A Aula de Poções



Na manhã de segunda-feira, os dois primeiros tempos eram de Poções e eram aulas que a Sonserina dividiria com a Grifinória.
Todos estavam indo para as masmorras; Draco fazia questão de levar Alexandra. Até que eles pararam à frente da porta da sala, que estava trancada ainda. Lá estava o mais famoso trio grifinório: Harry Potter, Ronald Weasley e Hermione Granger.
- Quer ver um profissional praticando uma azaração, Bellefort? – perguntou Draco com sua voz arrastada.
- Por quê? – questionou ela calmamente. – O professor costuma azarar grifinórios?
A reação foi estranha, pois havia alunos da Grifinória rindo de um comentário de uma sonserina, e os sonserinos não estavam satisfeitos com o comentário.
- Por que está na Sonserina, garota? – perguntou Draco irritado.
- Porque eu podia escolher – respondeu ela calmamente.
- Não espere muita coisa de seus colegas de casa – retrucou draco, quase partindo para cima dela.
- Oh, sim? – perguntou Alexandra, mantendo a calma. – Está bem, não vou esperar.
- Você existe, Bellefort? – perguntou Hermione com um sorriso divertido.
- Bom, eu acho que sim – respondeu Alexandra com um sorriso sarcástico.
Mas uma vez os grifinórios riram e os sonserinos ficaram quietos.
- O que está havendo aqui? – perguntou uma voz um pouco acima de um sussurro, que se aproximava.
Todos abriram espaço para o professor passar. Ele olhou para Draco, para o trio grifinório e para sua nova aluna, como que questionando qual era o problema.
- Oras, o Malfoy estava ameaçando azarar os grifinórios. Falou qualquer coisa sobre um “profissional em ação”. Aí eu perguntei se o professor costumava azarar alunos grifinórios. O pessoal da grifinória riu e o pessoal da Sonserina ficou com raiva de mim. Basicamente isso – explicou Alexandra calmamente.
Severo Snape arqueou a sobrancelha, estranhando muito o que lhe era dito, mas não retrucou. Abriu a porta e mandou os alunos entrarem logo.
Alexandra sentou-se à bancada bem à frente da mesa do professor, e logo os outros sonserinos se afastaram. Os grifinórios não sentavam perto da mesa de Snape por nada, mas Hermione insistiu para não deixar a aluna nova sozinha, porque ela os defendera. Se eles tivessem se defendido de draco, perderiam pontos quando o professor chegasse.
Concordando com esse pensamento, Harry e Rony aproximaram-se da bancada junto a Hermione.
- Ahn... podemos nos sentar aqui? – perguntou Harry.
- E quem sou eu para proibir? – perguntou a inabalável Alexandra.
O professor adentrou a sala por último e estranhou muito ao ver a cena, mas procurou se concentrar na aula.
- Hoje vamos fazer a poção da sorte, a Felix felicis – disse Snape. – Os ingredientes estão na lousa; podem começar a preparar.
Todos os alunos começaram a pegar os ingredientes.
- Obrigado – sussurrou Harry para Alexandra.
Ela olhou-o, sem entender e ele explicou:
- É que, se a gente tivesse pegado as varinhas para se defender do Draco, o professor ia ver e ia tirar pontos da nossa casa... Obrigada por ter você impedido ele de arrumar encrenca...
- Ah, eu devia ter deixado – disse Alexandra com um sorriso divertido. – Já iam ter pontos negativos no primeiro dia de aula.
- É para fazer em silêncio – soou a voz do professor. – Dez pontos a menos para a Grifinória, porque o Potter está falando.
Ele olhou para os amigos e deu de ombros, mas Alexandra disse em alto e bom som:
- Claro, né, Potter, porque você estava falando com o Gasparzinho...
Hermione caiu na gargalhada. Como única nascida trouxa naquela sala, ela era a única que conhecia a história do “fantasminha camarada”.
- E cinco pontos a menos para a Grifinória porque a Granger estava rindo sem motivo nenhum – acrescentou Snape furioso com a audácia de Hermione de rir.
- Não, professor – sussurrou Alexandra. – Ela estava rindo de uma piada que eu fiz.
Snape olhou-a com um certo desprezo.
- Não vi piada nenhuma no que você disse.
- Ele é sangue-puro, ou mestiço criado entre os bruxos? – perguntou Alexandra para os grifinórios que estavam ali com ela
Eles deram de ombros.
- Ah, entendo – murmurou Alexandra. – Desculpe, professor.
- Pelo que, srta. Bellefort? – perguntou Snape.
- Ih, esquece – disse ela.
Alexandra começou a cortar seus ingredientes com uma rapidez assustadora.
- Uau, onde ela aprendeu a fazer isso? – perguntou Rony num sussurro.
- Primeira aluna em Poções – esclareceu Alexandra com um sorriso, sem tirar os olhos do que estava fazendo.
Hermione fez uma careta.
- Acho melhor a gente separar elas a qualquer momento – disse Harry sarcástico.
- Não é preciso, não vou responder nada que o professor perguntar. Pode responder à vontade, Granger.
Em silêncio, toda a sala trabalhava. Até que o caldeirão de Neville começou a borbulhar muito, fazendo um barulho enorme. Snape parecia muito absorto na poção de Draco para ver o que Neville estava fazendo e a poção estava prestes a explodir, mas Alexandra levantou-se muito rápido e acrescentou um ingrediente no caldeirão do garoto, que imediatamente voltou ao normal.
- Cuidado! – ralhou Alexandra.
Snape parou bem atrás dela, olhando para o caldeirão de Neville com desprezo e, olhando para ela, disse:
- Mas o que pensa que está fazendo, garota?
- Evitando que o garoto explodisse a sala, professor. Igual o que o Malfoy ia fazer se o senhor não estivesse no pé dele – esclareceu Alexandra simplesmente.
Snape estava furioso e deu um berro:
- Detenção hoje à noite!
Alexandra assustou-se, mas rapidamente se recompôs e, depois de assentir, foi sentar-se à sua bancada.
- Corajosa – murmurou Harry. – O chapéu tinha razão...
- Se vocês ajudassem o seu amigo, a sua casa ia perder pontos, né? – perguntou Alexandra meio em dúvida.
Hermione fez que sim com a cabeça, pois o professor se aproximava. Os quatro estavam fazendo suas poções e Snape veio verificar. Ficou muito tempo observando as poções deles, mas, não encontrando nenhum defeito – porque Alexandra e Hermione estavam ajudando Harry e Rony, foi sentar-se à sua mesa.
Alexandra começou a cantarolar alguma coisa bem baixinho, mas Snape mandou-a se calar. Ela obedeceu.
- Agora, quem pode me dizer o que essa poção faz? – perguntou Snape.
Hermione ergueu a mão imediatamente; Alexandra pegou um pergaminho e começou a escrever freneticamente.
Snape olhou para toda a sala, como que para ter certeza de que não havia mais ninguém que sabia a resposta, e chamou Hermione, que respondeu perfeitamente bem. Snape não a elogiou; olhou curioso para o pergaminho que Alexandra acabara de escrever.
- Mas o que é isso? – perguntou ele com rispidez. – Vai passar bilhetinhos na minha aula?
- Não, senhor – respondeu a aluna nova calmamente.
- Deixe-me ver isso – disse ele, estendendo a mão.
Alexandra entregou o pergaminho a ele; a sala inteira os olhava agora. Snape arqueou a sobrancelha e disse:
- Está certo – disse ele simplesmente. – A senhorita poderia ter respondido.
Alexandra limitou-se a sorrir e voltou a fazer a sua poção. O professor devolveu-lhe o pergaminho e, como os três grifinórios a olhassem curiosos, Alexandra passou o pergaminho a eles e continuou fazendo sua poção.
- Ei, a sua resposta está melhor que a minha! – declarou Hermione, um pouco mais alto de que desejara.
- Não melhor; talvez diferente – disse Alexandra de modo displicente.
- Aceitam sangues-ruins na Sonserina, professor? – perguntou Draco bem alto, para que toda a sala prestasse atenção nele.
- Não sei, nunca vi nascidos trouxas na casa – disse Snape, tomando cuidado para não dizer “sangue-ruim”.
- Parece que temos uma agora, né? – perguntou Draco.
- É isso que você acha, seu retardado? – perguntou Alexandra, finalmente perdendo a calma. – Parabéns. Então você deve achar que é possível que existam nascidos trouxas ofidioglotas, seu panaca?
Aquela resposta deixou a sala em estado de espanto total; Snape, depois de um silêncio em que refletira muito, disse:
- Sem ofensas a colegas na sala, srta. Bellefort.
- Ah, claro. “Sangue-ruim” não é uma ofensa – protestou Alexandra irritada.
- Hoje e amanhã também em detenção – disse Snape mais sério ainda. – E diminua seu tom de voz comigo, mocinha.
- Sim, senhor – disse Alexandra, que voltou logo a fazer sua poção. – Ah, estou na casa certa sim. Escolhi a melhor de todas. Imagine se eu fosse Grifinória como não seria a minha vida em Hogwarts...
- Calada – disse Snape.
Alexandra respondeu, mas não de modo inteligível, respondeu entre silvos e sussurros. Foi a vez de Harry cair na gargalhada.
- Vinte pontos a menos para a Grifinória.
- Cara, Bellefort, você vai acabar com a Grifinória só nessa aula – disse Harry, chorando de tanto rir. – Continua a poção sem responder, por favor...
Com um sorriso divertido, Alexandra fez que sim com a cabeça e voltou a se concentrar na poção. Mas desta vez nada lhe tirava a atenção. Até mesmo deixou que Neville explodisse a sala, e fingiu não ouvir a bronca que Snape dava no garoto.

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