Ilusões
Nota da Ficwriter: Neste capítulo a fic pode parecer Harry/Ginny, mas não, é mesmo D/G! A acção entre os dois e também estre as outras personagens vai já começar no próximo capítulo ;) !Espero que gostem e por favor deixem a vossa opinião!
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Capitulo III
Ilusões
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- Oh não! – Suspirou ao tropeçar, enquanto a trémula pilha de livros enfeitiçada que avançava tremulamente à sua frente até à grande mala verde de viagem se desmoronava e lhe caía mesmo em cima da cabeça. – Bolas!
Emergiu doloridamente dos destroços da muralha de livros e começou a refazer a pirâmide cultural. Quando se ia a levantar, reparou no que provocara aquele tropeção: Estorvium, uma nova “Magia Mirabolante dos Weasleys”. Era uma pequena bola amarela (devido à essência de casca de banana), aparentemente inofensiva e que se movia sorrateiramente para provocar acidentes como o que lhe sucedera…
- FRED E GEORGE! – Rosnou Ginny. Era impossível não descobrir logo os culpados, que deviam ter espiado toda a cena pela fresta da porta.
- Oi, maninha! – Sorriu travessamente Fred, abrindo cautelosamente a porta do quarto da irmã.
- Por acaso não viste uma…? - Perguntou inocentemente George, enfiando a cabeça pela nesga da porta.
- Sim, já tive a infelicidade de travar conhecimento com ela… – Resmungou, tentando em vão fazer cara séria, pois nunca resistia ao sorriso maroto dos irmãos.
- Oh, graças a Merlin! – Exclamou Fred com um ar exageradamente satisfeito. - Andávamos como loucos à procura dela!
- É, graças a ela, muitos dos nossos professores vão ter que fazer uma visitinha rápida a Madame Pomfrey… - Sorriu maliciosamente George.
- É, que bela invenção, ia-me matando! – Exclamou a irmã, passando a mão pela cabeça com uma expressão dolorida.
- Oh, desculpa! - Lamentou Fred num pedido de desculpas teatral, que substituiu de repente por uma expressão marota – Mas pensa, seria uma morte bem romântica! Imagina só a manchete do Profeta Diário de amanhã: “Jovem soterrada pela cultura!”…
- Espera, espera, tenho uma melhor! “Queda para um túmulo de sabedoria”, que acham? – Sugeriu George, com um brilho de gozo no olhar.
- E já pensaste George, nós podíamos ganhar bastante dinheiro com isso! – Lembrou Fred, na brincadeira. – Podíamos leiloar os livros mortais e tenho a certeza que as Estorvium esgotavam em pouco tempo: “Está farto de aturar a sua irmãzinha mais nova? Nós temos a solução, experimente as novas estorvium e o sucesso é grantido!”
- Ah-ah-ah… Mas acho que tenho um título ainda mais engraçado: “Como Matar Dois Irmãos Culturalmente”, que acham? – Vingou-se Ginny, pegando num pesado volume da “Enciclopédia das Criaturas e Seres Mágicos”. Os irmãos esquivaram-se ao ataque, rindo.
- Bem, desculpa termos te incomodado, cenourinha! Até já! – Disse Fred, piscando o olho à irmã, enquanto fechava a porta.
- Freedd… - Vociferou baixinho Ginny, pois detestava que a chamassem assim. Depois, sem conseguir conter uma gargalhada, colocou finalmente a pesada pirâmide de livros dentro da mala, que estava no meio de outras duas, uma com roupa e acessórios e outra com os objectos que lhe fariam falta. Ainda havia algum espaço na mala dos livros, o que poderia pôr ali?
Voltou o seu olhar para o quarto, que lhe parecia agora estranho e triste, com as gavetas vazias e as prateleiras nuas. Pensou um bocadinho, e, de repente…
- Oh, claro! Como não me lembrei antes! – Exclamou, rastejando para debaixo da cama. Passado um bocado, regressou, com uma caixa azul na mão. – A minha caixinha dos Segredos!
Antes de a colocar na mochila, decidiu viajar um pouco no tempo e no espaço, espreitando lá para dentro. Com um sorriso sonhador, retirou do monte de recordações um guardanapo levemente manchado de doce de pêssego. Humm…chegou-o aos lábios, sentindo o seu aroma…Era o guardanapo que Harry utilizara no primeiro pequeno-almoço que tinha tomado ali na toca, há quatro anos atrás…Lembrava-se desse dia como se tivesse sido há 5 minutos. Ela, muito corada, escondida atrás da chávena de chá, lançando olhares de soslaio a um certo rapaz de olhos verdes … Como se envergonhava dessa e de outros ataques agudos de infantilidade! Desde que o tinha visto pela primeira vez, quando ele pedira uma informação à sua mãe, na sua primeira ida para Hogwarts, que sentia uma estranha e imediata arritmia dos batimentos cardíacos e do sistema nervoso assim que via Harry. Depois desse dia, ficara fatalmente presa a ele, ao seu cabelo revolto, aos grandes e expressivos olhos verdes, à sua coragem e simpatia…Cada pensamento pertencia-lhe, cada escolha, cada passo da sua vida dependia dele. Além disso, invadia, sem pedir licença, todos os seus sonhos (estivesse adormecida ou acordada), com o seu sorriso resplandecente e voz harmoniosa…
Truz truz truz! Algo de repente a trouxera de novo à realidade.
- Só um bocadinho! – pediu ansiosamente Ginny, enquanto arrumava atabalhoadamente a caixa na mala dos livros e se levantava do chão. - Pode entrar!
- Desculpa interromper-te, filha! – Sorriu Mrs. Weasley, entrando no quarto. Trazia um monte de roupa dobrada nos braços. – Pronto, aqui está o resto da roupa de Inverno que estava no outro roupeiro…Já a podes arrumar na tua mala…Já tens tudo arrumado, querida?
- Quase tudo… - Respondeu Ginny, começando a arrumar a roupa que a mãe trouxera.
- Ainda bem, que é para ver se tens tudo pronto até ao jantar… - Recomendou a mãe, ajudando-a a dobrar algumas peças. – Ah, por falar nisso, o Sirius vêm jantar connosco…
- Ah sim? – Ginny sorriu: adorava a companhia do padrinho de Harry. – Que bom! Ah e vai ser óptimo o Harry poder despedir-se do Padrinho antes de ir para Hogwarts!
Mrs. Weasley sorriu discretamente ao reparar no brilho do olhar e da voz de Ginny ao falar em Harry, mas não quis embaraçar a filha e fingiu não notar.
- Pois é…Aproxima-se mais uma partida longa dos meus filhotes… – Suspirou Mrs. Weasley, olhando carinhosamente para a filha, tentando em vão perpetuar a presença dela naquele minuto.
- Vou ter muitas saudades tuas, mommy! - Confessou Ginny, abraçando a mãe. – Mas não te preocupes: eu escrevo regularmente!
- Eu sei querida! – A mãe abraçou-a com mais força, como se isso a impedisse de partir.
- Hum-hum! – Tossiu forçadamente alguém à entrada do quarto. Mrs. Weasley e Ginny separaram-se de imediato e olharam curiosas para a porta.
- Sim, Fred, o que é? – Perguntou a mãe, franzindo a testa numa expressão antecipada de preocupação e arrelia: a expressão “Fred e George”, como Ginny lhe costumava chamar.
- Desculpem interromper…e já agora, eu sou o George, mãe! – Esclareceu o rapaz, fingindo um ar ofendido. – Por acaso sabes onde estão as minhas sapatilhas vermelhas?
- Que eu me lembre, alguma mente iluminada teve a brilhante ideia de ir jogar Quidditch com elas num dia de chuva, no jardim… - Referiu Mrs. Weasley, com um tom sarcástico. – E imagina que as pobrezinhas, como a tal mente luminosa não deve ter tido fusíveis para mais, decidiram ir até à cozinha pedir para serem limpas, pois pressentiam que iriam ser necessárias em breve…
- Ahm, pois… - O rapaz passou a mão pelos cabelos um pouco atrapalhadamente. – Mas, Potestade, a mente brilhante suplica agora a seus pés que esqueça esse pequeno incidente e roga-lhe que lhe indique a localização exacta das sapatilhas…
- Humm…Acho que é melhor eu mesma ir buscá-las, porque senão, já sei como é: a arrecadação vai pedir a demissão…Anda lá! - Ordenou a mãe, encaminhando-se para a porta, ainda com a mesma expressão de generala, que se transformou de súbito num sorriso maternal quando se virou para a filha… - Até já, Ginny!
- Até já! – Replicou a rapariga, continuando a arrumar as roupas de Inverno na mala. Quando acabou esta tarefa, olhou mais uma vez o quarto, à procura de algo de que se estivesse esquecido. Ah, ainda não tinha visto nas gavetas do toucador! Na primeira um solitário elástico azul, na segunda, nada e na última…o colar que a avó Weasley lhe tinha dado como prenda dos seus quinze anos. Era um fio de ouro fino com um pingente em forma de “D” pontiagudo, um quarto crescente brilhante. Nas costas, uma estranha e antiga inscrição:
Para
W
Ela tinha interpretado esta epígrafe como “Para Weasley”, pois a avó tinha-lhe contado que o colar era uma peça muito antiga, transmitida de geração em geração, sempre às filhas primogénitas. Assim, Ginny pensava que se tratava de uma prenda de noivado ou coisa do género. Passou o dedo levemente pela sua superfície brilhante e estranhamente quente. Era tão belo e elegante! Sorriu de deleite ao imaginar-se usá-lo, no Baile de Natal, de mão dada com o seu príncipe de olhos verdes…
Truz truz! Alguém a acordara de novo dos seus pensamentos.
- Entre! – Pediu, guardando distraidamente o colar de novo na gaveta.
- Olá Ginny! – cumprimentou um rapaz, abrindo a porta. A ruiva voltou-se para a porta com um salto, ao reconhecer a voz.
- Hammm…Olá, Harry…Desculpa, pensei que fosse o Fred ou o George… - tartameleou a rapariga, abafando um arrepio de emoção. “Por favor, nem penses em corar!”, pensou desesperada.
- Desculpa peço eu, se te incomodei… - sorriu o rapaz, também um pouco embaraçado. Nunca sabia como se comportar perante a irmã do seu melhor amigo…
- Não, não! – tranquilizou-o a rapariga, já mais refeita da entrada-surpresa do rapaz. “Calma, Ginny, calma. Pensa naquilo que vais dizer!”, sussurrava a si própria. – Eu estava…mesmo a acabar de arrumar a mala…
- Ah…Eu já acabei de arrumar a minha… – afirmou Harry, delicadamente. – Por isso, decidi vir aqui perguntar se…hum…querias vir…dar uma volta pelo jardim…com o teu irmão e a Hermione…
- Por mim tudo bem! – aceitou Ginny, mandando a timidez e a mala inacabada às urtigas. – Então…eu vou já ter com vocês…
- Boa! – exclamou o rapaz de olhos verdes, encaminhando-se para a porta. – Assim já não vou ter que fazer de vela… - concluiu, virando-se, num murmúrio alegre e aliviado. – Então, até já!
- Até já! – Proferiu a ruiva alegremente enquanto Harry fechava a porta. Ainda afectada com aquela “aparição” inesperada, deixou-se cair na cama, tentando “digerir” o que se passara. “ Ele veio falar contigo! Ele convidou-te! Ele queria a tua companhia!”. Saboreava agora cada bocadinho daquele encontro imediato de 3.º grau, cada olhar, cada palavra que Harry dissera…Levantou-se de um salto, e dirigiu o seu olhar para o espelho, em frente à cama, em que uma rapariga ruiva de olhos brilhantes lhe sorria.
- O.k… – sorriu Ginny, enquanto penteava delicadamente os cabelos. – Vamos lá...
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- Ah! – suspirou Hermione, puxando a cabeça para trás. Estava sentada num banco do jardim dos Weasley, ao lado de Ron, Harry e Ginny. – Só falta um dia para o nosso regresso a Hogwarts!
- Pois é! Já tinha saudades do nosso velho Castelo, das salas, dos colegas, dos banquetes,… – sorriu Ron, com ar guloso.
- Do quidditch… - acrescentou Harry, com o olhar perdido no vazio.
- E é claro, das aulas! – Finalizou Hermione, com um sorriso triunfal.
- Uh…Eu quase morri de saudades das aulas…Principalmente das do Snape! – ironizou Ron, fazendo uma cara dramática.
- Ron… – repreendeu Hermione, deitando-lhe um olhar censurador.
- Que surpresas este novo ano nos irá trazer? – Perguntou retoricamente Ginny, sonhadora. Estava nas nuvens, sentada ao lado do seu príncipe. Esta pergunta mergulhou os jovens nos seus mais profundos pensamentos, nos seus desejos e medos relativamente ao novo ano que se aproximava a passos largos.
Hermione estava ansiosa pelo recomeço das aulas, especialmente pelas de Runas Antigas, pois a professora tinha-lhes revelado que no ano seguinte poderiam fazer algumas visita de estudo e integrar a comitiva de um grupo de arqueólogos, para depois estudarem e ajudarem a decifrar alguns textos escritos em hieróglifos, runas ou outros alfabetos alternativos que já tivessem aprendido. Porém, o fantasma dos temíveis exames também assombrava os seus pensamentos.
Ron, por outro lado, lembrava-se dos jogos de Quidditch, e estava desejoso de mostrar o quanto se esforçara nas férias para aperfeiçoar a sua perícia como keeper.
Quanto a Ginny, estava também desejosa de voltar a Hogwarts, às suas aulas preferidas e também ansiava por voltar a ver as suas melhores amigas. Mas todos os projectos de futuro de Ginny tinham uma coisa em comum: a presença de Harry. Isso bastava para o mundo de Ginny sorrir.
Mas, este Harry que iluminava os sonhos da ruiva, voava, em pensamento, pelos campos de Quidditch de Hogwarts, perseguindo a snitch. Ah, que saudades do Quidditch, de jogar com a pressão de uma competição a sério! Mas, principalmente, ele tinha saudades de uma certa seeker…Cho Chang. Durante todo o tempo de férias, não pudera deixar de pensar várias vezes nela. Perguntava-se onde estaria ela naquele momento, e o que estaria a fazer…Será que pensaria nele alguma vez? Ou será que ainda estava presa à recordação de Cedric? Esta ideia preocupava-o, pois odiava vê-la angustiada. E a lembrança de Cedric também não lhe era nada agradável. Sentiu um calafrio ao lembrar momentaneamente os instantes terríveis que vivera há pouco mais de um ano atrás, quando estivera frente a frente a Voldemort e presenciara o seu temível regresso. Por um momento, a cicatriz latejou violentamente e ele fechou os olhos com força.
- Harry, estás bem? – ouviu perguntar Ginny. Abriu rapidamente os olhos e notou um brilho de preocupação nos olhos da amiga, que se tinha aproximado um pouco mais. Sorriu, algo envergonhado, e disse, numa voz afectuosa, que estava tudo bem. As nuvens de preocupação que se haviam formado sobre a face de Ginny desvaneceram então num sorriso luminoso. Porém, ao se aperceber da pouca distância que separava os seus rostos, recuou, envergonhada.
Entretanto, aproveitando o momento de reflexão, a mão de Ron procurara, sorrateiramente, chegar mais perto dos dedos de Hermione, que se encontrava mergulhada nas águas profundas do seu pensamento, mas a pergunta inesperada de Ginny fê-lo desistir da intenção. Olhou para o horizonte com um suspiro e, de repente, viu um grande cão preto que corria para eles.
- Olhem! É o Padfoot!
Os outros acordaram instantaneamente dos seus pensamentos e correram para o enorme cachorro, que latia de contentamento.
- Sirius!
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Nota 2: E então, a Gininha tem um colar parecido com o do Draco...Que será que isso pode querer dizer? A resposta está nos próximos capítulos ^_^!E no próximo vai finalmente acontecer action DG (e dos outros casais também) no comboio :D! Beijocas larocas pra todos!***
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