vegetal, foi uma droga! Odeio fisiologia vegetal, sabe? Aquela professora me irrita, manda fazer trabalhos a cada 10 minutos e acha que as porcarias das plantas são tudo o que importa no planeta! - e quando terminou de dizer isso, olhou involuntariamente para a professora Sprout, que parecia não muito satisfeita com ele. Shigure ficou um pouco constrangido com o bola fora, mas continuou - ahn...então...depois eu tive aula de zoologia!
- Eu °°AMO°° zoologia! - disse Sibila, sorrindo para Hagrid.
- E eu odeio! Cada bicho idiota, nojento! Aquelas minhocas, aqueles vermes parasitas, aqueles insetos horríveis, blergh! Os professores de zoologia parecem que tem uma mentalidade idêntica à dos bichos que eles ensinam e ... - e ouviu um rosnado próximo, vindo de Hagrid, que o fez repensar nas suas palavras imediatamente. Shigure nem ao menos olhou para o professor, de tão constrangido. Mas fez mais uma tentativa, engolindo em seco - E...ahn...depois tive aula de Bioquímica! Foi a aula prática mais estúpida que já tive! Fiquei o que pareciam horas e mais horas lá, um tempo precioso perdido pra desnaturar proteínas e fazer soluções adicionando extrato de umas ervas bestas, adicionando umas porcarias que faziam a solução mudar de cor enquanto era aquecida no fogo e etc. O professor é um cavalo, estúpido! E é uma bichona mal-amada também! Sim, porque um cara que vive de ensinar alunos a pegarem num bastão pra mexer melecas dentro de um pote fervendo no fogo SÓ PODE ser uma bichona mal-amada, sem coração e...e... - e Shigure captou o olhar assassino que Snape lançava para ele. Foi quando Shigure decidiu passar a palavra para a irmã - Sibila, meu bem, participe da conversa você também! - disse ele com um sorriso amarelo e muito nervoso.
-Posso mesmo? - perguntou ela com os olhos brilhando.
-Bom, eu acredito que a senhorita pode nos contar quais foram as últimas coisas que fez antes de amanhecer na cama do profess...
-EUESCOVEIOSDENTES,VESTIOPIJAMA,ATOCA,DEITEINACAMAENÃOVIMAISNADA! - disse Sibila num fôlego só, apertando os olhos, extremamente vermelha e nervosa à menor lembrança do ocorrido naquela manhã nos aposentos do Prof. Snape.
A professora McGonagall olhava com compaixão para a pequena garota de camisola colorida encolhida na cadeira. Disse em um tom carinhoso para a garota:
-Oh, querida, eu sei que é difícil para você falar sobre isso, mas você compreende como é importante? Você precisa vencer esta dificuldade e ir em frente!
-É, meu bem! Você está segura! Está entre amigos, divida suas experiências com a gente! - disse Shigure segurando a mão da irmã e falando num tom visivelmente falso, com um sorriso malicioso que não conseguia esconder.
Ela tirou a mão para longe do irmão violentamente:
-Sua cobra peçonhenta! Estou entre amigos, sei! Falso, cínico! - disse ela, ainda ruborizada.
-Bem, se a senhorita Sibila não está em condições de nos dizer nada, então eu peço que o Prof. Snape nos descreva o que aconteceu! - disse Dumbledore.
Snape se remexeu nervoso na cadeira, mas falou mesmo assim:
-Muito bem. Eu acordei com esta criatura horrenda sentada em cima de mim e repuxando meu rosto com as mãos como se achasse que eu sou feito de borracha ¬¬ - Sibila deu um pequeno gemido - Na surpresa do momento, achei que estava sendo atacado por alguma fada mordente ou um diabrete que tivesse escapado dos cuidados de Hagrid. Por isso, derrubei a criatura no chão e apontei minha varinha para ela. Então eu notei que era...era...isso aí - ele disse "isso aí" com uma espécie de nojo na voz, fazendo com que mais um gemido infeliz viesse de Sibila - É de se esperar que, sob a mira de uma varinha, qualquer pessoa tome uma atitude cuidadosa. Mas ISSO AÍ olhou para mim e disse "isso, me joga no chão e me faz mulher aqui." - ele repetiu as palavras sem qualquer emoção na voz, como se estivesse lendo um texto. Shigure percebeu que Sibila estava escorregando da cadeira, de tão mole que ela se tornou quando ouviu as palavras sendo repetidas. E Snape percebeu isso também.
-E...er...o que o senhor fez diante da proposta, professor? - perguntou Hagrid, com uma mistura de curiosidade e constrangimento.
-É e-vi-den-te ¬¬ - disse ele com irritação na voz e com uma sobrancelha levantada - Eu perguntei de onde ela era e como havia conseguido entrar em Hogwarts, uma vez que já havia notado que ela não era uma aluna. Mas ela respondeu "ffssss (assim, mordendo o lábio) essa voz me deixa louca." - era inacreditável como ele conseguia permanecer sério E sem qualquer resquício de emoção enquanto representava a cena. Shigure olhou para o lado e não viu Sibila. Provavelmente terminou de escorregar pela cadeira. Olhou novamente para Snape e ele parecia agora satisfeitíssimo com a reação da garota (ou a falta dela, uma vez que ela já não era visível) - Quando vi que uma conversa racional e inteligente não funcionaria com "ela" - disse ele dando uma ênfase à palavra "ela" - e como ela era APARENTEMENTE inofensiva, levantei da cama e me dirigi à porta, para avisar alguém da presença dela. Meu erro foi dar as costas para este DEMÔNIO! - disse ele agora quase sorrindo de desdém e de satisfação por insultar a pequena Sibila.
Os ouvintes estavam tensos, envolvidos na história e ao mesmo tempo lançando olhares desconfiados uns aos outros. Como o professor não falasse nada para continuar a contar os fatos, Shigure se prontificou para incentivá-lo:
-Bem, e ent...
-E DAÍ? QUE ACONTECEU DEPOIS? - interrompeu Hagrid com um olhar meio doentio, segurando com força as bordas da mesa.
Snape levantou uma sobrancelha em direção à porta da sala. Como ninguém entendeu, ele indicou com o olhar, mas os presentes apenas olhavam para ele desconfiados. Logo ele estava fazendo sinais com a cabeça e um olhar significativo, mas as pessoas apenas se entreolhavam e davam de ombros sem entender. Irritado, ele começou a fazer gestos frenéticos com os braços, com a cabeça, com os dedos e com olhos, além de dar gemidos como "hmmm! hmm hmm hmmmmm!", mas tudo que ele conseguiu foi:
-Você está se sentindo bem Professor?
Snape respirou fundo, fechou os olhos, e com uma falsa calma e controle, finalmente resolveu comunicar verbalmente que:
-Parece que a raposa está tentando escapar da caçada! - disse ele com um sorriso maléfico. Inacreditavelmente, todos continuaram olhando para ele com caras de dúvida. Então ele mandou tudo à merda e disse:
-OLHEM PRA PORTA, PORRAAA!
Eles olharam e lá estava Sibila, se arrastando pelo chão como se fosse um soldado no meio da guerra, quietinha em direção à porta e tentando alcançar o trinco sem precisar levantar o corpo. Ao ouvir o berro do professor, ela virou a cabeça ligeiro, um olhar de lebre acuada (ao invés de raposa). Num ato desesperado, ela levantou do chão com uma agilidade incomum e se jogou no trinco da porta, mas quando estava abrindo a pesada porta, ouviu um estampido, um jato de luz passou por ela. A porta se fechou com um estrondo e ela foi atirada longe, novamente para o chão. Ouviu-se um gemido e logo em seguida Sibila apareceu, levantando-se segurando com uma mão a cabeça e com a outra as "ancas".
-Sem truques, Miss Souma - disse Snape, de pé e com a varinha apontada para ela - Agora retorne para o seu lugar, isso...NÃO, Miss Souma, é para o outro lado, isso mesmo. Muito bem, estou impressionado que a senhorita tenha conseguido sozinha e sem tropeçar nenhuma vez. Agora, vamos continuar o relato de onde eu parei - ele dizia isso visivelmente deliciado por ter uma oportunidade de esculhambar com a garota.
-Você parou quando você virou as costas pra ela e ela...O QUE ELA FEZ? CONTA LOGO! - Hagrid estava incontido. Shigure achou estranhíssimo tanta curiosidade. Hagrid parecia estar suando frio até. Snape ficou ligeiramente incomodado com a reação do colega, mas prosseguiu:
-Como eu dizia, eu me dirigi então para a porta. Mas quando passei por perto da garota, ela...ela...- e pela primeira vez ele pareceu inseguro.
-ELA...? - perguntou Hagrid vibrando de expectativa.
-Ela...- continuou Snape, aparentemente sem forças para dar o grande desfecho.
-ELA ENCHEU A MÃO! ISSO QUE ELA FEZ! E AINDA DISSE QUE A BUNDA DELE ERA UM TESÃO! PRONTO! FALEI! SATISFEITOS? AHN? AHN? QUEREM UMA SIMULAÇÃO PRA ENTENDER MELHOR COMO FOI? VEM CÁ PROFESSOR, VIRE DE COSTAS UM MOMENTINHO QUE EU...
-CHEGA! - gritou Snape furioso, dando um tapa na mesa. Sibila havia enlouquecido. A sessão prolongada de humilhação que ela sofreu durante o dia havia criado um monstro.
- E DEPOIS EU GRUDEI NA PERNA DELE ENQUANTO ELE IA PRA SALA DO DIRETOR! ENQUANTO A ESCADA SUBIA EU ARRANQUEI UNS 3 BOTÕES DA ROUPA DELE MAIS OU MENOS E DEPOIS ELE FOI SALVO POR DUMBLEDORE! PRONTO! ESTA É A TRISTE HISTÓRIA DO ASSÉDIO SEXUAL SOFRIDO PELO PROFESSOR SNAPE! - Sibila gritava inabalável, quase histérica.
Todos fizeram silêncio diante da inesperada reação da garota, surpresos demais para pensar em algo para dizer.
-Sibila! Como você pode? Que coisa mais sórdida! - dizia Shigure, quase enojado.
- Eu achei que estava sonhando, já falei! E em sonhos a gente pode fazer o que quiser sem medo! Eu devia ter estranhado ele estar se fazendo tanto de difícil, nos outros sonhos não era assi...ahn...esquece...- refreou-se ela, já cansada demais para sequer se sentir constrangida novamente.
- Albus, com o perdão da palavra, eu acho que nós não estamos chegando à lugar algum com esta conversa, como você já deve saber! - disse o professor Flitwick com seu jeitinho irritado - até agora não tocamos na questão principal do problema: por que eles estão aqui?
Mas Dumbledore olhava feliz pela janela para as borboletas e as libélulas passeando pelos jardins.
- Albus? - tentou novamente o professor
- Ahn? Ah, olá Filius! Em que posso ajudá-lo? - perguntou o diretor como se tivesse saído de um transe.
-Albus! Acorde! O problema!
-Que problema?
-Os irmãos!
-Que irmãos?
Flitwick olhava incrédulo para a expressão confusa no rosto do diretor.
-Ahn...Albus, os irmãos Souma apareceram aqui de repente, em Hogwarts e não sabemos porque, este é o nosso problema... - disse a professora McGonagall suavemente para o diretor e este olhou para ela com cara de quem diz "oh, mas é claro! Que memória fantástica!" e disse:
-Oh! Mas claro! Que memória fantástica a sua Minerva! E que cabeça a minha he he. Sim, onde paramos? - disse Dumbledore agora todo feliz, olhando sorridente para os irmãos.
Nisso, o professor Flitwick se inclinou para cochichar para Snape:
-Oh meu deus, ele tem piorado muito nos últimos dias...
Tomando uma atitude de macho, a professora Minerva se levantou e falou:
-Bem, eu acho que no momento nós estamos muito exaltados com o ocorrido. Sugiro que nós façamos um intervalo. Depois do almoço conversaremos novamente e espero que então estejam todos mais calmos e se concentrem mais no que interessa, não é? Enquanto isso, vocês dois, Sibila e Shigure, acho que vocês podem aproveitar para conhecer o castelo, acho que não haverá problema.
-Professora McGonagall - começou Shigure - COMO a senhora sugere que eu ande por aí de pijama e com um rasgo no traseiro?
-Professora McGonagall - continuou Sibila - COMO a senhora espera que fique a minha reputação se eu sair por aí andando acompanhada por um cara com um pijama ridículo desses e com um rasgo na bunda?
-Sibila, quanto a isso você não precisa se preocupar - disse Shigure com todo o cinismo - a sua reputação ninguém consegue destruir mais do que você sozinha hhuhuhuhuhuh - novamente a mãozinha sobre os lábios escondendo o riso cínico.
A professora falou antes que Sibila fizesse algo mais do que apenas olhar feio para o irmão:
-Não se preocupem com isto, eu vou providenciar roupas para vocês, já que não tem jeito...
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Shigure olhava-se no espelho orgulhoso. Apesar de toda a loucura, estava realizando um sonho (ou o sonho estava realizando ele ou sei lá...). Lá estava ele vestindo um uniforme de Hogwarts. Estava perfeito nele. Perfeito. Não conseguia tirar os olhos de si mesmo naquele espelho.
-Onii-chan? - chamou Sibila baixinho.
-Que é? - respondeu ele, sem tirar os olhos da sua imagem.
-Onde foi mesmo que a McGonagall arranjou esses uniformes?
-Eu não faço idéia. Só sei que este aqui foi feito pra mim. - disse ele, cheio de si.
-E...e...você acha que eu estou bem assim? - perguntou ela muito envergonhada.
Ela vestia a versão feminina do uniforme. Shigure não conseguiu pensar em outra palavra para defini-la vestida com aquele uniforme: uma LÁSTIMA! Era terrivelmente difícil dizer o que estava pior, se era a gravata torta e com um nó ridículo ou se eram as magas da camisa que iam muito além do comprimento dos braços dela. Ou ainda se era a saia que quase batia nos tornozelos, era larga demais e Sibila tinha que ficar segurando o tempo todo para não cair. As meias com elásticos arrebentados faziam um bolo nos tornozelos, não paravam no lugar certo e ela nem arriscou usar os sapatos uns 4 números maiores do que o dela.
-Ahn...er...bom...ehn...- resmungou Shigure, não encontrando as palavras para não magoar a irmã mais do que o necessário.
-Sim? - disse ela com um olhar cheio de expectativa e de dar dó.
-Oh meu deus, mas onde foi que você arranjou essas roupas menina? - ouviu-se uma voz atrás deles. Era Madame Pomfrey novamente.
-Madame Pomfrey? - disse Sibila
-Ahn, acho que não nos conhecemos pequena, mas Minerva me contou da situação de vocês. Ela me pediu que viesse ajudá-los com os uniformes, deixe me ver isso querida - disse ela indo em direção à Sibila, que tentava em vão manter as mangas da camisa erguidas. Madame Pomfrey começou a apalpar todas as articulações de Sibila enquanto olhava para Shigure - hmmm o seu parece que ficou perfeito não foi garoto? Que ótimo, não vai precisar de nenhum ajuste! - disse ela enquanto olhava os dentes de uma Sibila com a boca escancarada - droga, tudo em ordem com você, seu problema são só as roupas mesmo suspiro. Se bem que estou achando você magrinha demais, era bom que você passasse um tempo lá na enfermaria, sabe? Pra fazermos uma dieta de engorda intensiva! - para Shigure parecia que ela dizia isso com um brilho diferente no olhar, mas achou que foi só impressão.
-Obrigada mas...será que no momento a senhora nã...
-Madame - interrompeu ela.
-Ok, será que então a senhora não podi...
-MADAME ¬¬
-(olhando confusa) Ceeerto, como eu dizia, meu uniforme está muito grande, a senhora pod...
-MADAME, MADAME! PELA ÚLTIMA VEZ!
Sibila olhou para trás mas não viu ninguém.
-Perdão, a senhora está falando comigo mesmo? - perguntou ela terrivelmente confusa.
-(suspiro irritado) Ai senhor, esqueça, esqueça, o que você queria mesmo?
-Então, não tem como dar um jeito nas minhas roupas? Tipo assim, me emprestar uns alfinetes pra segurar essas mangas e talvez um cinto pra segurar a saia! Os sapatos não precisa se preocupar, eu ando de meia por aí, não faz mal.
Aquilo cortou o coração de Madame Pomfrey. Pobrezinha, tão humilde, tão modesta, tão burrinha... Não disse nada, apenas levantou a varinha e de repente as roupas de Sibila começaram a encolher e se ajustar sozinhas. Os irmãos ficaram estáticos, maravilhados com aquilo.
-Prontinho! Bom, continua um pouco grande, você é pequenininha demais, mas pelo menos as roupas não caem mais sozinhas agora he he. Eu continuo recomendando aquela dieta de engorda hein? - disse ela, piscando um olho.
-Ahn, você disse que a professora McGonagall informou a MADAME da nossa situação, a MADAME sabe o que temos que fazer agora? Temos instruções? E porque eu estou vestido com as cores da Corvinal e minha irmã com as da Sonserina? - perguntou Shigure.
-A professora me deu instruções de ajustar suas roupas e pedir pra que vocês a esperem aqui, ela está a caminho, para conversar melhor com vocês. Bem, preciso ir agora, não agüento ficar muito tempo longe da minha enfermaria e dos meus alunos doentes, quebrados, com hematomas e cortes huhuhuh - ela disse isso com tamanha felicidade que agora até Sibila percebeu.
Poucos minutos após a saída de Madame Pomfrey, a professora McGonagall chegou.
-Espero que não tenham esperado muito. Vejo que Poppy fez um bom trabalho com suas roupas novas.
-Ahn, professora, de onde vieram estas roupas? - perguntou Shigure
-Ah, são uniformes que os alunos acabam esquecendo na lavanderia no final do ano letivo. Como geralmente nunca tentam recuperá-los, nós os guardamos para casos especiais, como este.
-Nós vamos ficar em casas diferentes? - perguntou Sibila um pouco ansiosa.
-Calma senhorita Souma. Uma coisa de cada vez. Vocês ficarão aqui nos castelo até descobrirmos qual foi a falha na segurança do castelo que deixou vocês entrarem.
-VOCÊ VAI NOS DENUNCIAR PRA POLÍCIA? - mais uma vez Sibila, desta vez extremamente nervosa.
-Sibila, deixa ela falar criatura! - disse o irmão.
-Como eu dizia, não é possível que qualquer pessoa entre ou saia deste castelo sem o conhecimento e consentimento dos seus ocupantes, portanto, não entendemos como vocês entraram aqui. Vocês dizem que dormiram na casa de vocês e acordaram aqui, foi isso? - eles concordaram - nunca uma coisa parecida aconteceu. Mas temos uma teoria que precisamos comprovar. Vocês tem idéia do porque de terem amanhecido cada um junto de uma pessoa diferente? Vocês tinham alguma ligação com a senhorita Chang ou com o professor Snape?
-Bom...- começou Sibila - o Snape sempre foi meu personagem predileto, desde o princípio...
-Personagem? - a professora ficou confusa - Oh sim, você deve estar falando das figurinhas nos sapos de chocolate. Estranho, não sabia que Severus tinha sua imagem nas figurinhas... - os irmãos se entreolharam - Bom, então talvez seja isso. Acredito que você, senhor Souma, deva ter uma grande admiração pela senhorita Chang, estou certa?
-Bom...ahn...é, é...ela é uma apanhadora famosa hehe - disse ele, dando um sorriso sem graça.
-Você quis dizer que ela é uma apanhadora gostosa né? hihihihi - cochichou Sibila para ele.
-Então é isso mesmo, vocês tem uma ligação com essas pessoas. Eu já imaginava isso, por isso dei a cada um de vocês um uniforme de uma casa diferente: de Shigure o uniforme da corvinal e para Sibila, o da sonserina.
-Quer dizer que...
-Quer dizer que assim vocês podem passar mais tempo por perto das pessoas com quem aparentemente vocês tem ligação. Algo me diz que esta proximidade pode nos dar uma resposta. E não é só isso, enquanto permanecerem nos castelo, devem se passar por alunos. Não queremos que uma história dessas se espalhe por aí, podem imaginar que confusão seria se os pais soubessem que estranhos entraram no castelo misteriosamente?
-Mas nós não somos criminosos nem entramos aqui por que queríamos! Também não sabemos o que aconteceu! - respondeu Shigure.
-Mesmo que isso seja explicado, ninguém vai querer saber. Interessa que se vocês puderam, outros podem!
-Eu acho que não entendi a parte do "ficar mais tempo por perto das pessoas com quem vocês tem ligação" - disse Sibila, insegura.
Minerva respirou fundo antes de falar.
-Eu e o professor Dumbledore acreditamos que essas pessoas com quem vocês tem ligação são a chave para sua entrada aqui. E provavelmente são a chave para a saída também! Por isso precisamos fazer testes e por isso a senhorita vai ficar como assistente do professor Snape, enquanto que o senhor fica como colega da senhorita Chang.
-Mas os alunos vão perceber que não somos daqui, que aparecemos de repente! O que vamos dizer? Como uma aluna nova se torna logo de cara assistente de um professor? E o que a Cho vai dizer aos outros quando a virem andando por aí com um cara que nem mesmo ela conhecia até hoje de manhã? E justo aquele que invadiu o dormitório dela (isto é, segundo ela e as colegas de quarto, lógico ¬¬) - disse Shigure.
- Ela diz que foi amor à primeira vista, que quando ela viu aquela bunda de fora não pode resistir hihihihihih - respondeu Sibila.
-E quanto à nossa idade? - continuou ele, ignorando Sibila - Somos mais velhos! Temos 20 anos enquanto que os alunos mais velhos tem 17! Tudo bem, a Sibila se passa facilmente por uma aluna do segundo ano, mas e eu?
-Ééééé, vão achar que você é o primo mais velho do Dumbledore de tão velho que você parece ¬¬ - disse ela, mal humorada.
-Já pensamos nisso também - disse a professora - Sibila é a primeira estagiária que Hogwarts recebe do curso superior de poções, mas como sua mala foi extraviada na viagem, tivemos de fornecer roupas para ela (no caso o uniforme) até que seus pertences sejam recuperados. Shigure Souma é o irmão de Sibila que veio transferido e está passando um tempo para ver se consegue se adaptar à nova escola.
-O QUE? Eu vou ser o irmão MAIS NOVO da Sibila? - perguntou Shigure indignado.
-Se o senhor tiver uma sugestão melhor...
-Hihihi quem mandou gostar de garotinha! Se você tivesse escolhido uma professora você seria estagiário também! - disse Sibila, triunfante.
-E quanto ao incidente do dormitório? As outras meninas também me viram lá! - disse ele, novamente ignorando as provocações da irmã.
-Diremos a elas que você chegou muito tarde na escola, estava escuro e errou o caminho do dormitório masculino!
-E o feitiço das escadas?
-Ora, quer parar de complicar as coisas? Elas não são tão espertas assim para lembrar das escadas, apenas seja gentil com elas, peça desculpas e elas nem vão se importar mais com isso, você é muito bem apessoado, vai se sair bem - ele ficou satisfeito com o elogio.
-E temos que ficar quanto tempo perto das nossas "pessoa chave"? - perguntou Sibila
-Quanto tempo for necessário para chegarmos à uma conclusão! - a professora começava a se irritar.
-E se não chegarmos à conclusão nenhuma? - perguntou Shigure
-Eu ODEIO pessimismo, senhor Shigure ¬¬.
O olhar dela fez com que Shigure e Sibila sumissem com suas perguntas imediatamente e apenas aceitassem as coisas. Logo, seguiram a professora que os levou cada qual para seu destino.
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Continua no próximo capítulo, isto é, se alguém manifestar aqui que ainda está lendo isso aí! Digam alguma coisa!
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