O último adeus
(Só um aviso: esse capítulo não é uma songfic. E ele já foi publicado em outras versões.)
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Se hoje um alguém qualquer vier me perguntar se me lembro de você, eu não saberia responder, pois minhas lembranças podem não ser suas verdades. Não vou dizer que me lembro de suas mãos fortes que já me seguraram, nem de seu rosto que tanto cariciei ou nem mesmo do sorriso que se estampava em sua face ao me ver, pois eu sei, afinal tais mudanças também ocorreram em mim, que suas mãos estão fracas e frias, seu rosto macilento e seu sorriso não tem mais o mesmo brilho. E os seus olhos... Aqueles olhos acinzentados pelos quais me apaixonei. Eles podem não causar a êxtase que causavam, mas devem ainda ser belos.
Eu lembro de você no trem da primeira vez que fui para Hogwarts. Você entrou na cabine com aquela habitual arrogância. “Essa escola não tem mais jeito! Outro Weasley?” Fazer o quê? Você mordeu a língua depois. Quem seria capaz de que viveríamos tanto.
Foi tanto tempo juntos. Você foi meu 1º, sabia? Meu 1º beijo, minha 1ª vez, minha 1ª grande e real decepção, decepção esta que eu nunca vou esquecer. Todo aquele tumulto, um novo ataque dos Comensais, você descobrindo que eu tinha me aproximado para vigiá-lo, brigamos. Mais tarde eu quis te pedir desculpas e você me falava friamente. Aquele mesmo aço de seus olhos que me dava segurança, era o aço que me roubava o calor da felicidade. “Acabou, entendeu? Não dá mais.” Aquelas duras palavras me acertaram com a força de uma facada. Foi ferida que demorou a cicatrizar. Mas cicatrizou... pelas mãos de outro homem. Pelas mãos de seu inimigo. Pelas mãos de Harry Potter.
Chegando ao fim, eu coloco essa carta no seu bolso, e vejo seu túmulo se lacrar com lágrimas que insistem em cair dos olhos para manchar meu rosto. Você nunca realmente aprendeu a controlar seus impulsos sentimentais. Deixou-se atingir pela luz verde da morte.
Se eu tenho alguma recordação sua? Eu tenho a mais sublime que se pode haver: seu filho, nosso filho. Você me largou enquanto nem sabia que eu carregava um filho do nosso pecado. Provavelmente, você não notou quando o viu. Ele tem a têmpera do aço dos seus olhos, esse aço que não existe em nenhum outro lugar. Os seus olhos...
E como última coisa, eu gostaria de lhe dizer algo que não agüentaria sufocar o resto da vida: “Eu ainda lhe amava”.
O meu último adeus Draco Malfoy, descanse em paz e saiba que nunca vou lhe esquecer.
Ginevra Molly Weasley Potter
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