O Ano Novo
Na hora do jantar, Snape demorou a descer. Alexandra já estava lá fazia tempos. Conversava animadamente com Hermione sobre uma poção muito complicada. Quando Snape desceu e ouviu o assunto, disse:
- Ah, vou desafiar vocês duas – disse ele. – Se fizerem essa poção certo, vão ganhar o meu respeito.
- Parece uma grande oferta – disse Alexandra.
- É, talvez ele parasse de me ignorar na sala, quando voltar a dar aulas em Hogwarts.
- Até lá, vocês estarão formadas – disse Snape.
- Mas que pessimismo! – exclamou Alexandra.
- É realismo, Bellefort – disse ele.
A maior parte dos membros da Ordem estava lá. A mesa era grande e todos chegaram aos poucos para o jantar, que Molly preparara, ajudada por Tonks.
- Ah, de novo essa sopa! – reclamaram Fred e Jorge em coro, fazendo a mesma careta.
- Ah, concordo – disse Hermione. – Da próxima vez, VOCÊS fazem o jantar, em vez de reclamar e...
- Ah, cala a boca – disse Rony.
- Cala a boca você, se você reclama da comida da sua mãe vai lá e faz melhor – disse Hermione.
- Gente... – começou Alexandra.
- A gente tava brincando – disse Jorge.
- É mesmo – disse Fred. – Afinal, quem não ia gostar de comer a mesma sopa gosmenta e grudenta todos os dias?
- Por que você não foi fazer então? – perguntou Tonks.
- Ah, porque a minha mãe não deixa, né – disse Rony.
- Claro, eles podem matar alguém com essas brincadeiras idiotas! – exclamou Hermione.
- Gente... – insistiu Alexandra.
A confusão só prosseguia porque Dumbledore não estava à mesa. E continuaram discutindo. Snape fingia que não ouvia. Moody não comia. Achava que podia ter alguma das brincadeiras de mau gosto dos gêmeos na sopa.
- SERÁ QUE DÁ PRA VOCÊS CALAREM A BOCA? – perguntou Alexandra, perdendo a paciência.
Todos se calaram e olharam-na espantados.
- Ótimo – disse ela. – Agora, sejamos racionais: temos que comer e, no momento, a sopa é o que temos. Amanhã, na hora do almoço, podemos escalar outras pessoas para fazer o almoço e...
- Mas quem mais sabe cozinhar aqui? – protestou Molly.
Outra discussão se iniciou.
- Ai, meu Deus – murmurou - Alexandra. – Gente, pára.... pára... PÁRA TUDO!
E outra vez todos se calaram e olharam para a garota.
- Obrigada – disse ela calmamente. – Eu sei cozinhar. E tenho certeza de que Gina e Hermione também sabe. Ainda mais Hermione, que é trouxa. Deve cozinhar bem, não?
- Crianças na cozinha – debochou Snape.
- Não vou responder – disse Alexandra friamente. – Mas então, meninas? Que me dizem?
- Ah, por mim, beleza – disse Gina. – Mamãe, eu amo a sua sopa, mas já tá enjoando.
- É... bem... eu... eu posso ajudar, claro... – gaguejou Hermione ao ver a expressão desapontada de Molly.
- Ah, essa eu quero ver – debochou Rony. – Hermione na cozinha!
- Qual das três vai nos matar antes? – perguntou Jorge.
- Qual das três tem algum motivo obscuro para destruir a Ordem da Fênix? – perguntou Fred, pilheriando.
- Eu sou uma suspeita – declarou Alexandra. – Porque eu quero aprender a dançar ballet e não posso deixar que matem a professora.
Os jovens que estavam na mesa explodiram em gargalhadas escandalosas.
- Mas você já dança ballet – lembrou Gina.
- Ah, mas não tão bem quanto Lorde Voldemort – retrucou Alexandra, sarcástica. – Não sei deslizar suavemente daquele jeito.
Mais risadas.
- Fred, segundo meus cálculos, ela está fazendo todos darem mais risadas do que nós – disse Jorge, fazendo-se de sério.
- É mesmo, Jorge, temos que dar um jeito nisso – concordou Fred.
Os dois se levantaram simultaneamente, como se tivessem adivinhado os pensamentos um do outro, e puseram-se um de cada lado dela.
- Recuse a honra de ser a maior pateta da turma – disse Fred.
- Ou você vai sair flutuando mais que os dementadores por aí – acrescentou Jorge.
- Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom – disse Alexandra.
Snape ajeitou-se na cadeira ao ouvir a frase, mas nada disse.
- Ei, como ela sabe, Harry? Você contou a ela?
- Não contei nada – disse Harry.
- Como você sabe? – perguntou Jorge. – Vamos, diga!
- Nem sob tortura – disse ela.
- Ahn... e se a gente pedir pro Dumbledore pôr você pra fazer poções com o Snape até as duas da manhã? – perguntou Fred.
- Eu já disse que nem sob tortura – disse Alexandra com um sorriso encantador.
Harry, Rony e Gina riram; Hermione ficou séria.
- Mais respeito, gente – disse Hermione.
- Ah, meu nome invariavelmente está na boca dos alunos nesse tipo estúpido de pilhérias, srta. Granger, não é horrível ouvi-los falar ao vivo – disse Snape sério.
- Você não é da Sonserina, Alex – disse Rony. – Não pode ser.
- Por quê? – perguntou ela curiosa.
- Porque... bom...
- Olha só o exemplo da Sonserina que temos aqui! O diretor da casa – disse Fred.
- Sr. Weasley, eu não sou mais seu professor, graças a Deus, mas isso não me impede de ensinar você a ter respeito – disse Snape azedo. – Não exagere nas gracinhas.
- Qual é o meu nome? – perguntou Fred ao professor. – Fred ou Jorge?
- Isso não faz diferença, faz? – perguntou Snape.
- Ah, diga.
Snape olhou-o entediado e disse:
- Fred Weasley.
- Impressionante! – exclamaram Fred e Jorge juntos. – Acertou outra vez! Como você faz isso, hein? Conta!
- É um feitiço que vocês já devem ter ouvido falar – disse Snape com o mesmo ar entediado. – Legilimens.
- TRAPAÇA!!! – gritaram Fred e Jorge. E saíram da cozinha.
- Você conhece esse, não é mesmo, Potter? – alfinetou Snape.
- Ah... é... – disse Harry.
- Eu também conheço – disse Hermione.
- Claro, não é, já deve ter lido em algum lugar, não é mesmo, Sabe-Tudo? – perguntou Snape grosseiramente.
Hermione ficou com cara de choro, mas não chorou.
- Ah, eu sei qual é esse feitiço – disse Alexandra. – É o que a tchutchuca usa pra entrar na mente das pessoas pra ver o que elas estão pensando, né?
- A tchutchuca é a bailarina? – perguntou Rony.
- Apelido é só pra íntimos – disse Alexandra com um riso.
- Você não falaria assim na frente dele – disse Moody severamente.
- Ah, não? – perguntou Alexandra em tom de desafio. – Então tá, vamos ver.
- Ele dá medo – disse Tonks.
- Claro, né, bonito do jeito que ele é, até se eu fosse Grifindor eu teria medo dele – pilheriou Alexandra.
- Ah, mas ele era bonito quando ainda era Tom Riddle – ponderou Gina.
- Ah, é verdade – disse Hermione.
- Eu não estou ouvindo isso – disse Harry. – Vocês estão falando de Lorde Voldemort!
- Ah, é, VOLDEMORT, né, Harry? – perguntou Alexandra rindo.
- Não, é VOLDEMORT – disse Harry, rindo também.
- Nossa, gente, tenho que fotografar a cara que vocês fazem quando ouvem o nome dele – disse Hermione com um riso tranqüilo.
- É, um ex-comensal deve ter muito medo – provocou Moody.
- É, talvez – disse Snape irritado.
- Ainda mais quando se lembra das coisas que fazia para Você-sabe-quem... – provocou Moody.
- Pois eu acho que... – começou Alexandra.
- Não preciso que me defenda, Bellefort, fique no seu lugar – disse Snape secamente.
Os jovens ali se entreolharam.
- É, Moody, por que você não conta para eles o que eu já fiz? – perguntou Snape de modo agressivo. – Quem sabe consiga provocar o efeito que eu já provoco desde que me conhecem?
- Mas o que está acontecendo aqui? – perguntou Dumbledore, entrando na cozinha.
Várias pessoas começaram a falar ao mesmo tempo, menos Snape e Alexandra, que olhou para Dumbledore com um sorriso calmo.
- Chega – disse Dumbledore, fazendo todos se calarem. – Alex, o que aconteceu?
- O Moody provocou o Snape, e o Snape reagiu agressivamente, com palavras – disse a garota tranqüilamente. – Claro, o Moody só provocou o Snape porque eu e o Harry estávamos falando VOLDEMORT e aí o Moody disse ao Snape que deve ser difícil para um ex-comensal ouvir o nome do VOLDEMORT.
- Ah... entendo – disse o velho diretor. – Mas então... a discussão que se seguiu foi a típica?
Ela assentiu.
- Não gosto disso, Moody – ralhou Dumbledore. – Estamos todos contra Lorde Voldemort, não importa o que fizemos no passado. Acabou. Fim da discussão. E o que temos para jantar?
Molly alegrou-se e disse:
- Sopa!
Dumbledore fez uma cara de que não era aquilo o que ele queria, mas nada disse.
- Com licença, tenho que trabalhar – disse Snape. E retirou-se.
Alexandra olhou para Dumbledore, como que pedindo aprovação, e ele fez que sim com a cabeça.
- Ahn... onde é o meu quarto? – perguntou ela.
- No mesmo corredor do quarto do professor Snape e da Tonks – disse Hermione.
- Ah, vou lá ver, então – disse Alexandra. E se retirou com pressa.
Não estava nem um pouco interessada em ver seu quarto. Queria conversar com Snape. Bateu à porta invisível do quarto dele. Não ouvia som nenhum; parecia parede sólida. Bateu outra vez. Esperou bastante e, quando ia embora, ele abriu a porta.
- Ah, você – disse ele. Não estava mais irritado.
Em vez de mandá-la embora como sempre fazia, abriu mais a porta para deixá-la entrar. Quando ela entrou, ele trancou a porta.
Alexandra sentou-se no sofá daquela ante-sala e disse:
- Não gosto do que jeito que você me trata lá fora, não gosto do jeito que fala com o Harry só porque ele é filho de um maroto, e não gosto do jeito como trata Hermione – começou ela séria, usando aquele seu dom de ir direto ao ponto.
- A porta está bem ali, para você sair a hora que quiser – disse ele, mas estava calmo.
- Acha que eu sou você, para fugir do assunto toda hora? – perguntou ela, de modo calmo, mas que tendia para o agressivo. – Você não precisa ser assim. Tem tudo para ser um dos melhores professores de Hogwarts. Você foi um comensal, mas isso é passado, não é? Vai ficar se recriminado pelo resto da vida.
- Você tem alguma idéia do que já fiz?
- Claro – disse ela de modo natural. – Você era um comensal. Quando perguntei se Draco tinha dito a verdade sobre você fazer tudo o que os comensais fazem, era só pra ouvir a resposta. Eu sabia que sim, claro, se você era um comensal. Mas você veio para o lado de Dumbledore antes do Voldie cair, isto é, quando ele tava mais poderoso. Isso faz diferença. Mas você acha que não. Fala daquele jeito comigo para ver se me afasto de você, é isso?
- É isso sim – disse Snape. – Você não tem como ser feliz com o amargo Severo Snape. E eu descobri que quero ver você feliz.
- Bom, você não me faz feliz quando manda eu me calar justo quando vou fazer o Moody se sentir um imbecil – disse ela com um sorriso que ela sabia que fazia Snape se acalmar.
- Não consigo ser um monstro com você aqui dentro – disse Snape.
- Mas ainda não deixou cair a máscara – disse ela. – Olhe para mim. Seus olhos continuam me contando segredos. Você não se mostra como realmente é.
- Não tenho um “realmente”, Alex. Eu sou assim mesmo.
- Tá bom, vai dizer que você não ri das piadas dos gêmeos Weasley?
- Não, não têm graça – disse Snape seco.
- Como você é amargo! – exclamou ela. – Não precisa ser assim.
- Eu sou assim; se gosta, ótimo, se não gosta, pode ir.
Alexandra sorriu pacientemente.
- Ah, não vou desistir – disse Alexandra. – Vamos, Severo, tenho o tempo inteiro. Pare de fingir que é um monstro... pare de fingir que não sente. Porque é o que você faz. Você finge. Mas vi você se remexer na cadeira quando citei a nobre frase dos marotos.
- Você é muito irritante.
- Isso eu sei, mas não é esse o assunto – disse Alexandra calmamente. – Olhe só para mim. Estou aqui. Pense nisso. Pense que, se eu não quisesse, eu não estaria. Poxa vida, Severo, como posso ficar com você se você não me aceita?
(Comentário da autora: cara, ninguém merece discutir relação agora, hein?)
Snape sentou-se no sofá oposto ao dela e disse:
- Você não entende o que é suportar as provocações de aurores politicamente corretos – desabafou ele. – Não sabe o que é se lembrar a cada momento os erros terríveis que se cometeu. Acha que gosto da minha marca negra? Acha que gosto de exibi-la por aí? De dizer para todos que fui o maior e mais sensacional seguidor do Lorde das Trevas? Não, não gosto. E, depois de tudo o que fiz na vida, conheço uma menina linda e doce que vem me dizer que me ama. É claro que acho que não mereço isso. Depois de tantos assassinatos e estupros... e coisas nojentas e reprováveis... Não sou uma pessoa feliz, Alex, e não acho que eu mereça ser. Como você lembrou muito bem, sou amargo. Você, que é tão viva e alegre, não precisa de alguém como eu na sua vida.
Ela ajoelhou-se na frente dele e segurou as mãos dele.
- Severo, isso sou eu que decido – disse ela, com um sorriso doce. – Você não pode se trancar na sua fortaleza e se afastar do mundo, se afastar DE MIM... não é o que eu quero. Não é o que VOCÊ quer... E você não precisa ser amargo. Não precisa pagar por crimes pelos quais já pagou tanto... O Voldie não deve ter te recebido de braços abertos, né? Deve ter te torturado... Você tem a confiança do Dumbie... Cara, pensa: o grande Alvo Dumbledore confiou a VOCÊ a missão de me trazer para cá. Você não faz idéia do quanto a minha segurança é importante para ele e para o mundo... E, como se não bastasse, entregou a VOCÊ o papel com a letra dele, revelando o segredo de onde está a base da Ordem da Fênix. Você acha que o Dumbie confia em você? Não, não, ele fecharia os olhos e te deixaria guiá-lo por uma ponte de arame para atravessar um precipício!
Snape sorriu. Era um sorriso tímido, não pela timidez em si – é que era um sorriso de quem não está acostumado a sorrir.
- Acho que me sinto feliz quando você está por perto. E não falo daquele perto que é mais perto do que tudo...
Alexandra riu. Snape apenas a observou. Adorava vê-la sorrir.
- Amanhã é ano novo, né? – perguntou ela casualmente.
- É – disse Snape. – Vamos esperar que as coisas mudem mesmo... não agüento mais essa situação. Tirando o fato de que, pra todos efeitos, eu matei Dumbledore. Até parece, mas enfim...
- Ah, chega disso – disse Alexandra. – Vamos a assuntos felizes... Vai de branco no ano novo, Severo?
- Ah, você deve estar brincando – disse ele, que parecia bem humorado.
- Não! É sério!
- Não acredito em superstições trouxas – retrucou ele.
- Não estou falando no sentido da superstição – disse ela. – É só pra começar o ano novo em paz.
- Bobagem.
- Ah, eu vou de branco – disse ela.
- Sem decote, sem fenda no vestido, sem costas nuas – disse ele imediatamente.
Ela riu.
- Já tá querendo mandar em mim? Nem vem! Você só vai ver amanhã o meu vestido... e nem vai dar palpite.
- Olha lá, hein – disse ele. – Você é só minha, não quero nenhuma daquelas crianças olhando para você.
- Isso não é possível, mas vou ver o que posso fazer por você – disse Alexandra com um sorriso divertido.
Snape arqueou a sobrancelha.
- Ah, e o Dumbie tá me saindo um cupido da hora – disse Alexandra calmamente. – Não pensei que ele fosse apoiar o nosso... “caso”, como ele chama.
- Ah, o Dumbledore é meio cheio dessas histórias de “amor” – suspirou Snape, como que entediado. – Ele acha que você me faz bem...
- Você fala como se não fosse verdade – disse Alexandra com um sorriso tranqüilo.
- Ah, e você fala como se a minha vida dependesse de você – disse Snape. – Bom, confesso que, às vezes, eu penso que sim, mas são uns acessos de romantismo descabido...
- “Acessos de romantismo descabido”? – perguntou Alexandra, achando graça. – Você tem vergonha de dizer que me ama... eu não tenho, sou sem vergonha: EU TE AMO, Severo Snape.
- Já chega, né? – perguntou ele. – Acho que já está na hora de você ir pra sua cama.
- Pra minha? – ela parecia desapontada. – Tá bom... Já que é assim...
Ela levantou-se e dirigiu-se para a porta.
- Ah, eu já peguei pesado com você hoje – desculpou-se Snape.
- Aham – concordou ela calmamente.
Ela ficou esperando ele ir abrir a porta, mas ele perguntou:
- Não vai me dar boa noite?
A garota sorriu tranqüilamente; foi até ele e deu-lhe um beijo caloroso, mas não o deixou fazer mais nada; afastou-se logo.
- Severo, abra a porta logo, antes que você mude de idéia – pediu ela. – Estou mesmo com sono. Não dormi muito bem a noite passada.
Ao dizer isso, ela riu; Snape deu um meio-sorriso.
- Ora, está bem – disse ele, e logo fez um gesto displicente com a mão; a porta destrancou-se.
Ela beijou a própria mão e soprou-a, como se estivesse lançando um beijo para ele, e saiu. Snape foi deitar-se. Também estava cansado. Mas, logo que se deitou, perguntou a si mesmo se não seria melhor se Alexandra estivesse com ele. Começou a sentir medo do que sentia por ele. Mas não era medo do amor em si, era medo de que um certo alguém, que não se deve nomear, soubesse desse sentimento.
Estava cansado demais; pois passara aqueles dois dias sem dormir, cuidando para que ela não fugisse dele, ou para que nada pudesse chegar perto e fazer mal a ela. Por isso, adormeceu logo.
Gina, os gêmeos Weasley, Harry, Rony e Hermione estavam sentados à frente da lareira. Conversavam sobre tudo, desde o cardápio dos dias na base da Ordem até o plano para derrotar Voldemort. Era uma conversa agradável.
Os adultos já haviam se recolhido, mas os deixavam ficar acordados até tarde, contanto que no dia seguinte estivessem de pé às sete horas para o café da manhã.
Até que o assunto mudou para o típico assunto de qualquer adolescente.
- Ow, gente, o que será que aconteceu entre o Snape e a Alex nesses dois dias juntos, longe de tudo e de todos? – perguntou Gina, com um ar meio malicioso.
- Ah, credo! – exclamou Hermione. – Não deve ter acontecido nada; ele é tão... tão velho! E ela é bonita, é jovem... não ia querer ficar com ele, ia?
- Sei lá, ele foi comensal... – disse Rony.
- Ah, eu odeio o Snape, mas se o Dumbledore confiou a ele a missão de trazer a Alex é porque sabia que ele não faria nada contra a vontade dela...
- Mas aí é que está a questão: e se ela quisesse?- insistiu Gina.
- Ela não ia querer! – exclamou Fred. – Quem ia querer alguma coisa com aquele seboso?
- Meu, se a mãe da Pansy Parkinson casou, até o seboso pode conseguir alguma coisa com alguém – disse Gina.
- Ah, mas com a Alex? Aí é que está o problema – disse Harry.
- Ah... bom... tem gosto pra tudo – Hermione concordou com Gina. – A Alex realmente me pareceu bem abatida depois da primeira detenção com o Snape... e se ele tratou ela mal... se ela estivesse gostando dele, ela não ia querer ser tratada como qualquer grifinório...
- Ah, mas EU também ficaria abatido se tivesse que olhar para a cara do Snape por duas ou três horas, sem ter como fazer piada nenhuma – disse Jorge.
- Ah, é, isso seria uma tortura – disse Rony. – Uma detenção com o Snape seria a pior desgraça da minha vida.
- E o pior é que é – disse Harry. – Ele é tão... nojento! Irritante, metido, prepotente...
- Chega, né – disse Hermione. – Porque ele é um excelente mestre de poções e tem uma coisa que vocês, pobres crianças não têm.
Os garotos olharam-na curiosos; Gina parecia saber o que Hermione ia falar.
- Experiência – sussurrou Hermione, e ela e Gina começaram a rir aquela risadinha tonta de garotas que estão falando bobagem.
Os garotos olharam para as duas indignados.
- Experiência EM QUE, exatamente, Mione? – perguntou Rony.
- Viu, se você soubesse, já seria um primeiro passo – disse Gina. – Esses meninos demoram pra crescer!
- Mas será que a Alex e ele já...? – Hermione perguntou num sussurro para Gina.
- Sei lá... – murmurou Gina. – Se a gente tiver cara-de-pau o suficiente, a gente pergunta pra ela amanhã...
- Eca! – exclamou Rony. – Será que ela já beijou o seboso?
- Que nojo! – exclamaram Fred e Jorge ao mesmo tempo.
- Eu preferia beijar um sapo – disse Fred.
- Ou um morcego – disse Jorge.
- Ah, a gente pergunta – disse Gina. – De preferência quando o Snape estiver bem longe.
- Eu vou dormir – disse Harry, fazendo cara de nojo. – Snape... credo!
- Eu vou também – disse Rony.
E logo os gêmeos Weasley foram também, de modo que só Hermione e Gina ficaram lá, sentadas à frente da lareira.
- Nossa, a Alex já deve ter... enfim, deve ter conhecido o Snape melhor – disse Gina.
- Mas o que te levou a essa conclusão? – questionou Hermione curiosa.
- Oras, o jeito que o Snape ficou depois da missão... o Dumbledore mandou a Alex ir até o quarto do Snape, por que justo o Snape tinha que explicar o plano pra ela... Porque ela queria se desculpar com o Snape. Quero dizer, ninguém se importa com os sentimentos do Snape, porque ninguém pensa que ele tem sentimentos... mas, se ela soubesse, seria diferente...
- Mas o Dumbledore apoiaria isso? – duvidou Hermione. – É contra as regras e...
- Ah, Mione, por favor! Esqueça as regras! Nem o Dumbledore lembra delas!
- Tem uma lógica o que você disse, mas...
- E, além disso, o Snape dançou direito com a Alex no Dia das Bruxas – lembrou Gina. – Eu fiquei reparando. Tipo, eu sei que ela é da Sonserina, mas ele não chegaria tão perto dela se não quisesse alguma coisa. E depois ela fez uma cara de assustada e o Snape se afastou dela...
As duas recomeçaram com os risos tontos.
Na manhã seguinte, estavam todos à mesa do café da manhã e Dumbledore disse:
- Não se esqueçam de que hoje teremos a maravilhosa ceia de ano novo.
- Maravilhosa? – duvidou Rony. – O que vai ter pra comer? Sopa de novo?
Houve manifestações de apoio; Dumbledore pediu silêncio e disse:
- As nossas alunas irão preparar a ceia – ele deu um sorrisinho calmo e disse acrescentou: - Espero que não esteja nada envenenado. Sei que vocês não são elfos domésticos, mas por favor, lembrem-se de que é ano novo. Caprichem.
- Calma, Dumbie, você me conhece – disse Alexandra.
- É por isso que não estou calmo – disse Dumbledore alegre; parecia ter esquecido das preocupações da época que estavam vivendo. – Gina, Hermione, não deixem Alex pôr fogo na casa.
Alexandra caiu na gargalhada.
- Ahn... desculpa, eu não peguei a piada – disse Hermione.
- Ele não disse “fogo” no sentido exato da palavra – explicou Alexandra calmamente. – É que, enquanto estou preparando alguma refeição, eu ponho música trouxa no último volume, até o aparelho de som explodir.
E voltou a rir.
- Ainda não entendi – comentou Hermione séria.
- Não tem piada – disse Snape sério. – Essa garota veio cantando o caminho inteiro; dava vontade de sufocar ela.
- Ah, que maldade – disse Alexandra. – Meninas, antes de nos aventurarmos na cozinha, tomando o nobre lugar de Molly Weasley, quero ver os vestidos de vocês.
- Isso é bem coisa de mulher – debochou Rony.
- Ah, é, e temos que te perguntar uma coisa, Alex – disse Hermione. – Ah, só uma pergunta: como foi que vocês desaparataram de Hogwarts?
- Questão de localização – disse Snape. – A Bellefort estava no meu quarto, remexendo as minhas coisas. Ali é o único lugar de Hogwarts onde é possível desaparatar, porque o professor Dumbledore permitiu assim, para que eu pudesse atender logo aos chamados do Lorde das Trevas.
- Ah, eu não sabia disso – disse Alexandra.
- Sorte a minha; seria difícil arrastar você para lá – considerou Snape.
Gina, Hermione e Alexandra terminaram de comer e levantaram-se. Primeiro foram ao quarto de Gina, que era no primeiro corredor acessível. O vestido da garota era lindo, a ponto de espantar as duas amigas.
- O Harry vai ficar apaixonadinho – disse Alexandra.
- Ah, será que ele consegue falar comigo ainda essa noite? – perguntou Gina. – ele é tão... indeciso... e burro... ele devia chegar logo, falar logo... Irritante essa demora!
As outras duas concordaram, depois foram para o quarto de Hermione. O vestido da garota não era menos belo.
- O Rony é um idiota, mas se você chegar ele num canto, acho que ele fala logo com você – disse Gina, com uma risadinha.
- Ah, nem me fale! – disse Hermione irritada. – A única vez em que nos beijamos a iniciativa foi minha. Ele é muito tonto, podia ser mais direto...
Depois de uma breve concordância, foram para o quarto de Alexandra. O vestido dela deixou as amigas boquiabertas.
- Era da minha mãe – murmurou Alexandra. – Ela vestia ele quando conheceu meu pai...
- E quem você vai conquistar essa noite? – perguntou Gina, bem direta. – Algum dos gêmeos? Você não vai estar tão linda pra ninguém!
Alexandra corou.
- Agora você vai falar! Quem é o sortudo? – perguntou Hermione, tomando cuidado para não dar bandeira.
- Eu não devia falar... – murmurou Alexandra.
- Ah... o Snape vai adorar o seu vestido – disse Gina.
Alexandra olhou-a, espantada.
- Como você...?
- Ahá, eu sabia! – exclamou Gina triunfante. – Não se preocupe, eu é que sou um gênio; vocês não deram bandeira não...
- Mas como...?
- Ah, eu reparei em certos olhares e atitudes que ninguém repara – disse Gina simplesmente. – A gente tava discutindo isso ontem à noite.
- “A gente”? – perguntou Alexandra.
- É, eu, a Mione e os garotos.
- Ai, caramba!
- Mas não se preocupe; eles não acreditaram – disse Hermione. – Bom, nem eu tinha acreditado até agora...
- Mas a gente queria te perguntar uma coisa – começou Gina, não acreditando na própria cara-de-pau. – Você e o Snape já devem ter se beijado...
- Já – disse Alexandra, guardando o vestido.
- E vocês por acaso já... é... bom... você sabe! – disse Gina.
Alexandra achou engraçado o desconforto dela em falar sobre aquele assunto.
- Ah, você quer saber se já dormimos juntos? – perguntou a sonserina.
As outras duas fizeram-se escarlate.
- Já – disse Alexandra naturalmente. – Mas se vocês contarem para os meninos, vou amaldiçoar vocês duas.
- Nossa... não pensei que ele soubesse fazer alguma coisa – comentou Hermione.
- Ah, ele não é Harry, nem Rony – disse Alexandra. – Ele é bem direto, sabem, não fica enrolando... mas chega, não vou dar detalhes!
- Mas a sua primeira vez foi com ele? – perguntou Hermione, ainda sem acreditar.
- Foi – disse Alexandra, dirigindo-se para a porta. – Mas acho melhor vocês esquecerem esse assunto, o Severo me mata se souber que eu disse pra vocês...
As outras duas se entreolharam: “Severo” provava que Alexandra dissera a verdade.
Durante todo aquele dia, Molly apenas ajudou as meninas na cozinha, mas elas é que comandavam. A ceia servida à meia-noite, mas a fome já atacava os que estavam na casa.
Hermione fez um feitiço para que a mesa começasse a se arrumar sozinha e as três meninas subiram para se arrumar quando ainda eram onze horas.
Eram cinco para a meia-noite. Todos já estavam lá; só faltava Alexandra (comentário da autora: Êêêêêêêêê, clichê!!!), mas ela finalmente desceu. Todos aguardavam a meia-noite na sala da lareira, para onde davam as escadas.
- Uau! – exclamaram os gêmeos Weasley, olhando vidrados para o alto da escada.
Todos olharam para lá e ficaram surpresos. Sim, era uma lady. Não havia dúvidas. Além de toda a beleza dela, Alexandra tinha uma elegância indescritível.
O vestido era frente única, não tinha decote nem fenda, nem nada assim. Mas as costas eram abertas até a cintura. Era um vestido branco, de crepe, com finíssimo corte. Nas bordas tinha pequenas pedrinhas de brilhante. Ela usava luvas três quartos brancas, como uma verdadeira bruxa. O cabelo estava cacheado, preso de modo displicente, de modo que os cachos lhe caíam pelos ombros perfeitamente.
Snape fez uma mesura, não por causa dela, mas por causa dos olhares lançados a ela.
- Já podemos ir para a mesa, então? – perguntou Dumbledore.
Foram todos para a sala de jantar. A ceia estava servida. Brindaram com champanhe ao ano novo e às mudanças que viriam com ele e sentaram-se. Dumbledore dera um jeito para que os casais ficassem um ao lado do outro. Assim, Tonks e Lupin estavam um ao lado do outro, Hermione e Rony, Harry e Gina, Snape e Alexandra. Os outros que sobravam não estavam organizados assim. E ninguém percebia a organização porque a mesa era longa e única.
A comida estava deliciosa, mas o chester estava especial. Estava a melhor de todas as comidas da noite.
- Nossa, quem foi que fez esse chester? – perguntou o sr. Weasley.
- Foi a Alex – disse Hermione. – Nossa, tá muito bom.
- Tá mesmo! Eu sou profissional nesse assunto: comida – disse Rony.
- Ela já pode casar, logo que se formar – provocou Dumbledore com um riso bonzinho.
- Eu não – disse Alexandra. – Tenho que resolver um problema antes.
- Que problema? – perguntou Tonks.
- Arranjar um candidato a noivo – respondeu Alexandra calmamente.
- EU! – exclamaram Fred e Jorge ao mesmo tempo.
Snape lançou-lhes um olhar de reprovação.
- Ah, quanta gentileza! – exclamou Alexandra. – Mas como vou saber qual é meu marido e qual é meu cunhado? Ih, nem dá. Tem que ser outra pessoa.
- Ah, que esplêndido jantar! – exclamou Dumbledore. – Agora, vamos dançar. Vamos lá. Ponha alguma coisa para tocar, Alexandra. Não sei mexer nesse tal rádio.
- Nem precisa. É só usar magia – disse Alexandra. – Mexer em aparelhos trouxas sem magia é pra loucos...
- Ei! – exclamou Hermione.
- Não vale pôr aquela música horrível – disse Snape sério.
- Ah, tá. Mas o senhor vai dançar, né? – perguntou Alexandra.
- Só se for algo que eu souber, ou seja, nada – disse Snape. – Mas eu fico olhando, não se incomodem comigo.
- Ah, o senhor dança se tocar algo que o senhor souber dançar? – perguntou Alexandra. – Então tá.
Ela nem pegou a varinha; estalou os dedos e começou a tocar um tango.
- Isso! – exclamou Dumbledore. – Você tem que dançar agora, Severo.
- Ninguém vai me acompanhar – retrucou ele, parecendo mal humorado.
- Eu vou! – exclamou Alexandra triunfante. – Levanta daí, sr. Snape. Pode vir!
- Prefiro ser torturado pelo Lorde das Trevas a dançar tango na frente dos gêmeos Weasley.
- Tá, é só torturar eles antes deles fazerem alguma piada – disse Alexandra. – Vem logo. Ou então nem precisa. Eu danço com quem quiser dançar.
Snape levantou-se, carrancudo.
- Você vai me pagar – disse ele para a garota. – Vou fazer provas tão difíceis que todas as séries vão ser reprovadas; vão ter me suportar por mais um ano.
E puxou-a para si. Todos foram dançar, mas olhavam Snape para ver se ele dançava mesmo tão bem quanto Dumbledore dissera. Sim, ele dançava. E, para espanto de Gina e Hermione, ele tinha algo que as meninas definem como “a pegada”. Sim, ele tinha o jeito de segurar uma mulher, mesmo que fosse só em uma dança.
- Eu disse que não queria ver você com as costas abertas – disse ele sério.
- Uau, Severo, que pegada, você dança mesmo muito bem – sussurrou ela.
- Não desvie o assunto.
- Ah, eu quis ficar linda para você, e para mais ninguém. Se os outros acharam, problema deles; não precisa ter ciúmes de mim. Você sabe o que eu sinto por você. Isso devia te bastar.
- Ah... está bem – disse ele.
- Você me beijaria aqui, na frente de todo mundo? – perguntou Alexandra, olhando para dentro dos olhos negros dele.
- Não aprecio esse tipo de exibições públicas – respondeu ele.
- Ah, você é discreto – disse Alexandra. – Eu sabia disso.
A música acabou. Todos aplaudiram todos.
- Nossa, o Snape sabe dançar – murmurou Rony para Harry, um pouco enciumado.
- Ih, esquece, Rony – disse Harry. – Vai demorar muito pra falar com a Mione?
- E você? – perguntou Rony mal humorado.- Vai demorar muito pra falar com a minha irmã?
Os dois ficaram um pouco hesitantes. Alexandra sussurrou no ouvido de Snape?
- Esses grifinórios, viu! Você devia ensinar a eles como “chegar”, sabe?
Snape permitiu-se rir, um riso discreto.
- É, esses incompetentes não sabem falar com as meninas... Eles têm problemas...
- Ah, mas se elas não ajudam... – disse Snape.
- Ah, então quer dizer que eu ajudei você a falar?
- Claro – disse Snape. – Se tivesse me dado um fora de primeira, eu nem continuava a falar...
Alexandra riu; depois notou que o olhar de Snape se afastou para o nada. Ele tinha pensado em alguma coisa que o preocupava.
- Que foi, Severo? – perguntou Alexandra, num sussurro.
Snape segurou o braço esquerdo com a mão direita; tinha uma expressão de quem procura camuflar a dor.
- É o Voldie te chamando?
Snape arregaçou a manga e mostrou a Marca Negra, muito escura e visível.
- Peça para o Dumbledore vir até aqui.
Como eles estavam num canto da sala de lareira e os outros estavam na varanda, Alexandra afastou-se logo e voltou com Dumbledore.
- O que foi, Severo? – perguntou o velho diretor.
- O Lorde das Trevas está me chamando – explicou Snape. Ele já tinha escondido a feia marca. – A partir de agora ele já sabe que não sou servo dele. Nosso plano vai entrar em contagem regressiva.
Dumbledore assentiu.
- Amanhã mesmo começaremos a preparar tudo – disse o bruxo mais velho. – Agora, se me dão licença, não vou ficar no papel de irmão chato.
Alexandra sorriu. Quando Dumbledore se uniu aos outros novamente, Alexandra perguntou a Snape:
- Qual plano?
- Você vai saber amanhã – disse Severo Snape simplesmente. – Até lá, espere.
- Esperar é terrível!
- Eu sei disso – retrucou Snape. – E por experiência própria.
- Ah, acho que já vou subir... – disse a garota.
- Isso – concordou Snape. – Aí você aproveita e me mostra como é o seu quarto, que eu ainda não vi.
A garota sorriu e olhou em volta.
- Vai ficar muito estranho se nós dois desaparecermos ao mesmo tempo – sussurrou ela.
- É verdade – concordou Snape. – Será que o Weasley e o Potter vão demorar demais a falar com aquelas duas garotinhas?
Alexandra soltou uma gargalhada divertida.
- Você é muito impaciente, Severo.
- Eu sei disso.
Rony conseguiu se afastar de tudo com Hermione, para o outro lado da casa, numa varanda onde podiam ver a lua (comentário da autora: blah!). Hermione fingia que não sabia de nada; Rony parecia que ia engasgar a qualquer momento.
- Sabe, Mione, eu tava pensando...
A garota olhou-o com aquele ar intelectual nada receptivo, mas ela não sabia olhar de outro jeito. Rony teria que se acostumar a isso.
- É que... bom, sabe... a gente... já passamos tanta coisa juntos, nós e o Harry... Bom, somos amigos há muito tempo, né?
- É mesmo – disse Hermione com um sorriso com pretensões de ser divertido.
- Sabe, é que eu achei que... bom, se somos tão amigos... e aquele dia que a gente se beijou... bom, eu acho... eu acho... na verdade... estou sentindo uma coisa... ACHOQUEESTOUMUITOAFIMDEVOCÊ!!!!!
Hermione olhou-o com expressão de que não entendeu.
- Que?
- É isso mesmo que você ouviu – disse Rony, muito ofegante, como se tivesse feito o maior esforço de sua vida.
- Ronald, eu não ouvi – disse Hermione, assumindo um ar superior, mesmo que contra a vontade dela.
- Ah... é que... MIONE, ACHO QUE EU TE AMO!
Ele olhou para o outro lado bem rápido. Hermione sorriu.
- Pensei que você não ia dizer isso nunca – disse a garota com um sorriso alegre.
Rony olhou-a, num misto de espanto e alegria. O ano novo ia mesmo mudar muitas coisas...
Gina é que afastara Harry dos outros, sob o pretexto de pegar mais champanhe. Estavam sozinhos na cozinha, que estava a luzes apagadas. Harry achou que aquela era a oportunidade perfeita, mas estava com medo de estragar tudo. Não sabia falar com garotas direito.
- Han... Gina...
- Que é? – perguntou ela, aproximando-se dele, para encher a taça dele.
- Bom, eu acho que... sabe, acho que você é mesmo muito linda e que... desde que conheço você, eu...
Gina não ia agüentar aquela hesitação toda. Abraçou-o e beijou-o logo. Harry ficou muito surpreso, mas achou aquela surpresa deliciosa. Melhor que Cho, com certeza.
- Ah, Harry, como você demora para falar! – exclamou Gina com um sorriso alegre.
- É que eu achei que podia levar um fora e...
- Um fora, Harry? Francamente! Até parece! Se eu sou apaixonada por você desde que te conheço!
- Ah, achei que você gostasse de Harry Potter, o menino que sobreviveu, e não de mim, o Harry...
- Ah, sei lá, viu – disse Gina. – Quando eu era uma menininha idiota, talvez, mas eu gosto é de VOCÊ!
Harry sorriu, e voltou a beijá-la.
- Ah, acho que eles já se acertaram – murmurou Alexandra, voltando à sala de lareira. – Agora, todos vão dar uma escapadinha estratégica...
- Inclusive nós – disse Snape.
- É – disse Alexandra com um sorriso.
Estavam no quarto dela, quando Snape disse:
- Uma coisa que me assustou um pouco quando pensei: não estamos tomando cuidado para que você não engravide...
Alexandra riu; até achou graça.
- Ah, você lembrou! Interessante. Mas como a mulher da história sou EU, e, portanto, a mais preocupada com isso sou EU, é claro que EU tomo cuidado. Tenho um estoque de poção contraceptiva.
Snape olhou-a, um pouco surpreso.
- Você é mais calculista do que imaginei.
- Ah, é verdade. Você me subestima – disse a garota calmamente.
A noite não foi nada longa. Nunca era. Nem para quem estava feliz, nem para quem, do outro lado da Inglaterra, estava morrendo de ódio.
P.S.: a Mirela perguntou como foi que eles desaparataram de Hogwarts... Pois bem; está aí a minha explicação.
P.S.2: Valeu pelos comentas, Mirela, são muito importantes pra mim...
P.S.3: se alguém tiver alguma crítica a fazer, pode fazer, ou aqui, ou direto no meu e-mail ([email protected])
bjosssssssssssssss
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!