O sono da perda
Cap.15 O sono da perda
Ela o observava agitar a poção o número de horas que deveriam ser esquecidas com preciso cuidado.Não sentia medo, apenas uma sensação de perda.Ela já não negava que sentia algo pelo garoto esquisito da Sonserina.
E este algo, ela não poderia mais dizer e viver, pois seria deixado para trás.Sua descoberta mais recente.E não saberia mais do fim trágico que a aguardava, possivelmente.Nem do que Snape demonstrava sentir, já que a partir daquele dia o abismo entre eles aumentaria a cada segundo.
Ela ainda hesitava a agir tão radicalmente.Será mesmo a melhor saída? Quantos caminhos? Quantos futuros haveriam por trás de cada ação? Qual seguir?
-É melhor se deitar.- Severo evitava olhar em seus olhos.
-Fique aqui, até que eu durma?- ela pediu, se ajeitando.
-Sim, ficarei.- ele perdia a firmeza a cada passo em direção a ela, com o frasco nas mãos.Sentou-se na beirada da cama.Os dois se olharam por um instante difícil.
Lílian Evans não conseguia nem chorar. O abraço pareceu durar horas e quando o interromperam, a alma de Severo pareceu rasgar dolorosamente.
-Tome, conte dez segundos antes de engolir.- ele disse com a voz num fiapo.Ela o olhou com força e sem desviar os olhos dos dele assim o fez.Severo prendeu a respiração por um segundo, com ânsias de faze-la parar.Ele segurou uma das mãos dela com carinho.
-Eu te amo, Lílian Evans.
Ela deu-lhe o frasco com os olhos enfim, transbordando.Ele falou.E já era tarde.Ela tomara de acordo com o combinado e dentro de minutos cairia em sono profundo.
Sua mente embaralhou-se e a sua vida passou com num filme dentro dela.Parecia lutar contra uma enorme onda que sempre a derrubava se ela resistia.Queria acordar, mas algo a travava e impedia que se movesse ou falasse.
Snape beijou a mão que segurava e depois a testa da garota.Estava feito.Ela dormira.Olhou para ele daquele jeito que o fazia esquecer quem era e onde estava e fechou os olhos. Levantou-se totalmente em frangalhos, perdido.Ela começara a sofrer a segunda parte da poção.Sussurrava pondo para fora as lembranças que esqueceria.
“Deve haver outra saída...”... “O que você pensa que está...” “Eles falavam encantamentos estranhos...”
Ele tampou o rosto com as mãos e se deixou abater.Não poderia ficar ali ouvindo tudo que ela não se lembraria mais.Tinha que respeitar a mente dela, não deveria ficar ouvindo aquelas coisas íntimas.
“Não por favor, não faça isso!”... “ Eu acho que mereço uma lembrança” ... “Snape disse que vou odiá-lo...não quero odiá-lo...”
Severo estava na porta da sacada e segurava a vassoura para descer e ir para casa.Parou estático.
“ Não quero odiá-lo...porque eu o amo!”
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