O Pesadelo de Evans



Cap. 13 O Pesadelo de Evans

Era uma rua bastante agradável, as casas brancas uma ao lado da outra com seus jardins bem cuidados e floridos.Um perfume de damas-da-noite embebia o ambiente deixando uma atmosfera um tanto mística, em conjunto com uma lua crescente que parecia indicar abaixo dela a casa certa.
As estrelas estavam dispostas de maneira que pareciam súditas testemunhas do que iria se passar. Ouviu um zumbido de inseto ao longe e o vento fresco soprou levemente a capa do rapaz alto de cabelos negros parado próximo a uma janela da casa dos Evans.
Ele não sabia em que rua se encontrava, nem que bairro e nem que cidade, mas podia sentir a presença da garota a quem procurava impregnada no lugar.Sim, ela estava ali e tinha quase certeza que a sacada à esquerda era a dela.

O garoto puxou a vassoura velha da mochila com cuidado, olhando para os lados o tempo todo.O pé doía um pouco, pois ao descer do Nôitbus, este arrancara logo ele punha um dos pés para fora, fazendo-o torcer o outro na pressa.
Montou a vassoura com um gemido e deu um pequeno impulso. “Não foi tão ruim assim...” ele pensou pousando com um leve tremor da vassoura e tombando para o lado equilibrando um vaso de lírios que quase derrubou.Pronto estava lá.Porém, agora se sentia inseguro, afinal onde estava com a cabeça?Um pouco trêmulo, ele bateu no vidro da porta da sacada e apurou os ouvidos.A cortina cor de pêssego mexeu levemente e uma mão foi em direção à trinca. Foi tudo muito rápido e no momento seguinte Severo estava caído no chão com um pequeno galo nascendo entre seus cabelos. Xingou um palavrão enquanto seus olhos encheram-se de lágrimas pela dor.
Lílian Evans segurava um taco parecido com o de quadribol e na penumbra ainda não reconhecera o colega de Hogwarts. Severo percebeu que a menina além de tê-lo agredido ainda iria gritar (viu que ela tremia violentamente) e levantou-se num salto tapando a boca dela com sua mão bem na hora.

-Shhh! Sou eu Evans. Snape.

A menina pareceu relaxar e parou de debater-se, agora seu olhar era de censura e...culpa? Ela olhava do taco para a cabeça do sonserino.Snape pegou o taco que bambeava nas mãos dela e entrou com ela para o aposento que estava levemente iluminado por um abajur numa escrivaninha, onde pareceu que Lílian estivera momentos antes.

-Eu vou te soltar, mas não xingue, não faça perguntas inoportunas e não chame a atenção de ninguém de sua casa, está bem?

A menina olhou enfezada para ele e acenou a cabeça afirmativamente.Ele soltou-a e deu lhe um leve impulso para que ficasse mais longe dele.

-O que está acontecendo aqui?- ela sussurrou severa.

Snape não respondeu, ele estudava o cômodo com fingido interesse.Não queria responder.Esta fazia parte das perguntas inoportunas.

-Estou com sede, meu pé dói e agora a minha cabeça também - olhou para ela de soslaio.
A menina coçou a cabeça de um jeito engraçado e virou-se para a porta que dava para um corredor amplo.

-Espere aqui. Não mova um músculo, não faça barulho e nem sequer respire!- ela falou baixo ainda em tom de desaprovação, mas com uma curiosidade crescente.

O quarto era todo em tons de pêssego, tinha duas janelas, uma porta que dava para a sacada branca.Na escrivaninha já citada, estavam uma bagunça de pergaminhos, papéis, penas e lápis. Pregado na escrivaninha havia um retrato que não se mexia da família da garota, composta por seus pais e sua irmã mais velha e vários livros de feitiços de várias séries empilhados. “Meu Merlim! Esta menina é uma bagunceira!” Ele passou a mão pelos pergaminhos e virou-se para o armário.Era de uma madeira resistente e antiga, parecia pesado a ponto de esmagar uma pessoa.Sem se importar ele o abriu.Uma lufada do perfume floral que sempre sentia vindo dela o atacou em cheio o que o fez fechar logo a porta( sensações esquisitas).Em um canto havia uma poltrona imensa e um pufe de por os pés.Nessa poltrona, algumas peças de roupa, uma capa e no chão um par de pantufas.Severo parecia conhecer a garota só por seu “habitat”: era confuso, bagunçado, mas confortável, não havia como se perder.Tinha também aquela meiguice rebelde que ele via na Sangue-ruim. A cama da menina, a única coisa arrumada ali, tinha um dossel, o que não o surpreendeu e uma colcha azul com estrelinhas e luas completava a cena.Ele sentou-se lá e ficou analisando tudo com muito interesse desta vez.

-O que...você pensa que está...- “Por Merlim! Tem um garoto no meu quarto!”Lílian segurava uma pequena bandeja e estava furiosamente corada.

-Eu não penso que estou. Eu estou, ainda morrendo de sede...- ele ironizou se divertindo com o embaraço da grifinória.

-Cínico...- ela falou se recompondo “Não é nada demais...Só um rapaz, às oito da noite e da sonserina, visitando o Meu quarto...”

-Oh ,Evans isso está parecendo tortura, me dá logo esse troço que me trouxe!- ele falou mexendo o pé com uma careta e ignorando a cara de tacho da menina.

Ela empurrou a bandeja de má vontade na direção dele e cruzou os braços. Tinha suco, biscoitos e gelo, que já começava a derreter.Severo enrolou o gelo nos panos que estavam lá e enrolou um no tornozelo e segurou outro na cabeça, enquanto bebia com a outra mão.

-Você...- ele levantou as vistas para ela quando ouviu ela começar.Ela enrubesceu novamente e pigarreando continuou.- Ahn... o que o trás aqui?

-Vim ver se está tudo bem.- ele disse simplesmente, ignorando as sobrancelhas sarcasticamente levantadas dela.

-Oh! Claro!Não sei se lembra, mas vou refrescar a sua memória: Nós estamos brigados!- ela sentenciou virando às costas a ele.- Acho muito bem feito esse galo que fiz, se quer saber.
-Eu não acho, mesmo porque doeu muito, sabe? – Pensava como estava se sentindo tão bem ali, e logo censurava-se por dentro.A verdade é que tinha até se esquecido das preocupações que o fizeram num gesto precipitado chegar a ir até lá.

Evans riu forçado, não ia dar o braço a torcer. Esta história estava muito mal contada.

-Não temos nada o que nos falar.- ela mordeu o nó do dedo e sentiu que ele se levantara.Estava atrás dela.

- Ah, não? – ele perguntou ao ouvido esquerdo dela. Sua ousadia o estava surpreendendo.

Ela se afastou na defensiva e evitou seu olhar, não estava gostando nada do que sentia.Suspirou, vencida.

- Está bem.Sente na poltrona, por favor.- ela indicou com a mão e sentou-se em sua cama.

Snape não pode deixar de sorrir e afundou pesadamente no assento oferecido.

-Tem medo Evans?

-Até parece que você apresenta algum risco...Se não quero que se sente aqui é por prevenção contra rabugisse.Fora o fato que um sonserino em meus aposentos já está de mal tamanho!Medo de que você faça o que?Hunft...

-Ahn...eu não me referia a mim...me referia em geral, como guerras, morte e perseguições...- ele arrematou ironicamente enquanto o rosto de Lílian tornava-se púrpura.-Foi apenas uma maneira de começar um certo assunto...- ele se desculpou falsamente se divertindo pelo que ela achara que era.

-Sss...sei...- ela gaguejou desconcertada e passou as mãos no rosto antes de continuar.- Você não especificou.

- Acha mesmo que eu viria aqui para perguntar se teme que eu te agarre? Francamente...- ele ria-se por dentro vendo o estado de rubor a que ela chegara.Hora de parar com a brincadeira.- Escute, chega de conversa a toa. Vim falar para tomar cuidado e ficar atenta.

Ela levantou o rosto que ele examinava seriamente e encarou-o firmemente sem traço algum do desconcerto de minutos antes.

- E por quê eu deveria...?Fale sem dedos, claro e objetivo, por favor.-

“ Será o que eu sentia? O meu sonho terá sido uma profecia...?”

-O nosso mundo Lily não mais será o mesmo, eu sinto.Vai se dividir.

“Era um crânio e de dentro dele saía uma serpente...”

-Os bruxos terão que se decidir de que lado ficar.As pessoas vão sofrer, muitos vão morrer.

“ ...ele estava num círculo de pessoas indecifráveis que usavam capuzes negros”

-Você, Lílian...vai me odiar.Não tenho escolha.É para seu próprio bem.

“Falavam encantamentos estranhos. Ele mostrou o braço direito.”

-Quando voltarmos das férias, não falarei com você e você não me dirigirá palavra também.Vai me ver com alunos que a escola irá temer...vai me odiar...

“ A marca brilhava e queimava a pele pálida do homem de cabelos negros.”

-E isso durará muitos anos. Saiba uma coisa então garota. Eu tive que escolher uma vida. Escolhi a sua.


“Ele levantou lentamente de sua posição servil.Uma lágrima solitária rolava por sua face e um nome ecoava de sua boca num sussurro desesperado e eterno: Lily...”







N/a. o capitulo q maaaais gostei!! Nossa...tou feliz demais...aiai

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.