Reviravoltas
Snape não apareceu pelo resto daquele dia, nem no dia seguinte, nem no seguinte. Todos estranharam, principalmente quando chegou uma professora velha e gorda para dar aula de Poções.
Bem longe de sentir falta de Snape, mas se questionando por que ele estava afastado, quatro grifinórios e uma sonserina foram procurar Dumbledore.
- Diretor, o que aconteceu com o professor Snape? – perguntou Hermione apreensiva. – Ele já devia ter voltado, né?
Ela não gostava dele, mas era um professor, e um bom professor, apesar de tudo.
Dumbledore suspirou.
- Não sei – murmurou o velho diretor, parecendo muito abatido.
- Como assim, “não sabe”? – perguntou Alexandra. – Ele foi ver o que Voldemort está planejando, não foi?
- Foi – disse Dumbledore. – Eu disse para ele não ir, mas ele queria ir. Disse que tinha que saber. Mas está tudo tão perigoso, Severo me disse que Voldemort está desconfiando dele.
- Professor, o senhor já pensou que o professor Snape pode estar querendo voltar para o lado de Voldemort? – perguntou Harry, um pouco apreensivo.
- Confio em Severo Snape – disse Dumbledore simplesmente. – É só. Mas estou mesmo preocupado. Espero que não tenha acontecido nada.
- Tem certeza de que é só isso que o senhor sabe? – perguntou Alexandra educadamente, mas com um tom de cobrança na voz. – Em dois dias já arrumou uma substituta para ele.
- Ah, Alex, eu tenho que pensar em meus alunos – disse Dumbledore, com o mesmo tom abatido, que o fazia parecer ainda mais velho do que era. – Severo foi a uma reunião com Voldemort e o lorde estava desconfiado dele. Tenho que pensar no pior, não?
Alexandra não chorou. Conseguiu se controlar. Não poderia pôr seus sentimentos acima da carreira dele. Não poderia deixar Dumbledore saber o que ela sentia por Snape.
- Nossa, será uma grande perda! – exclamou Hermione apavorada. – tanto como o professor como um membro da Ordem!
- Fale por você – disse Rony.
- Mas Hermione está certa – disse Dumbledore. – Bom, gostaria que vocês fossem. Tenho muito trabalho.
Os alunos mal saíram e uma coruja-de-igreja meio vesga chegou. Dumbledore pegou a carta que a coruja trouxera e leu-a.
Aquele clima estranho ficou no colégio por mais um mês e meio. Snape não apareceu e não deu o menor sinal de vida. Havia algo muito errado ali, mas os alunos não tinham tempo para se preocupar com isso, principalmente os do 7º ano: os NIEMs se aproximavam, e parecia se aproximarem cada vez mais rápido.
Alexandra tentava se concentrar o máximo em cada matéria e estava sendo bem sucedida nisso, embora sempre pensasse em Snape nas horas ociosas. Ele lhe vinha à cabeça, seja por causa de seu último discurso antes de desaparecer, seja pela lembrança de seus beijos e abraços e... em fim, essa parte pode ser omitida.
Era quase a véspera de natal; a maior parte dos alunos iam embora para suas casas, passar o Natal com suas famílias. Harry, Rony e Hermione iam para a Toca, e Gina, é claro, também.
Gina andava pelos corredores escuros na noite do dia 23; acabara de ir falar com Alexandra, tinha insistido para que ela fosse para a Toca também, mas a sonserina não queria ir. Disse que seria uma intrusa. Gina lhe dissera que não, que Harry ia também, claro, e que Hermione ia para lá também porque os pais dela estavam esquiando nos Alpes suíços, mas mesmo assim Alexandra não queria ir.
Quando finalmente desistira de insistir, Gina decidira ir para o salão comunal da Grifinória e avisar aos outros que Alexandra não ia, e era o que fazia, mas alguém saiu das sombras e imprensou-a contra a parede: era Draco Malfoy.
Aquilo estava se tornando um hábito dele.
- Malfoy, seu idiota, me solta, se não vou te azarar – disse Gina irritada. Ela não tinha o menor medo dele.
- Pra me azarar você vai precisar da sua varinha! – disse Draco.
Ele estava ficando prepotente como o pai – e, tal como o pai, sem razão para isso.
- Estupeça!
Draco caiu no chão como que muito enfraquecido. Gina olhou para trás do sonserino e viu que Harry a ajudara.
- Obrigada, Harry – disse ela.
Harry deu um sorriso abobado, daqueles que ele dava quando não sabia o que dizer a uma garota.
- Ahn... eu... é que... bom... de nada, né – gaguejou ele.
Gina riu.
- Vamos, vamos para o salão comunal – disse ela, puxando-o pela mão.
O garoto deixou-se guiar por aquela que lhe tomava os sonhos havia tempos. Quando os dois chegaram ao salão comunal, encontraram Rony e Hermione aos beijos, sentados num sofá à frente da lareira.
- Finalmente – murmurou Gina para Harry. – Eu não tava agüentando mais esses dois brigando tanto.
Harry abafou o riso. Quando Rony e Hermione se desvencilharam, Harry e Gina saíram de trás da coluna como se não tivessem visto nada.
- Ah, finalmente – disse Rony, um pouco vermelho de vergonha. – Ahn... e a Alex? Vai com a gente?
- Não – disse Gina. – Ela quer ficar por aqui...
- Ai, caramba – disse Rony. – Paciência, né, se ela quer ficar com um monte de professores velhos e uns alunos doidos...
Foram dormir. Hermione contou para Gina que estava ficando com o Rony quando as duas subiram para o quarto e a garota mais nova fingira surpresa, mas disse que achava que eles tinham mesmo que ficar juntos.
Já Rony não contou pra Harry. Ele ficou tentando achar uma brecha – e Harry dava-lhe várias – mas não conseguiu nenhuma. Estava muito envergonhado, sem saber exatamente com o que.
Na manhã seguinte – dia 24 de dezembro – os quatro se despediram de Alexandra no café da manhã e foram embora com o sr. Weasley, que viera com o carro do Ministério.
Poucos alunos permaneceram em Hogwarts para a véspera de Natal: só Alexandra, Neville e Luna – que estava namorando, – alguns lufos e uns três corvinais.
Dumbledore anunciou que fazia questão da presença de todos os alunos, professores e funcionários do colégio na grande ceia de Natal. Muitos não queriam ir, mas acabariam indo.
Todos os membros da Ordem foram vindo aos poucos para o colégio durante aquele dia, para que ninguém percebesse. Qualquer um que não fosse da Ordem poderia achar que aquilo era apenas uma precaução extra em função da vulnerabilidade da escola naquele momento, o que não deixava de ser verdade.
E todos desceram para o grande banquete – que seria em torno de uma única mesa – vestidos em traje de gala. O Natal era mesmo uma noite especial.
- Eu gostaria de um brinde, em homenagem ao nosso futuro, longe de Voldemort e seus comensais – disse Dumbledore, erguendo a taça.
Todos ergueram as taças também; aquela era uma noite feliz, em que se podia comemorar mesmo que as atuais circunstâncias não fossem boas para isso.
Começaram a beber e mal tinham se sentado à mesa quando muitos Comensais da Morte adentraram o salão principal ao mesmo tempo, cercando a todos.
- Ora, ora, ora, Dumbledore, você achou mesmo que aqueles membros da Ordem nos impediriam de vir cear com você e seus seguidores fiéis? – perguntou um loiro que se aproximava. Era Lúcio Malfoy.
- Olá, Lúcio – disse Dumbledore calmamente.
Alexandra começou a sussurrar entra silvos e sussurros, mas ninguém percebeu. Estavam atônitos demais com aquela situação para prestar atenção em uma menina de 17 anos.
- Ah, eu vou matar esse velho – disse Lúcio irritado.
- Não, o mestre disse que ele não é para nós – disse Bellatrix Lestrange. – Podemos dar conta dos outros por ora.
- Minerva, tire os alunos daqui – disse Dumbledore, que já tinha a varinha em punho.
McGonagall tivera a mesma reação rápida, mas Neville e Luna, além de Alexandra, se recusaram a sair pelo caminho que a vice-diretora abria em meio a comensais.
Neville sentia tanto ódio de Bella que não podia pensar em outra coisa além de se vingar da comensal. Lúcio olhou para Alexandra e disse:
- Ah, é você... Dumbledore, calma. Nós vamos deixar seus alunos saírem daqui com a velhota. Tem mais comensais lá fora para cuidar deles.
Ele deu um sorriso de nojo; Dumbledore irradiava aquela aura de poder que só ele tinha.
Mas, surpreendentemente, muitas cobras entraram no salão principal. Os comensais se distraíram; começaram a lançar feitiços para desintegrar as cobras, o que deu margem para que Dumbledore e outros professores iniciassem um contra-ataque.
- Voe vai com a gente, lindinha – disse Bella com aquele ar alucinado dela, olhando para Alexandra. – O mestre quer você, sabia?
- Se ele quer um souvenir, ele que venha buscá-lo – disse Alexandra calmamente. E sibilou mais alguma coisa.
Algumas cobras começaram a se envolver em Bellatrix. O salão principal tinha virado um verdadeiro campo de batalha, quando de repente aconteceu algo que mudaria tudo.
Severo snape entrou altivo, a passos largos, acompanhado de vários comensais.
- Severo? – perguntou Dumbledore, parando seu ataque a três comensais.
- Está tudo certo, diretor, perfeitamente certo – disse ele, com aquele sorriso no canto da boca, denotando deboche. – Avada Kedavra!
Um raio de luz verde saiu da varinha de Snape e atingiu o peito de Dumbledore.
Snape olhou em volta e seu olhar encontrou o de Alexandra. Uma lágrima silenciosa escorreu pelo rosto dela. Uma única e silenciosa lágrima, que não mostrava o cansaço de seu corpo, mas a tristeza de sua alma.
Ele olhou para os outros comensais e disse:
- Mas o que estão esperando, seus imbecis? Ninguém vai pegar essa menina?
O ex-mestre de Poções lançou um feitiço no corpo de Dumbledore – que desapareceu imediatamente – e que Alexandra não conseguiu ouvir qual era, pois quatro comensais vinham para cima dela.
Ela estuporou dois deles sem dificuldade; dez cobras começaram a se enroscar em um outro e Alexandra se viu frente à frente com Lúcio Malfoy.
- O que será que vamos fazer com você? – perguntou ele.
- Decida isso depois, Lúcio – era a voz de Snape que vinha de bem perto.
Alexandra olhou em volta; Neville e Luna haviam conseguido escapar de três comensais e acompanharam a diretora. Ela fez uma reverência respeitosa diante de Lúcio e rodopiou, fazendo aquele barulho característico de quem desaparata.
- Ah, merda! – exclamou Lúcio irritado.
- Esqueça; eu a pego depois – disse Snape sério. – Vamos logo; já terminamos o que viemos fazer.
Todos os comensais sumiram do mesmo modo que Alexandra sumira. No salão principal, só as marcas da injusta batalha...
AEWWWW, GALERA, SEGUNDO P.S. DA AUTORA: QUEM JÁ LEU O SEXTO LIVRO DEVE TER NOTADO A SEMELHANÇA ENTRE O QUE ACONTECEU AQUI NA FIC E O QUE ACONTECEU LÁ NO LIVRO. NÃOÉ CÓPIA DA AUTORA NÃO, FOI DE PROPÓSITO. EU ESCREVI ISSO PRA MANTER A IDÉIA ORIGINAL DO SEXTO LIVRO, MAS COMO SE FOSSE NO 7º ANO....
BJOSSSSSSS
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!