Beco Diagonal



Capítulo 2
Beco Diagonal

Na manhã seguinte Liam olhou várias vezes a lista de materiais de Hogwarts para ter certeza que aquilo realmente estava acontecendo. Mas estava. Estava! Ele tomou café muito rapidamente com os outros meninos e meninas do orfanato e se voltou ao quarto para se arrumar o melhor possível com as roupas que utilizavam para as ocasiões especiais onde tinham visitas que poderiam ou não os levar-lhes para casa. Estava tão feliz que nem os olhares desconfiados e de desprezo dos outros poderiam lhe atingir como acontecera sempre. Madame Grisley surpreendentemente não estava procurando desculpas para estragar seu dia e até reclamou com Masen por jogar comida em sue rosto. “Como isso poderia estar acontecendo?”.

Tomou o trem na estação às oito da manhã o sol ainda brilhava fraco no céu cheio de nuvens muito brancas quando desceu na correta estação e subiu ruas e desceu outras como o mapa desenhado por Dumbledor indicava até que repentinamente ele foi chamado a atenção para um barzinho sujo e caindo aos pedaços com um antigo letreiro: Caldeirão Furado. “É aqui mesmo?”. Ele se apressou pelas portas e viu um bar vazio com exceção de um homem no balcão que enxugava copos.

- Com licença senhor. – Se adiantou Liam para o balcão velho. – Você é Tom?

- Sim sou. – Disse ele sem deixar de enxugar os copos. – Deseja algo? Uma cerveja amanteigada talvez?

- O que é isso senhor? – Perguntou Liam.

- Você é um trouxa, não é? – Perguntou ele franzino a testa. – Essa proteção desse bar deve estar velha.

- “Trouxa”? Não precisa me insultar só por que não sei o que é isso. – Disse Liam um pouco sentido.

- Garoto o que deseja afinal? – Perguntou o homem mais rispidamente que queria. – E como sabe meu nome?

- Dumbledore me pediu para pedir sua ajuda. – Disse Liam ainda com um pingo de raiva.

- Dumbledore?! – Disse ele impressionado. – Me desculpe garoto. Eu achei que você era um trouxa.

- Não me chame assim. Não sou idiota nem nada.

- Você sabe o que significa trouxa menino? – Perguntou ele sorrindo. – São as pessoas que não são bruxos. – Liam agora entendera e estava muito envergonhado com sua ignorância sobre os bruxos. – E então como posso ajudá-lo? – Liam entregou o bilhete e ele leu rapidamente. – Claro, vamos por aqui.

Ele guiou Liam para uma sida lateral do bar que encontrava um pequeno beco sem saída, cheio de latas de lixo. Ele parou na frente da parede do final do beco e bateu na parede de tijolos velha com a varinha três vezes e essas se abriu dando a Liam a visão de um lugar que definitivamente não parecia com Londres.

- Esse é o beco diagonal. Sabe se virar daqui para frente? – Perguntou Tom.

- Cla... Claro. Muito obrigado senhor.
Estava em uma rua muito movimentada. “Que roupas esquisitas. Será que vou ter de usar isso também?” Pensou Liam olhando para os transeuntes que vestiam vestes longas e chapeis pontudos. Eles carregavam livros e gaiolas com corujas. Muitas crianças passeavam com seus pais. “Por onde devo começar?”. Liam resolveu primeiramente comprar as vestes e se dirigiu olhando as vitrines até encontrar: Madame Malkin. Quando entrou não havia ninguém e uma baixinha gorda se dirigiu até ele.

- Olá sou Madame Malkin. Hogwarts? – Ela perguntou bondosamente.

- Er... Sim.

- Venha. – Disse ela o dirigindo para a frente de um grande espelho antigo. – Deixe-me tirar suas medidas. – Ela o fez com uma fita métrica que media a altura, os ombros, braços de Liam automaticamente como se tivesse vida própria. E Madame Malkin anotava tudo num caderninho.

- Senhora. – Disse Liam. – Não poderá ser caro. Eu preferiria que fossem roupas já utilizadas para que não custe muito.

- Tudo bem - Respondeu sorrindo.

Quando Liam experimentava a roupa que estava grande demais para sua baixa estatura uma menina muito bela entrou na loja desacompanhada. Ela usava óculos ovais sobre os olhos amêndoas e tinha cabelos longos e loiros. Ela tinha um jeito meio independente e estava muito elegante. Madame Malkin pediu que ela se sentasse e ela o fez em uma pequena cadeira ao lado de Liam e começou a ler um livro que acabara de tirar da sacola de compras. Após algum tempo ela resolveu deixar o livro e falou:

- Me chamo Lílian Forlani. Prazer. – Disse energicamente.

- Liam... Liam Vox.

- Você também vai para Hogwarts? – Perguntou ela.

- Sim. Você também? – Perguntou Liam. “É verdade! É verdade Mesmo! Tudo aquilo de magia e bruxaria deve existir mesmo”.

- Aham. Você acha que vai ficar em que Casa?

- Casa? – Perguntou Liam se sentindo constrangido pela total desinformação que tinha.

- Sim. Grifinória, Corvinal... Eu queria Grifinória. Todos da minha família foram de lá.

- Onde estão seus pais? – Perguntou Liam tentando mudar o assunto para não passar vergonha.

- Viajando. Sempre estão. – Respondeu ela como que se pensar naquilo desse raiva. – Eles trabalham no ministério de relações internacionais entre bruxos. “Existe até um ministério de bruxos?”. E os seus?

- Er... Não tenho. Sou órfão. – respondeu voltando a olhar as vestes no espelho. Madame Malkin agora trouxera uma roupa que parecia ser a correta.

- Sinto muito. – Disse Lílian se sentindo mal por ter perguntado.

- Tudo bem. Nunca os conheci mesmo.

- Escuta, gostei de você. Quer me acompanhar durante as compras? – Perguntou ela.

- Er... claro. – Respondeu Liam.

Depois disso seguiram para a farmácia, que tinha um cheiro horrível e compraram Luvas de coro de dragão, caldeirões, balança e outras substâncias e equipamentos necessários. Era extremamente agradável andar acompanhado de Lílian. Ela conversava muito. Falava sobre as viagens de seus pais, sobre Hogwarts, sobre livros, Liam não falava nada apenas escutava e desejou ir para a mesma Casa que ela, seja lá o que isso quer dizer. Além do mais, ela nem sequer se importava do fato de Liam ter de comprar a maioria das coisas de segunda mão. Eles se dirigiram por último para a loja de varinhas: Olivaras – Artesão de Varinhas de Qualidade desde 382 A.C.

Um senhor de cabelos avoados e olhos muito grandes os atendeu.

- Vamos lá crianças. – Ele disse pegando uma fita métrica em cima do balcão. Ele mediu os braços de Lílian de varias meios possíveis, punho para antebraço, dedos, braço completo, mediu a altura dela... Por fim ele saiu para os fundos e trouxe três varinhas.

- Vejamos... – Ele falava mais pra si que para os garotos. – Tente essa. – Entregou uma varinha para Lílian. Ela girou e nada aconteceu. Ele a deu outra e novamente nada. A última foi a escolhida, uma de Ébano, de 26 cm e pelo de unicórnio, Lílian a sacudiu para todos os lados e a varinha deixou sair uma espécie de fogo branco que atingiu Liam no rosto.

- Desculpe! – Disse ela aflita enquanto esfregava um lenço azul abaixo do olho esquerdo de Liam.

- Er... Se preocupa não, num tá doendo nem nada. – Disse Liam que estava adorando o cuidado de Lílian com ele.

Ela se desculpou mais várias vezes ao ver que estava escuro no ponto em que Liam foi acertado. “Que dia maravilhoso.” Pensava Liam. O senhor agora repetiu todo o processo com Liam. Saiu novamente e trouxe duas. Na primeira, o movimento aleatório de Liam não produziu nada.

- Sei. Tome essa: Faia, 36 cm, muito maleável e corda de coração de dragão rabo-córneo. – Disse o velho. Liam a sacudiu em direção ao chão e faíscas de fogo saíram da ponta. Pagou sete galeões e saiu acompanhado de Lílian para a última loja, em busca de uma coruja.

- Que Linda! – Disse Lílian com um sorriso infantil quando viu uma coruja branca como a neve no Empório das corujas. Liam escolheu uma de penas cinzas e negras e olhar determinado. Decidiu que a chamaria de Erow. Lílian nomeou a dela de Lila.

- Me procura na locomotiva quando agente for para Hogwarts. – Disse Lílian enquanto se despediam. – Tchau.

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