1o de julho
Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
E é nos teus braços que ele vai saber
O que havia ela de fazer? Seus pais a matariam se soubessem. Seus irmãos? Ficariam indignados, contariam para seus pais que a matariam. Mione? Ia acabar contando para o Rony, que ia contar para seus pais... e eles a matariam. Das pessoas de sua inteira confiança restava apenas aquele a quem ela não iria querer contar nunca. Harry não podia saber que ela estava grávida, nunca! Não depois de tudo que viveram no ano passado. Mas no fundo ela sabia que era apenas para ele que podia contar. Ele jamais contaria esse segredo. E certamente a ajudaria. A certeza que ela tinha era em relação ao coração de Harry: o conhecera a fundo, tanto quanto ele a conhecera.
Não há porque voltar,
não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez
No entanto, era primeiro preciso contar para o pai da criança. Por menos que os pais queiram saber dos seus filhos indesejados, eles sempre merecem saber que vão ser pais. E bem lá no fundo dela mesma, ela o amava. Ah, fora realmente uma tolice deixar-se apaixonar por ele. Nunca Draco merecera ser amado como ela o amara. Podia até não ser um amor muito profundo, mas era amor. E justo ele! Sabia que ele arriscava-se como agente duplo, sabia que ele corria o risco de morrer a qualquer hora, sabia que Voldemort o mantinha vivo apenas porque era fantoche útil às vezes, mesmo assim, ele continuava parecendo não merecer ser amado. Vai saber... Talvez fosse por isso que Gina se arriscara a amá-lo. Mas não mais. O melhor era fingir que ela estivera apenas testando sua confiança, testando sua lealdade ao lado da Ordem. Era burrice querer continuar a suportar a vida que mantinha há alguns meses.
O que fazes sem pensar
Aprendeste do olhar
E das palavras que guardei para ti
Foi muito difícil achá-lo. Ele fugia dela, sentindo-se traído. Não queria vê-la, não queria falar com ela. Parecia até agir como uma criança. Mas depois de tanta insistência, ele cedeu.
- Diga logo o que quer. Você sabe muito bem que eu estou aqui a contragosto. Eu disse que nunca mais queria ver a sua cara. – Draco sequer se dignou a olhá-la, sentada, encolhida na cadeira. Ele manteve-se de costas, braços cruzados, rosto baixo.
- Eu também disse para mim mesma que nunca mais o procuraria.
- Não precisava mais fingir que gostava de mim, não é? – Ele virou-se furioso, apoiando as mãos na mesa, encarando-a. Gina continuou sentada, tentando manter a calma, mas suas orelhas vermelhas de nervoso a denunciavam.
- Não vou mentir que já fingi...
- Ah! Agora assume, não é?
- Mas eu não consegui, não aquele tempo todo. Eu... eu comecei a realmente gostar de você.
- E você fala isso como se tivesse sido uma obrigação! – Draco voltou a ficar de costas. Seu rosto estava vermelho. Vermelho de fúria e choro.
- Não! - Gina levantou, deu a volta na mesa e segurou-o pelo braço. – Não, foi uma conseqüência de eu ter te conhecido! Você...
- Ah! Quer dizer que você achava que eu não era digno de ser amado, que eu não precisava disso?
- Olha aqui, Malfoy. Se é isso que você quer ouvir, sim, eu achava que você era um inseto insensível, desprezível, até sem coração, que não deveria conhecer quão bonito é amar e ser amado. – O rapaz a observava estarrecido, agora. – Mas eu vi que você era como era exatamente por falta de amor. Não vou mentir. Meu primeiro sentimento foi compaixão. É, compaixão pelo rapaz que achava que devoção se comparava ao amor. Mas o tempo passou, e mesmo você fazendo tudo que fazia, mesmo não merecendo que eu fizesse isso por você, eu comecei a te amar. – Gina arfava depois desse desabafo.
- Por... Por que eu não mereceria seu amor? Eu te amava, e achei que fosse o suficiente.
- Nunca é. Eu tentei te provar.
Não penso em me vingar,
não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso,
vale mais o coração
E já que não me entendes,
não me julgues, não me tentes
- Eu lembro que você me disse uma vez que “vale mais o coração”... – Os dois haviam se sentado e Draco tentou começar uma conversa mais amigável.
- O coração vale mais que qualquer coisa nesse mundo, mas só ele não serve para nada. Certas vezes, o hábito nos faz esquecer de mostrá-lo. Não digo que são necessárias provas de amor, mas no mínimo demonstrações, não acha?
- Eu achei que tivesse demonstrado.
- Quando?
- Quando me abria com você, como no dia em que te mostrei tudo que sentia.
- Sinto muito dizer isso assim, parece egoísmo, mas acho que eu saí na pior aquele dia. Digamos que para mim tudo era novo, era eu quem estava me entregando. E foi comigo que as conseqüências ficaram...
- Que conseqüências? Acredito que eu já estaria sabendo se tivessem nos descoberto, como era seu medo. Eu ainda estaria sentindo a dor das pancadas dos seus irmãos.
- Não, ainda não sabem. Mas logo alguém terá que saber. Logo vão ver que eu... cedi. Eu estou grávida, Draco.
- Você... você está... grávida? Mas... eu achei que... você sabe que eu não posso.
- Olha aqui: eu não vou pedir perdão por isso ter acontecido, tá? A culpa não é só minha, nem só sua. Eu... não sei o que faço. – E Gina começou a chorar. Draco não sabia o que fazer. Ficou um tempo olhando-a, estarrecido. Enfim seus sentidos reagiram, e ele se levantou, deu a volta na mesa, segurou a jovem pelos ombros, fez ela se levantar e a abraçou. Ela correspondeu ao abraço, e deitou sua cabeça no peito dele. Ele passou a mão naqueles longos cabelos cor de fogo. Ele também não sabia o que fazer.
- Pára! – Gina soltou-se do abraço, enxugando as lágrimas. Parecia despertar. – Eu não vou te comprometer. Eu... só achei que você devia saber. – Ela abriu a porta da cozinha da sede da Ordem da Fênix, e saiu batendo-a atrás de si. Draco ficou parado, olhando para a porta fechada.
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava ao seu lado, então
Gina passou correndo pelas portas da casa, não queria que a vissem chorando, não queria dar explicações. Passou correndo, sim, mas muito silenciosa. Subiu as escadas. E quando ia passando pela porta do quarto de Harry parou. Sentia que era agora, ou depois não teria mais coragem de fazer o que pretendia. Arriscando dar de cara com um de seus irmãos e então ter de passar por uma situação constrangedora, bateu na porta e entrou sem esperar resposta.
Harry estava deitado na cama, sozinho. Tinha o aspecto cansado, parecia ter acabado de chegar. Dormia profundamente. Com medo de acordá-lo, Gina entrou devagar no quarto e sentou-se na cama de Rony (que era logo ao lado da de Harry). E a cama rangeu. “Raios”, ela pensou.
- Rony, é você?
- Não, Harry, é a Gina. Desculpa, eu não queria te acordar. Você estava dormindo tão tranqüilo, parecendo exausto.
- Não, tudo bem. Eu não ligo. Mas, o que houve? Você estava chorando? – Harry sentou-se, assustado, ao perceber as manchas no rosto da menina.
- Ah, Harry, desculpa. – Gina se jogou nos braços dele, chorando de novo.
- Tudo bem, Gina. Calma... Isso, acalme-se. Se você não me disser o que houve, eu não posso nem dizer se te desculpo, não acha?
- Certo. Eu não devia ter feito isso. – Parecendo subitamente tímida, ela voltou a se sentar na cama de Rony. – Eu preciso de ajuda. Preciso da sua ajuda. Eu sei que você me disse não faz nem sete meses que não podia ficar perto de mim, que eu ia me transformar num alvo muito óbvio. Mas eu não sei porquê eu sempre consigo fazer tudo errado.
- Não, você não faz tudo errado. Eu...
- Você não sabe o que eu fiz. Eu acabei com minha vida. E estou levando duas outras junto.
- O que pode ser tão grave assim?
- Eu engravidei. Do Malfoy.
Sou fera, sou bicho,
sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha
E não de quem quiser
- Eu engravidei. Do Malfoy.
Harry olhou para ela. O grande amor de sua vida estava na sua frente dizendo estar grávida de outro. Estar grávida do panaca do Malfoy. Não era possível. Ela olhava-o, com olhos de pedido de socorro. E ele não reagia. Ela queria levantar de novo e chacoalhá-lo. Mas óbvio que não podia. Então, continuava com o olhar de súplica. E na cabeça de Harry, a informação recebida se chocava com seus sonhos e ilusões. Como ela podia ter feito isso? Será que o motivo dele de abandoná-la (nobre e idiota, como ela dissera) fora suficiente para fazê-la rebelar-se dessa forma? Ele sabia que ela andava envolvida com o Malfoy, mas pelo que soubera, era uma fachada para testar as inclinações do moço. Agora descobrira que não era assim. E ele não ia perdê-la para aquele panaca, ah, isso não! E num impulso, foi a vez dele se jogar contra ela, segurar seus ombros e beijá-la.
De início, Gina se assustou. Não era do feitio de Harry fazer isso. Mas então ela cedeu. Sentiu de repente uma grande falta daqueles beijos. Eles eram doces e suaves, não agressivos como os de Malfoy. E depois, num esforço de autocontrole, empurrou Harry para trás meteu-lhe um tapa no rosto.
- N-u-n-c-a-m-a-i-s-f-a-ç-a-i-s-s-o, Potter!
-Eu... quero dizer, eu...
- Você surtou, foi?
- Não, não fui eu quem surtou! O que você acha que fez? Olha aqui...
- Não, olha aqui você! Eu vim aqui falar com você, achando que você era a única pessoa para quem eu podia me abrir. E você começa a agir como outra pessoa. Não foi para esse Harry Potter que eu achei que fosse desabafar.
- Realmente, eu mudei. Mudei no momento que ouvi que você tinha engravidado do Malfoy. Mudei de um Harry Potter que estava se afastando de seu grande amor para mantê-la viva para um Harry Potter que decidido a não perder esse seu amor para um panaca como o Malfoy!
- E esse novo Harry acha que com um beijo vai conseguir apagar um grande pedaço do passado, sumir com essa criança que não tem nada a ver com isso, e destruir um rival de infância?
- Não.
-...
- Esse novo Harry acha que com um beijo roubado pode começar tudo de novo. Afinal, tudo começou com um beijo roubado, não foi? Mas dessa vez, a única platéia que tenho não é nem capaz de nos ouvir.
- Eu não vou fazer isso, Harry. Não posso. E você não pode achar que um simples beijo é capaz de mudar minha cabeça. Eu vim pedir ajuda, mas não imaginei que fosse essa.
- É essa que eu estou oferecendo. Eu quero realmente que você seja minha.
- Eu não sou de ninguém. Eu sou, sempre fui e pretendo continuar sendo só minha.
Sou deus, tua deusa, meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração!
Não penso em me vingar,
não sou assim
A tua insegurança era por mim
Diabos, diabos, diabos! Que iria fazer agora? O que podia fazer agora? Como seria tão mais simples que nada disso tivesse acontecido, que não tivesse aceitado vigiar o Malfoy, que não tivesse nem mesmo nascido! E era o que seria melhor para essa criança também: não nascer. Mas ela não podia fazer isso. Era muito cruel. Agora que a criança estava ali o jeito era fazê-la crescer. O número de pessoas envolvidas já era grande demais. Draco era um desconto. Ninguém nem podia sonhar que o filho era dele. Não agora. O Harry fizera uma oferta no mínimo tentadora, mas inaceitável. Parecia inverossímil que ele estava disposto a submeter-se àquela mentira.
- Gina, meu bem. Vem jantar. Está tudo bem? Você parece meio pálida...
- Está tudo bem, mamãe. Eu só estava lembrando do passado e... me senti cansada de tudo que está acontecendo.
- Todos nós estamos assim, mas vamos. Jantar vai ajudar. A Tonks está aí, veio jantar conosco.
- Já vou descendo.
- Avise os meninos para virem comer também.
O jantar foi meio tenso. Gina não erguia os olhos da mesa e quando o fazia, encontrava o olhar de Harry sobre ela, com cara de “Precisamos conversar”. Ninguém ali pareceu perceber isso (afora Hermione, talvez). Gina foi a primeira a se levantar. Harry teve a prudência de esperar um pouco para ir atrás dela. Mas ao bater na porta do quarto das garotas, ela não atendeu. Ele abriu a porta, mas não havia ninguém lá dentro. Harry ficou um tempo parado ali, encostado no portal, olhando para o vazio, até que Hermione parou atrás dele:
- A Gina costuma se esconder no velho quarto que era do Bicuço, quando não quer conversar. Eu já acostumei a não ir procurá-la quando ela faz isso, mas você pode arriscar.
- Obrigado, Mione.
Harry resolveu arriscar. Abriu a porta devagar. Ainda havia no quarto sinais de que por um tempo algum animal vivera ali, mas já havia sido muito bem limpo.
- Desculpa, Harry. Eu não devia ter falado com você. Esse problema é meu, eu não devia ter te envolvido.
- Eu quero estar envolvido. Eu pensei muito depois que você saiu do quarto, e cheguei a algumas conclusões. Primeiro: eu tenho que aceitar que fiz a maior burrada da minha vida ao te deixar. Segundo: eu tenho que aceitar que certas burradas não têm mais volta
- Eu...
- Não, Gina. Deixe-me terminar. Terceiro: eu não quero aceitar nenhuma dessas duas coisas. Quarto: eu quero pedir que você fique comigo.Para sempre. Eu quero que você se case comigo.
- Mas, eu não posso fazer isso! Eu tenho só 16 anos, você tem 17. E eu estou esperando um filho de outro cara. Não posso deixar que você faça isso com você mesmo.
- A partir de agora, esse filho não é do Malfoy. É meu. Mais uma vez, eu estou te colocando em risco. Imagina a felicidade do Voldemort se souber que pode me atingir através de você. Mas eu pretendo estar lá para impedir que ele faça qualquer mal, seja a você, seja a essa criança.
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava ao teu lado, então
Sou fera, sou bicho, sou anjo
e sou mulher
Seria realmente mais simples se entregar de vez aos encantos do Harry, isso era inegável. Mas era muito injusto. Gina sentia-se muito mal ainda com tudo que acontecera, com a situação criada com Draco. Ele, aliás, parecia ter resolvido desaparecer do mapa. Não o via desde a conversa na cozinha. Quanto tempo atrás fora aquilo? Um mês, mais ou menos. E agora dera para ter enjôos. E estava ficando cada vez mais complicado escondê-los. Houve um dia em que Hermione a vira saindo nauseada do banheiro. Evitava comer algumas vezes, estava pálida. Harry disse que ela parecia estar tentando “duplo-suicídio”. Sua mãe vivia lhe perguntando o que estava acontecendo, porque ela parara até de pedir para fazer algo pela Ordem. Tudo ia de mal a pior, e foi aí que aconteceu.
Gina se escondera no quarto, para não ter que jantar, quando Hermione entrou com uma bandeja de comida.
- Sua mãe mandou você comer. Ela acha que você está numa dieta maluca. Realmente, Gina, você não precisa de dieta nenhuma. Ei, o que foi?
Ao sentir o cheiro de carne, Gina não se conteve e correu para o banheiro. Hermione deixou a bandeja em cima de um criado foi até a porta do banheiro e se apoiou no portal, vendo Gina lavar o rosto.
- Eu estou precisando falar com você. Vem, senta aqui na cama. Fala a verdade para mim. Isso não é dieta nenhuma. Você está grávida, não é?
Gina teria ficado mais pálida ainda se fosse possível. Não tanto pela pergunta de Hermione, mas porque sua mãe estava na porta, com a pior cara possível.
- Você o quê? GINA! ISSO É VERDADE?
Enquanto isso, alguns andares abaixo, na sala...
- Ei, Rony, essa não é a sua mãe gritando? Ai! E agora a senhora Black!
- Anda, vamos logo Harry. Vamos ver o que está acontecendo.
- Acho que ela está gritando com a Gina. – Completou Fred, apurando os ouvidos. E Puf! Todos que estavam na sala aparataram no corredor do quarto das meninas.
- ANDA LOGO MENINA, FALA! COMO É QUE VOCÊ PODE? – De repente a Sra. Weasley reparou na platéia que adquirira. – Ai, Arthur. – Ela abraçou o marido, chorando. – A nossa garotinha...
- O que houve, querida? Gina, meu bem o que aconteceu?
Gina não parecia capaz de falar. Olhava nervosa para todos os rostos, que olhavam para ela. Uma ou outra lágrima silenciosa escorria. Ela parou o olhar em Harry, ele olhava de uma forma que significava que um aceno tiraria suas dúvidas. Gina assentiu.
- Desculpa, Sra. Weasley. A culpa é minha, eu não devia...
- VOCÊ! EU SEMPRE TE TRATEI COMO UM FILHO! E OLHA O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA FILHINHA! – A Sra. Weasley, desprendida dos braços do marido, socava os ombros de Harry.
- Molly, querida, pare, você está se exaltando.
- Mamãe, que houve? Pare de bater no Harry.
- Rony, não se meta. Molly, pare. MOLLY!
A Sra. Weasley pareceu voltar aos seus sentidos e deixou-se cair em uma cadeira. Hermione estava abraçando uma Gina inerte. Todos os filhos de Molly e Arthur olhavam assustados. Um ou outro componente da Ordem olhava exaltado, indeciso entre sair e deixar a família resolver seus problemas, ou ficar e ver o que aconteceria a seguir. Era a Páscoa, por isso havia tanta gente. E não podia haver hora pior para o segredo de Gina ser descoberto.
- Muito bem, Gina. Pode ir falando o que fez para deixar sua mãe assim.
- Talvez seja melhor eu...
- Pára, Harry. PAREM TODOS VOCÊS! VOCÊS AÍ, VOCÊS NÃO TÊM NADA A VER COM ISSO. SAIAM DAQUI.
- Não grita, Gina! Eu sou seu pai. Você não pode falar assim comigo.
- FALO! EU NÃO SOU MAIS UMA CRIANÇA! Eu cresci, tá? Eu não sou mais aquela criancinha dócil que costumava ser. Vocês me fizeram crescer. Hoje, graças a vocês eu sou uma mulher crescida! E uma pessoa capaz de me virar.
- Então vai, mostra uma razão que prove que você cresceu, porque você está agindo como uma criança mimada neste exato momento.
- Não, papai. – Todos os Weasley mais Harry olhavam estarrecidos. A Sra. Weasley ainda choramingava. Hermione encostara numa parede bem distante. – Você está enganado. Eu cresci, sim. Se não tivesse, como poderia estar grávida?
De início, o Sr. Weasley pareceu não ter entendido. A Sra. Weasley fungou mais alto. Os irmãos entreolharam-se. Harry encolheu-se sob o olhar que Hermione lhe lançou. Então Sr. Weasley falou:
- Você... grávida?
- É papai, grávida.
- Mas, como?
- Não finja que não sabe... O senhor tem sete filhos, não é?
- Não responda para mim! Você pode estar achando que é crescida, mas eu ainda sou seu pai! E quem?.. Não! Harry?
- Desculpa, Sr. Weasley. Eu não sei o que fazer agora... – Harry olhava com um falso olhar de acuado, apesar de que estava realmente correndo um sério risco de apanhar. – Isso não está certo, mas não dá para arrumar mais, não é?
Sou minha mãe, minha filha
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha
E não de quem quiser
Sou deus, tua deusa, meu amor
Baby, baby, baby...
- Você não podia ter feito aquilo. Mas obrigada.
- Seu pai me chamou para uma conversa...
- Ah, desculpa você ter que passar por isso...
- Tudo bem. Ele só queria me forçar a casar com você, mas eu disse que não ia ser preciso. Disse que ia aproveitar aquela “conversa amigável” para pedir a sua mão oficialmente.
- Você não?
- Sim, eu sim. A partir de agora a srta. Está comprometida comigo. Mas não se preocupe, eu não vou te forçar a nada. Você vai estar casada comigo formalmente, mas se preferir, vai ser um casamento de fachada.
- Eu não sei se vai dar. Você vai ter que viver comigo por obrigação, não vai ser legal.
- Eu vou viver ao teu lado, te esperando. Você vai acabar vendo que esse seu futuro marido, apesar de tímido, desastrado, perseguido por um cara malvado, todo desengonçado, te ama muito e só quer te fazer feliz.
- Quanto tempo você seria capaz de esperar?
- A eternidade.
- Não, a eternidade é muito tempo. Não espere mais. – E Gina se jogou nos braços de Harry e o beijou.
O que fazes por sonhar
É o mundo que virá
Pra ti e para mim
Os dois se casaram afinal. E dali a três anos, Malfoy morreu. O pai dele o seguiu um dia, os dois brigaram e Lucius matou o próprio filho. Poucos souberam, mas a causa foi um pequeno menino, de nome Josh, que tinha pouco mais de dois anos.
No meio de seu enterro, Gina se levantou muito abatida colocou um envelope amassado no bolso de Draco e voltou. Seu filho, Josh, estava sentado no colo de Harry, aparentemente mais interessado nos botões da roupa deste que no enterro. Mas ao ver sua mãe voltando, ele se levantou e se mudou para o colo dela. Com sua vozinha de criança, sussurrou no ouvido dela: “Eu sei. Papai que morreu.” Ela olhou-o, mas então ele resolveu voltar para o colo de Harry para voltar a brincar com botões.
Vamos descobrir o mundo juntos, baby
Ah, quero aprender com teu pequeno, grande coração
Meu amor, meu amor
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