Planos mirabolantes

Planos mirabolantes



Harry mal conseguiu dormir naqueles últimos dias que sucederam a volta de Hogwarts. Passava boa parte da noite pensando em planos mirabolantes para ao menos chegar a Voldemort. Durante o dia ficava em seu quarto, e mau saia para almoçar, pois já não sentia mais fome. Talvez seu estômago tivesse fechado de um vez por todas. Em uma das manhãs em que contemplava a janela ainda de pijama um pensamento perambulou sua cabeça: se Dumbledore estivesse vivo o aconselharia a comer para ter forças para combater o Lorde das Trevas. Harry ainda não conseguia acreditar que o maior bruxo que ele já conhecera encontrava-se morto. Como isso foi possível, como chegaram a este ponto Harry jamais saberia dizer.
O Profeta continuava a noticiar muitas mortes e muitas prisões. Harry passou os olhos meio que desinteressado pelas páginas do jornal e bateu o olho em uma notícia que conseguiu prender sua atenção:

“O ex-Ministro da Magia, Cornélio Fudge, foi preso ontem à noite em sua residência sob acusação de estar envolvido em atividades das trevas como forma de recapturar o seu ex-cargo no Ministério. Fudge diz que nunca esteve envolvido com este tipo de atividades, mas testemunhas afirmam te – lo visto na loja de artigos das Trevas, situada na Travessa do Tranco Borgin & Burkes. Há também suspeitas de que o ex-ministro estivesse sob domínio da maldição Imperius. Para tal investigação ser efetuada, Fudge já se encontra no St. Mungus. O resultado dos exames só serão divulgados pela noite, e provavelmente estarão estampados no Profeta de amanhã.”

Não! Harry não podia acreditar no que acabara de ler. Até Fudge? Tudo bem que ele duvidara demais de Dumbledore e até do próprio Harry por pelo menos um ano e ainda mandou uma das pessoas que Harry mais odiava no mundo ensinar-lhe sua matéria preferida, mas era ele agora quem duvidava da capacidade de Fudge unir-se aos Comensais. Só mesmo sob efeito de uma maldição...
Então, achando que já estava passando dos limites as medidas tomadas por Scrimgeour, Harry sentou-se com uma folha de pergaminho e uma pena ao lado de um tinteiro na escrivaninha. Começou então pensando nos lugares aonde Voldemort poderia estar. Achou que a casa de algum de seus capangas seria um pouco óbvio e arriscado, afinal o Ministério andava fazendo visitas constantes aos ditos Comensais da Morte. O Lorde das Trevas não confiaria seu segredo a ninguém, já que afinal ele não tinha, e não fazia questão de ter, amigos; o que o impossibilitava de ter feito o mesmo feitiço que guardava a sede da Ordem e a casa dos pais de Harry. Ele também não poderia estar em um lugar muito longe, como fora da Bretanha, por exemplo, porque Draco conseguira aparatar. E se ele estivesse no mesmo lugar em que se encontrava dois anos atrás? Na mansão dos Riddle? Não...era muito improvável, mas aonde então? Não tinha idéia...
Mais uma vez Harry encontrava-se viajando em seus próprios pensamentos e não percebera a presença de Edwiges, que o olhava com um ar de desprezo e impaciência por trazer amarrado à patinha uma carta e seu dono nem perceber.
- Desculpe...- apressou-se Harry a dizer.
Olhou de quem era a carta e animou-se um pouco ao ver que era de Hermione. Abriu apressadamente o envelope e leu:

Querido Harry,

Espero que você esteja bem, porque infelizmente, com toda essa confusão é melhor até que você não nos escreva. Eu estou na casa do Rony, mas estamos seriamente pensando em passar uns dias aí na casa dos seus tios só para saber o que você está aprontando.
Tem lido o Profeta? É bom mesmo, porque tem saído muitas notícias importantes e de seu interesse. Viu o que aconteceu com o Fudge? E com Hogwarts? Harry...eles não pretendem mais abrir a escola! Seremos praticamente abortos. Não seremos bruxos realmente capacitados...quero dizer, não teremos nossos N.I.M.E.s!!!
Voltando a falar sobre a nossa ida pra aí, estávamos pensando em ir esta semana. Quem sabe no sábado? Aí poderemos estar com você no dia do seu aniversário, e poderemos voltar juntos para A Toca. O que acha? Responda-nos dizendo apenas se poderemos ir e que dia.

Beijos Hermione

Como Harry comunicaria aos Dursley que seus amigos estavam vindo passar uma semana lá, ele ainda não sabia. Então, no café da manhã da quarta-feira Harry mencionou o assunto:
- Tio Valter...eu...quer dizer, tem ...
- O que é? Vamos, fale logo – falou o tio com indiferença.
- Está bem. É que tem dois amigos meus querendo vir para cá na semana que vem, digo, no sábado, e..
- O QUE? – bradou o tio Valter, e aquela tão conhecida veia em sua têmpora ressaltou.- COMO SE JÁ NÃO BASTASSE TER QUE TE ATURAR TEREMOS TAMBÉM QUE ATURAR OS SEUS AMIGUINHOS?
- Mas é só por uma semana...e depois, depois dessa semana o senhor nunca mais vai me ver, não é?
- NÃO, NÃO E NÃO!!!
Harry não costumava usar a palavra “por favor” com o tio, mas estava disposto a fazer uma exceção:
- Por favor...- ele olhou do tio para a tia – e quando eles forem embora eu também poderei ir com eles.
- Valter, talvez...
- Nem mais nem menos. Eles não vem – disse o tio Valter com a voz ainda alterada.
E quando Harry ia se retirando da mesa de um pulo só ouviu uma voz gritar:
- Não! Eles poderão vir. – falou tia Petúnia com firmeza – é só por uma semana?
- Sim – respondeu Harry incrédulo
- Então não fará mal. E depois querido, - disse ela voltando-se para o marido – ele já está quase completando a maior idade de acordo com as Leis dele. Não voltará mais para cá.
- Mas, Petúnia querida...
- Sim Valter. Eles virão e ponto final – e dizendo isso a tia levantou-se e recolheu seu prato da mesa, enquanto Harry subia a escada devagar ainda com a cabeça no que aconteceu.
Ao chegar no quarto ele foi logo tirando a pena, o pergaminho e o tinteiro de dentro do malão para escrever a resposta a Hermione dizendo que eles poderiam vir no Sábado pela manhã. Quando Harry acabou de mandar Edwiges entregar a carta chegou o Profeta, e dessa vez não trazia nada de interessante. Notícias de morte aqui, de maldições ali...o de sempre. Harry bateu os olhos por acaso em uma notícia que falava sobre a reconstrução de um vilarejo bruxo em Godric’s Hollow, mas nada interessante.
O garoto mal podia esperar pelo sábado. Imaginava o que fariam ele Rony e Hermione juntos no mundo dos trouxas.
Enfim chegou o tão esperado dia. Harry nem ao menos sabia que hora ao certo os seus amigos iriam chegar, nem muito menos como iriam chegar. Por volta das dez e pouca da manhã de sábado, ouviu um baque no jardim e as vozes já conhecidas do Sr. Weasley, que parecia estar admirado com tudo a sua volta, e de Remo Lupin que conversava com o mesmo.
- Olha que coisa encantadora – falou o Sr. Weasley, e da janela do seu quarto Harry pode ver que ele apontava para uma antena em cima de uma das casas da Rua dos Alfineiros.
- Realmente fascinante – disse Lupin olhando rapidamente para o objeto que o Sr. Weasley apontava.
- Vamos papai – falou Rony quando Harry alcançou a porta de entrada da casa dos Dursley e esperou o Sr. Weasley tocar a campainha apenas porque sabia que ele ia gostar de tal experiência.

Harry abriu a porta e deu de cara com quatro pessoas: Rony, Hermione, Sr. Weasley e Remo Lupin. Hermione correu e deu-lhe um forte abraço e Rony, ainda mais alto, deu-lhe palmadinhas nas costas como forma de cumprimento
- Ficamos por aqui então Harry. – disse o Sr. Weasley ainda examinando tudo ao redor.
- Está bem. – respondeu o garoto.
- Comportem-se crianças – sugeriu o Sr. Weasley – ou viremos buscar-lhes no segundo seguinte.
Então eles despediram-se e Harry entrou com Rony e Hermione. Rony, assim como o pai, parecia muito interessado e curioso com relação aos objetos trouxas. Para Hermione porém, nada daquilo era novidade.
- Então Harry, o que tem feito? – perguntou Rony olhando dos objetos de decoração da casa para o amigo. – e onde estão os seus tios e aquele seu primo?
- Bom, meus tios saíram e meu primo também. Então – e ele abriu um largo sorriso – temos a casa todinha pra nós. Pelo menos até o horário de almoço.
- Harry...você viu o Profeta nesses últimos dias? Fudge preso! – disse Hermione – que escândalo.
- É. Ultimamente os jornais bruxos só tem noticiado mortes não é? – comentou Rony largando-se em cima de um dos três sofás que possuía a sala.
- Basicamente. Mas na quarta noticiaram a reconstrução de um vilarejo de bruxos que tinha sido destruído antes da queda de Você – sabe – quem.
- Ah, mas sinceramente isto não tem importância. – disse Harry trazendo três copos de suco.- tomem. Não é suco de abóbora mas serve para aliviar o calor.
- Harry, você tem o Profeta de Quarta aí? É que eu cancelei minha assinatura provisoriamente enquanto estiver aqui. – contou Hermione
- Eu vou ver lá em cima. Esperem aí. – falou Harry
Em menos de cinco minutos Harry voltou com o exemplar do Profeta de Quarta – feira nas mãos e o entregou a Hermione que começou a vasculha-lo. Enquanto isso Harry perguntou a Rony:
- E como ta a Gina?
- Cara, ela supera essa.
- Harry, como disse mesmo que se chamava o vilarejo em que seus pais estavam quando morreram?

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