No Submundo Bruxo
Capitulo 12 – No Submundo Bruxo
Harry sabia que existiam alguns bairros em Londres, embora nunca tivesse freqüentado nenhum, com reputação de não serem locais muito apropriados para pessoas de bem.
Vivia ouvindo tia Petúnia aconselhando seu primo Duda a não se aventurar pelos lados de “Seven Dials”, pois este era um lugar repleto de vigaristas e escroques e que um menino tão “correto” como ele não deveria se misturar com pessoas de tão baixo nível.
Mas o que Harry não imaginava é que no mundo mágico também existissem lugares como o famigerado bairro de “Seven Dials”, no qual bruxos da pior espécie faziam negócios escusos e vendiam, a preços exorbitantes, poções proibidas pelo Ministério da Magia.
É claro que Harry conhecia a Travessa do Tranco, um lugar nas proximidades do Beco Diagonal, que era freqüentado por bruxos e bruxas que pretendiam adquirir produtos relacionados às artes das trevas.
Mas não podia cogitar que pudessem existir lugares piores que a Travessa do Tranco. O fato de Rony ter ficado apavorado ao ouvir o nome do bairro de Dust Wizard não representava muito, pois, apesar de sempre ter demonstrado muita bravura nas aventuras pelas quais os amigos passaram, o ruivo sempre ficava apavorado, num primeiro momento.
De qualquer maneira, fosse um lugar tenebroso ou não, teriam de ir até lá para tentar encontrar Mundungo. Harry tinha decidido que, enquanto Hermione ficava no hotel, junto com Victor, tentando traduzir o livro sobre as horcruxes, ele e Rony iriam até Dust Wizard investigar e procurar o escroque.
Ao saber do plano, Hermione ficou histérica e insistiu em ir junto, alegando que sempre a deixavam de fora de tudo e que não iria permitir que os dois se arriscassem num lugar tão perigoso, sozinhos. Ao final de toda a discussão, na qual Rony participara ativamente apoiando categoricamente as colocações da menina, atitude esta que Harry entendeu como uma forma de evitar que a amiga ficasse sozinha com Krum, decidiram que a menina os acompanharia. Como Krum insistia em ajudar, acordaram que ele iria juntar-se ao trio.
No final das contas, Harry até gostou da idéia de levar Krum com eles. Afinal, ele já era um bruxo formado e, ainda por cima, famoso, fato este que, de acordo com o entendimento de Harry, poderia ajuda-los a passar incólumes pelo lugar.
Isso porque, sendo Krum tão popular, Harry duvidava que alguém teria a coragem de mexer com uma pessoa tão conhecida e admirada. Curiosamente, sentia-se mais seguro com a presença do búlgaro. Além disso, seria mais fácil que fosse Krum a abordar Mundungo, uma vez que este nunca travara qualquer tipo de relacionamento com o búlgaro e, certamente, ficaria desconfiado caso encontrasse Harry ali, no submundo bruxo.
Mas, antes de seguirem com o plano, os amigos tinham que resolver outro problema: descobrir onde ficava o tal bairro, já que, pela informação dos gêmeos, o lugar somente poderia ser encontrado por aqueles que saibam onde ele ficava. E, aparentemente, os gêmeos não sabiam.
Assim, não tinham outra alternativa além de buscar essa informação. Resolveram, então, que seria melhor que Victor, já que os outros não queriam se expor, perguntasse a Tom, o dono do Caldeirão Furado, sobre a forma de chegar até o lugar.
Foi mais fácil do que eles poderiam supor. No começo, Tom relutou em informar a Krum a exata localização de Dust Wizard, mas, depois de alguma conversa sobre quadribol, e uns goles de hidromel, o proprietário da hospedaria acabou “dando o serviço”.
Mais surpresos ainda ficaram quando descobriram que o famigerado bairro bruxo era acessado por uma porta secreta, ao final da Travessa do Tranco. Tom, inclusive, informou a Krum como passar pela porta secreta. Decidiram que iriam partir naquela mesma tarde.
O almoço transcorreu, inacreditavelmente, na mais completa paz e harmonia, fato este que, por si só, era impressionante, diga-se de passagem, uma vez que o triângulo Rony-Hermione-Victor se encontrava reunido.
Talvez isso ocorresse porque Hermione estava mais calada do que de costume - nem implicou com Rony por este devorar de forma avassaladora o rocambole de carne - o que não encorajava Krum a conversar e, conseqüentemente, Rony não se sentia excluído, logo não ficava carrancudo.
Terminado o almoço, Harry, Rony, Hermione e Victor dirigiram-se à Travessa do Tranco, sorrateiramente, com o objetivo de entrar em Dust Wizard.
Seguindo as orientações dadas a Victor por Tom, caminharam pela rua principal do lugar, que estava relativamente deserta, chegando a uma parede de tijolos velhos e desbotados, aparentemente sem saída.
De acordo com o que lhe havia dito Tom, Krum aproximou-se de um tijolo que possuía uma cor avermelhada, destacando-se dos demais e, pressionando-o três vezes, fez com que surgisse um pequeno duende barbudo, excentricamente vestido, e com cara de poucos amigos que, muito empertigado lhes perguntou: - Senha?
Como já sabiam o que fazer, Victor tirou do bolso um galeão de ouro, entregando-o ao mal-encarado duende, que chutou um dos últimos tijolos da parede e afastou para que os garotos passassem. Ficaram olhando uns para os outros, pois a parede de tijolos continuava ali. O duende encarou-os irritado e falou: - Vocês nunca estiveram na Plataforma 9 ¾ para tomarem o trem para Hogwarts?
- Ah! Claro! – disseram Rony, Hermione e Harry, envergonhados pois sabiam exatamente a que o duende se referia. Victor, todavia, não tinha a menor idéia sobre o que a criaturinha falava e ficou muito assustado quando viu Hermione correndo ao encontro da parede de tijolo, sumindo logo em seguida. Harry e Rony a seguiram e, não lhe restando outra alternativa, Krum correu de encontro ao muro.
***
- Que lugarzinho pavoroso. – disse Hermione, assustada, assim que Krum reuniu-se a eles, atravessando a parede de tijolos.
Harry olhou ao redor e teve que concordar com a amiga. A primeira impressão do bairro de Dust Wizard era péssima. O lugar cheirava a cigarro barato e era escuro e sombrio, chegava a sufocar tamanha era a tensão que se sentia no ar. A rua na qual eles se encontravam estava atulhada de lixo e as casas e prédios ao redor, além de mal conservados, possuíam cortinas escuras nas janelas, provavelmente para impedir que as pessoas pudessem observar os negócios escusos que eram ali praticados.
Muitos bruxos, barbudos e mal-encarados, observavam os garotos caminhando cautelosamente. Enquanto passavam pelas tenebrosas construções, Harry percebeu que os bruxos cochichavam uns com os outros e apontavam Krum, em sinal de reconhecimento.
Rony estava branco, e mesmo Victor Krum demonstrava nervosismo, pois freqüentemente engolia em seco. Mas, mesmo assim, andava na frente dos demais tentando demonstrar uma segurança que certamente não possuía.
- Harry. – disse Rony. – Como acharemos Mundungo por aqui? Olha só a cara destas pessoas. Não acredito que basta chegar em um deles e perguntar onde ele se esconde. Meu pai me disse, uma vez, que esses bruxos possuem um código de honra entre si: um não delatava o outro. Não vai ser nada fácil acha-lo;
- Olha. Acho melhor a gente formar duplas e cada uma vai para um lado. – argumentou Mione. - Assim, poderemos procurar, discretamente, Mundungo por entre as vielas e bares mais rapidamente.
Rony e Krum ficaram olhando para a garota, ansiosos. Mas, para surpresa de ambos, e de Harry também, a garota informou que iria com Harry e Rony procuraria juntamente com Krum.
Krum fez uma carranca. Mas Rony, apesar de parecer ligeiramente irritado, esboçou um sorriso e disse a Harry, baixinho: - Pelo menos ele vai ficar sozinho comigo e não com ela.
Os amigos se separaram e, enquanto Rony e Krum seguiram para a esquerda, Mione e Harry foram para a direita.
***
- Por onde começamos Mione? – perguntou Harry à amiga.
- Vamos parar por um minuto e pensar: se você fosse Mundungo, onde gostaria de ficar? – divagou a menina.
- Bom, se eu fosse um picareta de marca maior, que rouba objetos alheios para conseguir uns trocados, tentaria ficar num lugar onde pudesse vender facilmente esses objetos. – argumentou Harry.
- Exatamente. Mas, como se tratam de objetos relativamente raros, eu iria querer vende-los a colecionadores selecionados que, provavelmente, saberiam diferenciá-los dos demais objetos e, conseqüentemente, pagariam um valor maior por eles. – concluiu Hermione.
- E? – Harry já não estava entendendo a linha de raciocínio da amiga.
- Acho que temos que procurar um hotel, ou um lugar um pouco mais apresentável, pois esses “colecionadores” provavelmente são bruxos ricos e, por que não dizer, partidários de Voldemort, pois gente de bem não compra objetos roubados. – completou a menina.
- Mas Mione, se é assim, não seria mais conveniente para essas pessoas que as transações fossem realizadas em lugares escondidos e não em locais luxuosos? – perguntou Harry.
- Claro, concordo plenamente. Mas você acredita que bruxos como Lucio Malfoy, arrogantes e pretensiosos, iriam se encontrar com quem quer que seja, ainda mais um ladrão barato como Mundungo, em algum lugar que não considerassem dignos deles? Em uma espelunca qualquer? – argumentou Hermione. – Não Harry. Acredito que esse tipo de gente vai fazer o possível para humilhar pobres coitados como Mundungo e, quem sabe, conseguir preços menores pelos objetos.
- Mas será que existe algum lugar assim por aqui? – disse o garoto, olhando atentamente ao redor.
- Não tenho a menor idéia. Por isso, não temos outra alternativa a não ser procurar. – disse Hermione.
Os amigos começaram a andar pelas ruas daquele bairro tão deprimente e asqueroso observando atentamente as placas, construções e qualquer outro indicio que os ajudasse a encontrar o tal estabelecimento.
Harry, apesar de estar atento observando todos os detalhes, não conseguia parar de pensar no que poderia estar acontecendo com a missão de Rony e Krum.
- Mione, por que você escolheu vir comigo ao invés de ir com Rony ou com Krum? – perguntou, esboçando um sorriso.
- Fala sério Harry! Precisamos ser objetivos nessa busca. Se tivesse ido com Rony, estaríamos brigando o tempo todo e se eu estivesse com o Victor, provavelmente ele ficaria olhando para mim o tempo todo e não prestaria atenção aos detalhes. Prefiro estar com você, pois assim podemos fixar nossa atenção à nossa busca. – respondeu a garota, sem demonstrar qualquer emoção.
- Então você está cansada daqueles dois, hein? – questionou Harry, divertido.
A menina encarou-o, abriu um sorriso, e respondeu ao amigo: - Completamente!!!!! As vezes não sei como eu os suporto, principalmente o Rony.
Apesar de ter uma resposta na ponta da língua para aquela dúvida, Harry não respondeu pois não queria arrumar uma discussão com a amiga naquele momento.
Continuaram a observar as ruas, vielas e prédios, e após aproximadamente 2 horas de caminhada, Hermione parou abruptamente e apontou um prédio alto, ao final da rua, pintado de roxo, com as portas e janelas douradas e uma placa espalhafatosa que brilhava intensamente, na qual podia-se ler: HOTEL MERLIN – O único hotel 5 estrelas de Dust Wizard.
Harry encarou Hermione, que retribuiu seu olhar de forma muito empolgada. Andaram em direção ao “único” hotel 5 estrelas do bairro que, por sinal, não fazia feio frente aos melhores hotéis de luxo dos trouxas.
Ao aproximarem-se da porta principal, um bruxo de vestes douradas e verdes, abriu-lhes a porta e os jovens adentraram no salão principal. Ficaram estarrecidos com o luxo daquele lugar, uma vez que ele estava ricamente decorado, com sofás, cadeiras, mesas douradas.
Os tapetes eram roxos e verdes e por todos os lados podiam-se enxergar quadros e gravuras que, provavelmente, deviam ter valor considerável para os bruxos. Em um deles, uma bailarina estilizada movia-se de forma graciosa, com leveza e suavidade, enquanto as cores de sua fantasia brilhavam de forma discreta, como se acompanhassem o ritmo de uma música imaginária.
Harry ficou encantando admirando aquele quadro, provavelmente a pintura mais linda que já vira em sua vida. Foi tirado de seu estado de devaneio por um cutucão dado por Hermione, que apontava um salão, à direita do lugar onde estavam e que devia ser o restaurante, que também parecia luxuosamente decorado.
O contraste entre o bairro de Dust Wizard e o hotel em si era imenso. A sensação de desconforto e o medo que os dominou enquanto caminhavam pelas ruas do bairro bruxo e cruzavam com aqueles indivíduos sinistros e soturnos, simplesmente desaparecera ao entrarem no saguão do hotel.
Isso porque o lugar era um espetáculo! Limpo, bem arrumado e luxuoso, com pessoas vestidas de forma semelhante, que aparentavam ser os funcionários, sempre sorridentes e simpáticos. Enquanto observavam tanta opulência perceberam a entrada de alguns bruxos de aparência um tanto quanto duvidosa. Estes eram rapidamente encaminhados para uma sala específica, pelos recepcionistas do hotel.
Ficaram ali admirando toda aquela opulência, até que Harry voltou à realidade e perguntou à amiga: - E agora Mione? O que faremos? Como poderemos ter certeza de que encontraremos Mundungo por aqui?
- Não sei ao certo Harry. Acho que deveríamos encontrar Rony e Victor e acho que devemos nos hospedar aqui, vigiando até que Mundungo apareça por aqui. – disse a garota.
- Acho que você tem razão. Mas como vamos encontrá-los?
- Mandamos uma coruja para o Victor. Ele é conhecido e não está se escondendo. Então, ela o encontrará facilmente.
- Tem razão. Enquanto isso, pediremos quartos e poderemos descansar por algum tempo enquanto aguardamos aqueles dois. – retrucou Harry.
- Harry, nós teremos dinheiro suficiente para ficar aqui? Deve ser um lugar bem caro não? – perguntou a menina, timidamente.
- Claro que sim. Não se preocupe tanto com isso, Mione. Trouxe quase todo o dinheiro que tiramos de Gringotes. Será o suficiente. Vamos concentrar nossa energia na procura de Mundungo. – disse Harry, com segurança.
Os dois amigos dirigiram-se ao balcão principal e pediram dois quartos. Decidiram que os três garotos ficariam em um só quarto, enquanto a garota pediu para ter um quarto só para ela. Também solicitaram, no que foram prontamente atendidos, uma coruja para mandar a mensagem a Victor.
Hermione redigiu o bilhete, informando o endereço do Hotel e o número dos quartos e despachou o animal. Harry ficou observando, e sentiu uma saudade imensa de Edwiges, sua coruja branca. Tinha deixado-a na Toca e esperava que ela estivesse sendo bem tratada e não tivesse ficado muito zangada por isso. Era muito temperamental.
Após enviarem a mensagem aos amigos, Harry e Hermione seguiram para o restaurante, onde pretendiam beliscar alguma coisa, enquanto aguardavam a chegada de Rony e Krum. O garoto estava faminto e não via a hora de cair literalmente de boca num suculento sanduíche.
Sentaram-se em uma das mesas mais afastadas pois não queriam chamar a atenção e fizeram o pedido a um garçom que parecia ter, no mínimo, dois metros de altura e tinha uma cara tão fechada e uma expressão tão taciturna que mais parecia uma dessas estátuas que adornam sepulturas nos cemitérios trouxas do que um ser humano, ainda mais um garçom.
Assim que os petiscos chegaram, os dois amigos começaram a mordiscar os salgadinhos e a tomar a cerveja amanteigada trazida pelo funesto garçom, enquanto conversavam sobre amenidades e observavam o vai-e-vem dos hóspedes no restaurante do hotel.
- É muito engraçado, não é mesmo Mione? – perguntou Harry, encarando a amiga.
- O que é engraçado Harry? – retrucou a menina, encarando o amigo de volta.
- Nós aqui, comendo e bebendo, no “hotel mais luxuoso de Dust Wizard”! É estranho, parece que estamos de férias e não à beira de um confronto com Voldemort. – filosofou Harry.
- Entendo o que você quer dizer. – sorriu Hermione, balançando a cabeça. – Mas mesmo nestes momentos de relativa tranqüilidade não podemos nos esquecer da tarefa que teremos que cumprir. Principalmente você. Nem do que tivemos que abrir mão em razão dela. Ou você já esqueceu a Gina?
Harry suspirou profundamente e encarou a amiga, mais uma vez: - Isso não é justo Mione. Você sabe que não esqueci e que não esquecerei. Só eu sei como dói o meu coração em pensar que ela está em Hogwarts, sozinha, e que o Dino está perto dela. Eu sei que uma hora ela pode cansar de me esperar e arrumar outro namorado. Mas se isso acontecer, pelo menos vai significar que meu sacrifício não foi em vão, pois ela estará viva. – disse, com a voz muito triste.
- Desculpe Harry, eu sei que não é fácil para você. Na verdade, não é fácil para nenhum de nós. Para mim, que estou longe de meus pais. Para o Rony, que está longe de sua família. Até mesmo para o Victor, que está longe de sua terra. – retrucou Mione. – Mas não podemos esquecer, meu querido amigo, que tudo isso está acontecendo por escolha nossa. Fomos nós que escolhemos o caminho que estamos trilhando e, por isso, temos que arcar com as conseqüências. Mas mesmo assim, nós escolhemos o caminho do bem, portanto, tenho certeza que vai dar tudo certo e em breve você estará de volta aos braços daquela ruivinha impertinente...
Harry segurou a mão da amiga. Como ele adorava aquela garota! Sempre com uma palavra de consolo, de incentivo. Ela nunca hesitara, nunca o abandonara. Tão inteligente, decidida e, ao mesmo tempo, tão frágil. O Rony era um estúpido por deixá-la assim, disponível.
Seus pensamentos foram interrompidos por um burburinho vindo do saguão do hotel bruxo. Harry parou para prestar atenção e descobriu que aquela confusão era provocada pela chegada de Victor Krum. O garoto percebeu que Rony, que passara desapercebido diante da bagunça causada pela entrada de Krum, olhava para os lados, certamente à procura de seus amigos.
Assim que cruzou com o olhar de Harry, o ruivo encaminhou-se para a mesa de seus amigos, muito irritado.
- Babaca. – disse Rony ao sentar-se na cadeira.
- O que aconteceu dessa vez Rony? – perguntou Mione.
- Porque essas 4 horas que passei junto desse boçal foram as piores da minha vida. Quase não foi possível caminhar tamanho era o número de tietes e fãs que cercavam seu querido Vitinho para pedir autógrafos e conversar. – respondeu rispidamente o garoto.
Harry reparou que Hermione encarava Krum com uma expressão indefinida no rosto. De repente, a garota levantou-se e seguiu em direção ao búlgaro, aproximou-se furtivamente dele e, segurando-o pelo braço, conduziu-o para as escadas, provavelmente em direção ao quarto.
- O que deu nela Harry? – disse Rony, completamente atônito com a atitude da amiga.
- Não faço idéia! – respondeu Harry, surpreso.
- Vamos até lá Harry. – disse o ruivo, correndo em direção às escadas.
- Rony, espera! – e Harry saiu em seu encalço.
***
- Fique quieto Victor. Não vai doer nada! – disse Hermione, assim que Harry e Rony entraram no quarto da menina, que estava com a varinha em riste, apontando-a para Krum, que tinha os olhos fechados.
- Mas que diabos você está fazendo Mione? – perguntou Rony.
- O que você acha que eu posso estar fazendo Rony? Mudando a aparência dele, é claro! Ou você acha que ninguém vai reparar na gente enquanto caminhamos por aí com Victor distribuindo autógrafos? – respondeu a menina.
Harry não podia deixar de admirar, mais uma vez, a amiga. Ela pensava em tudo!! Realmente era um risco muito grande ficar por aí andando com Krum chamando a atenção de tudo quanto é bruxo. Mais cedo ou mais tarde alguém prestaria atenção neles e acabaria reconhecendo Harry. Era tudo o que eles queriam evitar.
- Mutatis Mutandi – proferiu a menina e Krum, imediatamente tornou-se um roqueiro cabeludo, com barba e bigode muito compridos. Harry não pôde deixar de rir ao perceber a cara do búlgaro assim que se olhou no espelho.
- Hermioni, focê não podia pensar em um disfarce melhor? Estou parecendo um bruxo de cento e cinqüenta anos! – reclamou.
- Ah vai Victor, nem ficou tão ruim assim.... – disse a menina, escondendo o sorriso, enquanto Rony praticamente rolava no chão de tanto rir. – E o mais importante é que ninguém vai ficar te pentelhando por autógrafos, já que vai passar desapercebido.
- Bom, já que o senhor vovô Krum já se acostumou com sua barba e cabelos compridos, podemos descer para comer alguma coisa? Estou faminto – disse o moreno Rony.
- Como sempre né, Rony?. – respondeu Hermione.
Os quatro jovens voltaram para o restaurante onde pediram o jantar. Harry teve que reconhecer que, apesar do bairro ser uma droga, aquele hotel era muito chique e a comida, deliciosa. O jantar foi muito agradável e todos estavam de muito bom humor, inclusive Rony, que não segurava o riso toda vez que olhava para o búlgaro e sua longa barba grisalha.
Após o jantar, os jovens foram até o saguão do hotel e ficaram por ali, fingindo que liam os jornais – na verdade Hermione realmente aproveitou para se interar do que estava acontecendo no mundo bruxo, lendo o Profeta Diário dos últimos dias, desde que saíram da casa de Rony, há uma semana.
Vez ou outra a menina soltava uma exclamação de horror e xingava baixinho. Provavelmente diante de alguma notícia sobre os últimos atos de Voldemort.
Harry e Rony, por sua vez, prestavam atenção ao entra e sai de pessoas pela porta de entrada, assim como pelos hóspedes que desciam as escadas para se dirigirem ao restaurante. Victor, como não tinha a menor idéia de como era Mundungo, ficava olhando o trânsito de pessoas pelo saguão.
- Meninos, Voldemort tentou mais uma vez invadir o Ministério da Magia. O que será que ele quer? Não consigo entender. Antes, tudo bem, existia a profecia, mas agora? O que será que ele pode estar procurando? – perguntou Hermione.
- Ninguém sabe o que se passa na cabeça daquele lunático, Mione. – respondeu Harry. – Mais alguma notícia interessante?
- Bom, nada de realmente novo a não ser os atentados, intimidações, mortes e prisões de sempre. Ah! Tem uma nota aqui a respeito da reabertura de Hogwarts e de que a nova diretora é a Prof. MacGonagall. Epa!!! – gritou a menina, chamando a atenção dos atendentes do balcão.
- O que foi Mione? – perguntou Rony.
- Tem aqui uma notícia falando sobre o fato de que Harry não voltou para Hogwarts. Diz ainda que tentaram conversar com a nova diretora, mas esta “se recusou a dar qualquer esclarecimento sobre a ausência do menino-que-sobreviveu do ano letivo da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts”. Mas que droga! Já estão até especulando que você se juntou a Voldemort e pretende assumir o cargo de Ministro da Magia, assim que ele assumir o controle do mundo bruxo. – pelo tom de voz, Hermione estava completamente indignada.
- Nem esquento mais com esse tipo de coisa, Mione – disse Harry. – Minha vida nunca foi, por assim dizer, privada. As especulações maldosas sobre mim sempre prevaleceram sobre a verdade. Podem dizer o que quiserem, realmente não me importo mais. Enquanto eles acharem que estou com Voldemort não procurarão por mim em outros lugares e podemos continuar nossa busca em paz.
- Acho que você tem razão, Harry. Melhor que todos achem isso, enquanto continuamos nossa missão. – complementou Rony.
Harry, que estava entretido observando uma linda coruja cinzenta, que acabara de pousar sobre o balcão da recepção, assustou-se ao sentir uma mão pesada cair-lhe no ombro. Virou-se rapidamente e deparou-se com a expressão de surpresa no rosto de Victor Krum que, discretamente, apontou para um jovem que descia as escadas de forma sorrateira, com um chapéu pontudo, evidentemente querendo se esconder.
Apesar do disfarce, Harry reconheceu-o imediatamente. Era Draco Malfoy.
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Quero agradecer à minha amiga Roseli que fez a revisão do capítulo! E continuem deixando suas opiniões sobre a FIC!!!
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