Uma Dúvida



Durante todo aquele dia Alexandra e Snape não se encontraram, pois ela não aparecera para o almoço – já que estivera no banheiro feminino do segundo andar contando aos três grifinórios quem era ela e que Voldemort matara seus pais.
- Uau, é mais ou menos a versão feminina de Harry Potter – disse Rony.
- Mas ela é uma lady – retrucou Harry, sério.
- Não... – disse Alexandra. – Eu não represento exatamente uma ameaça pra ele por causa de uma profecia que ele não ouviu inteira... Ele não me conhece pessoalmente além daquela noite em que matou a minha mãe... É que... tem essa história do feitiço de proteção à família... e aos herdeiros... magia muito antiga... não sei explicar...
O fato é que, depois daquela conversa, eles foram para as aulas. Na hora do jantar, Alexandra não apareceu de novo, mas dessa vez não havia uma desculpa plausível. Ninguém a vira.
Dumbledore ficou um pouco preocupado quando os elfos o informaram de que ela não aparecera na cozinha para comer, como os alunos que não almoçavam geralmente faziam. Snape não a vira também e ficou muito preocupado. Decidiu ir para sua sala e ver se ela apareceria.
Quando chegou à masmorra, viu a jovem parada em pé, encostada à porta. Estava muito pálida, parecia doente.
- O que foi? – perguntou ele preocupado, esquecendo da máscara e aproximando-se dela. – Por que você não apareceu em nenhuma das refeições hoje?
- Ah... eu tive medo...
- Medo? – estranhou ele. – De que?
- De você – murmurou ela, com aquele estilo direto que às vezes assustava.
- DE MIM?! – espantou-se ele, decididamente esquecendo a máscara de indiferença.
- É... pensei que estaria bravo comigo por eu não ter te contado sobre... sobre meus segredos... e eu não suportaria ver você me desprezando...
Ele suspirou. Abriu a porta, os dois entraram e então ele trancou a porta.
- Eu realmente estava bravo com você, sua manipuladora, mas ver você assim por minha causa fez eu me tornar um sentimental idiota – disse ele sério. Estava sendo irônico daquele jeito dele.
Alexandra sorriu.
- Ah, então valeu à pena passar mal o dia inteiro...
Snape fez uma careta.
- Vou pedir algo para você comer.
Ela assentiu em silêncio. Sentou-se a uma bancada e esperou. Ele a abraçou por trás e beijou-lhe o pescoço.
- Agora, pode me contar a história direito?
- Não tem o que contar, Severo – murmurou ela. – O Dumbie já contou tudinho... Eu sou uma York. A última York. Pronto. Mais nada a declarar.
- Você é uma lady; eu sou um pobre plebeu... – disse ele irônico.
- “Pobre plebeu” não é bem o que você é – disse ela com um sorriso calmo. – Mas vamos ao trabalho. O que tenho que fazer?
- Em primeiro lugar, antes de te dar a sua tarefa – disse ele, indo sentar-se à sua mesa, - eu quero saber qual é o seu trabalho na Ordem, porque o Dumbledore enrolou, mas não me disse.
Alexandra desviou o olhar.
- Não confia em mim? – perguntou ele.
- Ahn... não é isso... – hesitou ela. – É que não é nada de muito importante...
- Ah, mais um motivo para você me contar – disse ele. – Dumbledore não vai se importar, já que não é importante.
- Não é bem assim, Severo – disse ela, diminuindo muito o tom de voz. – Eu... eu sou uma meio-espiã... eu estudo os comensais e depois digo ao Dumbie os pontos fracos deles... fazia isso em conjunto com meu pai, mas agora estou sozinha na tarefa... às vezes, Dumbledore me pede para estudar os membros da Ordem e achar suas limitações e... bom, pra ele poder corrigir... é um trabalho longo e difícil... e...
Ela estava tão vermelha que Snape percebeu aonde ela queria chegar.
- Ah, EU era o seu trabalho mais recente? – perguntou ele.
Ela fez que sim com a cabeça e baixou os olhos. Podia sentir Snape ficando muito irritado.
- Só que você é muito fechado... e... eu não conseguia te estudar sem te conhecer... foi um dos muitos motivos por que vim pra Hogwarts... você não desconfiaria de uma aluninha inocente...
- Não mesmo – disse ele sério.
- Ah, por favor, Severo, entenda! – pediu ela. – Eu não esperava me apaixonar por você!
- É, nem eu – disse ele, fechando a cara mais ainda. – Estou me sentindo um imbecil. Ser feito de idiota por uma menina! Eu, um dos mais prezados comensais da morte! Creio que já tem uma fraqueza minha para noticiar ao Dumbledore. Ir para a cama comigo fazia parte do plano?
A essa altura, Alexandra já estava chorando, mas, ao ouvir a pergunta que ele lhe fez no final de sua fala, o choro aumentou muito; virou um daqueles choros clássicos de novela mexicana.
- Ah, Severo, como pode pensar isso de mim?
- Eu sabia que você era diferente, mas como acreditar em uma pessoa com tantos segredos como você? – perguntou ele, muito bravo.
Alexandra chorava muito.
- Dumbledore não me pediria para fazer isso... e mesmo que pedisse, eu não faria... A idéia de retomar as antigas tradições da dança no Dia das Bruxas era pra me aproximar de você, porque eu não tava conseguindo descobrir nada. Dumbledore achou que, se eu fosse a sua aluna preferida, talvez eu conseguisse alguma coisa.
- Ah, mas você é a minha aluna preferida – disse Snape, muito grosseiro. – Não tem nenhuma outra que se preste a ir para a cama comigo!
Alexandra desatou a chorar ainda mais.
- Como você pode falar assim comigo, Severo? Eu... eu não pensei que fosse me envolver... eu só te contei isso porque achei que poderia confiar no seu julgamento sábio... e... porque achei que você gostasse de mim pelo menos um pouquinho... mas acho que não, né... Falou aquilo sobre eu ser mais do que um objeto de manhã só pra não ter peso na consciência por ter sido o meu primeiro? Não precisava, eu fiz aquilo com consciência de que você não gostava de mim... Que inferno!
Ela enxugou as lágrimas; enquanto ela falava, Snape a olhava com indiferença, embora quisesse muito pedir desculpas pela grosseria. Até que ela levantou-se.
- Posso dizer ao Dumbie que não quero mais a tarefa; ele nunca me obriga a fazer nada... E podemos parar por aqui o que começamos ontem – soluçou ela.
Alexandra caminhou para a porta. Snape se remoia entre pensamentos de sim e não, mas decidiu-se a não deixá-la sair daquele jeito. Afinal, estava sentindo por ela algo que ele não sabia o que era...
Ela parou à frente da porta.
- Pode abrir a porta, professor? – perguntou ela, recobrando o tom muito calmo.
- Não – disse ele. E levantou-se, caminhando até ela em seguida.
Alexandra se esquivou até encostar-se à porta. Não podia recuar mais. Ele continuou avançando.
- Eu fui grosseiro... indelicado... me desculpe – disse ele, chegando tão perto dela quanto podia chegar sem serem um só. E começou a beijar o pescoço dela, a passar a mão pelas pernas dela.
Ela o empurrou e saiu correndo para perto da bancada.
- NÃO! – gritou ela. – Não quero! Depois de quase ter me chamado de meretriz, acha que vou me prestar a ser a única aluna que vai pra cama com você, como você lembrou muito bem? Abra logo essa porta!
Severo Snape suspirou.
- Me desculpe, está bem? É que não é fácil descobrir que estou sendo vigiado por uma garotinha como você... sendo ESTUDADO por você, o que é pior... Eu só me senti enganado... E eu gosto de você sim... Eu falei aquele monte de bobagens porque não penso quando estou irritado... Só isso.
Alexandra chorava de novo, e apressava-se em enxugar suas lágrimas.
- Nunca chorei tanto em tão curto período de tempo... – murmurou ela.
Snape aproximou-se dela e abraçou-a; ela encostou a cabeça no peito dele.
- Não faça isso de novo comigo, Severo – disse ela.
- Temos que trabalhar – disse ele. – Vamos. Preciso me concentrar em outra coisa logo, pra não agarrar você aqui mesmo...
Ela sorriu.
- E o que é que temos que fazer? – perguntou a garota.
- Temos que fazer umas poções complicadinhas em larga escala – começou ele. – Dumbledore quer jogar meio sujo dessa vez. Felix felicis para todo o pessoal da Ordem... E, como você é boa em poções, ele achou que você poderia me ajudar...
- Uau, da hora a idéia... Até porque, se o Voldie resolver usar o mesmo truque, estaremos em pé de igualdade...
Embora ela tivesse usado uma abreviação até cômica do nome do Lorde das Trevas, Snape fez uma careta.
- Desculpa, eu quis dizer “bailarina” – corrigiu ela imediatamente.
Snape não pôde conter uma risada. Não era a melhor risada do mundo, mas era algo bem próximo disso.
- Uau, não pensei que você soubesse rir – comentou a garota com um sorriso divertido.
- Você me ensina coisas estranhas – retrucou ele. Parecia bem humorado. – Temos que trabalhar em outro escritório, um pouco mais secreto. Venha comigo.
Ela o acompanhou. Passaram por uma passagem secreta em baixo da escada e chegaram a um laboratório grande e arejado. Tinha o mesmo ar sinistro da sala de aula, mas era um pouco melhor iluminado.
Os ingredientes estavam em cima da mesa.
- Vamos apenas cortar e guardar os ingredientes hoje; começamos a preparar as poções amanhã... – disse Snape. – Dumbledore quer que eu pegue leve com você...
- Ah, é que ele não te viu ontem à noite – comentou Alexandra bem humorada, sentando-se à bancada.
- Ah, isso é diferente – apressou-se ele a dizer.
Alexandra riu.
- Você tava falando sério? – perguntou Snape, de um modo apreensivo que não era o dele.
Ela sorriu.
- Isso tem importância? – questionou ela, achando engraçada aquela preocupação dele.
Ele hesitou e perguntou:
- Eu machuquei você?
- Não! – apressou-se ela a dizer. – Bom... não muito... mas nada além do que eu previa... doeu bem menos do que eu tinha ouvido dizer...
Snape pareceu aliviado.
- Bom, vamos ao trabalho – disse ele.
Ele sentou-se na mesma bancada que ela, no lugar em frente ao dela e começou a cortar os ingredientes. Ela fez o mesmo. Estavam trabalhando em perfeita harmonia; calados, concentrados. Snape, por incrível que parecia, conseguiu pensar em seu trabalho em vez de pensar em Alexandra. Ela estava distraída. Depois de umas duas horas de trabalho, começou a cantarolar.
- Assim você me atrapalha – disse ele.
- Ah, me desculpe, sr. Snape – ironizou ela.
- Se você me chamar assim de novo quando estivermos a sós, eu vou brigar com você – disse ele sério.
- Que medo – debochou ela. – Vai me bater, vai?
- Não – disse Snape. – Vou pôr você em detenção...
- Mas não era pra me pôr de castigo? – questionou Alexandra com um sorriso doce.
Snape olhou-a. Deteve-se um tempo olhando para ela.
- Que foi? – perguntou a jovem.
- Nada – respondeu ele. – É que acho que ainda não acredito... O que você viu em mim? Ainda parece que tem algo errado por aqui...
- Ah... – disse Alexandra. – Isso de novo! Severo, eu também não sei o que foi que você viu em mim! Mas não fico enchendo a sua paciência com isso, né?
- Você é linda – disse ele, inesperadamente.
Alexandra abriu um sorriso encantador.
- Quem é você e o que você fez com o meu professor? Com o meu Severo? – perguntou ela, rindo.
- SEU Severo? – perguntou ele. – E do que você está falando?
- O verdadeiro Severo Snape nunca diria o que sente – disse Alexandra sarcástica. – Nem o que realmente pensa....
- Ah, sim... mas eu não disse para você, eu disse para mim; você ouviu por acaso.
- Ah, tá bom! Olha, já acabei a minha parte!
- Ótimo, já pode começar a guardar no armário.
Alexandra assentiu e obedeceu. Ele também terminou de cortar e separar seus ingredientes e guardou-os. Os dois terminaram ao mesmo tempo.
- O que mais tenho que fazer? – perguntou ela.
Ele deu uma outra secada descarada nela.
- Venha aqui – disse com ar austero.
Ela andou até ele; o professor puxou-a para si pela cintura e deu-lhe um beijo caloroso, que ela respondeu à altura.
- Ah, acho que isso não é suficiente – disse Snape. Tinha aquele seu ar irônico.
- O Dumbie disse que eu tenho que ir dormir cedo – disse Alexandra com um sorriso tranqüilo.
- Mas ainda é cedo. Nem são dez horas. E posso levar você até o salão comunal da Sonserina, se você quiser – disse ele.
- Ahn... vou pensar no seu caso – disse Alexandra afastando-se dele e dando-lhe as costas. – Não sei se vale à pena, sabe...
Snape aproximou-se dela e abraçou a cintura da garota por trás, dando-lhe beijos no pescoço em seguida.
- Corrigindo: vale à pena sim, mas não posso demorar muito – disse ela.
Virou-se de frente para ele e beijou-o; suas mãos percorrendo as costas dele. Ele gemeu.
- É difícil essa posição de depender de suas vontades – murmurou ele, abrindo a blusa dela.
- Ah, mas eu não gosto de ser a dominada... – disse ela, sentando-se na bancada com as pernas abertas e puxando-o para si.

Dumbledore estava abatido durante aquele café da manhã e todos os alunos reparam o quanto ele parecia cansado.
- Mas o que será que aconteceu? – perguntou Rony para os dois amigos. – Ele parece tão... exausto!
- Deve ter ido atrás de assuntos da Ordem – murmurou Harry. – Ele está muito ocupado ultimamente com isso.
- O Snape bem que podia ajudar, né? – perguntou Hermione, lançando um olhar ao professor.
- Ah, é verdade – disse Harry. – Não sei o que ele faz na Ordem!
- Além de arriscar a vida dele vigiando Voldemort? – perguntou uma voz tranqüila aproximando-se.
Eles olharam para a direção de onde vinha a voz. Era mesmo Alexandra.
- Ah, você está aí! – exclamou Hermione. – Onde estava você ontem à noite?
- Eu tava fazendo umas poções com o Snape. Mas depois eu explico – disse ela, mostrando o pergaminho que estava em sua mão. – O Dumbie tá chamando a gente pra uma reunião na sala dele... Como as nossas quatro primeiras aulas de hoje são livres, vamos fazer uma reunião da Ordem. Vamos logo!
Os três levantaram-se e acompanharam Alexandra; que chamou Gina Weasley no caminho.
A comitiva de cinco alunos seguiu pelos corredores até a diretoria. Quando chegaram lá, viram todos da Ordem ali, esperando.
- Mas que demora! – exclamou Moody. – Acham que temos o dia todo?
- Ah, desculpe – disse Alexandra, fazendo uma careta.
- E quem é esta jovem? – perguntou Remo Lupin, olhando para Alexandra muito curioso.
- Lady Alexandra de York, mas aqui na escola todos pensam que é Alexandra Bellefort – disse Dumbledore com um sorriso calmo.
McGonagall espantou-se mais do que os outros.
- Não podia me contar, Alvo? – perguntou a professora ofendida.
- Não, eu pedi que ele não contasse – disse a aluna. – Dificultaria meu trabalho.
- Seu TRABALHO? – perguntou McGonagall sem entender.
- Verificar os pontos fracos dos membros da Ordem – esclareceu Dumbledore simplesmente. – Tem sido bem eficiente até agora. Achou em todos. Menos... – ele olhou para Alexandra. – E quanto a Severo?
- Só não gosto da Marca Negra dele – disse Alexandra séria. – Mas só descubro as fraquezas dele o dia que eu for uma legilimente melhor que Voldemort...
- Ah, entendo – disse o diretor.
- Ele não perguntou o que você não gosta em mim, garota, ele perguntou se você descobriu alguma fraqueza – disse Snape, algo ríspido, representando bem o seu papel.
- É uma fraqueza – disse Alexandra. – Quer que eu prove? VOLDEMORT... VOLDEMORT... VOLDEMORT...
Todos ali faziam caretas quando ouviam o nome do lorde, inclusive Snape. As exceções eram Harry, Hermione e Dumbledore.
- Pronto, provei – disse Alexandra jovialmente.
- Bom, está certo – disse Dumbledore. – Agora, vamos ao que sabemos. Quase nada. Preciso saber o dia que Lorde Voldemort pretende invadir a escola, porque é isso que ele pretende. Seja por estar atrás de mim, de Harry, ou de Alex.
- Eu consigo isso – disse Snape, parecendo entediado.
- Ah, sem dúvidas. Terei que falar com você a sós depois, Severo.
Snape assentiu.
- Bem, não sabemos qual caminho Lorde Voldemort vai escolher; o sangrento ou o inteligente. Talvez o primeiro, para causar mais impacto.
- É aquela maluca que faz a cabeça dele – disse Alexandra. – Bellatrix Lestrange. Ela gosta de ver sangue e coisas assim. Não acha, professor Snape? O senhor, que a conhece tão bem...
- Ah, é, Bella é meio aficionado por drama. Por isso é a preferida do Lorde das Trevas.
- Ah, concordo que Voldemort tenha um gosto por drama, mas tenho quase certeza de que ele não vai querer esse drama em proporções infinitas... vai querer fazer o trabalho dele quando a escola estiver com menos alunos... Isso será no recesso Natal-fim de ano. Talvez possamos fabricar uma armadilha...
- Temos que tirar daqui o Potter e a Bellefort – disse Snape. – O Lorde das Trevas virá atrás deles... Você tem como se defender, diretor, mas esses dois, por mais que tenham habilidades fantásticas, não poderão se livrar de tantas investidas contra eles... é possível que todos os comensais venham para cá...
Alvo Dumbledore assentiu.
- Concordo com você, Severo...
Os membros mais velhos da Ordem se entreolharam.
- Acha mesmo prudente tirar o Potter de perto de você, Dumbledore? – perguntou Moody desconfiado.
- Ah, não é a melhor coisa, mas é necessário... ultimamente não consigo defender nem eu mesmo... – lamentou Dumbledore, naquele tom que ninguém sabia se ele estava falando sério ou fazendo piadas.
- E para onde levá-los? – questionou McGonagall contrariada. – Aquele-que-não-deve-ser-nomeado certamente vai bloquear todas as passagens!
- Talvez possamos usar o conhecimento do último maroto a respeito do castelo par inventar uma rota alternativa – disse Snape, lançando um olhar de desprezo a Lupin.
- É, há vários modos de sair – concordou Lupin. – Mas não acredito que seja uma boa idéia tirar o Harry de perto de Dumbledore... Onde mais ele estaria protegido?
- No quartel general da Ordem – disse Snape prontamente. – Eu mesmo poderia levá-lo até lá.
Novamente os membros mais antigos da Ordem trocaram um olhar sinistro. Pareciam não confiar nem um pouco em Snape.
- Não, Severo, tenho outro trabalho para você – disse Dumbledore. – Mas o quartel general da Ordem é mesmo uma boa idéia... Remo, você levará o Harry para lá no tal dia...
Lupin concordou com um movimento de cabeça e perguntou:
- E quanto à lady?
- Isso eu verei depois – disse Dumbledore sério.
- Não me chamem assim – murmurou Alexandra. – Sou só a “Alexandra”, tudo bem?
Lupin sorriu positivamente; Tonks perguntou:
- Mas por que não podemos saber o que Snape vai fazer? Somos uma equipe, não somos?
Os outros manifestaram apoio à auror, mas Dumbledore disse:
- Não vão saber até o dia certo. Podem ir. Severo, fique.
Um pouco contrariados,todos deixaram o lugar, com exceção de Severo Snape.
- Uau, é impressão minha ou o pessoal da Ordem não confia nada nada no Snape? – perguntou Hermione, quando os cinco se afastaram.
- Cara, ele foi comensal... e se entregar o plano pra Você-sabe-quem? – perguntou Rony.
- Ah, ele não vai fazer isso – disse Alexandra. – O Dumbie confia muito nele... e o Dumbie é O CARA, ele não erraria a esse ponto a respeito de alguém...
- Não sei não... o Snape tava dando um jeito de conseguir todas as informações – ponderou Gina. – E se ele realmente quiser trair a confiança do Dumbledore?
- Ah, acho que não – disse Alexandra. – e se ele só quisesse saber os detalhes? Qualquer membro da Ordem faria isso, não?
- Você tá defendendo demais o ranhoso, Alex – disse Gina. – Qual é o segredo?
- Não tem segredo – disse Alexandra. – Eu só acho que o Snape não vai trair a Ordem. Ele perderia tudo o que conseguiu se fosse para o lado de Voldemort...
- Mas o que ele conseguiu? – perguntou Harry. – Ele pode estar só tentando ajudar, mas pense: em quinze anos que deu as costas a Voldemort, tudo que ele conseguiu foi ser professor de Poções... tipo, ele queria dar aula de DCAT, mas nem isso conseguiu... que frustrante!
Rony caiu na gargalhada.
- Ah, e o salário de professor é bom, mas não é o melhor... e ouvi dizer que Voldemort acha que Snape é seu melhor comensal – acrescentou Harry. – ELE não erraria a esse ponto, erraria?
- O ego dele o faz cego – retrucou Alexandra. – Ele não acha que alguém conseguiria enganá-lo por tanto tempo...
- Srta. Bellefort, venha até a minha sala; tenho que falar com você – disse Snape, aproximando-se e afastando-se logo a passos largos, fazendo sua capa esvoaçar.
Os amigos se entreolharam e Alexandra apressou-se a seguir o professor, que já tinha te saído de vista.


Já na sala de Snape, a portas trancadas, Alexandra olhou-o curiosa.
- O que foi? – perguntou ela.
- Ouvi o que você falou de mim para os grifinórios – disse ele. – Você realmente pensa aquilo que disse ou falou só da boca pra fora?
Alexandra olhou-o surpresa.
- Eu não digo coisas com as quais não concordo, Severo. Por quê?
- Você confia mesmo em mim? – insistiu ele. – Confiaria a sua vida a mim?
Alexandra não estava entendendo. Estava atordoada com aquilo.
- Por que, Severo?
- Apenas responda.
- Sim, claro...
- O que você acha que eu sinto por você?
- Severo, qual é o problema? – perguntou ela, aproximando-se. – O que aconteceu? Você me parece tão transtornado...
- Responda logo! – exclamou ele irritado.
Alexandra teve um sobressalto parta trás; assustara-se.
- Eu... ahn... acho que você gosta da minha companhia... porque eu sou... é... engraçada às vezes e... acho que consigo manter a calma mesmo quando você está transtornado... e...
- Acha que é só isso?
- E tem também o fato de termos passado um tempo mais... descontraídos na presença um do outro...
- Ah, acha que estou com você só por prazer?
- Não! – apressou-se ela a dizer. – Não é isso... mas também é isso...
- Eu acho que descobri o que é isso que estou sentindo por você e nunca senti por ninguém antes... – sussurrou ele. – Mas é difícil falar isso...
Alexandra aproximou-se, ainda hesitando um pouco.
- Pode dizer... Vou entender qualquer coisa.
- Acho... acho que eu amo você... – disse ele, um pouco transtornado pelo que falava. – Porque a minha sensação de estar perto de você é muito boa... mas penso que quero ver você feliz, mesmo que isso tenha que ser longe de mim... e... quero ver você segura... e isso com certeza você só estará bem longe de mim.
Lágrimas corriam pelo rosto de Alexandra.
- Ah, desculpe, fui direto demais? – perguntou ele. – Só nos conhecemos hás dois meses, está certo...
Ela pôs a mão sobre os lábios dele, para fazê-lo se calar.
- Eu já disse que amo você – disse ela. – Mas ouvir que você também me ama é... tão bom! Faz tanto tempo que não tenho uma alegria dessas!!! E... sabe... até agora você não tinha demonstrado nenhuma forma de carinho, além de ter me abraçado quando nos reconciliamos da nossa pequena briga...
Snape sentiu-se um monstro. Abraçou-a e ela se sentiu protegida naqueles braços.
- Severo... por que acha que só estarei segura longe de você?
Ele desvencilhou-se dela.
- O que foi?
Ele arregaçou a manga e exibiu o braço esquerdo. A Marca Negra estava muito visível, embora não estivesse ardendo.
- Você acertou na reunião da Ordem – disse ele sério. – Esta é minha única fraqueza...
Alexandra aproximou-se a passou a mão pelo braço que ele lhe exibia.
- Isso vai sumir assim que a bailarina morrer...
- O problema é que ele não vai morrer sem levar muita gente junto... e eu duvido que eu não esteja entre os mortos... Quando ele descobrir a traição, vai me matar.
- Mas... ele não vai descobrir, vai?
- Vai – disse Snape simplesmente.
- Ah... – ela pareceu desapontada. – Mas... então você só disse o que sentia para o caso de não nos encontrarmos de novo?
- Não – disse ele. – Eu só disse porque sei que, quando você me encontrar de novo, não vou poder dizer a você isso...
- Por quê? – perguntou ela. Sentiu os olhos marejarem. – Severo, eu não sou frágil, você me faz assim, seu idiota, pare de brincar comigo assim!
- Eu não brincaria com isso, menina tola – disse ele. – Venha se despedir de mim, por favor... Estou sendo educado, não?
Alexandra aproximou-se mais dele.
- Severo...
- Não diga nada – disse ele. – Qualquer coisa que você disser vai estragar tudo. Posso pedir uma coisa?
- Qualquer coisa – disse ela.
- Sorria para mim – disse ele sério. – Só um sorriso.
Alexandra olhou-o com um sorriso amarelo.
- Não consigo dar um sorriso sincero, Severo, sem saber o que está acontecendo...
- Por favor – disse ele, olhando-a. – Eu só queria me lembrar de três dias felizes que tive na minha vida antes de voltar a viver nas trevas...
- Mas o que está querendo dizer com isso? – perguntou Alexandra, afastando-se dele para poder encará-lo melhor.
- Não vou explicar – disse ele. – E, se não quiser atender meu pedido, não vou me importar... não muito, eu acho...
Alexandra suspirou e abriu um sorriso estonteante, apaixonante e cantou um trecho de uma ópera trouxa – O Fantasma da Ópera:
- Pityful criature of drakness... what kind of life have you known? God gave me corage to show you... you are not alone...
Ao terminar o trecho, ela fez exatamente o que a heroína da peça faz: deu-lhe um longo beijo.
- Eu conheço essa ópera – comentou Snape, com um meio-sorriso.
Alexandra riu.
- Eu gosto de muitas coisas trouxas... já deve ter percebido...
Severo Snape segurou o braço esquerdo com a mão direita com força, como se sentisse dor.
- O que foi? – perguntou ela.
- É difícil dizer isso, mas vou dizer de novo: amo você – disse ele. E rodopiou e desapareceu, fazendo o barulho característico de desaparatação.
- Não pode! – exclamou ela. – Não, não, não pode! Não se pode aparatar em Hogwarts! Ela abriu a porta e saiu da sala. Não sabia pensar ou o que dizer. Por que Snape de despedira dela? Afinal, ele só precisava vigiar Voldemort, depois voltaria a Hogwarts, não era assim?
Não, ela descobriria do pior jeito que não era assim.



PRIMEIRO P.S. DA AUTORA: GENTE, VOCÊS QUE TÃO LENDO, MUITO OBRIGADA, É MUITO IMPORTANTE PRA MIM...
SOU ESTREANTE EM FICS, SE VCS PUDEREM EM MANDAR ALGUM COMENTÁRIO, SÓ PRA QUE EU TENHA IDÉIA DO QUE VCS ESTÃO ACHANDO
OBRIGADA E BJOSSSSSS

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