Festa na Toca
Uma semana mais tarde, Harry, Rony, ambos perdurados nos braços dos gêmeos, Lupin, Tonks e Olho-Tonto Moody aparataram no quintal da Toca, pela manhã, para ajudar a finalizar os preparativos do casamento de Gui e Fleur.
Fazia um lindo dia ensolarado e, ao chegarem na casa dos Weasley, encontraram o jardim completamente enfeitado e desgnomizado. A primeira pessoa que Harry viu foi Gina, que estava pendurada em uma escada, ajeitando algumas flores num painel. Seu coração, como sempre acontecia quando a via, deu um pulo dentro do peito.
De repente, de dentro da casa, saiu uma Hermione sorridente, correndo para abraçar Harry. O garoto reparou que a amiga parecia mais alta e, também, mais bonita.
- Harry! Que saudades! Como você está? – falou, de uma vez.
- Estou bem Mione. E você? – retrucou Harry.
Hermione virou-se, radiante, para abraçar Rony. Mas, ao reparar na expressão de irritação e desafio em seus olhos, deu um passo para trás ao mesmo tempo em que o garoto lhe perguntava, de forma sarcástica: - Divertiu-se bastante no passeio à Bulgária?
- Oi pra você também Rony – respondeu a garota, rispidamente – E eu não fui à Bulgária a passeio.
- Ah não? Você agora vai tentar me convencer de que não foi até lá para visitar o seu namoradinho, o Vitinho? – insistiu Rony.
- Você não cresce Ronald? Eu já cansei de dizer que o Victor é meu amigo e só isso. E eu não fui lá visitá-lo, embora tenha me encontrado com ele. – disse suspirando, e olhando tristemente para Rony.
- Ah tá! E eu sou um hipogrifo!!!!!!! Quer dizer que você vai para a Bulgária, se encontra com ele e tem a coragem de vir me dizer que ele não é seu namorado? – Rony estava, definitivamente, histérico.
- Olha Rony. Eu sei que você é cego, pois não enxerga um palmo diante do nariz, mas surdo eu acho que não. Então escuta, por que vou dizer pela última vez: O VICTOR NÃO É MEU NAMORADO!!!!! – gritou a menina.
- ENTÃO POR QUE VOCÊ FOI PARA A BULGÁRIA PARA ENCONTRÁ-LO? – gritou de volta Rony.
- EU NÃO FUI PARA A BULGÁRIA PARA ENCONTRA-LO, RONALD!!!!!! – respondeu Hermione, aos berros.
- PAREM COM ISSO! – gritou Harry, que já estava começando a ficar constrangido pelo fato de todos estarem observando seus amigos discutirem – Será possível que vocês não tem a capacidade de conversar sem gritaria ou discussão? Rony, quer fazer o favor de parar de ter ataque histérico por causa dessa história!
- EU NÃO ESTOU TENDO ATAQUE HISTÉRICO HARRY – berrou o garoto, mais uma vez, antes de sair correndo em direção à casa, sob os olhares divertidos de todos os que presenciaram a cena.
- Deixe Rony pra lá, Harry. Ele nunca vai entender mesmo. – Hermione falou, parecendo deprimida.
- Mas você sabe que ele não gosta que você converse e se encontre com o Krum e, mesmo assim, você continua falando nele, escrevendo para ele e encontrando com ele. Você provoca o Rony, Mione. Então não pode reclamar. – Harry resolveu desabafar.
- Eu não provoco coisa nenhuma. Não tenho culpa se o Rony é completamente obtuso. E não fui à Bulgária para encontrar o Victor. É claro que acabei encontrando e ele me ajudou muito na busca das informações que eu queria. Fomos até a biblioteca de Durmstrang e pegamos vários livros interessantes. – apesar da tristeza nos olhos, a menina demonstrava entusiasmo.
- Afinal de contas, o que você foi fazer lá Mione? – quis saber Harry.
- Já te disse, reunir informações. Sobre as horcruxes – respondeu, sussurrando.
- Descobriu alguma coisa? – Harry parecia ansioso.
- Muitas coisas. Mas depois conversamos sobre isso. Hoje é dia de festa e temos que aproveitar para nos divertir. Daqui para frente as coisas tendem a ficar muito difíceis. Então, meu amigo, divirta-se muito no dia de hoje e não fique fazendo doce perto de determinadas ruivas que estão por aqui. – disse Hermione com uma certa melancolia na voz, mas muito decidida.
***
Por volta do meio-dia já estavam todos arrumados e aguardando o início da cerimônia. Harry e Rony usavam uma espécie de smoking e estavam muito elegantes. Hermione saiu da casa e juntou-se a eles. Estava muito bonita, usando um vestido de alças, cor-de-rosa, com os cabelos presos em um coque e pequenas pérolas, que também enfeitavam seu vestido, espalhadas pelo penteado, de forma delicada.
Harry teve que esconder o riso assim que viu Rony olhando fixamente para Mione, com a boca aberta, esquecendo-se, por um instante, de que ainda estava profundamente irritado com a amiga por causa de seu sumiço. A menina também percebeu e ficou corada, mas não falou nada.
Neste instante, a música começou a tocar e Gui empertigou-se, aguardando a entrada de Fleur. Gina e Gabrielle, a irmã da noiva, caminhavam na frente de Fleur e, apesar desta última estar deslumbrante, Harry só conseguia prestar atenção em Gina, que estava maravilhosa em um vestido azul, com seus cabelos ruivos resplandecentes.
O bruxo, que realizaria o casamento, começou seu discurso e Harry desligou-se imediatamente do que este falava, prestando atenção às demais pessoas ali presentes.
O Sr. Weasley estava muito chique em suas vestes novas. A Sra. Weasley chorava baixinho, enquanto prestava atenção ao sermão do bruxo. Carlinhos, Fred e Jorge, estes últimos vestidos de forma extravagante, acompanhavam a cerimônia bastante compenetrados. Lupin e Tonks se encaravam a todo momento com sorrisos tímidos. Olho-Tonto Moody tinha a mesma expressão de sempre, e era evidente que estava mais preocupado em vigiar as redondezas do que com o casamento.
De seu lado, Harry podia perceber Rony dando olhadelas furtivas a Hermione, parecendo encantado com a amiga. E, de repente, seus olhos pousaram em Gina. Ele estremeceu com o semblante triste da garota. Apesar de ser um dia alegre para a família Weasley, a menina não parecia fazer parte daquilo. Era óbvio que estava a ponto de cair em lágrimas, mas não era de felicidade pelo casamento do irmão. Assim que percebeu que Harry a encarava, Gina empinou a cabeça e sustentou seu olhar de forma altiva. Parecia querer mostrar a Harry que não estava nem aí para ele.
Aquilo apertou o coração de Harry e ele pensou no que Hermione lhe havia dito, mais cedo. Será que estava agindo certo? Será que não deveria aproveitar os momentos que tinha com Gina, antes de sair na perseguição de Voldemort? Não era melhor ser feliz, pelo menos um pouquinho, ao invés de ficar com esse peso em seu coração? Por que não poderia usufruir disso, antes de enfrentar seu destino?
Neste momento, Harry decidiu que falaria com a garota, antes da festa terminar.
***
Os convidados já estavam almoçando e a música corria solta. Harry, Rony e Hermione estavam sentados em uma mesa, juntamente com os gêmeos e Carlinhos. Já tinham terminado o almoço e todos riam das palhaçadas de Fred e Jorge Weasley.
- Então vocês não vão aprontar nada para comemorar o casamento de seu irmão? – perguntou Hermione, com a expressão de quem não acreditava que Gui iria sair imune às traquinagens dos gêmeos.
- Claro que não!!!! Imagina se faríamos alguma coisa para estragar a festa de nosso irmão mais velho... – e a garota teve a certeza de que, até o final do dia, alguma coisa muito barulhenta e exótica iria acontecer.
Neste momento, Gui aproximou-se da mesa. Parecia muito feliz e estava muito elegante com seu terno escuro. Os cabelos, outrora compridos, apresentavam um corte muito moderno, que ressaltava seu tom ruivo e o rosto claro do rapaz, apesar das cicatrizes deixadas pelo ataque de Fenrir Lobo Greyback.
- Harry, preciso dar uma palavrinha com você. Pode me acompanhar? – disse Gui, muito risonho.
- Claro. – o menino levantou-se e seguiu o irmão de seu melhor amigo até um lugar mais afastado, onde pudessem conversar tranqüilamente.
- Você já é maior de idade e, acredito, pode cuidar da sua vida sozinho. Em outras palavras, não precisa mais que eu tome conta de suas finanças. Assim, vou lhe entregar a chave de seu cofre em Gringotes, para que você mesmo possa administrar o dinheiro que seus pais lhe deixaram. Espero que faça isso com sabedoria. – Gui entregou uma pequenina chave de ouro, pendurada em uma corrente, que Harry reconheceu imediatamente como a mesma que, seis anos antes, foi utilizada por Hagrid para abrir o cofre do qual sacaram alguns galeões para que o menino pudesse comprar seus materiais escolares do primeiro ano em Hogwarts.
- Obrigada Gui. – Harry pegou a chave, sentindo-se muito responsável.
- Não por isso. Agora, deixe-me voltar para a minha linda esposa. Boa sorte Harry. – Gui apertou a mão do menino e dirigiu-se para junto de Fleur.
Harry voltou para a mesa e todos ficaram ali, rindo, uma boa parte da tarde. De repente, a orquestra começou a tocar músicas mais dançantes. Muitos casais foram para a pista, inclusive Lupin e Tonks e, para surpresa de todos, Jorge puxou Hermione pelo braço e começou a dançar com a garota. Fred, por sua vez, saiu correndo atrás de Gina e também a arrastou para a pista.
Rony ficou escarlate de repente. Principalmente por que percebeu que Hermione estava visivelmente satisfeita por estar se divertindo. Gina também parecia muito feliz, enquanto dançava com o irmão.
O ruivo, emburrado e carrancudo, não disse uma palavra, olhando fixamente para o casal que se divertia. Então, num impulso, Rony se levantou e foi em direção à Gabrielle Delacour, chamando-a para dançar.
Harry observava a cena com grande curiosidade. Ficou imaginando se Hermione gostaria de ver Rony dançando com a mini-veela. Reparou, perplexo, que a amiga viu que o garoto estava dançando com a loira e, apesar da surpresa inicial, não parecia irritada ou chateada.
Rony também percebeu que Hermione mal tomou conhecimento desta cena e, sem mais nem menos, largou Gabrielle na pista de dança, sozinha, sentando-se novamente à mesa, com o semblante mais carregado que nunca.
- O que foi Rony? – Harry fez de conta que não tinha visto nada.
- Não foi nada. – disse o amigo parecendo deprimido. – Hermione parece estar se divertindo muito, né?
- Por que você não vai até lá e a convida para dançar Rony?
- Por que ela não precisa de mim para se divertir, você não está vendo? Ela parece muito feliz dançando com Jorge. Nem reparou que tirei a irmã de Fleur para dançar. – Rony estava realmente chateado.
- Quer dizer que você só fez isso para provocar Hermione? Por que Rony?
- É claro que não!!!! Por que eu faria isso?
- Rony, sabe o que Hermione me disse hoje pela manhã?
- O quê? – Rony demonstrava apreensão.
- Ela me disse que hoje era dia de festa e que tínhamos que nos divertir muito por que as coisas iam ficar muito difíceis daqui pra frente. É o que pretendo fazer neste exato momento e é o que você deveria fazer também. Não sabemos se teremos outra oportunidade. – e saiu, dirigindo-se para o lugar onde Fred dançava com Gina.
***
- Fred, será que você me dá a honra de dançar com sua irmã?
Gina encarou-o, muito surpresa. Era evidente que não estava esperando uma atitude destas, ainda mais depois do garoto ter terminado o namoro.
- Não sei não, Potter – Fred olhava Harry com reprovação. – Acho que não vou deixar você dançar com a minha irmãzinha.
- Ah Fred, vai tomar banho e sai já daqui – gritou Gina, empurrando o irmão para fora da pista de dança.
Harry tomou o lugar de Fred e, apesar de muito desajeitado, começou a dar os primeiros passo segurando a cintura da garota.
- Então Potter. Por que isso agora? – perguntou Gina, encarando diretamente seus olhos.
- Por que uma amiga minha, quer dizer, nossa, me disse, pela manhã, que devíamos nos divertir hoje, pois não sabemos o que dia de amanhã nos reserva. Resolvi para de fazer “doce”, como disse essa minha amiga, e me divertir bastante com a única pessoa que poderia me fazer feliz aqui – e Harry abraçou-a bem apertado.
- Não sei quanto a você, mas eu adoro Hermione! – Gina retribuiu o abraço, muito feliz pelo fato do garoto ter mudado de idéia.
- Eu também adoro a Mione – riu Harry. – Me desculpe Gina. Sei que fui um pouco egoísta, mas eu só quero te proteger. Não posso admitir que, por minha causa, você possa se machucar.
A menina beijou-lhe suavemente a bochecha e disse: - Eu fico mais machucada com você longe de mim do que por qualquer feitiço maligno que Você-Sabe-Quem possa me lançar Harry. Por favor, não faça mais isso.
Ficaram dançando grudadinhos, apesar da música agitada, por muito tempo. De vez em quando, Harry observava Rony e o garoto continuava sentado, sozinho, emburrado e deprimido, observando Hermione, que parecia estar adorando a festa. Agora dançava com Fred e Jorge, numa espécie de quadrilha.
Hermione, pelo jeito, também percebeu a tristeza de Rony, correu até ele e, num impulso, puxou-o pela mão para dançar juntamente com os gêmeos. No início Rony parecia relutante, mas depois começou, realmente, a se divertir.
Harry percebeu que a menina também parecia mais feliz pelo fato do garoto estar, finalmente, saindo de sua depressão e girava freneticamente com Rony pelo braço, ao som das Esquisitonas.
- Será que esses dois um dia vão se acertar? – falou, embora não tivesse essa intenção.
- Rony e Hermione? – Gina olhou em direção ao casal, que continuava girando de braços dados na pista de dança.
- É. Será que eles não percebem que são loucos um pelo outro? – o tom de Harry era de irritação.
- Não. E se quer saber minha opinião, somente vão perceber quando for tarde demais. – Gina olhava o casal, pesarosa, e seu tom de voz demonstrava preocupação.
- Eu achei que as coisas iam se ajeitar quando saímos de Hogwarts. Sabe, depois de tudo o que aconteceu, quer dizer, o Rony namorando a Lilá sem falar com a Mione durante boa parte do ano, eles estavam tão cuidadosos e carinhosos um com o outro na despedida. Nunca tinha visto Rony tão delicado e atencioso com Hermione e nem ela tão simpática e amável com ele. Agora isso! – desabafou Harry.
- O grande problema é que são dois cabeçudos. Rony, que morre de ciúmes dela e Hermione que não quer dar o braço a torcer. – filosofou Gina.
- Será que não podemos fazer nada, quer dizer, dar uma mãozinha? Eles precisam se entender Gina. Não é possível que, por orgulho e teimosia, esses dois não possam ser felizes.
- Eu sei Harry, mas são eles que tem de resolver isso. Nós não podemos interferir. Acho que seria pior forçar alguma coisa entre eles. Tem que ser natural. Eu também queria muito que eles se acertassem, e logo. Numa época de incertezas, com a que estamos vivendo, seria uma pena se acontecesse alguma coisa antes deles se entenderem.
- Nem brinca com uma coisa dessas Gina. Ainda mais por que nós... – e parou de falar, de repente.
Gina o encarou, com o olhar cheio de perguntas. – Vocês o que Harry? O que estão pretendendo?
- Nada Gina, não estamos pretendendo nada. É como você disse, estamos numa época difícil, não sabemos o que vai acontecer. É isso. – tentou disfarçar o garoto.
- Pois é – a menina parecia ter ficado satisfeita com a explicação. – Mas acho melhor a gente não se meter. – e continuou dançando abraçada a Harry.
- Se é o que você acha. Só espero que eles não demorem muito para resolver isso. – Harry abraçou a ruiva mais forte e ficaram assim, felizes, até a música parar.
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