A Profecia de Lily
Cap. 14 A profecia de Lily
Lílian Evans estava mais pálida que seu visitante inesperado.Como que desperta de um transe ela sentiu o corpo tremer num calafrio.Ela fizera uma profecia.
-Eu vou morrer Snape.- ela sussurrou, os lábios secos e gélidos mal se mexeram.
Severo levantou num farfalhar de sua capa e ajoelhou-se de frente a ela, tomando suas mãos.Ele estava assustado, mas não queria demonstrar isso.
-Não.Não vai.- ele ponderou com firmeza; “eu não vou deixar, Evans”.
-Como pode ter tanta certeza?- ela disse fracamente, puxando com leveza suas mãos.
-Dumbledore não vai deixar. E eu...
-É inevitável...
-Basta acreditar...
-Se tivesse visto o que eu vi não diria isso...você...você está com eles Snape.
-Confia em mim?- Snape segurou os braços dela que se deixavam cair moles ao lado de seu corpo.Lílian olhou com tristeza os olhos sombrios e negros dele, como estaria diferente alguns anos a frente...
-Eu confio.
Snape a abraçou e ela prendeu um soluço, mas logo desabou.
-Por favor, não deixe que eu me lembre, não deixe...é horrível...
Snape a soltou delicadamente e tirou do bolso um frasco levemente enevoado de cor azul.
-Eu não deixarei.Já...tinha pensado nisso.Só queria vê-la uma...última vez, de verdade.
-Isso é o que penso?- ela apontou para o frasco com um suspiro sôfrego.
-Sim, com uma pitada daquela que fizemos juntos na aula do professor Slughorn.Você não se lembrará que teve esse pesadelo.Sim, apenas um pesadelo.E bom...eu nunca estive aqui...agora, sei que vai me odiar.É para...seu bem.- ele completou amargurado.
Lílian assentiu com a cabeça.Aquela era uma poção da memória. Na dose certa faria qualquer um esquecer o que se passou nas últimas doze horas. Os fatos eram adulterados.Se a menina a tomasse, pensaria que estivera o tempo todo sentada à escrivaninha e que ninguém a visitara.Junto à poção Sonimbulus, fazia com que a pessoa dormisse e pusesse para fora todos os fatos escondidos.Para que ficasse mais difícil de serem redescobertos pela mente.
-Severo...eu não quero ter que te odiar.Não me dê razões...você tem certeza que não há opção para o seu caso?
-Pensei que confiasse em mim.- ele disse com o coração apertado.A solução mais imediata era essa. Não podia arriscar que aquela nova “seita” achasse que a garota era seu ponto fraco.
-Eu confio...só que...vale mesmo a pena?- ela se levantou corajosa e Snape fez o mesmo.
“Nada nesse mundo valerá a pena se o caso for ter que perder você pra sempre”.
-Creio que sim.Você vai poder ser...feliz.- ele não conseguiu evitar que sua voz soasse dolorosa.
-Fique comigo.- ela apelou.-Podemos achar uma solução!
-Eu não posso.Perdoe-me por isso.- Snape a beijou.Como queria que não fosse a última vez...Se tudo corresse bem, talvez no final ele pudesse faze-la lembrar e ela então o perdoaria...mas estava sendo pretensioso.Não sabia com o que estava se metendo.
Ele segurou o rosto dela com as duas mãos delicadamente e viu a revolta da incapacidade de mudar as coisas quase palpável, nos olhos dela.
-Está pronta?
-Eu acho que tenho direito a uma despedida mais decente, já que vou me esquecer de tudo.- ela tentou negociar, lutando para não gritar com ele e faze-lo desistir dessa loucura.
-Certo...o que quer?- estava ficando muito penoso conversar com ela sabendo que dentro de algumas horas ela estaria sem consciência do que passaram.
-Quero alguma lembrança.Mesmo que eu não saiba o que é, talvez me traga algum conforto, quando estiver te odiando, como diz e sei que vou.
Severo tirou um botão de sua capa e colocou na palma da mão de Evans.Ela estudou o objeto redondo com um pequeno S atrás e pegou um minúsculo pedaço de pergaminho, escrevendo: valor sentimental, 3s.Em seguida enrolou o botão nele e o colocou dentro do pingente de seu cordão prateado.Severo a olhava enquanto fazia isso e achou que se demorasse mais acabaria desistindo.Com as sobrancelhas erguidas ele viu uma pequena e fina trança ruiva com uma fitinha a prendendo ser posta em seu bolso, por Lílian.
-É para se lembrar de mim, se por acaso se iludir com mentiras do mundo bruxo dividido.- ela disse simplesmente.- E agora...
“Estou pronta”
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