Ganhos e Perdas
Lúcio Malfoy esperava seu mestre ajoelhado em frente à sala da velha mansão dos Ridley, perdido em pensamentos. Estivera preso durante muitos meses em Azkaban e declarado fora da lei em função do episódio no ministério, perdera muitos de seus contatos.
Como poderia ele agora servir fielmente a seu mestre, se mesmo a enorme fortuna de sua família estava quase em sua maior parte indisponível.
A chegada de Nagini, preanunciou a chegada de Voldemort, que ao deparar com Malfoy ajoelhado sorriu em aprovação.
- Venha Lúcio, precisamos conversar. Lord Voldemort queria ser indulgente naquele momento, afinal Lúcio lhe seria de grande valia.
- Meu Lord, eu não sei como agradecer. O risco foi enorme para o Senhor, eu ....
- Cale-se Lúcio! Dentre os meus servos, você é um dos mais astuciosos e ladinos e isso me será útil nesse momento. Na verdade imprescindível.
- Diga e obedecerei mestre.
- O antigo Castelo de seus remotos antepassados no norte da Escócia ainda está em seu poder ?
- O castelo Raven, milord ? Sim, como sabe, eu montei um laboratório lá.
- Lúcio quero que providencie minha estadia no Castelo, bem como dos nossos aliados, precisamos reunir forças e desviar-nos da atenção de nossos inimigos. E, principalmente precisamos de um local para desencadear um onda de caos que o mundo não vê há muitos séculos.
Deitado em seu quarto do Caldeirão furado, harry, tendo se despedido do Sr. Weasley, observava o aposento onde estava, era um local agradável, segundo Tom, um dos melhores aposentos da hospedaria e, com janelas que davam para o Beco Diagonal.
Harry havia gostado principalmente da lareira e dos móveis revestidos de couro, bem como das paredes forradas com lambris de carvalho, que davam ao ambiente um ar tipicamente inglês.
Resolveu arrumar suas coisas e olhou para o embrulho pardo que continha o livro de feitiços. Ao abri-lo novamente ele se apresentou limpo, mas em segundos começou a se ilustrar, como se estivesse sendo escrito naquele momento e só para seus olhos. Leu com avidez os mais diversos tipos de feitiço e encantamentos. De alguma forma parecia a Harry que as fórmulas mágicas estavam se gravando em sua mente de forma indelével. Leu até a hora do jantar, quando seu estomago começou a roncar pois no afã de ler cada vez mais havia se esquecido do tomar o chá da tarde.
Trancou a porta do quarto, guardou a chave e, resolveu descer as escadas para pedir o jantar. Tom prestimosamente se aproximou e perguntou ao rapaz o que desejaria para o jantar. Harry optou por pernil de javali e batatas assadas. Enquanto esperava que a comida fosse servida ficou pensando nas coisas ocorridas durante o dia e, achou que tudo estava em ordem. Então começou a cantarolar uma melodia que já há algum tempo estava em sua cabeça e lhe parecia extremamente bonita, embora não pudesse se recordar de onde a conhecia.
- Aqui está Sr. Potter, seu jantar, bom apetite. Falou o estalajadeiro.
Comeu com vontade, afinal estava com bastante fome. Havia escolhido uma mesa de canto, de onde pudesse observar, sem chamar muito a atenção dos presentes. Ao terminar, ficou bebericando seu suco de abóbora e novamente começou a cantarolar a extranha cantiga e brincando com o garfo.
Milhares de fadas começaram a invadir o ambiente, brincando com os lustres ou passando reluzentes entre os maravilhados fregueses do Caldeirão Furado. Algumas até dançaram em cima do Balcão de Tom, deixando-o todo atrapalhado.
Absorto em seus pensamentos, Harry nada notou, meio em transe fazia seu dedo girar e girar enquanto seu garfo girava em torno de si mesmo, suspenso em pleno ar. Quando então foi chamado de volta.
- Sr. Harry !!!!
- Oi Ernesto, tudo bem ?
O funcionário do noitbûs andante, o enorme ônibus roxo, um transporte bruxo, havia trazido para Harry algumas coisas que ele havia solicitado ao Sr. Weasley.
- O Sr. Arthur Weasley disse que não havia mandado seus objetos através de um portal pois não sabia em que quarto o Sr. poderia estar.
- Obrigado. Eu estava mesmo precisando destas coisas. Valeu ! Harry agradeceu e levantando foi em direção à escada para subir com seus objetos, mas nesse momento apareceram dois elfos domésticos visivelmente emocionados e que, imediatamente se jogaram aos seus pés.
- Por favor senhor, deixe-nos carregar suas coisas, seria uma honra servi-lo, ainda que de forma insignificante. Permita que nos apresentemos. Eu sou Willy.
O outro um pouco mais baixo disse se chamar Killy.
Harry que não estava acostumado com elfos domésticos aparecendo tão sem cerimônia, perguntou:
- Mas eu posso carregar, não pesa tanto assim.
- Mas Willy e Killy ficariam muito gratos. Gostaríamos de agradecer ao Senhor que sabe cantar na língua antiga, a língua de nossos ancestrais.
- Mas eu não sei elfico, pelo menos não falo fluentemente. Disse o rapaz, realmente espantado com a declaração do elfo Willy.
- Mas nós ouvimos a canção Senhor, as fadas também. Elas encheram o salão de luz e alegria, foi lindo de se ver. Killy dava pulinhos de excitação.
Ouvindo isso, Harry resolveu olhar à sua volta e viu que todos o observavam, alguns com lágrimas nos olhos, outros espantados com aquela demonstração de poder de alguém tão jovem.
Tom então saiu de traz do balcão e mandou os elfos carregarem as coisas do seu famoso hóspede, pois ele havia pedido discrição enquanto estivesse ali hospedado.
Conduzindo Harry escada acima, Tom achegou-se a Harry e disse:
- Bem Sr. Potter esse episódio vai certamente fazer parte da sua lenda.
- Mas Tom foi sem querer, eu estava apenas cantarolando uma música que sei lá onde aprendi. Disse o Rapaz.
- Então aprenda a cantar em inglês meu jovem, pois se cantar em Elfico, tudo que é iluminado e regido pelas forças da ordem e da luz virão ouvir, ainda mais quando levita garfos numa hospedaria.
Tom riu com gosto. Uma das poucas vezes em que Harry o viu fazer isso.
Depois de se despedir dos elfos e de Tom, Harry trocou de roupa, deitou-se na confortável cama e, novamente apanhou o livro. Depois do que pareceram minutos, mas na realidade foram horas, adormeceu.
No sonho Harry asistia à destruição da residência dos Dursley.
- Ele não está aqui! Berrava um furibundo Tio Valter.
Petúnia se agarrava à Duda, tentando com seu corpo franzino esconder o corpanzil do filho que berrava de terror
Pelo menos dez comensais da Morte e o próprio Voldemort se divertiam realizando feitiço de destruição, causando uma grande confusão.
Voldemort gargalhava de modo irracional como se de alguma forma tivesse atingido um objetivo muito especial.
Os homens do Ministério não tardaram a chegar, entre eles Quim Shacklebolt e Ninfadora Tonks, foi uma batalha terrível. Os Comensais formaram uma barreira, de forma que os aurores não puderam passar e tiveram de combatê-los ali mesmo na Rua dos Alfeneiros, enquanto o Lord das Trevas se retirava calmamente, para logo em seguida ser acompanhado de seus seguidores.
- Não !
Harry acordou tremendo e suando, rapidamente arrumou suas coisas e, desaparatou.
Olhando os escombros fumegantes do que fora o nº 04 da Rua dos Alfeneiros, uma raiva sem limites aflorou em Harry. Vinda de muitas perdas e decepções algo em seu interior se modificou para sempre.
Do fundo de sua alma ele jurou que aquilo tinha de ter um fim, que não deveria acontecer novamente e, fixando seu pensamento na Sede da Ordem da Fênix desaparatou.
- Ah! Harry, eu sinto tanto, foi uma calamidade.
Uma confrangida Molly Weasley trazia uma fumegante xícara de chá para Harry. Embora tenham tentado disfarçar o ocorrido, bastou olhar para Harry e eles souberam que nada poderiam esconder, pois ele já sabia de tudo. Não sobrara nada, nem mesmo pedaços dos Durley foram encontrados, foram vaporizados.
Segundo o Sr. Weasley, as forças do Ministério foram inúteis pois quando chegaram já era tarde demais, o mal já havia sido feito.
- Eu darei um fim a isso, estou cansado de perder pessoas que de alguma forma eu amei.
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