O legado dos Potter



Na antiga Casa dos Ridley uma cobra deslizava bamboleante, cheirando o ar com sua língua bifurcada, observando tudo e a todos conforme lhe ordenara o mestre. Era enorme essa cobra e seu nome era Nagini.
Da sala da velha mansão no alto da colina veio um chamado estridente e silvado, cujo tom sinistro encheu de terror e medo o servo abjeto que estava sendo convocado àquela presença.
- Rabicho, onde está você, venha aqui.
- A... aqui mestre, desculpe a demora milorde.
- Chame os outros, inclusive Snape, hoje teremos uma festa, ah sim !! Uma festa e tanto.
- Claro milorde, em um minuto todos estarão aqui, verá, verá.
Reunidos os Comensais da Morte, foram rapidamente se apresentando a Voldemort
- Eu decidi libertar os que estão presos em Azkaban, preciso deles para meus planos embora aqueles idiotas tenham se deixado prender.
- Mas meu senhor... Snape começou a falar. As medidas de segurança do Ministério estão ainda mais fortes, uma verdadeira legião de aurores está guardando a prisão.
- Depois daquele fiasco, muita coisa mudou meu servo. Dumbledore está morto e seus encantos com ele. Agora eu pude afinal completar os rituais que precisava e estou muito mais forte do que antes.
- Então vai nos liderar?
- Sim, dessa vez vou mostrar-lhes como deve ser feito. E não admitire falhas. Entendeu Greybac ?
O lobisomem rosnou em aquiescência.
- Depois vou me livrar do Potter de uma vez por todas.
Rindo sinistramente o Lord das Trevas dispensou seus lacaios e uma vez sozinho desceu aos porões da mansão.
Lá ele se dirigiu para um quarto fechado que abriu com um toque da varinha.
- Ah! Eles vão ver do que é capaz Lord Voldemort. Ah! se vão...
O espelho que Voldemort descobrira, não era um simples espelho. Seu fundo negro abrigava um circulo feito com runas muito antigas, de uma língua esquecida pelos homens há muito e maldita entre os deuses há muito mais tempo.
Entoando o feitiço antigo, mesmo Voldemort podia sentir a dor e o poder do que se aproximava do outro lado do espelho.
- Ouçam-me Lordes do Caos. Ouçam aquele que os conclama, ouçam Lord Voldemort.
Um lamento se espalhou pela colina e envolveu a mansão em densa neblina quando o espelho foi tomado por uma face terrível.
- O que quer de nós feiticeiro ? Como ousa usar o espelho de Mordred para nos acordar e ver o buraco imundo em que os Lordes da Ordem nos jogaram há tanto tempo que o homem não consegue mais se lembrar.
- Sim, é verdade mas posso liberta-los em troca de poder.
- Hahahá !!!
- Siiiiiimmmmm. Posso sentir a sua cobiça, sua determinação e falta de moral ou piedade, essa alma destroçada que só almeja a destruição.
- Sinceramente, gostei de você.
- E então ??? perguntou o lorde das trevas
- Mortal você tem um trato com Dagon, mas se me trair será seu último ato!
- Eu nem pensaria nisto, Lorde do Caos
- Então siga minhas instruções e localize os objetos de poder que lhe indicarei, então poderemos reforçar suas energias e assim você poderá criar um portal que me permita escapar desta maldita prisão.



Harry havia se levantado bem cedo e junto com o Sr. Weasley haviam se dirigido para o Ministério, pois Harry tinha um teste de aparatação marcado.
Enquanto isso Molly Weasley terminava de juntar a louça do desejum e Dooby alegremente se dispunha a limpar tudo.
Carlinhos havia saído junto com Harry e o Pai, segundo ele, precisava resolver algumas coisas antes de voltar para a Romênia, comprar remédios e ungüentos para tratar de seus queridos Dragões.
Gui, ainda comendo um enorme bife mal-passado, perguntou a Hermione o que ela lia com tanta atenção no Profeta Diário que recebera aquela manhã.
- Azkaban foi invadida, parece que os dementadores ajudaram os invasores, pois eles apareceram de locais considerados secretos e construídos para ajudar na defesa da fortaleza.
- Como é que é? Disse um Rony que parecia ter voado sobre a mesa para ler melhor a noticia, sem conseguir esperar que Mione terminasse de dar a notícia.
- É e muitos aurores foram mortos ou ficaram gravemente feridos, alguns não agüentaram nem o transporte para o St. Mungus e faleceram a caminho.
As fotos dos Comensais da Morte anteriormente capturados pareciam rir da cara de todos os que haviam respirado um pouco mais aliviados desde o incidente em Hogwarts.
- Então aquele cretino do Malfoy está solto de novo !!! O rosto de Rony demonstrava sua indignação, na verdade ele estava furibundo.


Ao chegar no Ministério, Harry não pode deixar de lembrar do episódio ocorrido ano passado, com a morte de Sirius e o duelo de Dumbledore e Voldemort.
Enquanto descia o elevador disfarçado de cabina telefônica, esses pensamentos o assaltavam a ponto do Sr. Weasley notar o estado de espírito do rapaz e perguntar:
- Os fantasmas sempre estarão lá Harry. A gente só aprende a conviver com eles.
- Eu sei, mas é que esse lugar traz muitas lembranças.
Ao chegarem no hall de entrada com suas lareiras douradas e gente chegando e saindo, Harry olhou para o final do corredor enquanto andavam na direção dos elevadores
A fonte fora restaurada, ele olhou o centauro com gratidão, afinal ele o protegera de Voldemort por obra do feitiço de Dumbledore.
O Sr. Weasley o conduziu para o elevador e quando chegaram ao sexto andar, foram para a sala dos testes.
Era um anfiteatro enorme e o Sr. Welasley lhe disse que era usado para cursos e reuniões do Ministério, além de ser um lugar amplo e seguro para os testes.
O examinador era um bruxo velho e bem magro. Usava uns oclinhos bem na ponta do nariz e lia uma lista dos testes a serem realizados naquele dia.
- Ora, ora. Muito bem, chegou bem no horário muita gentileza de sua parte Sr. Potter.
- Será que não tem um lugar em que não me conheçam. Droga. Harry pensou, mas não disse nada. Em vez disso o Sr. Weasley falou:
- Bom dia Francis, esse como você já sabe é Harry Potter. E Harry Esse é Francis Whiteaker, o seu examinador.
- Bom dia Senhor Whiteaker, prazer em conhece-lo. Harry cumprimentou o velho bruxo
- Obrigado Sr. Potter, também é um prazer conhece-lo, mas vamos ao que nos interessa. O Sr. Leu as instruções que lhe mandamos.
- Sim li, espero ter entendido tudo direito.
Devido aos fatos mais recentes o Ministério havia marcado o teste de Harry para aquela manhã, de forma que ele fizesse os testes sozinho.
- Bem então por favor, vá até aquela marca ali e em seguida aparate naquela outra marca mais adiante.
Harry foi até a marca indicada e tentou se lembrar de suas aulas de aparatação.
- Vamos lá Harry, incentivou o Sr. Weasley.
Tentando concentrar-se, Harry deu um giro sobre si mesmo e reapareceu do outro lado do anfiteatro a uns dois metros da marca desejada.
- Bem, isso pelo menos é um começo promissor, a maioria aparece dentro do anfiteatro mas só Deus sabe onde. O Sr. não se saiu nada mal. Nada mal mesmo.
- Então vamos? Perguntou o Sr. Weasley.
- Sabe Sr. Potter, agora o Sr. está oficialmente habilitado a aparatar, tome aqui a autorização ministerial.
Harry guardou o papel no bolso das calças e se virou para o Sr. Weasley.
- Bem, Sr. Weasley, será que agora podíamos dar uma passado no Gringotes ? Será que ainda temos tempo ?
- Oh ! Mas claro, vamos sim, agora mesmo. Respondeu o Sr. Weasley.
- Harry me acompanhe, vamos. Pediu o Sr. Weasley
- Para onde ?
- Venha vamos aparatar para o Beco Diagonal! E deu uma piscadela.
- Será que eu consigo ?
- Ora é claro que consegue, o segredo é fixar bem o destino e então desaparatar.
- Ta certo então.
Harry fechou bem os olhos e pensou no muro nos fundos do Caldeirão Furado então girou sobre si mesmo, no momento seguinte estava lá. Segundos depois, o Sr. Weasley o acompanhava pelas ruas do Beco Diagonal em direção ao Gringotes.
Lá chegando se depararam com as mesmas cenas de há alguns anos atrás. Duendes muito ocupados contavam galeões, sicles, nukes e outros ainda pesavam pedras preciosas e faziam diversas anotações em grandes livros.
- Com licença! Pigarreou o Sr. Weasley.
Um duende muito feio, levantou os olhos do Livro em que fazia anotações e baixando os óculos para a ponta do comprido nariz, disse:
Pois não em que posso servi-los?
Quase imediatamente ele fixou o olhar, primeiro na cicatriz de Harry, depois no medalhão que o rapaz usava e isso incomodou profundamente o rapaz.
- Perdoe-me Sr. Potter, não o havia reconhecido, cresceu bastante hein ?
- Obrigado, mas eu gostaria de falar com o Sr. Grimly.
- Ah ! Mas é claro o gerente designado para sua conta.
- Gerente designado?
- Sim senhor Potter. Contas importantes têm um gerente designado exclusivamente para elas, no seu caso é o Sr. Grimly.
Em seguida chamou um assistente e disse a ele que os acompanhasse até o escritório do gerente da conta de Harry.
- Oh! Que bom vê-lo Sr. Harry! Já está tudo em ordem para sua inspeção.
- Bem então vamos começar. Disse o rapaz que sobreviveu.
Passaram algumas horas ouvindo Grimly informar a Harry quantas propriedades e investimentos haviam sido legados a ele, bem como da enorme soma que ele tinha à disposição tanto em dinheiro bruxo, quanto em dinheiro trouxa.
- Puxa Harry, eu nem sonharia. Disse um assombrado Sr. Weasley ao ouvir o relatório do gerente duende.
Ainda sob o impacto do volume de bens e dinheiro, Harry perguntou:
- Mas e esse dinheiro trouxa, como posso ter acesso a ele.
- Ora Sr. Harry através do GB&D.
- Vocês são donos daquele Banco enorme.
- Eles são nossos agentes financeiros, assim podemos trabalhar trocando dinheiro para ambos os tipos de cliente.
- Isso quer dizer que então eu posso comprar ou vender qualquer dos meus bens e vocês podem intermediar as operações necessárias.
- Sim, é claro. Sou seu gerente designado, devo procurar ajuda-lo no que puder, é uma forma do banco agradecer os muitos anos que os membros de sua Família vêm guardando seu dinheiro conosco.
- Falando em dinheiro, estou com muito pouco.
Abrindo um saquinho Harry só viu três galeões e dois sicles.
- Muito pouco mesmo.
Grimly perguntou-lhe se, ainda tinha a chave que lhe dera quando fora visita-lo.
- Aquela de prata, com o símbolo de uma Fênix no cabo ?
- Sim aquela. Aquiesceu o duende.
- Poderia da-la a mim ? falou Grimly.
Depois de dar a chave ao gerente este os acompanhou até um dos carros que levavam aos cofres. Harry ainda se lembrava de como ele eram rápidos.
Passaram em grande velocidade por vários corredores e viraram em outros tantos a ponto de Harry começar a ficar enjoado, mas logo pararamà frente de um cofre particularmente grande, com um intrincado sistema de fechaduras e trancas.
- Harry, esse é um cofre de alta segurança. O que será que eles guardam ai dentro para terem tanto cuidado? O Sr. weasley estava realmente impressionado.
Harry já se preparava para o constrangimento de possuir muito dinheiro e seus amigos os Weasley nunca terem tido muito, até pouco tempo atrás.
- Sr. Harry, por favor. Chamou o Duende.
Uma sala contendo quatro outros cofres foi aberta pelo gerente sem usar a chave de Harry.
- Mas esse não é o meu cofre, ele era bem menor da última vez que vim aqui !! Harry falou.
- Tomamos a liberdade de reunir seus cofres neste aqui. Embora não soubesse vários bens que não estavam à sua disposição até sua maioridade, foram agora liberados. Quer ver o conteúdo de cada um ?
- Bem ..... sim, acho que sim.
O duende então abriu o primeiro cofre, usando a chave que Harry lhe dera e de lá veio um forte brilho. Era grande o aposento bem maior do que Harry imaginava e, lá dentro a fortuna de um reino brilhava em altas pilhas de galeões, sicles e nuques.
Harry então separou algum dinheiro e quando ia coloca-lo em sua bolsa, o duende lhe estendeu uma bolsa de couro muito bonita onde se via um brasão floreado tendo ao centro uma letra “P”.
- Obrigado, é muito bonita! Disse admirando o objeto.
- É feita de couro de dragão e esta enfeitiçada para não fazer barulho, se alguém tentar rouba-lo se arrependerá. Disse o duende.
- Isso é que é ter dinheiro. Disse um assombrado Sr. Weasley
- Vamos ver os outros cofres? Harry procurava um jeito de sumir dali.
Novamente usando a chave o gerente mostrou a Harry um cofre abarrotado de pedras preciosas. Grandes rubis faiscavam vermelhos como sangue, ao lado de esmeraldas de um verde fulgurante ofuscando um sem número de opalas, safiras e pérolas.
Diamantes enormes refletiam a luz que vinha do teto, mas não se via origem.
Meio sem graça, Harry pediu para ver o próximo e, o duende educadamente obedeceu fechado a porta da caverna de ali babá.
Ao abrir o terceiro cofre, o gerente mostrou a Harry um sem número de objeto de ouro e prata, bem como, centenas de lingotes de ouro e platina e uma prateleira contendouma série de potes onde se viam diversas substãncias e objetos estranhos.
- O que é isso, Sr. Grimly? Que são essa coisas.
- Ingrediente raros para poções Sr. Harry. Veja este por exemplo.
Do pote que Grimly havia pego, viam-se uma série de fios brancos e brilhantes.
- Pêlo de Unicórnio. – Falou o Sr. Weasley que se mantivera calado até então.
- Bem esse é o último. – Falou o gerente dando a chave para Harry.
- Mas o Sr. não vai abri-lo Sr. Grimly ?
- Este cofre só pode ser aberto pelo Sr. Harry.
Dando um passo à frente, Harry colocou a chave na fechadura e girou-a para abrir. Dentro de cofre havia um grande livro, sobre um pedestal mais baixo, todo ornamentado com runas elficas em ouro e prata e que se iluminou ao ser tocado por Harry.
- Que livro é esse Sr. Grimly? Perguntou o rapaz.
- Um grimoir, basicamente um livro de encantamentos.
- E porque está aqui e tão bem guardado ? Espantou-se Harry.
- Segundo o testamento ele só pode ser aberto pelo Sr.
Harry se aproximou novamente do livro e então o abriu e começou a lê-lo em silêncio.
- Estranho, não tem nada escrito, porque está tão bem guardado. Disse o Sr. Weasley se aproximando e olhando por cima dos ombros de Harry, que havia se curvado para ler.
- Só ele pode abri-lo e só ele pode lê-lo Sr. Weasley. Disse o gerente.
Saíram do Gringotes e foram para o caldeirão furado almoçar e tomar alguma coisa.
Calado todo o caminho, o Sr. Weasley só falou quando chegaram ao Caldeirão Furado e fizeram seus pedidos para Tom , o dono do lugar trazer-lhes o almoço.
Quando o estalajadeiro saiu para providenciar os pedidos. o Sr. Weasley, chegou-se para mais perto de Harry e falando baixo perguntou-lhe.
- Então o que vai fazer agora?
- Pra falar a verdade não sei ainda Sr. Weasley, mas acho que vou ficar aqui uns dias para pensar e descobrir um pouco mais sobre esse livro. Falou Harry apalpando o embrulho que trazia consigo.
- Será que pode providenciar a entrega de algumas roupas para mim, enquanto isso.
- Claro Harry, mas Molly não vai ficar nada contente, nem Rony eu creio.
- Desculpe Sr. Arthur, mas é que aconteceu tanta coisa nos últimos dias que eu realmente preciso pensar nelas.
- É, eu compreendo. Fique à vontade Harry leve o tempo que precisar eu avisarei a todos, não se preocupe.
- Ah! A comida chegou, que bom estou morrendo de fome.
E realmente estava.

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