Chegada ao Destino



Quando Alexandra acordou, viu que estava se aproximando de um vilarejo, Ainda estava cavalgando com o ex-mestre de Poções. E, a julgar pelo fato de que era quase seis e meia da tarde, teve certeza de que já era o dia seguinte ao do ocorrido na floresta.
- Ah, demorou a acordar – disse Snape sério.
– Então... estamos chegando? – perguntou ela.
- Quase – disse ele. – Vamos parar numa hospedaria nesse antro de trouxas... E vamos passar a noite aqui. Amanhã estaremos lá.
- Ah... mas em que país estamos? Não é a Inglaterra, é?
- Pare de perguntar...
Alexandra voltou a cantarolar:
- Now I will tell you what I’ve done for you... 50 thousands tears I’ve cried... Screaming, deceiving and bleeding for you... And you... Still won’t hear me...
(Aewwww, outra música pra vcs... Lá vai a tradução: “Agora eu vou te dizer o que eu fiz por você... 50 mil lágrimas eu chorei... Gritando, enganando e sangrando por você... E você... ainda não vai me ouvir...”)
- Você gosta de músicas – comentou ele. – Músicas trouxas, o que é pior.
- Sempre tem uma música que diz exatamente como me sinto – retrucou ela.
Desceram do cavalo, perto de uma hospedaria. Nem parecia estarem vivendo na atualidade. Parecia uma aldeiazinha da Idade Média. Mas não. Era um vilarejo para viajantes.
Entraram. A figura de Snape chamou um pouco a atenção, mas nada a que os que lá estavam dispensassem muito tempo. Passavam muitos forasteiros estranhos por ali.
- Um quarto – disse Snape.
- Vai pagar em galeões? – perguntou o dono do lugar.
- Ah, bem esperto – comentou Snape. – E o dobro do preço pelo seu silêncio.
Alexandra não entendia. Aquele lugar estava cheio de trouxas, mas o dono de lá era um bruxo. Compreensível. Ele parecia mesmo um bruxo das trevas.
- E a beldade? – perguntou o homem, lançado um olhar a Alexandra. – está com você?
- Está, mas não é para mim – disse Snape.
- O que não impede que você consiga algo dela, não? – perguntou o homem, dando-lhe uma piscadela e entregando-lhe uma chave.
- Ah, mas sem dúvidas – disse Snape tranqüilamente.
Ele puxou Alexandra pelo braço até uma escada de madeira apodrecida.
- Não se preocupe, os quartos são bons, ao contrário desse lugar horrível – disse ele, ao notar o olhar dela.
- Mas por que está me arrastando desse jeito? Não vou tentar fugir; nem sei onde estou!
- Medidas de segurança – disse ele. Pararam à frente de uma porta de madeira velha, mas em melhor estado do que a madeira das escadas. Ele pôs a chave na fechadura e abriu a porta. Empurrou-a para dentro, jogou-a na cama e entrou depois e trancou a porta.
Alexandra recuou.
- Não seja imbecil – disse Snape impaciente. – Se não tentei nada com você num lugar onde ninguém poderia ouvir seus gritos, por que eu o faria aqui, onde há testemunhas? Você é mesmo bem tonta...
- Não posso prever o que você vai fazer – murmurou ela.
- Ah, certo... – disse ele, sentando-se na cama e tirando os sapatos.
- Vamos dormir na mesma cama? – perguntou ela, indo para o lado oposto ao que ele estava.
- E você acha que eu deixaria um quarto só para você, para que a lady fugisse? – debochou Snape. – Deite-se e não reclame.
- Mas eu posso tentar fugir, ou pegar a sua varinha de você – disse ela.
- Ah, mas não vai conseguir nada se estiver presa à cama, vai? – questionou ele.
Alexandra olhou-o.
- Por favor... faz tanto tempo que não durmo direito... – pediu ela. – Será que você não podia confiar em mim só um pouquinho? Juro que não vou tentar nada, nem sair, nem te matar, nem nada...
- Ah, claro – disse ele irônico. – Vou acreditar em você.
- É verdade, Severo, por favor... Nem vou me importar de você estar na mesma cama que eu! Juro pelo que você quiser.
Snape olhou-a.
- É, acho que você vai precisar estar bem descansada para amanhã. Mas saiba que tenho o sono muito leve e que acordarei se você respirar diferente – disse ele.
- Ah, é, até porque você viu quando eu saí da sua cama depois daquela noite no dia das bruxas, né? – satirizou ela.
- Você não estava sob a minha guarda naquele dia – retrucou Snape secamente.
Alexandra suspirou. Ela sentou-se na cama, tirou o sapato e puxou as cobertas e deitou-se.
Ele fez o mesmo. Estavam em lados bem diferentes da cama de casal. A luz estava apagada. Tudo escuro.
A janela tinha uma pequena fresta. Era pequena, mas grande o suficiente para que o frio invadisse o lugar. Alexandra estremeceu e enrolou-se nas cobertas. Descobriu que elas não eram suficiente.
- Você não suporta nem um friozinho de nada – ela ouviu a voz dele dizer. – Tem certeza de que veio de Durmstrang? Lá é bem mais frio que aqui.
- Nunca me adaptei àquele lugar – sussurrou ela. – Não era o meu lar...
- E você se adaptou a Hogwarts? Não respeitou as regras de amizade entre as casas... Sonserina não se relaciona com ninguém de outras casas.
- Ah, os sonserinos se contradizem demais... – murmurou ela. – A maioria acha que é importante ser sangue-puro. Grande merda. Seguem um mestiço. Nem todos, mas famílias como a do Malfoy, que prezam tanto o puro sangue, não deviam seguir um mestiço, órfão e doido.
- Mesmo assim. Você arrumou amigas na Sonserina. Não precisa virar amiguinha do Potter.
Ele ouviu aquela gargalhada deliciosa dela.
- Ah, ainda com raiva do Harry – disse ela. – Não devia... não precisava.
- Não pedi a sua opinião.
- Você não parece um monstro, Severo Snape – disse ela. – Eu... eu gostaria de... gostaria de estar com você mais uma vez, antes de... antes de estar com outros... outros que vão me tratar mal...
Por um momento não ouviu nada além da respiração dele. Não podia enxergar absolutamente nada, tamanho era o escuro que estava ali. Mas de repente sentiu um corpo quente se aproximando do seu. Ela sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha, principalmente quando sentiu mãos quentes correrem seu corpo desde suas pernas até seu rosto.
Uma boca beijou a sua, um beijo intenso. Um beijo de Severo Snape como ela conhecia. Enquanto isso as mãos dele se ocupavam em tirar-lhe as calças.
Ela começou a desabotoar a camisa dele, que ele tivera o respeito de não tirar para dormir. Ele parou o que estava fazendo enquanto ela tirava sua camisa. Depois, tirou a velha camiseta dela, voltando a beijá-la. Fez um caminho de beijos desde a boca até o umbigo dela e voltou depois. Então sentiu as mãos dela arranhando suas costas, passando por seu peito.
Ela o sentiu dentro de si em pouco tempo. Não podia ver nada com os olhos, mas podia sentir com os olhos da alma. Não conseguia acreditar que aquele homem era um monstro, por mais que tentasse.
- Eu te amo, Severo – sussurrou ela no ouvido dele.
- Você é muito insistente – sussurrou ele, com a voz alterada, por motivos óbvios.
A noite não demorou nada a passar, pelo menos para eles. E não havia frio naquele quarto. Ao amanhecer, Alexandra acordou com raios de sol invadindo o quarto pela fresta da janela. Era um dia gelado, com o céu muito azul e o sol fraco, apenas aparecendo para dar o ar de sua graça.
Snape não estava na cama. Estava vestido, sentado na poltrona perto da lareira. Ela sentou-se na cama, cobrindo-se com o cobertor, e olhou-o.
- O que aconteceu ontem não vai mudar em nada o nosso curso – informou ele sério.
- Eu não esperava que mudasse, Severo – disse ela, alcançando suas roupas. Recusava-se a se trocar na frente dele. Pôs as roupas em baixo do cobertor e trocou-se lá mesmo.
Então se levantou.
- O café daqui é horrível, eu esperaria mais um pouco para comer alguma coisa, se fosse você, mas se estiver com muita fome, pode me pedir, que eu levo você para tomar café da manhã – disse ele sério.
- Ah, não... estou sem fome – disse ela, pondo os sapatos. – Você não come nada?
- Eu posso esperar – disse ele com rispidez.
Alexandra aproximou-se, sentou-se no colo dele e beijou-o. É claro que ele não recusou o beijo, mas quando ela afastou o rosto, ele olhou-a com uma expressão de curiosidade, ao que ela respondeu com um sorriso doce.
- Por que mesmo você se tornou um comensal? – questionou ela, levantando-se.
Ele a puxou de volta e beijou-a intensamente. Depois a obrigou a se levantar.
- Não é você quem decide quando parar – disse ele sério.
Alexandra riu.
- Sim, senhor. Já vai me levar para ver a bailarina?
- Isso – disse ele. – Vamos logo. E pode parar de fingir que não está com medo; a sua mente está me dizendo que está.
- Ah, esqueci que você era legilimente – comentou ela. – Nem ligo. Divirta-se. A minha mente não é aberta para os meus segredos, você não vai ver nada.
- Eu já notei isso.
- Que bom, assim não perde o seu tempo.
- Você não parece triste com a morte de Dumbledore – comentou ele.
- O Dumbie é O CARA – disse Alexandra. – Ninguém pode enganá-lo. Não importa se é o melhor oclumente ou se é qualquer outra coisa.
- Ele gosta de ver o melhor das pessoas – retrucou Snape.
- É, eu sei – disse ela. – Ele conseguiu ver o melhor em mim, não?
Snape não entendeu o que ela quis dizer, mas não perguntou.
- Vamos logo – disse ele, levantando-se.
Os dois desceram. Snape pagou a estadia e os dois saíram. Mas não foram a cavalo. Foram andando até o pé de uma montanha relativamente baixa.
- Espero que o seu pé esteja melhor, porque não pretendo levar você até lá em cima.
- Ah, está melhor sim, já dá para andar.
- Ótimo. Já podemos começar a subir.
Não era a mais íngreme das montanhas, mas só chegaram ao topo lá pelas duas horas da tarde. Às vezes ela escorregava e ele a ajudava a subir de novo.
Quando estavam no topo, além da paisagem, havia um enorme plano sem nada ali.
- Então? – perguntou ela. – vamos aparatar a partir daqui?
- Não – disse ele, pegando um pequeno pedaço de pergaminho. – Leia.
Alexandra de York sentiu seu coração acelerar. Era a caligrafia inclinada e regular de Alvo Dumbledore. E estava escrito: “Greenwich, Cold Mountain, nº7”.
Quando ela olhou de novo para frente, viu uma casa de três andares, muito bonita de fachada. Ela abriu um sorriso radiante. Harry, Rony e Hermione vieram correndo ao seu encontro; logo atrás vinham Alvo Dumbledore, Minerva McGonagall, Ninfadora Tonks, Alastor Moody, Molly a Arthur Weasley, os gêmeos Weasley e mais alguns aurores.
Ao vê-la, os três grifinórios a abraçaram alegres. Dumbledore olhou para Snape e perguntou:
- Tem certeza de que fez o que mandei, Severo?
- Fiz como me mandou – disse Snape. – Mas essa menina é bem estranha...
- Oi, Dumbie – disse ela, tímida. Depois correu para abraçá-lo.
O velho diretor retribuiu o abraço com carinho.
- Você é única na Terra, Alex – disse ele. – Como sabia...?
- Eu não sabia – disse ela. – Apenas confiei no seu e no meu julgamento... Não vou negar que eu estava com medo de estar errada, mas não conseguia odiar o professor Snape.
- Ex-professor, Bellefort – corrigiu Snape num tom um tanto amargurado. – A conversa está ótima, mas tenho que entrar, tenho mais o que fazer que ficar conversando aqui fora.
Ele caminhou para a casa e adentrou-a. Não parou para falar com ninguém. Estava mal humorado. Todos os que haviam saído entraram outra vez e a porta foi trancada por dentro.
- Uau, Alex, ao sabe como tivemos medo por você – disse Gina.
- É, foi horrível imaginar como você estaria com o Snape se passando por comensal – disse Rony. – Quero dizer, ele já é assustador sendo da Ordem, como ele é quando é comensal?
- Ah, nem falo – disse Alexandra. – Eu só queria saber por que raios tinham que me enganar também. Por que eu não podia saber da verdade?
- Porque Voldemort anda sondando a sua mente – disse Dumbledore. – Ele tinha que achar que Severo ia levar você até ele, pelo menos, até que você chegasse aqui e estivesse segura. Não fique irritada comigo, você tem que entender.
- Eu sei – disse Alexandra. – Mas é que eu fui injusta com ele, sabe, acho melhor eu ir me desculpar...
- Ah, tudo bem, mas faça isso outra hora; agora tenho que ir falar com ele – disse Dumbledore.
Alexandra assentiu e foi falar com os amigos, que começaram a contar sobre os planos para derrotar Voldemort e como os aurores iriam executá-lo. Pareciam bem empolgados em participar ativamente da Ordem da Fênix.
Enquanto isso, Dumbledore estava sentado na ante-sala do quarto de Snape, esperando que ele saísse do escritório contíguo.
Finalmente, o ex-mestre de Poções apareceu.
- Ah, diretor – disse Snape, um pouco surpreso. – Podia ter batido à porta, eu não ia me incomodar.
- Você me parece bem mal humorado.
- Ah, estou sempre assim – disse Snape sério. – Você sabe disso, Dumbledore.
- Sim, eu sei. Sempre achei que você estava precisando de alguém com quem conversar.
- Ah, lá vem você outra vez com essa conversa – disse Snape entediado.
- Ah, você quer que eu seja mais direto? – perguntou Dumbledore. – Está bem; o que há entre você e a Alex?
Severo Snape olhou para o diretor, sem acreditar que o velho Alvo Dumbledore poderia estar fazendo uma pergunta daquelas.
- Como assim? – perguntou Snape, para se certificar de que tinha ouvido o certo.
- Perguntei se você e a Alex tem alguma coisa além da relação professor-aluna – esclareceu Dumbledore, olhando para Snape por cima de seus oclinhos meia-lua.
- Ela não é mais minha aluna – retrucou Snape indiferente.
- Ah, mas não foi essa a minha pergunta – disse Dumbledore com um sorrisinho calmo.
- Quando você fala sim e faz esse tipo de perguntas, é porque já sabe de qualquer coisa que possa estar acontecendo – disse Snape muito sério.
- Ah, então você confirma minhas suspeitas – disse Dumbledore calmamente.
- Não dá pra esconder nada de você, hein? – perguntou Snape.
- Ah, você está mesmo tendo um caso com uma aluna.
- Sim, estou. Sou um desgraçado – disse Snape com uma espécie de agressividade implícita. – Agarrei ela pela primeira vez na minha sala, depois que saí da festa do Dia das Bruxas.
- Ah, e o que ela estava fazendo lá? – perguntou Dumbledore, muito calmamente.
- Ela foi até lá porque quis – disse Snape sem nenhuma delicadeza.
- E você fez alguma coisa sem o consentimento dela?
- Pelo amor de Deus, Dumbledore! – exclamou Snape irritado. – Sei que já fui um Comensal da Morte, que fui um desgraçado maldito, mas é um passado que procuro esquecer. Eu não faria nada que ela não permitisse, embora pudesse.
- Sem dúvida, Severo, sem dúvida – disse Dumbledore. – E ela permitiu, então, não foi? Vocês realmente estão tendo um... um caso?
Snape ajeitou-se em sua poltrona. Era desconfortável falar sobre aquilo com Dumbledore.
- Sim, Dumbledore – respondeu Snape com um suspiro entediado.
- Ah... – murmurou Dumbledore.
- É, você pode me mandar para Azkaban por isso, eu sei, mas não estou nem um pouco arrependido, embora ache que a Alexandra está e...
- Você acredita mesmo nisso? – perguntou Dumbledore com um sorrisinho tranqüilo, fitando Snape por cima de seus oclinhos meia-lua. – Eu diria que ela ama você. E muito.
- ME amar, Dumbledore? – perguntou Snape um pouco irritado. – Francamente! Ela já disse isso, mas...
- Mas você não acredita – completou Dumbledore.
- Claro que não – disse Snape, como se fosse óbvio. – Como poderia...?
- Ah, então você ser o único homem da vida dela não significa nada para ela?
- Escuta, Dumbledore, por que você está nesse assunto? Veio até aqui para falar sobre isso?
- Vim – respondeu Dumbledore. – Quero que converse com ela. Sabe quando foi que eu percebi que ela te amava?
- Pode dizer – disse Snape entediado.
- Quando você lançou em mim aquele suposto Avada Kedavra, consegui correr os olhos pelo salão e captar o que estava acontecendo - começou Dumbledore. – Eu vi uma única coisa que não esperava e que adorei ver: uma lágrima. Só uma. Uma lágrima de decepção que estava escorrendo pelo rosto da Alex, enquanto olhava para você. E, mesmo depois de tudo, ela não tinha certeza absoluta de que você estava a favor de Dumbledore. E não duvido que sua interpretação tenha sido perfeita.
- Não verdade não – disse Snape. – Para ser perfeita eu deveria agir como um Comensal: devia deixar ela sem comer, tentar agarrar ela a todo o momento, nem que fosse só para ver ela gritar... coisas assim.
- Ah, isso seria um exagero desagradável.
- Mas consegui inventar a desculpa idiota de ter que levar ela em perfeito estado para o Lorde das Trevas.
- Isso – disse Dumbledore levantando-se. – Vou mandar a Alex subir para você explicar tudo a ela. Ou você vai descer?
- Está louco, diretor – disse Snape. – Tem noção de como é difícil ter aquela garota por perto?
Dumbledore deu uma risadinha e fez que sim com a cabeça. Snape fechou a cara e ficou observando o diretor sair.

- Ah, meu, você vai ter que matar o Voldemort – disse Alexandra para Harry. – Mas eu quero que você ponha ele para dançar ballet antes.
Os jovens que ali estavam riram muito.
- E ele segurando a varinha com aquele punho quebrado dele? – perguntou Alexandra, fazendo uma imitação cômica. – Que fofinho!
E novas gargalhadas encheram a sala de lareira.
Dumbledore aproximou-se.
- Oi, Alex, tenho que falar com você – disse o diretor. – Se não for atrapalhar.
Alex riu.
- O senhor manda, Dumbie – disse ela, levantando-se e indo ao encontro dele.
Começaram a subir as escadas em silêncio, até alcançar um corredor vazio.
- Nossa, que sinistro – disse ela. – Que foi, diretor?
- Eu já sei sobre você e Severo – disse o diretor.
Alexandra arregalou os olhos.
- Ah... é... depois eu é que sou direta demais!
- Mas não desaprovo. Você o ama de verdade, eu sinto isso. Mas ele não acredita. Ele nunca foi amado mesmo, e com essa intensidade. Eu disse a ele que falaria a você para subir para ele te explicar toda essa operação da minha morte e da traição dele.
- Ah, que bom que eu vou saber! – exclamou Alexandra. – Achei que eu não podia saber o que aconteceu...
- Ah, ele vai te contar tudo. E prove a ele que você o ama, porque ele não acredita.
- Mas que idiota! – exclamou ela. – Ele tem algum problema no cérebro, assim não dá! Aquele problemático...
E deu uma de suas gargalhadas deliciosas.
- Ah, problemático?
Ela olhou para trás. Snape falara aquilo. Ele aparecera de uma porta que ela não reparara existir. Alexandra corou.
- Entre logo – disse ele mal humorado.
Alexandra fez uma careta; Dumbledore não disse nada, apenas se afastou. Ela entrou e Snape entrou em seguida, trancando a porta.
- Eu não vou poder mais sair? – questionou ela com um sorriso que Snape achou lindo.
- Vai sim – disse ele sério. – Só não quero ter espectadores como o Potter. Esta porta é especialmente imperturbável. Um alívio para mim não ter que suportar essas pestes da Grifinória. Sente-se.
Ela sentou-se numa poltrona; ele sentou-se na poltrona à frente a dela.
- Bom, você tem que saber o que aconteceu – comentou ele. – Naquele dia, na primeira vez que nós dois fomos falar com Dumbledore, ele me sugeriu esse plano. Mas havia falhas, ele mesmo reconhecia isso. Por exemplo: os comensais poderiam querer matar todos os alguns e professores, poderiam querer levar você. Aos poucos adaptamos tudo, eu e o diretor. Nem McGonagall sabia do plano. Se algum comensal atacasse algum dos poucos alunos que lá estavam, eu teria que defendê-lo. E eu torcia para que Dumbledore estivesse certo, para que você não fosse uma garotinha indefesa, que soubesse se defender. Então, depois daquela reunião em que estavam todos os membros da ordem, eu e Dumbledore acertamos os últimos detalhes e decidimos quando seria o ataque. Eu daria a idéia ao Lorde das Trevas, que iria adorar, claro. Naquela noite de véspera de Natal, quando entrei no salão principal e disse o Avada Kedavra, eu usei oclumência para separar o que eu estava dizendo do que estava pensando. Não foi aquele feitiço o que lancei. Eu simplesmente estuporei Dumbledore ao mesmo tempo em que fazia um feitiço para deixar o raio de luz que saía da varinha verde. Deu trabalho, mas valeu à pena. Principalmente quando vi que você conseguiu escapar. Lúcio é um dos piores comensais que tem, nem quero imaginar o que ele faria se... Em fim, foi isso. Alguma coisa que eu não expliquei?
- Sim, senhor – disse Alexandra. – Aquele seu discurso de despedida era ambíguo, né? Você estava falando que ia voltar a só trabalhar e a se arriscar quando falou em voltar a viver nas trevas, não foi? Para que depois eu pensasse que você tinha falado que ia voltar a ser um comensal...
- Muito sonserina de sua parte pensar assim – comentou Snape com indiferença.
- Mas você disse uma coisa de que me lembrei anteontem e me fez ter quase certeza de que eu estava certa e que você não era um traidor – disse Alexandra.
- É mesmo? – perguntou Snape, parecendo desinteressado.
- Sim.
- E o que foi que eu disse?
- Disse que me amava – disse ela. – E disse duas vezes.
Snape ajeitou-se em sal cadeira.
- Que foi? – perguntou ela. – Qual é o problema? É tão difícil assim reconhecer que me ama?
- Para falar a verdade, é, e muito – respondeu ele, olhando para a pequena lareira acesa.
- Mas por quê? Não acredita que seja retribuído, né? Não acredita? Por que outro motivo eu pediria para ter uma última vez com você? Eu disse que eu confiava em você; realmente, minha confiança fraquejou, mas não pude deixar de te amar mesmo quando achei que era um traidor.
- Impressionante – disse ele sem mudar sua expressão vazia. – Admirável também. Mas você ainda é nova e...
- Severo, cala a boca – disse ela. – Você não é velho. E nem eu sou muito nova. E você é um idiota de marca maior, imbecil mesmo. Eu estou falando que te amo, caramba! Qual é o problema? Você acha que não merece, é isso? Bom, eu é que decido de quem vou gostar, você não tem participação nisso. E...
Mas ele puxou-a pela mão e a fez cair de joelhos na frente dele, que ainda estava sentado, olhando para ela.
- Você fala demais – disse ele.
- Ah, agora é assim – disse ela, com um sorriso calmo. – Bom, vou deixar você se arrepender um pouco de desconfiar tanto do que eu digo. Vá tomar um banho frio.
Snape fez uma cara que era um misto de desapontamento e irritação; ela deu uma gargalhada divertida – a mesma que ele ouvia como música.
- Você só pode estar brincando – disse ele.
- Ah, você é quem pensa – disse ela, levantando-se. – E, só pelas grosserias que me disse quando estava fingindo que era comensal, vou deixar você de castigo.
- Ah, dessa vez, não é você que decide isso – disse Snape, puxando-a de volta, dessa vez para sentar-se no colo dele. – Eu estava representando. Assim como você. E você tem que me provar que me ama mesmo, esqueceu?
- Ah, mais provas! – disse ela. – Não. Vai tomar um banho frio, esquece. Não vou ficar à sua disposição e...
Mas ele tomou-a num caloroso beijo. Passou as mãos pelas pernas dela.
- Tente resistir – sussurrou ele no ouvido dela.
Alexandra levantou-se e olhou-o, de braços cruzados.
- No sofá mesmo? Você acha que eu tenho cara de mulher de sofá? Eu não gosto de sofás e...
Ele puxou-a outra vez.
- Dessa vez você vai aprender a gostar.
E, ao dizer isso, deitou-a de costas no sofá e começou a traçar um caminho de beijos entre o pescoço e o umbigo dela. Fez o caminho e o refez várias vezes.
- Você é muito fresca, Alex – repreendeu ele, mas com um meio-sorriso.
- Ah, eu sei – disse ela, sentando-se e encostando-o no encosto do sofá.
Ela começou a beijá-lo na boca, depois no pescoço, depois no peito, enquanto ele se ocupava em tirar sua camiseta. Ele deitou-a com alguma violência e deitou-se por cima dela.
- Vamos ver agora – sussurrou ele, com a voz alterada por claras razões. – Tente fugir de mim...
Em vez disso, ela prendeu as pernas nele, impossibilitando-o de mudar de posição.
- Eu quero ver VOCÊ fugir agora!
Ah, sem mais descrições do que aconteceu naquele quarto. O importante á saber que aquele ainda não era o final. O final só viria com a morte de Voldemort, e isso ainda ia demorar um pouco a acontecer.

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