Bruxo?
Capítulo 1
Bruxo?
Liam vox, de estatura um pouco baixa para seus doze anos e cabelos muito escuros que quase cobriam seus olhos, talvez fosse o menino com menos perspectivas de futuro que já viveu no pequeno orfanato St. James. Um orfanato velho e que seu jardim com mato por aparar, é maior que a própria residência. A única coisa que sabe sobre si é que foi deixado às suas portas. Não sabe quem nem por quê. Suas esperanças de encontrar uma família que o adotem já se esgotaram, principalmente após os boatos de que coisas estranhas acontecem quando ele está por perto serem sempre salientados quando é dia de adoção.
- Limpe essa bagunça Vox! – Gritou a diretora do orfanato, Amélia Grisley. Uma mulher desprezível de corpo baixo e redondo que mais parecia um sapo velho.
- Não foi culpa minha! – Respondeu Liam no chão e olhando que toda sua comida havia sido derramado no chão do refeitório. – Esse idiota pôs o pé para mim cair. – Disse apontando para Masen, o rival de Liam dentro do orfanato. Mas, talvez não fosse o rival porque todos nesse orfanato o odeiam da mesma maneira.
- Não me responda! – Gritou ela. – Se eu digo para você limpar você limpa!
- NÃO FOI CULPA MINHA! – Gritou Liam fazendo os copos e poncheiras de vidro da mesa se quebrarem sem nenhum motivo aparente. “Por que diabos essas coisas acontecem?” pensou Liam. Essa era uma das coisas que faziam todos o considerarem um esquisito. Todos os órfãos o olharam temerosos bem como a diretora.
- N... Não... Sei como você faz essas coisas, moleque, mas se você não parar com isso vai se arrepender! – Disse ela com terror e raiva no olhar. – Nada de café da manhã para você e depois que limpar toda a cozinha você vai passar o dia na sala escura e só vai sair quando pedir desculpa para Masen por ter mentido sobre ele.
Liam não respondeu mais. Apesar da raiva ser muito grande ele acabara se acostumando com as injustiças que sofria naquele inferno. Limpou tudo com um pano velho e um balde de água enquanto de instantes em instantes tinha que suportar as gargalhadas dos garotos que passavam no corredor da cozinha. Quando acabou todo o serviço Madame Grisley o inspecionou achando sujeiras em lugares que não haviam e o fazendo limpar novamente. Quando se cansou de fazer isso ela o levou à sala escura no porão do orfanato. Sentou-se no chão duro e úmido quando as portas da pequena sala se fecharam o deixando na mais completa escuridão. Já era a 107ª vez que Liam era obrigado a ficar ali e provavelmente não será a ultima. A sala fedia muito a mofo e o fato de você não enxergar nada dava muito o que refletir. Liam não tinha mais medo daquele lugar como no inicio depois de tantas vezes você acaba acostumando. Liam pensou sobre seus pais. Sobre por que o haviam deixado naquele lugar. Tentava imaginar mil desculpas para justificar tal atrocidade, mas nenhuma o convencia. E dia após dia seu ódio o consumia lenta e incisivamente. Definitivamente esperava que qualquer dia desses enquanto atravessasse a rua fosse atingido por um carro e simplesmente morresse. O tempo passava e a fome de Liam o estava fazendo se sentir mal.
- Vai pedir desculpas? – Perguntou prazerosamente Madame Amélia do outro lado da porta.
- Pro inferno! – Respondeu casualmente.
- Mais um dia ai até pedir desculpas. – Disse ela que provavelmente estava sorrindo com a desgraça do menino.
Essa cena se repetiu até o final do terceiro dia Liam não agüentava mais ficar naquele lugar comendo apenas pão e água. Foi obrigado a pedir desculpas a Masen e apertar a mão do idiota que sorria malevolamente para ele. Jantou com os outros que o olhavam com desprezo. Ele estava um trapo. Suas roupas sujas e o fedor da sala escura haviam impregnado seu corpo.
A única coisa que Liam gostava de fazer ali era ler os velhos livros que lhe fora dado por uma antiga funcionária do orfanato. Ela fora despedida por desobedecer uma ordem da diretora de castigar Liam por ter se atrasado para a aula de boas maneiras por ter sido preso no banheiro por Masen e seus seguidores. Foi quando lia um deles, intitulado “O Hobbit” e desejava que tudo aquilo pudesse ser verdade, que houvessem Elfos e Hobbits que a diretora apareceu no quarto com um olhar de desdém.
- Você tem visitas. – Disse ela desgostosamente e saiu deixando a porta aberta. “Quem me visitaria?” pensou Liam, mas sua resposta veio na forma de um senhor alto, magro e muito velho a julgar pelo prateado dos seus cabelos e de sua barba, suficientemente longos para prender no cinto. Usava vestes longas, uma capa púrpura que arrastava pelo chão e botas com saltos altos e fivelas. Seus olhos azuis eram claros, luminosos e cintilantes por trás dos óculos em meia-lua e o nariz, muito comprido e torto, como se o tivesse quebrado pelo menos duas vezes.
- Bom dia Liam! – Disse ele numa voz bondosa e alegre.
- Bom... Bom dia. – Disse Liam confusamente enquanto escondia o livro debaixo dos travesseiros. – Desculpe-me, mas quem é você?
- Sou Dumbledore. Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
- Escola de bruxaria? – Perguntou incrédulo e deixando escapar um sorriso irônico. – Ainda não estou louco não.
- Posso lhe garantir que não. – Disse bondosamente. Ele bateu palmas e repentinamente um sorvete verde apareceu em suas mão. “Aquilo não estava ali!”.
- Sorvete de Limão? – Ofereceu ele sorrindo como se aquilo fosse uma trivialidade. – Meu favorito.
- C-Como... você fez isso? – Perguntou Liam se afastando um pouco. Dumbledore apenas sorriu.
- Eu vim aqui hoje para lhe comunicar que você tem uma vaga em nossa escola e nós estaremos muito felizes se você aceitar estudar em nossas propriedades, já que você possui as habilidades necessárias.
- Olha... Eu não sei do que você está falando. – Disse Liam ainda olhando para o sorvete.
- Entendo. Você não é o primeiro e não será o ultimo dos céticos, mas deixe-me lhe perguntar: Você nunca fez alguma coisa na vida que até agora não conseguiu explicar? Algo estranho. Algo perigoso, surpreendente? – Liam não respondeu mas passou muito tempo pensando sobre tudo que aconteceu até agora e esse dia estranho que estava presenciando.
- Foi o que pensei. – Disse ele sorrindo. – Está é a lista de materiais que você vai precisar na escola em que você possui vaga garantida. – Disse entregando um pergaminho que Liam leu apressadamente.
ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS
As aulas começarão no dia 1º de setembro.
Uniforme:
Os estudantes do primeiro ano precisam de:
1. Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas)
2. Um chapéu pontudo simples (preto) para uso diário
3. Um par de luvas protetoras (couro de dragão ou siLílianr)
4. Uma capa de inverno (preta com fechos prateados)
As roupas do aluno devem ter etiquetas com seu nome.
Livros:
Os alunos devem comprar um exemplar de cada um dos seguintes:
• Livro padrão de feitiços (1ª série) de Miranda Goshawk
• História da magia de Batilda Bagshot
• Teoria da magia de Adalberto Waffing
• Guia de transfiguração para iniciantes de Emerico Ewitch
• Mil ervas e Fungos mágicos de Fílida Spore
• Bebidas e poções mágicas de Arsênio Jigger.
• Animais fantásticos e seu habitat de Newton Scamander
• As Corças das trevas: Um guia de autoproteção de Quintino Trimble.
Outros Equipamentos:
• 1 varinha mágica
• 1 caldeirão (estanho, tamanho padrão 2)
• 1 conjunto de frascos
• 1 telescópio
• 1 balança de latão
Os alunos podem ainda trazer uma coruja ou um gato ou um sapo.
- Deve haver um engano senhor. – Disse ele tristemente. – Eu sou apenas... Eu...
- Tenho absoluta certeza que você é você. – Disse Dumbledore sorrindo. – Bem como tenho mais certeza ainda que você é um bruxo.
- Supondo que eu seja... um bruxo. – Disse descrente. – Eu não poderia comprar isso. Não tenho dinheiro e tenho certeza de que a diretora daqui não fará nada por mim.
- Não se preocupe. – Disse Dumbledore bondosamente. – Nós temos fundos em Gringotes para alunos que não podem pagar pelos materiais. – Ele retirou das vestes um saquinho de veludo roxo que fez barulho que fazem as moedas ao colidirem.
- Não posso aceitar. – Disse Liam firmemente. – Não é certo.
- O que não é certo é alguém com tantos talentos ser forçado a viver sob tal maneira como a sua. – Disse ele seriamente. – Mas, se preferir considere como um empréstimo em nome da magia.
- Senhor, o que são gringotes? – Perguntou Liam agora um pouco mais animado.
- Gringotes é o banco dos bruxos. – Disse ele sorrindo. – Ele é regido pelos duendes.
- Duendes? – Perguntou Impressionado.
- Sim, com um pouco de paciência você consegue conviver com eles. Mas não tentem trapaceá-los eles são muito espertos. – Disse Dumbledor fazendo cara de prazer ao terminar de tomar seu sorvete. – Você tem tanto a aprender. Então aceita meu convite de estudar em Hogwarts?
- C-Claro. – Respondeu sorrindo. – Mas perdoe minha descrença, mas você poderia... Er... Me mostrar mais... Magias. – Disse Liam decidido que se ele visse novamente algo ele acreditaria.
- Claro. Veja! – Dumbledore imaginou que Liam ainda queria uma prova de que aquilo não era uma brincadeira e puxou das vestes uma varinha e direcionou-a para a mesinha que tinha uma perna quebrada ao lado da cama. Liam olhou da varinha para a mesa e viu que a varinha fez uma fagulha que atingiu a mesinha que ficou nova como se tivesse sido construída agora. Liam ficou realmente de boca aberta e depois engoliu seco.
- Eu vou ser capaz de fazer essas coisas legais?
- Essas e muitas outras. Mas primeiro você precisa comprar seus materiais.
- Onde senhor?
- No Beco Diagonal. Em Londres mesmo. – Disse fazendo outro sorvete aparecer em suas mãos. Dessa vez era rosado. – Tem certeza que não quer? Tuti fruti. Confesso que comecei a apreciá-lo também. – Liam respondeu que não educadamente com a cabeça.
- Como chego lá?
- Se você desejar eu posso pedir ao guarda-caça de Hogwarts o ajudar com isso. Tenho certeza que você gostará dele.
- Obrigado senhor. Está tudo bem. Se o senhor me disser como, eu posso cuidar disso sozinho. Não quero mais incomodar ninguém. – Dumbledore sorriu e conjurou do nada um pedaço de pergaminho que continha um mapa detalhado de como chegar ao Beco. – Entregue este a Tom o dono do bar dizendo que peço que lhe ajude. – Continuou Dumbledore entregando outro bilhete.
- Obrigado senhor.
- Tome. Essa é sua passagem de embarque para Hogwarts e não se esqueça da coluna do meio. – Disse Dumbledor sorrindo e Liam agradeceu imaginando o que ele queria dizer com “coluna do meio”. - Mas temo que terei de lhe dar duas noticias ruins. – Disse ele seriamente. – A primeira é que você deverá controlar sua ansiedade porque menores de idade não podem fazer magias fora de Hogwarts. – Liam não ligou muito para isso. – E a segunda é que você terá de voltar para aqui durante os verões para passar as férias.
- Apenas o verão? – Perguntou tão alegre que podia sentir seu coração pulsar forte no peito.
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