A Pitoresca Residência dos Lov
Os quatro jovens aparataram em frente a um portão de ferro, pintado de branco, muito alto e elegante, no qual encontravam-se gravadas as palavras “Residência dos Lovegood”.
Do lugar onde estavam, podiam avistar um enorme jardim, repleto de grandes árvores e arbustos floridos. Também podiam ver alguns bancos e o que parecia ser um coreto, do lado direito da casa. O caminho até a mansão era ladeado por pinheiros de tamanho médio, intercalados por vasos com flores coloridas.
À luz do sol, o lugar devia ser maravilhoso mas, sob a escuridão da noite e na tensão em que os quatro amigos se encontravam, somente aumentava sua insegurança.
- O que faremos agora? – perguntou Rony, assustado.
- Tocarrr o ssino! – disse Victor, soando o gongo existente numa pequena reentrância, na parede do lado externo.
Os garotos tremeram com o barulho e, mais ainda, com repentina e sinistra aparição de um senhor muito velho e encurvado, que perguntou, com voz de contralto:
- O que desejam?
- Por favor, queremos falar com a Srta. Luna. – disse Hermione, educadamente.
- A senhorita Luna está recolhida aos seus aposentos, é tarde e não vou importuná-la. Portanto, retornem amanhã.
Os três garotos, sem saber como agir, encararam Hermione que sustendou seus olhares dizendo:
- Senhor, por favor, realmente precisamos falar com a Luna. Sou amiga dela, estudamos juntas em Hogwarts.
- Minha cara jovem! – retrucou o velho – Ainda que você fosse o Ministro da Magia eu não iria incomodar a menina Luna! Além disso, essa não é hora de gente de bem aparecer à porta alheia. Voltem amanhã, por gentileza.
- Ei! – gritou Rony, irritado – O senhor não pode nos deixar aqui, assim, no meio da noite!
- Claro que posso! Não os conheço e não me parece coisa de pessoas decentes aparecerem na casa dos outros às duas horas da madrugada. Mas, se vocês insistirem, posso mandar os animais de estimação da família para brincar com vocês enquanto o dia clareia – os amigos escutaram uns rugidos muito esquisitos vindos de algum lugar por trás da casa.
- Olha, meu senhor – prosseguiu Rony – estamos cansados, acabamos de cruzar com comensais da morte e precisamos falar com a Luna! O senhor tem que nos ajudar... Por favor.
O velho encarou os jovens com pesar, mas virou as costas e começou a voltar para a casa.
- EI! – gritaram Hermione e Rony, ao mesmo tempo.
- Volte aqui! – Victor também berrou.
O velhote, no entanto, continuou seu caminho, sem dar a menor atenção aos apelos dos garotos. Contudo, outro homem saiu de dentro da casa, gritando:
- O que está acontecendo aqui Declan? – perguntou o homem, que era muitos anos mais jovens que o outro e usava um roupão azul fosforescente, juntamente com uma touca de dormir verde limão. Tinha os cabelos claros e era muito parecido com Luna. – Por que toda essa gritaria? Quem são esses jovens e o que fazem aqui?
- Meu senhor – disse o velho, com a voz tão baixa que os garotos mal podiam ouvi-lo – Esses jovens insistem falar com a senhorita Luna, dizem que são amigos de Hogwarts.
O homem mais jovem encarou os garotos e aproximou-se do portão.
- Quem são vocês? – questionou, desconfiado, examinando-os atentamente – O que querem com a minha filha? Não são os integrantes do Trasgo Maroto, são?
Os jovens se encaram sem ter a menor noção do que seria o Trasgo Maroto.
- Senhor Lovegood – disse Mione – Boa noite, desculpe o adiantado da hora e o incômodo que estamos causando. Não era nossa intenção, mas não temos para onde ir e pensamos que a Luna, quer dizer, vocês, poderiam nos ajudar.
- Eu a conheço minha cara jovem? – perguntou o Sr. Lovegood, muito polidamente, piscando os olhos sem parar.
- Não sei se a Luna já falou de mim para o senhor. Sou Hermione Granger e este – encarou Harry como se solicitasse a autorização do menino – é Harry Potter.
O senhor Lovegood encarou Harry, tentando reconhecê-lo através dos cabelos loiros. Harry, então, mostrou-lhe a cicatriz e o olhar do pai de Luna se iluminou.
- Macacos me mordam! – gritou o pai de Luna, batendo na própria perna – É Harry Potter mesmo! Rápido Declan, abra o portão, não podemos deixar essas crianças na rua, à mercê dos malditos seguidores de Você-Sabe-Quem.
Para surpresa dos jovens, o velhote encaminhou-se rapidamente, e com muita agilidade, para o portão, destravando-o e permitindo que os amigos entrassem na propriedade.
O alívio que Harry sentiu ao cruzar o portão não podia ser explicado. Apesar de saber que Voldemort poderia localizá-lo onde quer que estivesse, por conta da estranha conexão que tinham um com o outro, o garoto sentiu que ali, naquela mansão, poderia ter um pouco de paz, pelo menos por alguns dias.
- Muito prazer em conhecê-lo pessoalmente Harry – o Sr. Lovegood apertou a mão do garoto efusivamente.
Virou-se para Hermione, apertando a sua mão também – E é claro que Luna já me falou de você, senhorita Granger. É a bruxa mais inteligente de sua idade!!! – o elogio fez Mione corar.
- E você é.... – perguntou o senhor Lovegood, voltando-se para Victor.
- Victor Krum. É um prrazerrr conhecerrr o senhor e muito obrigado por sua hospitalidade.
- Puxa vida! Victor Krum na minha casa! É uma grande honra... Mas você está diferente, não o reconheci, apesar de ser um grande fã.
- É por causa do disfarrce senhor. Obra de Hermioni Granger – o búlgaro olhou carinhosamente para a menina.
- E você – virou-se para Rony, apertando sua mão e piscando para o garoto - deve ser Ronald Weasley, não é?
- Sim senhor, sou Ronald Weasley, como sabia?
- Harry Potter e Hermione Granger não poderiam aparecer por aqui sem Ronald Weasley. Luna fala muito a seu respeito, diz que você é meio irritadinho e grosso de vez em quando, mas que é uma pessoa muito leal e não faz de tudo para proteger seus amigos.
Rony ficou escarlate, ao mesmo tempo em que Hermione olhava desconfiada para o ruivo, e Harry percebeu de onde vinha o hábito de Luna falar o que lhe vinha a mente, da maneira mais direta possível.
O senhor Lovegood ficou observando os quatro jovens fixamente, meio perdido em seus pensamentos e, depois de algum tempo, disse:
- Bom, vamos entrando. Vocês devem estar cansados e, se me atrevo a dizer, morrendo de fome. Declan, por favor, prepare os quartos de hóspedes para que estes jovens possam descansar tranqüilamente e também alguns sanduíches. – Essa última frase fez com que os olhos de Rony brilhassem.
- Muito obrigado Sr. Lovegood. – disse Harry. – É muita bondade sua nos acolher, apesar de todo o estardalhaço que fizemos à sua porta.
- Não se preocupe Harry Potter. Você está seguro agora. Aqui ninguém incomodará você ou seus amigos. – retrucou o pai de Luna, olhando astutamente para o garoto. – Teremos muito que conversar durante sua estada em minha casa.
O senhor Lovegood dirigiu-se para a casa e os quatro jovens o acompanharam silenciosamente.
Harry ficou observando o pai de Luna, enquanto este subia o caminho que o conduziria até a casa. O rapaz achou que Luna era realmente parecida com ele, na fisionomia, nas roupas berrantes e, principalmente, no jeito de dizer verdades de forma inconveniente e direta.
Mas, acima de tudo isso, Harry percebeu que, apesar do jeito extravagante, o pai de sua amiga parecia, acima de tudo, ser um homem muito sensato.
********
Se os quatro amigos ficaram impressionados com o jardim da casa de Luna, é por que não tinham a menor idéia do que encontrariam dentro da mansão. E o assombro que os acometeu era, no mínimo, embaraçoso.
Harry pensou que nunca tinha estado em um lugar tão luxuoso e com tantos objetos estranhos. Observou os amigos pelo canto do olho e percebeu que Rony estava tão embasbacado e com uma cara de tonto tão grande que o deixou envergonhado.
Hermione mantinha a serenidade, apesar dos olhos ligeiramente arregalados, enquanto observava um enorme quadro, pendurado no topo da escada, no qual era retratada uma mulher loira, muito bonita, e com os mesmos olhos sonhadores de Luna.
Victor, por sua vez, observava tudo com a expressão desconfiada de sempre e parecendo um pouco entediado.
Harry também encarou o retrato da mãe de Luna e, de certa forma, achou engraçado pois ela usava um vestido de festa, muito elegante e bastante normal para os padrões da família. Mas o que mais chamou a atenção do garoto foi a doce expressão em seu rosto e os olhos sonhadores e gentis, que lembravam muito a sua própria mãe.
- Você acha que eu sou parecida com ela Harry? – o garoto levou um susto quando percebeu que Luna estava ali, parada embaixo do quadro que retratava sua mãe, observando o grupo, que não notou a sua chegada.
- Oi Luna, acho que você é mais parecida com o seu pai. Mas os olhos são dela. – retrucou Harry.
- Assim como você Harry, - disse o Senhor Lovegood – É a cara do seu pai, mas tem os olhos de sua mãe.
Harry deu uma volta completa e encarou o pai da amiga: - O senhor conheceu meus pais?
- Conheci sim, eram grandes amigos. Mas não é hora de conversarmos sobre esse assunto. – disse jovialmente o senhor Lovegood. – Vocês estão cansados e famintos. Venham comigo, pois Declan já deve ter providenciado lanches para vocês.
Os quatro amigos, mais Luna e o senhor Lovegood, dirigiram-se para a cozinha, que também era enorme, diga-se de passagem, já sentindo um cheiro delicioso de comida.
O “tal” lanche, na verdade, era um banquete fenomenal, com bolos, pães, sanduíches, sucos e até sopa. – Sentem-se, por favor, e não façam cerimônia, sirvam-se à vontade. – disse o senhor Lovegood.
Todos se sentaram à mesa e Rony avançou nos sanduíches com uma voracidade que fez com que Hermione o encarasse desiludida.
Harry também estava faminto, mas só o percebeu assim que colocou o primeiro pedaço de pão na boca. Enquanto comiam, prestavam atenção no senhor Lovegood, que respondia às questões de Hermione sobre as últimas notícias de Voldemort.
O senhor Lovegood falava eloqüentemente e com bastante desenvoltura, demonstrando ser um homem muito culto e inteligente, mas Harry percebeu que ele se esquivava em responder às perguntas de Mione, tentando conversar sobre amenidades durante todo o tempo.
Assim que entendeu que os amigos já estavam devidamente alimentados – Rony não concordou, obviamente - obrigou-os a irem para os quartos de hóspedes e a se deitarem.
Cada amigo ficou em um quarto e Harry pode escutar o senhor Lovegood e Luna se despedindo de Rony, Hermione e Victor, parando, por fim, à sua porta: - Boa noite Harry – disse Luna, dando um enorme bocejo.
- Boa noite Luna e desculpe-nos por invadir sua casa e acordá-la a essa horas. – retrucou o garoto.
- Sem problema, eu sabia que mais cedo ou mais tarde vocês apareceriam por aqui – disse a menina e saiu, fechando a porta e deixando o senhor Lovegood a sós com o garoto.
- Bem Harry, espero que fique confortável e descanse bastante. Vocês estão seguros aqui, ninguém poderá perturba-los ou encontra-los. Temos feitiços realmente poderosos protegendo a casa e quero que você saiba que pode contar comigo para o que precisar. – falou o pai de Luna, de forma muito séria. – Esteja certo de que vou ajuda-lo em tudo o que você e seus amigos precisarem.
- O senhor realmente foi amigo de meus pais? – perguntou o menino, timidamente.
O senhor Lovegood abriu um sorriso, saudoso e triste, ao mesmo tempo, e respondeu muito suavemente – Fui sim Harry, gostava muito deles. Eram pessoas muito corajosas e determinadas, que fizeram tudo o que estava a seu alcance para trazer a paz ao nosso mundo. Eram tão maravilhosos que se sacrificaram para que você vivesse. Sinto muitas saudades deles e de todos aqueles que morreram pela causa, passando por toda a sorte de provações e riscos....
Dando um longo suspiro, o senhor Lovegood abriu a porta dizendo: - Mas, como já te disse antes, esta não é hora de conversarmos sobre essas coisas. Descanse garoto. Tenha bons sonhos...
- Boa noite senhor Lovegood. Muito obrigado pela hospitalidade, mais uma vez.
O pai de Luna deu outro sorriso e saiu, fechando a porta, deixando Harry intrigado com duas questões: porque Luna disse que “sabia que mais cedo ou mais tarde eles a procurariam” e a quem o senhor Lovegood se referia quando mencionou “pessoas que correram toda a sorte de provações, riscos” ?
*************
Com essas dúvidas na cabeça, o rapaz passou a explorar o quarto no qual se encontrava, observando que era, pelo menos duas vezes maior que o quarto que dividia com os amigos em Hogwarts.
Tinha um banheiro enorme, com banheira inclusive, na qual o garoto se jogou tentando relaxar e entender tudo o que estava acontecendo com ele. Ainda não sabia se tinha feito a melhor escolha ao sair pelo mundo atrás das horcruxes, nem se fora sensato ao envolver seus amigos na história. Também se questionava se tinha as habilidades necessárias para cumprir sua missão. Por fim, lamentava que essa escolha o tinha afastado de Gina, dos seus amigos e da escola que tanto amava.
Por outro lado, tinha conhecido Vincent, que lhe contara um pouco mais sobre seus pais, descobrira que Draco Malfoy sofria com o caminho que sua vida tinha tomado, além de muitas coisas interessantes sobre o próprio Voldemort.
Ficou ali, na banheira, tão relaxado e perdido em seus pensamentos, que acabou pegando no sono.
De repente, sentiu alguém tocando em seu ombro e acordou, num susto, notando que não havia ninguém por ali. Então levantou, vestiu um roupão, que estava pendurado atrás da porta, e voltou para o quarto, deitando na cama, meio assustado.
A impressão de ter sido tocado no ombro fora muito real e Harry ficou imaginando se havia sonhado ou se, de alguma forma, Voldemort o havia encontrado, apesar de o senhor Lovegood ter afirmado que feitiços muito fortes protegiam o local.
- Acho que estou ficando louco! – o rapaz falou em voz alta, fechando os olhos logo em seguida.
- Posse lhe garantir que não está Harry. – disse uma voz muito familiar ao garoto, que abriu os olhos e deu um pulo, ficando de pé, em cima da cama, encarando estupefato o professor Dumbledore, que estava sentado em uma poltrona, junto à lareira, que ficava no centro da parede principal do quarto, de frente para a cama.
- Professor Dumbledore? – perguntou o rapaz, incrédulo, encarando o querido professor e amigo, com lágrimas nos olhos – Isso é um sonho?
- Podemos dizer que sim Harry – respondeu serenamente – e logo você vai acordar. Então não podemos perder tempo pois preciso muito conversar com você.
- Professor Dumbledore... – disse o menino, aos prantos – Sinto tanto a sua falta. Ainda não acredito que o senhor se foi....
- Não vamos falar sobre essas coisas agora Harry. O que aconteceu foi absolutamente necessário e um dia você vai entender. Agora, preciso que você me prometa que vai escutar atentamente o que o senhor Lovegood tem a lhe dizer e ensinar. Não faça perguntas, pelo menos por enquanto, e conte-lhe tudo sobre as horcruxes. Ele vai ajuda-lo nessa missão.
- Mas porque devo contar tudo a ele? – questionou o garoto, desconfiado – Mal o conheço e, apesar dele ser pai de Luna, como vou ter certeza de que ele, ou o senhor, não é apenas Voldemort querendo me enganar?
- Você faz muito bem em ter desconfianças Harry. Não tenho como provar que não sou um truque de Voldemort. – retrucou Dumbledore – Só posso dizer que continuo gostando muito das acidinhas – e deu um sorrisinho maroto.
O garoto também riu, entre as lágrimas que insistiam em rolar pela sua face, lembrando que essa era a senha para acessar a sala do diretor, em Hogwarts.
- Preciso que você me prometa Harry que vai confiar no senhor Lovegood. – insistiu o professor Dumbledore.
- Se o senhor está me pedindo eu prometo – retrucou o garoto, fungando.
- Muito bem Harry. Agora deite e volte a dormir. Você tem agido muito bem até agora e estou muito orgulhoso. Transmita minhas congratulações a seus amigos e diga-lhes que eles são muito importantes nos eventos que estão por vir. Não se questione tanto acerca da sua habilidade para cumprir a missão. Se você não fosse capacitado para tanto Harry, ela jamais teria sido dada a você.
- Agora volte a dormir. Amanhã você se sentirá muito melhor.
O garoto, então, deitou novamente na cama, fechou os olhos e no momento seguinte estava novamente na banheira, com a água quase encostando em sua boca.
Levantou, enxugou-se e deitou na cama, feliz, repassando tudo o que o professor Dumbledore havia lhe dito. Contudo, ao mesmo tempo, estava bastante intrigado com a insistência do antigo mestre para que confiasse no senhor Lovegood.
A questão ficou martelando em sua cabeça e fez com que o rapaz pegasse no sono profundamente, uma hora mais tarde, quando o dia já estava quase raiando.
Dessa vez não sonhou com absolutamente mais nada.
*******
Foi acordado no dia seguinte com Rony pulando em sua cama e cutucando-o para faze-lo levantar.
- Credo Harry. Larga de ser preguiçoso! Levanta dessa cama, já são duas horas da tarde. Você perdeu o melhor café da manhã que comi em minha vida. Estão todos esperando por você para que o almoço seja servido.
- Puxa, duas horas é? – perguntou Harry, meio perdido ainda. – Caramba! E como é que você já levantou?
- Qual é Harry! Eu não sou tão vagabundo quanto você pensa. – retrucou o amigo, alegremente.
- Eu não penso nada!! Ei, o que aconteceu com você? Faz tempo que não te vejo tão animado assim!
- Você não imagina como essa casa é bacana. Estávamos passeando pela propriedade. Você tem que ver todos os cantos. Tem cada coisa!!!! Não sei se parece um museu ou um hospício – disse o ruivo-moreno, baixinho.
- Claro, claro! Onde estão Victor e Mione? – questionou o garoto.
- Mione está na biblioteca, para variar, e o Krum está ensinando a Luna a jogar quadribol na arena.
- Arena? – Harry ficou espantado e ergueu-se com os cotovelos para prestar mais atenção nas coisas que Rony dizia.
- É Harry. UMA ARENA!!! – o garoto estava exultante. – E podemos jogar quadribol com Victor Krum. Então ponha logo uma roupa e vamos lá jogar. – Rony já puxava o amigo pelo braço.
- Ei, calma aí! O que aconteceu com aquela raiva toda que você tinha do Victor? – Harry perguntou desdenhosamente.
- Eu continuo gostando dele tanto quanto antes, ou seja, nada! – Rony fez uma careta de desprezo. – Mas não posso deixar passar a oportunidade de jogar com Victor Krum! Apesar de achar que ele é um babaca, eu tenho que admitir que ele é o melhor jogador de quadribol que apareceu nos últimos tempos. – e novamente puxando o amigo pelo braço, complementou: - Vamos logo Harry, larga de ser preguiçoso.
- Tá bom Rony. Faz o seguinte, vai indo que eu me troco e encontro com vocês na tal arena. Não vou priva-lo do sublime momento em que jogará com seu mais novo amigo!! – brincou Harry.
- Ah! Vai plantar batatas Harry. – retrucou Rony – Não demora muito pois não vou suportar aquele sujeito por muito tempo, sozinho.
Contudo, por mais que amasse quadribol, Harry não tinha nenhuma intenção de jogar naquela manhã. O sonho com Dumbledore não lhe saia da cabeça e ele queria conversar com Mione sobre isso, mais do que tudo no mundo, pois a amiga era a única que poderia ajuda-lo a entender.
Trocou o roupão – sim, dormiu tão profundamente que esqueceu de colocar o pijama – e começou a andar pelos corredores da casa tentando achar a biblioteca.
A impressão do dia anterior, de que a casa era impressionante, foi confirmada. O corredor no qual estava localizado o quarto do garoto era gigantesco, uns 50 metros, pelo menos, até o topo da escada que dava acesso ao andar de baixo.
Era revestido com um tapete azul tão fofo que Harry ficou com vontade de deitar e tirar uma soneca. Os quadros nas paredes eram bizarros. Uma profusão de imagens abstratas, muito coloridas, que se moviam entre as telas como um caleidoscópio.
As estátuas que ornamentavam o topo da escada também eram extravagantes. De um lado havia um gato em mármore branco, com machas azuladas combinando com o tom do tapete, que ronronava cada vez que Harry passava a mão por sua cabeça.
Do outro lado, um animal que era uma mistura de elefante, pois tinha uma tromba e chifres que saiam do canto dos lábios, com um macaco, já que estava de pé, e com uma banana em uma das mãos. O bicho oferecia insistentemente a fruta a Harry.
O hall de entrada, visto do topo da escada, era magnífico. Outro tapete peludo, de cor amarela desta vez, saia de onde estava o quadro da mãe de Luna que, por sinal, piscava para o garoto, e terminava na porta de entrada, que era de madeira emvelhecida e tinha entalhadas as inicias L e G.
Da posição em que se encontrava, Harry podia vislumbrar, à direita, a sala de estar na qual haviam sentado para conversar na noite passada. Do outro do salão, por sua vez, enxergava-se uma mesa de jantar branca, com tampa de vidro, sobre a qual podia-se encontrar, como adorno, uma parte de chifre, com flores dentro.
Os sofás da sala de jantar também tinham cores berrantes e havia penas de animais, de todos os tamanhos, formatos e cores, como se fossem leques, muito exóticos, diga-se de passagem, penduradas na parede oposta àquela das grandes janelas pelas quais se vislumbrava o maravilhoso jardim da mansão.
A lareira era enorme, e havia um espelho proporcional sobre ela, ornamentado com uma moldura vermelha, que combinava com o tapete da sala.
As cortinas também eram muito interessantes pois, apesar de transparentes, davam a impressão de ser completamente preenchidas de desenhos coloridos, que mudavam de cor de acordo com a incidência do sol.
Voltando ao corredor, Harry parou por mais um instante para admirar o retrato da mãe de Luna, que continuava piscando para ele.
- Como era bonita! – conjeturou Harry consigo mesmo.
Avançou pela sala de jantar, admirando a mesa com tampo de vidro, na qual podiam se sentar umas 20 pessoas, no mínimo. O garoto atravessou a sala tentando capturar todos os ornamentos e os quadros grandiosos, e adentrou no que parecia ser o salão de leitura, ou algo parecido, pois havia vários tipos de jornais e revistas, espalhados sobre uma mesa de madeira que insistia em correr atrás de Harry.
Também observou que havia revistas “O Pasquim” em molduras de vidro, penduradas pelas paredes. Na verdade, mal dava para ver a cor da parede tantas eram as revistas penduradas pelas paredes.
Por fim, Harry chegou à biblioteca, encontrando Hermione que, completamente absorvida na leitura de três livros ao mesmo tempo, não reparou a entrada do amigo.
- O que é que você está lendo de forma tão compenetrada Mione? – perguntou Harry, muito embora fosse visível que a garota tentava traduzir o livro búlgaro das horcruxes.
- Bom dia Harry – retrucou a menina sem levantar os olhos dos livros – ou seria melhor dizer “Boa Tarde”?
- Puxa Mione, que bicho foi que te mordeu? Por que você está trancada na biblioteca tentando traduzir esse livro sozinha? Por que o Victor não está te ajudando?
- Na verdade Harry, eu despistei o Victor pela manhã e assumi a tarefa sozinha pois sabia que você viria me procurar para me contar sobre o seu sonho. – disse a menina, ainda olhando para os livros.
- Como assim? Você sabia que eu viria procura-la? Sabia do meu sonho? – perguntou Harry, surpreso.
- Sabia – respondeu Hermione, naturalmente.
- Quem te contou?
- Dumbledore – retrucou a menina, finalmente encarando o amigo nos olhos.
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Quero agradecer a todos que ainda estão acompanhando a fic, apesar da demora na atualização dos capítulos. Uma das minhas resoluções de ano novo foi terminar de escrevê-la o mais rapidamente possível, se o trabalho me permitir..... De qualquer maneira, não desistam pois eu não desisti!!! A minha intenção era terminar antes do último livro ser publicado mas, infelizmente, não deu certo.
Mas continuo firme e forte com as minhas idéias sobre como deveria acabar a história de nosso amado bruxinho e, apesar de achar a tia Rowling genial, e o último livro sensacional, peço, em nome da liberdade de expressão, licença para terminar a saga no meu jeito!!!! hehehehehehehe
Continuem acompanhando e me mande recadinhos!!! Eu adoro.
Feliz 2008 para todos!
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