..:: CAP I ::..
Os dois ficaram parados se olhando por alguns minutos
- Bom....
-É...é.....você...não...
- Sim...
Ambos se calaram. Era estranho conversar normalmente depois de tantos anos sem se ver, de fato pareciam dois completos estranhos. Hermione finalmente conseguiu falar:
- Você não quer ver o resto da casa?
- Sim, vamos
Ambos saíram da sala tão afastados que um trem passaria tranqüilamente entre eles, chagaram a uma outra sala que parecia ser de estar, havia algumas poltronas e uma estante repleta de livros. Harry poderia jurar que Hermione já lera todos mais de uma vez.
- Você...desculpe. A senhora já... – Harry parou de falar. Decidiu que só dirigiria a palavra a ela se fosse algo relacionado à sua segurança. O que lhe importava se ela já lera alguns livros? Seu trabalho era protegê-la não se intrometer em sua vida.
- O que o senhor ia me perguntar?
- Nada.
- Então? Podemos passar para a próxima sala?
- Claro.
Eles entraram em uma sala com uma gigantesca mesa, deveria ter lugar para uns 60 convidados ou mais. Havia espelhos nas paredes e uma bela decoração.
- Aqui é a sala de conferencias do Mark.
- Seu marido costuma receber muitos convidados?
- Alguns. Por quê?
- Ele conhece todos?
- Sim, são os membros da cúpula do ministério e alguns amigos.
Harry reparou em uma porta falsa escondida na parede.
- Para onde dá essa porta?
- Para o aposento dos elfos domésticos.
Harry baixou a cabeça e se controlou para não rir. Será que ela havia desistido do F.A.L.E.?
Hermione o observou, nem todos esses anos foram suficientes para que ela deixasse de saber tudo o que se passa na cabeça dele, Harry sempre foi fácil de decifrar.
- Eu não desisti.
- O que? – perguntou Harry confuso
- Eu não desisti do F.A.L.E – disse Hermione – Mas todo elfo doméstico aqui recebe um salário igual aos outros funcionários.
Harry sorriu. A um bom tempo não a ouvia falar e por mais que odiasse seus sermões preferia ouvir mil deles a ficar sem vê-la tanto tempo.
- Como você sabe que eu pensei no F.A.L.E.? Desculpe. Como à senhora sabe???
Hermione se sentiu paralisada. Há anos não via aquele sorriso. Por mais que sua vida tenha mudado e quase seis anos tenham se passado um simples sorriso de Harry ainda mexia com ela. Vê-lo de novo era trazer a tona um passado que ela lutou para esquecer, um passado que a fez sofrer muito. Ao mesmo tempo era trazer a alegria da época da escola de volta, era lembrar-se de como a vida fora antes de tudo acontecer. Ao mesmo tempo em que ela queria que ele desaparecesse e nunca mais voltasse, tê-lo ali tão perto produzia nela sensações que ela se julgava incapaz de sentir de novo. Mergulhada em seus pensamentos ela não respondeu a pergunta. Harry fechou os olhos. Onde estava a convicção que falaria com ela apenas o essencial? Se ela não queria falar era por que estava se sentindo incomodada com sua presença
- Senhora, eu vou pedir ao ministério que mande outra pessoa para essa função.
- O que? Não!
- Mas se a senhora...
- Já chega de me chamar de senhora e fingir que não me conhece, Potter.
- Acho que você também fingiu que não me conhecia! - disse Harry impaciente
- Eu não te conheço mais. - disse Hermione lançando-lhe um olhar furioso
Os dois ficaram se encarando por alguns minutos. Harry virou-se de costas e disse por cima do ombro:
- Com licença, eu vou falar com seu...marido – a última palavra foi dita com total ironia.
Hermione apertou o punho e saiu irritada em direção a cozinha, entrou batendo o pé.
- Wink! - a pequena elfa que agora servia a Hermione se aproximou trazendo uma xícara de chá
- Minha senhora parece nervosa – disse a preocupada elfa
- Você não imagina quem o Mark trouxe para me vigiar.
- Quem?
- Harry Potter
- Ah! Então é por isso que a senhora está chateada, se Wink pudesse teria matado ele! O que ele fez pra senhora não se faz! Não se faz! – a pequena elfa parecia furiosa
- Calma Wink!
- Não senhora, ele foi muito mal pra senhora! Muito mal! Ainda bem que a senhora conheceu o senhor que é bom e que te ama muito! – Hermione esforçou-se para sorrir
- É... ainda bem. – disse com uma voz triste
- Aquele traste ainda meche com a senhora, não é mesmo?
- Não Wink.
- Senhora, Wink pode por poção no chá dele e ...
- Não Wink!!!!
- Mas a senhora tem que se vingar por tudo que ele te fez....
- Wink eu...eu...
- A senhora ainda gosta dele.
- Eu preciso dele. Odeio ter que ser vigiada, mas eu realmente estou ficando com medo dessas ameaças.
- Mas o que ele pode fazer que outro não possa?
- Wink eu confio nele.
- Como a senhora pode confiar depois de tudo que ele fez!?!?!
O ministro que estava entrando na cozinha abraçou a esposa
- Quem fez o que?
- Nada. Foi o jardineiro que não fez o trabalho direito – mentiu Hermione
- Ah! Bom, se vocês não querem me contar, tudo bem.
- Meu amor, não é isso e que...
- Tudo bem, querida. Agora vá para a sala que eu preciso conversar com você e com o Potter.
Hermione fingiu um sorriso e saiu da cozinha nervosa. Como ele se atrevia a falar com seu marido?
- Harry Potter você acabou de assinar sua sentença de morte - disse Hermione em voz alta caminhando pelos corredores.
- Eu não me lembro de ter assinado nada – disse Harry surgindo no corredor, ou talvez fosse Hermione que estivesse distraída. Ela parou, deu um sorriso irônico e continuou a andar.
-Harry Potter você acabou de assinar sua sentença de morte!!! - disse Harry tentando imitar o tom de voz dela. Hermione virou-se, lhe lançou um olhar irado e saiu andando pelo corredor batendo os pés.
Harry entrou na ampla sala de reuniões do ministro. Sentado em sua cadeira Mark o saudou com um sorriso. Hermione estava de pé, atrás do marido e o mirava com um olhar furioso
- Mandou me chamar senhor?
- Harry eu gostaria que...
- Meu amor – interrompeu Hermione – Esse idiota já pediu demissão então por que você não o manda embora de uma vez?
- Demissão? Que historia é essa?
- Senhor, acho que sua esposa está um pouquinho estressada – disse Harry para provocá-la
- São esses ataques que não fazem bem a minha princesinha - disse o Ministro.
Harry segurou o riso ao ver a cara de desgosto de Hermione, ela nunca gostou de apelidos, mas pelo visto seu marido não sabia disso.
- Harry o que você vai precisar para a segurança? Algo que meu anjinho deve fazer para que não corra riscos? Vai haver algum treinamento ou algo assim?
- Senhor, sua esposa só vai ter que me obedecer.
- Claro. Mas eu acho essa a parte mais difícil! – disse o ministro afagando a mão da esposa
- Não se preocupe que eu sei como tratá-la – disse Harry desafiando Hermione a rebater. Ela ficou quieta apenas olhando-o
- É bom que você saiba. Se algo acontecer a ela, eu morro.
- Nós não queremos que algo aconteça AO MINISTRO – disse Harry frisando as duas ultimas palavras e olhando fixamente para Hermione.
Eles ficaram mais algum tempo naquela conversa até que o Mordomo entrou na sala
- Senhor....
- Fala – disse o ministro
- É...chegou.....mais uma.
- Mais uma o que? – perguntou o Mark
- Hã...Carta, senhor.
Harry tirou a carta da mão do mordomo e abriu
VAGABUNDA!!! JÁ NÃO BASTAVA O MARIDINHO TAMBÁM QUER O AMANTE!!!! O QUE O POTTER FAZ AI???? VENHA ME EXPLICAR NA RUA DOS ALFENEIROS, NÚMERO 4...DIGA ISSO A ELE!!!!!
Harry disfarçou o impacto que a carta lhe causou. O maníaco já sabia que ele estava lá? Como? Amante? A casa dos seus tios? As coisas estavam começando a mudar, afinal de contas, esse maníaco o conhecia também!
- Harry? O que foi? – perguntou Hermione.
Ela tomou a carta das mãos dele e leu.
- Ah! – Ela gritou largando a carta no chão e dando alguns passos para trás encostando-se na parede
- O que foi? – perguntou o Ministro
- Nada senhor. Ele colocou xingamentos piores desta vez – mentiu Harry
Hermione estava em estado de choque e ofegava encostada na parede enquanto mantinha os olhos fixou na carta no chão. Harry foi até ela devagar, ela correu até ele e o abraçou. Harry acariciava de leve as costas dela enquanto murmurava algo em seu ouvido para acalmá-la. O ministro levantou-se para apanhar a carta no chão. Harry puxou rapidamente a varinha e apontou na direção do papel
- Accacio! – o papel voou até sua mão
- Acho melhor o senhor não ler isso – disse para o Ministro enquanto Hermione continuava abraçada a ele chorando. O ministro de contra gosto concordou.
- O que foi? Por que você está chorando, querida? – perguntou. Mark abriu os braços e chamou:
- Venha cá, querida.
Hermione já parara de chorar mas não queria se afastar de Harry, ele lhe proporcionava uma segurança que ela não queria abandonar.
- Hermione, venha cá – repetiu o ministro. Ela relutou, mas acabou abraçando o marido.
- O que foi querida? O que esse maníaco escreveu desta vez?
Harry sentiu um vazio quando Hermione deixou seus braços, ele queria poder mantê-la sempre ali, longe de qualquer coisa que pudesse feri-la. Reparando que ele estava atrapalhando a intimidade do casal caminho cabisbaixo até a porta.
- Harry! Não vá embora. – implorou Hermione. Harry permaneceu parado, o mordomo entrou novamente na sala:
- Senhor...Coruja urgente do ministério.
O ministro deixou a esposa sentada no sofá do escritório e saiu.
Harry que até em tão estava parado atrás do sofá o contornou e sentou-se na poltrona em frente ela. Ficou apenas a olhando.
- Como ele sabia que você estava aqui? – perguntou Hermione com um fio de voz
- Eu também não sei.
- Você chegou hoje... Como?
- Ele pode estar aqui – disse Harry. Hermione instintivamente correu os olhos pela sala
- Ou pode ter um informante.
- A casa dos seus tios... – disse Hermione preocupada
- Eu também estou preocupado com isso. Ninguém sabe da minha vida pessoal aqui.
- Então você acha que...
- Ele nos conhece. E muito bem!
- Eu estou com medo! – disse Hermione
- Eu sei, mas não vou deixar nada acontecer com você! Eu prometo! – ele segurou a mão dela e a apertou. Mal sabiam eles que aquele momento de intimidade estava sendo observado...
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