Estranho

Capítulo III
“Estranho”

No meio da cozinha Harry agonizava e berrava, aos prantos. Petúnia não sabia o que fazer. Duda já havia corrido para seu quarto e Tio Valter tentava entender algo do que estava acontecendo. Após alguns minutos, Petúnia estava com os olhos caídos e preocupados. “É necessário”.

-Valter, desculpe-me. – ela disse.

De repente, Petúnia enfiou a mão por dentro do avental, puxou algo, e gritou:

-Pinatous.

Tio Valter olhava assustado. Harry parecia estar se acalmando e aos poucos voltando a si. Nada que Harry já havia superado – dragões, comensais, traições, bravuras, penitências – se comparava àquela dor que ele tinha acabado de sentir.

-Harry você está melhor? – perguntou Petúnia. Ele respondeu que sim com a cabeça enquanto olhava a cara de espanto do Tio Valter e de medo do Duda. Só então lembrou o motivo pelo qual eles estavam ainda mais feios, a tia Petúnia fez uma mágica para aliviá-lo da dor!

-O que? – berrou Valter – Você? Um deles? Impossível.

-Valter, você ainda terá muito que entender. Vamos Harry. Eu preciso te levar lá fora.

Eles saíram e Harry, mais confuso do que Tio Valter jamais esteve, a seguiu.

-Mas Tia Petúnia, a senhora é uma bruxa?

-Não Harry. Quando pudermos conversar novamente, eu lhe explicarei tudo. Agora vamos, você precisa ir para os Wealzze. Com certeza seria isso o que Dumbledore gostaria que você fizesse. – Harry deixou os “Wealzze” passar.

Eles se posicionaram no jardim e Petúnia ficou olhando para Harry como se esperasse alguma reação. Então ela tomou uma atitude. Olhou para Harry e disse:

-Esta muda é uma chave de portal Harry. Ela daria em Hogwarts há sete anos atrás. Mas após sua fiel amizade com Ronald, Dumbledore decidiu mudá-la para a casa dos Wealzze.

-Weasleys! – retrucou Harry.

-Tanto faz. O que importa é sua segurança. Vá, corra e siga com seus amigos essa jornada. Eu sei que suas dores estão aumentando e são normais, pelo menos foi o que Dumbledore me disse, mas essa que acabou de ter, não pode ter sido normal, algo aconteceu, e você deve agir rápido.

-Certo – respondeu Harry sem entender nada. Só quando olhou direito a muda, Harry reparara que nunca havia percebido que, sempre que estivera na Rua dos Alfeneiros, aquela planta nunca crescera. Fora perto dela que ele vira um vulto estranho aos nove anos. “Será que era um deles? De Hogwarts?” Mas aquilo não importava, afinal de contas, Tia Petúnia continuava falando.

-... Você precisa derrotar Aqule-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Vá, e nos traga paz eterna.

Foi então que Harry colocou a mão sobre a muda, e se lembrou da sensação nada agradável que era ser transportado por uma chave de portal. Ele viu muitos vultos e lugares até pousar com um baque, na grama do quintal dos Weasleys.

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