Terror na Noite



Muito mais tarde, naquele mesmo dia, os quatro amigos jantavam no quarto de Harry e Rony num clima muito mais descontraído do que o daquela tarde.

Depois de contarem a Victor tudo sobre as horcruxes, e este ter aceitado continuar ajudando-os na luta contra Voldemort, resolveram que voltaria ao Caldeirão Furado no dia seguinte.

- O que serrá que vai acontecerr com o Malfoy? – perguntou Victor – Você-Sabe-Quem vai trrucida-lo né?

- Espero que sim Victor – disse Harry, num misto de esperança e tristeza – Se isso acontecer, a culpa é dele mesmo. Ninguém mandou se envolver com essa turma. E ele merece pelo que fez a Dumbledore.

- Mas sabem – continou Harry, pensativo – enquanto eu estava lá no quarto dele, Mundungo perguntou a ele porque tinha escolhido ficar ao lado de Voldemort e, arrogante como sempre, Draco respondeu que isso não era da sua conta e o assunto foi encerrado. Mas por um segundo, antes dele responder, eu percebi uma tristeza e agonia em sua alma que me fizeram pensar se ele não está sendo forçado a ajudar Voldemort.

- Forçado! Olha Harry, nós conhecemos bem demais aquele loiro de uma figa! Ele sempre quis ser um comensal, igual ao pai – concluiu Rony – faz parte de sua natureza ser mal, ser arrogante e indiferente aos sentimentos alheios.

- Não acho que as coisas são bem assim Rony – retrucou Hermione – Ele pode até ser tudo isso que você falou, mas Draco nunca foi muito corajoso. E depois, Lucio Malfoy está em Azkaban. O garoto deve estar se sentido perdido. Uma presa muito fácil para alguém como Voldemort, que não pode mais contar com o pai e agora obriga o filho a segui-lo.

- Mas vamos esquecer Malfoy, ele que se dane. – finalizou Harry. – Precisamos é traçar nossos próximos passos na busca pelas horcruxes.

- Se Dumbledore estava certo, e acho que ele estava, os horcruxes três e quatro são: o medalhão, que já conseguimos, e a taça de Helga Lufa-Pufa. Já sabemos que Regulus roubou o medalhão, mas a taça, será que também estava com ele? – concluiu Hermione.

- Esse é o problema. Não temos nem idéia de onde pode estar essa taça. Monstro disse que Regulus trouxe para casa o medalhão, mas não falou nada sobre uma taça.

- Vai ver que foi por que você não perguntou direito! – brincou Rony.
- É claro que Harry perguntou direito, não é? – retrucou Mione, virando-se para Harry.

- Bom, eu perguntei a ele se Regulus tinha trazido alguma coisa para casa e Monstro respondeu que ele trouxe o medalhão.

- Nada mais? – questionou Rony.

- Nada mais!

- Mas que droga! – disse Rony – Estamos meio que de mãos amarradas né?

- Completamente. Além disso, ainda faltam dois objetos, presumidamente alguma coisa que pertenceu a Rowena Corvinal e a Godrico Grifinória. – conjecturou Harry, pensativo – O que pode ser? Dumbledore disse que a única relíquia da Grifinória existente era a espada, da qual Voldemort não conseguiu se apoderar.

- Mas deve existir algum objeto... – prosseguiu Hermione - Voldemort é um bruxo perseverante, não acho que desistiria assim tão fácil em conseguir uma relíquia da Grifinória. Ainda mais se pararmos para pensar o que ele pretendia fazer com esses objetos.

- Mas não se esqueça Mione – disse Rony – que Dumbledore disse a Harry que o sexto horcrux pode ser a cobra, já que Voldemort aparentemente não conseguiu realmente nada de Grifinória.

- É verdade! Tinha me esquecido desse detalhe. Se foi isso mesmo que ele fez, acho que Voldemort não é tão esperto assim... – riu, entre os dentes, a menina

- Porque Mioni? – perguntou Victor.

- Por que escolher um animal para ser uma horcrux. Um ser vivo! Que pode ser morto a qualquer momento!

- Deve ser por isso que ele protege tanto aquele bicho peçonhento – falou Rony, fazendo cara de nojo – Pelo menos essa não vai ser difícil de matar.

- Não se engane com relação a isso Rony! – retrucou Harry – Pelo que eu entendi, não é tão fácil destruir a alma de alguém, ainda que ela esteja aprisionada dentro de outro ser humano. Dumbledore quase perdeu a mão tentando destruir o anel de Servolo!

- Pois é! Por isso é que precisamos daquele livro traduzido! – disse Mione, irritada – Que droga! Victor, assim que retornarmos ao Beco Diagonal vamos concentrar todas as nossas forças e terminar aquela maldita tradução, tá certo?
- Tá cerrto Mioni! Pode contarrr comigo – respondeu Victor, sorrindo para a menina.

- Quer dizer que vamos ter duas baixas em nosso esquadrão? – brincou Rony, mas com um toque de contrariedade na voz.

- Infelizmente Rony – respondeu Mione – Victor e eu temos uma tarefa essencial para a conquista de nosso objetivo.

- Eu sei, estava só brincando. Harry e eu teremos que partir atrás das horcruxes que faltam... sozinhos!

- Eu estava aqui pensando – prosseguiu Mione – Acho que vocês deveriam recrutar os gêmeos para ajuda-los.

- Tá doida Mione? – espantou-se Rony – Nós não tínhamos combinado que não envolveríamos ninguém mais nessa história?

- Eu sei! Mas acontece que eu e Victor ficaremos um tempo fora de combate e vocês, por mais corajosos e destemidos que sejam, não vão conseguir fazer tudo sozinhos! – os meninos a olhavam com cara de poucos amigos – Além disso, não se esqueçam de que eles conhecem muita gente e podem ajudá-los. Principalmente no que diz respeito a localizar a tal taça de Lufa-Lufa!

- É Mione, talvez você tenha razão. – Harry acenava a cabeça positivamente – Aqueles dois malucos podem realmente nos ajudar. Além disso, eles ainda tem contato com os integrantes da Ordem e podem nos dar algumas informações valiosas sobre o que está acontecendo. Realmente é uma idéia a se pensar.

- De qualquer maneira, estou ansiosa para voltar à civilização, poder ler o Profeta Diário e, principalmente, saber o que anda acontecendo. – continuou Mione.

***

Na manhã seguinte, bem cedo, os amigos encerreram a conta no Hotel Merlin, e tomaram ao caminho de volta ao Beco Diagonal, com a esperança de nunca mais voltar para aquele lugar pavoroso.

O caminho até a parede que dava acesso à Travessa do Tranco foi tenso, pois, ainda que eles estivessem disfarçados e irreconhecíveis, carregavam um objeto pelo qual Voldemort mataria metade da população bruxa existente na face da terra para ter de volta.

O peso da responsabilidade fazia com que aqueles quatro jovens andassem encurvados e apreensivos e de forma acelarada para sair daquele lugar o mais rapidamente possível. Harry tinha a impressão que ia dar de cara com Voldemort em cada rua que cruzavam, ainda mais por que era constantemente encarado pelos contraventores que vendiam substâncias ilícitas pelas esquinas de Dust Wizard.

Mas, apesar de tudo, conseguiram passar incólumes pelo bairro e atravessaram a parede de acesso à Travessa do Tranco sem maiores problemas.

Ao saírem da Travessa do Tranco, Harry sentia que um peso havia saído de suas costas, e que podia respirar a plenos pulmões. O ar parecia mais limpo e os cheiros e cores mais agradáveis. Passaram pela “Floreios e Borrões”, pela “Sorveteria de Florestan Fortescue” e por outras tantas lojas de artigos bruxos.

- Esperem um momento – pediu Mione e correu para a banca de jornal. – Pronto! Vamos logo, estou ansiosa para ler o jornal e saber tudo o que está acontecendo.

- Só você mesmo Mione! Ansiosa para ler o jornal? – disse Harry, risonho.

- Sim senhor! E você também deveria estar. É o único jeito de sabermos o que está acontecendo! Pelo menos enquanto estivermos nos escondendo...

- Não estamos nos escondendo – disse Rony – apenas não queremos ser encontrados!

- Infelizmente vocês não foram muito competentes!

Os quatro pararam e viraram as cabeças para trás ao mesmo tempo, dando de cara com Luna Lovegood, que os encarava com os mesmos olhos sonhadores de sempre e um grande sorriso nos lábios.

- Luna! – disse Harry, num misto de surpresa e contrariedade – Que surpresa! Como nos reconheceu?

- Ah! Isso foi fácil. A voz de vocês é inconfundível. – respondeu Luna – Ei, é mesmo, vocês estão diferentes! O que fizeram com os cabelos? Foram ao salão de Madame Lancaster? Eu vou lá de vez em quando, ela é muito criativa, faz umas coisas bem legais no cabelo da gente!

- Quem diabos é Madame Lancaster? – perguntou Rony

- Por que você não está em Hogwarts, Luna? – questionou Hermione, ignorando completamente a pergunta de Rony.

- Por que papai me proibiu de ir... Ele achou meio arriscado que eu voltasse para a escola já que Dumbledore não está mais por lá para proteger os alunos. – a menina demonstrava pesar. – Na verdade, ele está querendo se mudar da Inglaterra, pois, as coisas por aqui não estão muito seguras.

- Como assim? O que aconteceu? – perguntou Rony.

- Tentaram invadir o jornal umas duas vezes. Na primeira machuraram muito o porteiro do prédio. Aí papai contratou alguns ex-aurores para proteger o edifício e, na segunda tentativa, os invasores não tiveram a menor chance.

- Puxa! Mas por que quizeram invadir o jorrnal de seu pai? – questionou Victor.

- Você é o Victor Krum, não é? Aquele jogador de quadribol de quem a Hermione gosta!

Harry notou que Hermione ficou constrangida, tanto quanto Victor e Rony, emburrado. Mas, ao mesmo tempo, achou engraçada a estranha capacidade de Luna falar as coisas abertamente.

- Luna, por que quiseram invadir o jornal de seu pai? – Mione retornou a pergunta.

- E eu é que sei! Vai ver que é por que papai está fazendo campanha para tentar tirar Rufus Scrimgeour do Ministério da Magia. Vocês sabem que ele é um vampiro né? Além disso, agora que Você-Sabe-Quem voltou, não é bom ter um vampiro como Ministro, eles não são muito confiáveis. Podem mudar de lado a qualquer momento.

Sem dar muita atenção para as maluquices de Luna, Hermione voltou a questionar a garota: - Você sabe quem voltou?

- Ah, bom! Gina eu sei que voltou – as entranhas de Harry deram uma volta completa ao ouvir o nome da ruiva – E Neville também. Aquela sua namorada também voltou – virou-se para Rony, que ficou escarlate – mas as irmãs Patil não voltaram. Dinas Thomas também voltou – mais uma volta nas entranhas de Harry – e Simas eu acho que não.

- E os professores? – perguntou Rony, recuperando a cor normal, depois do constrangimento de ter o nome de Lilá mencionado.

- MacGonagall é a nova diretora, como vocês devem saber. A Professora Sprout e o Professor Flitwick ainda estão lá. O professor Slughorn continua ensinando Poções e a Trewanley voltou para ensinar advinhação. Ah! Hagrid não está mais lá, foi embora com o irmão, pelo que ouvi dizer.

Hermione soltou um suspiro de profundo pesar e Victor deu umas palmadinhas nas costas da menina para consolá-la.

- E vocês, por que não voltaram para a escola? O que fizeram nas férias? Por acaso estão montando uma banda de rock? – perguntou Luna.

- Err... – começou Harry – Hogwarts seja a mesma depois da morte de Dumbledore. Não sinto a menor vontade de voltar para lá – o menino falava com amargura. – Além disso, tenho uma tarefa para completar e na escola não poderia fazer isso.

Hermione olhou de forma severa para Harry, repreendendo-o com os olhos por estar falando sobre aquele assunto com Luna.

- Ah Mione! É isso mesmo! Não precisa me olhar desta maneira. Se depender de mim, não quero voltar para Hogwarts nunca mais. Não tem nada mais lá que me interesse.

- Ue! E a Gina? – perguntou Luna, com a habital franqueza – Vocês nãp estavam namorando?

- Terminamos. – respondeu Harry, curto e grosso, enquanto uma tristeza profunda apertava seu coração.

- Que pena! – lamentou Luna, enquanto fitava Harry com aqueles grandes olhos pesarosos – Eu tinha a impressão de que vocês eram feitos um para o outro.

- É melhor voltarmos para o hotel, não é Harry? – Rony quebrou o clima pesado que pairava no ar.

- É melhor mesmo – disse Victor – Não podemos nos darr ao luxo de ficarr aqui batendo papo em plena luz do dia. Podemos ser descoberrtos.

- Por que vocês não podem ser descobertos? Por acaso retomaram as aulas da Armada Dumbledore?

- Infelizmente a Armada Dumbledore já não existe mais Luna – lamentou Mione. – Acho melhor irmos andando.

- Pra onde estão indo? – quis saber Luna

- Para o Caldeirão Furado, estamos hospedados lá. – disse Rony

- Ah tá! Bom, foi bom rever vocês. Se quiserem aparecer lá em casa qualquer hora dessas, fiquem à vontade. – despediu-se a garota, andando na direção da “Floreios e Borrões”, enquanto os amigos retomaram o caminho para o hotel.

***
Depois de toda a tensão dos últimos dias, era maravilhoso estar de volta ao Caldeirão Furado, desfrutando daquele café da manhã delicioso.

- Ainda bem que chegamos a tempo de tomar o café da manhã! – disse Rony, empanturrado de comida, como sempre.

- Como devagar Rony – ralhou Mione – Vai acabar engasgando...

Harry, contudo, não conseguia achar graça de nada. Uma sensação de desamparo e desassossego o consumia por dentro. Gina e Dino juntos em Hogwarts! É lógico que ele sabia que isso poderia acontecer, mas, no fundo, não estava preparado para ouvir aquilo. Preferia não saber.

O garoto sabia que fora ele quem dera causa àquela situação, uma vez que abandonara desavisadamente sua ruiva. Mas gostaria de acreditar que ela iria esperar por ele, quanto tempo fosse necessário.

Nunca lhe passou pela cabeça que sua atitude superprotetora poderia dar causa à uma situação em que Gina seria jogada nos braços do ex-namorado, assim, de bandeja. Era frustante saber que era sua culpa. Iria jogar sua namorada nos braços de outro. Como era burro!

“Pra que salvar o mundo bruxo se não tem nada esperando por mim depois de tanta luta?” – Harry pensou, por um segundo, para logo em seguida se arrepender por seu egoísmo.

“É claro que vale a pena lutar, e não só por causa de Gina. Tenho que livrar o mundo bruxo de Voldemort, é claro que valia a pena lutar por ela, mas também pelos Weasley, por Hermione, Victor Krum, Luna, Hagrid, Neville, Hogwarts e por que não incluir o Caldeirão Furado nessa relação, também.

Mas, acima de todos eles, tinha que lutar pela memória de seus pais, de Sirius e de Dumbledore. Para que a morte deles não fosse em vão.

- HARRY! – chamou Mione – Tá tudo bem?

- Ah! Tá. Tá tudo bem Mione – respondeu o amigo, sem graça, enquanto a menina o olhava, desconfiada.

O dia transcorreu sem maiores novidades. Enquanto Mione e Krum traduziam o livro sobre as horcruxes, os outros dois treinavam feitiços não-falados. Harry achou que treinar era a melhor forma de esquecer Gina e Dino Thomas.

Por incrível que pareça, Rony conseguiu fazer levitar a poltrona que existe no quarto algumas vezes, sem proferir uma palavra! O ruivo estava exultante pelos resultados do treino e, a toda hora, tentava chamar a atenção de Mione sobre seu feito.

- Você viu Mione? È a terceira vez que faço mágica sem pronunciar o encantamento! – vangloriou-se.

- Hã-hã – respondeu a menina, sem desviar os olhos do livro e do dicionário de português-búlgaro. – Muito bom Rony, continue praticando.

Ao final do dia, os quatro amigos jantaram e retornaram aos seus quartos.

Apesar do cansaço que sentia, Harry não conseguia dormir. O encontro com Luna tinha-o perturbado sobremaneira. A imagem de Gina e Dino sentados na sala comunal, em Hogwarts, conservando reservadamente, ela triste por Harry tê-la abandonado e Dino consolando-a e, ao mesmo tempo, tentando reconquistá-la, fazia com que a cabeça de Harry fervesse.

Em meio a esses pensamentos perturbadores, o garoto pegou no sono, o que não representou um consolo para o garoto, pois continuava a sonhar com Gina e Dino se beijando em baixo à arvore no lago, ou andando de mãos dados em passeio a Hogsmead.

Em outro momento, Gina o encarava e dizia: “Por que me abandonou? Escolhi Dino pois ele nunca, em nenhuma circunstância, desistiria de mim como você fez!”.

Tinha vontade de gritar que aquilo não era verdade, que não queria deixá-la, mas que era preciso, tudo fora para protegê-la! Todo esse sofrimento fazia a cicatriz de Harry doer intensamente e o corpo do menino tremer convulsivamente.

De sopetão, Harry acordou e percebeu que o tremor em seu corpo era, na verdade, Rony chacoalhando o amigo, tentando acorda-lo.

- Acorda Harry, anda! – gritava Rony.

- Hã! O que foi Rony? – perguntou, desorientando.

- Não sei, está uma gritaria infernal lá fora. Tenho a impressão de que estão atacando hotel! Vamos depressa, temos que achar Mione e dar o fora daqui.

Harry ainda sentia a cicatriz arder e entendeu o que aquilo significava: Voldmort estava por perto!

- Ele está aqui Rony – disse o garoto, enquanto corria para pegar o medalhão e a varinha, além de troca seu pijama por roupas.

- Você quer dizer, Voldemort? – perguntou Rony, que começou a tremer.

- Ele está próximo, eu posso sentir. – o garoto começou a esfregar a cicatriz – Minha cicatriz dói.

- É melhor sairmos daqui, então – disse Rony, que também trocou suas roupas, e começou a jogar algumas coisas dentro da mochila, de forma desordenada.

Harry também jogou algumas roupas e alguns objetos de uso pessoal em sua mochila, enquanto Rony abria a porta de forma vagarosa, espiando o corredor do hotel.

- Aqui não tem ninguém Harry. Vamos procurar Mione e o Krum e sair daqui o mais rápido possível. Não queremos encontrar Voldemort por enquanto...

- É! Não quero encontrá-lo antes de destruir as horcruxes. – disse o menino laconicamente, ainda esfregando a testa.

Chegaram ao quarto de Mione e Rony começou a bater na porta, que foi aberta um segundo após, Mione já estava trocada, com sua mochila nas costas e a varinha em punho. Victor estava com ela.

- Potter, o que foi isso? – perguntou o búlgaro.

- O que ele estava fazendo em seu quarto Mione? – perguntou Rony, rispidamenta.

- Acho que comensais da morte estão atacando o hotel. – falou Mione, ignorando a pergunta do ruivo. – Acho melhor irmos embora, não queremos que eles nos apanhem aqui.

A menina começou a caminhar rapidamente, com os três rapazes em seu encalço.

- Como vamos sair daqui Mione? – perguntou Harry.

- Pela escada de incêndio. Fiquem atentos e com as varinhas prontas. – complementou a menina.

Os quatro amigos continuaram a andar apressadamente, alcançando a porta externa, que dava acesso à escada de incêndio.

- Colloportus – Mione lacrou a porta.

Um a um, desceram a escada, chegando ao jardim interno do hotel, um pátio, amplo, repleto de árvores, bancos, arbusto e flores.

- Até aqui, tudo bem! – disse Rony, ainda emburrado por ter ficado sem saber o que Victor fazia no quarto de Mione, àquela hora da noite.

Harry começou a andar com cuidado, aproveitando a sombra que as árvores faziam, para se proteger e aos amigos. Atravessaram o pátio de forma relativamente tranqüila, mas continuavam a escutar gritos apavorados e barulhos de coisas sendo destruídas dentro do hotel.

De repente, os garotos ouviram som de vidro sendo quebrado e perceberam que alguém acabara de ser arremessado pela janela, produzindo o som de alguma coisa quebrando ao atingir o chão.

Os jovens se entreolharam e Mione fez menção de voltar para ajudar, mas Victor a segurou pelo braço, apontando para a escada por onde tinham descido.

A porta acabava de ser arremessada com violência e vários comensais começar a descer por ali, procurando alguém por entre as árvores e ignorando completamente o bruxo estatelado ao chão, que permanecia completamente imóvel.

Harry sentiu seu sangue gelar. Não queria enfrentar Voldemort ou seus seguidores neste momento. Ainda não estava pronto e, por isso, pretendia ir embora sem que os comensais sequer suspeitassem da sua presença naquele lugar.

Continuou a andar mais rapidamente, ainda sob a proteção das árvores, olhando repetidas vezes para trás, tentando avistar o caminho que os comensais seguiriam.

Para horror do garoto, os seguidores de Voldemort também caminhavam em direção à saída do hotel.

Neste instante, um deles percebeu os vultos dos jovens por entre as árvores, e gritou: - Depressa, atrás daquelas árvores. Tem alguém!

- Crucio – gritou outro comensal, porém não acertou ninguém.

- Corram! – gritou Harry, e os amigos, então, passaram a correr desabaladamente, uma vez que os demais bruxos saíram em seu encalço, disparando feitiços em sua direção.

Um dos feitiços atingiu Victor, que tombou ao chão, urrando de dor. Rony, então, estuporou o comensal que o acertou, ajudando o búlgaro a se levantar.

Como o jardim em que se encontravam era interno, Harry e seus amigos tiveram que entrar no hotel, para alcançar a porta de saída. Cruzaram o salão do café da manhã, que estava vazio, e rumaram em direção à recepção do hotel, onde encontraram diversos bruxos petrificados e outros tantos encolhidos pelos cantos, visivelmente apavorados.

- E agora Harry? O que vamos fazer? Eles estão por toda parte! – disse Mione, um tanto quanto apavorada.

- Ali – berrou um comensal, correndo em direção aos garotos, sendo seguido por outros.

- Estupefaça – gritou o bruxo que liderava o pelotão.

- Protego – exclamou Hermione, evitando que o jato de luz vermelha atingisse Harry, bem nas costas, ao mesmo tempo em que Victor berrava:

- Impedimenta – jogando o bruxo com força contra a parede.

- Petrificus totalus – berraram Rony e Hermione, ao mesmo tempo, atingindo em cheio outros dois comensais, que desabaram sobre as mesas de vidro da recepção do hotel, espalhando cacos para todos os lados.

Ainda restava um deles de pé, e este pulou em cima de Victor que, por sua vez, desferiu um soco no rosto do comensal, fazendo seu nariz sangrar imediatamente. Mione veio em socorro, estuporando o bruxo que não teve a menor chance de defesa, pois estava com as mãos no rosto, tentando estancar o sangue.

Harry continuou correndo em direção à saída, quando se deparou com Aleto, a bruxa que tinha participado do ataque a Hogwarts, quando Dumbledore fora assassinado pelo maldito Snape.

O sangue de Harry passou a correr mais rápido pelas veias. Uma fúria cega dominou-o e, por um momento, o garoto esteve preste a lançar uma Avada Kedavra naquela mulher, mas pensou melhor e decidiu que não ia virar um deles.

- Ora ora ora! Harry Potter! Então o mestre estava certo. Você realmente estava nas redondezas. O que fez com seu cabelo Potter? Não sei se já te disseram, mas essa cor não lhe cai nada bem! – disse Aleto, debochadamente.

- Se a intenção era usar disfarce, devia começar escondendo a cicatriz. – prosseguiu a bruxa.

- Sectusempra – berrou o garoto, lançando o feitiço diretamente contra o peito da bruxa, que urrou de dor e curvou-se, caindo ao chão, bem em frente ao garoto.
- E você deveria perder menos tempo falando! – respondeu Harry rispidamente, enquanto chutava a bruxa caída, sem a menor piedade.

- Venham. – gritou Harry, pulando por cima de Aleto e fazendo sinal para que os amigos o seguissem.

Conseguiram chegar à rua sem maiores contratempos e encontraram uma situação tão caótica quanto dentro do hotel. Pessoas corriam de um lado a outro, sem noção de que direção tomar, totalmente apavoradas.

Comensais tentavam atingir as pessoas, petrificando-as ou estuporando-as. Faziam isso de pura maldade, pois nenhuma delas ofereceu qualquer resistência à sua abordagem.

- Como são covardes! – indignou-se Hermione, parando para olhar um casal que acabara de ser petrificado, ainda abraçado.

- Vamos dar o fora daqui! – disse Rony, enquanto desviada de uma rajada vermelha, que passou muito rente à sua orelha.

Os jovens saíram correndo, buscando um lugar mais tranqüilo no qual pudessem pensar qual o melhor caminho a seguir. Resolveram sair do Beco Diagonal e, para não serem mais incomodados, Harry sacou a capa de invisilidade cobrindo a todos, ainda que precariamente pois boa parte das pernas ainda ficavam visíveis.

Saíram do Beco Diagonal e puderam respirar aliviados pois reinava a tranqüilidade nas ruas vazias de Londres. Andaram mais um pouco, sem saber muito bem qual direção tomar, e pararam numa praça com alguns bancos, sentando por alguns instantes para respirar.

- Que maravilha! Agora o que faremos? – Harry perguntou, irritado. – Não era hora de nos encontrarem ainda!

- Temos que encontrar um lugar para ficar. – respondeu Hermione, pensativa. – Um lugar tranqüilo, onde ninguém possa nos incomodar por um tempo, para que possamos traçar nossos planos.

- Pra onde, então? – perguntou Rony, ofegante, voltando-se para Hermione.

Hermione pensou por um instante, abriu um grande sorriso, e disse - Para a casa de Luna!

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