Feridas invisiveis
Capitulo 1
Feridas invisíveis
Uma sensação de paz enchia o quarto na Rua dos Alfeneiros nº. 4. Um jovem rapaz dormia no menor quarto da casa. Um rapaz bonito, mas com algumas cicatrizes pelo corpo: arranhões nas pernas, um corte profundo no braço, uma cicatriz esbranquiçada na mão direita e em sua testa uma famosa cicatriz em forma de raio. Harry estava se sentindo tão feliz, estava em Hogwards, no salão principal cheio e barulhento. Ele, Rony, Hermione, Gina e todos os outros alunos da Grifinória sorriam e levantavam suas taças em brinde. Comemoravam o seu último ano na Escola de Magia e Bruxaria mais famosa da Grã-Bretanha. Observou com carinho as madeixas vermelhas que brilhavam ao seu lado. Ela estava ali, junto a ele, ao alcance de suas mãos. Abraçou Gina Weasley, que imediatamente correspondeu e lhe deu um beijo rápido em seus lábios.
- Harry, nós vamos ficar juntos pra sempre, não é?
- É claro, quero viver do seu lado. Ele ficou visivelmente corado.
- Você vai me esperar não é? Perguntou Gina fazendo cara de quem está se divertindo com a vergonha de Harry.
- Eu vou sim!
Do outro lado da mesa:
- Hum-hum – pigarreou Rony. – Já falei que desse jeito eu retiro minha permissão!!!!
- Rony deixe de ser estraga prazeres!!! – Repreendeu Hermione.
Todos riram. A alegria era contagiante. Ouviu-se um titilar de copos.
- Por Favor, será que posso interromper essa festa para que este velho possa expressar sua emoção com este momento especial?
Era Dumbledore. Harry virou-se para vê-lo.
Alvo Dumbledore sorria e olhava dentro dos olhos verdes de Harry.
Neste instante o coração de Harry batia acelerado... Vários flashes passaram pela cabeça de Harry – A caverna, Dumbledore dizendo que queria morrer e Harry empurrando a poção pela boca dele, a Marca Negra sobre Hogwards, Malfoy rindo, Harry paralisado, Snape entrando pela sala, Dumbledore dizendo “Por favor, Severo”, Snape com ódio e desprezo no rosto, a luz verde do Feitiço Avada Kedravra....
- NÃAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!
Harry transpirava profusamente... Sentia seu coração esmurrar seu peito.
- O que aconteceu moleque????? – Tio Valter abriu a porta com uma arma na mão.
- Foi um pesadelo... – Respondeu Harry.
- Pesadelo é ter você aqui moleque! Esbravejou Tio Valter. – e saiu fechando com violência a porta atrás de si.
Parecia que ele estava sangrando, machucado por dentro, por debaixo da pele. Harry tinha vontade de chorar. Ele se sentia sozinho, como ele nunca se sentiu na vida.
Tinha que se manter afastado das pessoas que amava para protegê-las. Não suportaria perder mais ninguém. Seus pais morreram quando ele ainda era muito pequeno, mal se lembrava deles, seu padrinho Sirius morreu a dois anos de uma maneira que Harry não compreendeu, mas aceitou. E agora Dumbledore. O maior bruxo deste século morreu e ele não pode fazer nada para impedir que ele fosse morto, na sua frente, traído pela pessoa que ele mais defendeu, confiou e apoiou: Severus Snape.
Todas as vezes que Harry se lembrava disso sentia que o ódio invadir suas veias e percorriam rapidamente todo seu corpo e pensamentos. Queria vingança.
Edwiges agora soltou um pio alto. Parecia com fome.
- Eu sei que eu estou te maltratando não te deixando sair pra caçar, mas não posso me arriscar a perder você. Tente comer esses ratos que eu trouxe pra você.
Harry empurrava os ratos brancos que os trouxas usam como cobaias. Edwiges piou com desdém.
Caminhou em direção a sua cama e jogou-se nela. Começou a repassar novamente os planos para o próximo dia:
Um: Comunicar os Dursley sua partida, Dois: Arrumar o malão para... Não, não pegarei o expresso de Hogwards na plataforma 9 e 3/4 na estação de King’s Cross este ano.
Ele se sentou. Colocou a cabeça nas mãos e pensou que não eram esses seus planos... Não queria ter que abandonar Hogwards antes de terminar seus estudos. Queria fazer seus NIEM’s, fazer o teste de Aparatação, queria ser Auror, queria ter os amigos por perto, queria ter Gina do seu lado, mas nada disso vai acontecer neste ano.
Seu coração ficou menor que um pomo de ouro.
Levantou-se, olhou para o teto, tentando não deixar as lagrimas caírem dos seus olhos.
Pegou um pergaminho e recomeçou a fazer sua lista de tarefas para o dia que já começava a amanhecer.
Comunicar os Dursley que partirá e que nunca mais os procurará. Arrumar o malão com coisas realmente necessárias: Poucas roupas de trouxa, um livro de Defesa contra arte das Trevas, sua varinha, a Firebolt, o álbum que Hagrid lhe dera há 7 anos atrás, uma pena, o uniforme de Hogwards. Não o deixaria para trás. Seria uma lembrança dos seus melhores anos, os anos em que sua casa era a Torre da Grifinória... Mas uma vez tentou se concentrar na tarefa de fazer sua lista. O que falta? Ah, a capa de invisibilidade, uma pena e alguns pergaminhos, para no caso de cartas urgentes ou anotações importantes.
Próximo tema: para onde vou? Talvez Hogsmeade? Ou o Beco Diagonal seria mais apropriado? Realmente este era um detalhe importante.
Precisava de um lugar em que pudesse ficar para pensar como começaria a sua busca pelas Horcruxes. Mas aonde? Precisaria de paz, precisaria ser discreto, não poderia chamar a atenção. Pensou em ir para um Hotel trouxa em Londres. - È isso mesmo vou para um hotel trouxa no centro de Londres. Discreto e lá poderei montar meus planos.
O sol já batia em sua janela quando Harry se rendeu novamente ao cansaço e se esticou na cama e dormiu no segundo seguinte.
Acordou algumas horas depois com o sol quente do verão em seu rosto. Olhou o relógio, eram 11 horas. Perguntou-se porque ninguém veio acordá-lo. Um calafrio subiu até sua nuca. Desceu ainda de pijamas as escadas, correndo, com a varinha em punho e sem um pingo de sangue no rosto.
A sala de estar estava exemplarmente arrumada. Foi até a cozinha, que também estava tão limpa que brilhava. Havia um bilhete sob o enfeite da mesa.
“Harry,
Fomos até a praia. Voltamos no final do dia.
NÃO QUEBRE NADA, NÃO RECEBA NINGUÉM DA SUA LAIA.
Valter Dursley”
Harry suspirou. Por um segundo pensou que poderia ter acontecido alguma coisa com os Dursley. Não é que os amava, mas sentiria muito remorso se algo acontecesse com eles por sua causa.
Abriu a geladeira. Sentia o estômago nas costas. Tinha uma maçã, meia jarra de suco de laranja e três ovos. Pegou a maçã e saiu em direção à sala. Sentou-se no sofá enquanto mordia a maçã. Olhou para os lados. Viu o controle remoto da TV. Ligou. Era o noticiário:
“Mais acontecimentos estranhos por toda Inglaterra. Várias pessoas afirmam que viram nuvens negras misturadas com nuvens prateadas e verdes em vários pontos do país de Gales.”
O repórter entrevista duas senhoras.
- E como são essas nuvens? Perguntou o repórter.
- Ah, ela é muito estranha, parece uma cobra que se dá um nó...
- Não, elas são sinstras, parecem caveiras cuspindo fogo verde...
Harry sente o corpo gelar.
- E agora a previsão do tempo...
Harry muda de canal. È um programa sobre assassinatos.
- No ultimo ano aconteceram vários assassinatos misteriosos, pessoas são encontradas mortas sem sinal de violência e sem sinal de doença ou morte natural. O que vcs acham disso? Falaremos sobre isso a seguir, logo após os nossos comerciais...
Harry muda de canal novamente. Um documentário.
- Certos fenômenos são inexplicáveis, vejam esse caso: Há 17 anos atrás aconteceram fenômenos celestes que até hoje a ciência tenta explicar, é o caso das chuvas de estrelas coloridas que em junho de 1981 que encantaram e intrigaram a população da Inglaterra...
Harry desligou a televisão. Sabia sobre o que eles falavam, ou melhor, sabia por que estrelas coloridas choveram por toda Inglaterra: a suposta morte de Voldemort.
Neste instante o telefone tocou. Harry saiu do estado de transe que se encontrava em seus pensamentos. Pegou o fone.
- Alo?
- Alo! Disse uma voz feminina conhecida do outro lado da linha. – Sou eu, Harry, Hermione.
Harry sorriu.
- Oi, como está?
- Harry por que você não responde minhas cartas? Alias, nem as minhas, nem do Rony, Meu Deus, nem da Gina, nem de Ninguém, Por quê???
- Hermione, você sabe meus motivos, todos vocês sabem...
- Harry pare com isso todos nós estamos com você nisso, não vamos te abandonar...
- Eu sei Mione, por isso eu estou abandonando vocês. Não sei se seria capaz de suportar perder mais alguém...
- Pode parar por ai, Harry!!! Ninguém está mais seguro!!! Todos nós corremos riscos, mesmo vc estando à milhas de distância ou simplesmente do nosso lado... Aquele-que-não-deve-ser-nomeado...
- É Voldemort, Hermione..
-Eu sei, Voldemort... Se ele tiver que nos pegar vai fazer, pois ele sabe que nós somos amigos...
-Vocês são tudo o que eu tenho, por favor, me deixe tentar protege-los, como eu não pude fazer com meus pais, Sirius e Dumbledore...
- É por isso mesmo que eu quero falar com você... Harry, Dumbledore... Ele deixou algumas coisas pra você...
- Como assim deixou algumas coisas pra mim???
- Pois é, é isso que a Profa. McGonagall quer tanto falar com você...
- Hermione, eu não vou voltar pra Hogwards...
- E nem precisa. Ela falou que pode te encontrar em outro lugar.
- Mas aonde? No caldeirão furado???
- Não Harry, precisa ser um lugar seguro.
- Aonde então? Na Toca eu também não vou de jeito nenhum...
- Mas e o casamento de Gui??
- Não sei, não sei se devo....
- Rony vai ficar arrasado se você não for...
- É perigoso...
- Está bem Harry, você decide. A Professora disse que não poderá mesmo ir ao casamento, por conta da diretoria de Hogwards, mas ela sugeriu Grimauld Place...
O estomago de Harry afundou. Parecia que ele tinha perdido a sensação das pernas.
- Harry, Você está ai?
- E-E-Estou sim Mione, ofegou Harry. Nunca pensou que tivesse que voltar a antiga casa de Sirius Black.
- Eu sei que deve ser difícil pra você, mas a casa é sua, lá é seguro, você deveria ir pra lá encontrar com a profa. McGonnagall.
- É preciso?? Eu poderia encontrar com ela em Hogsmeade...
- Hogsmeade!!! Nem pense em ir pra lá Harry.
- Por quê?
-Hogsmeade está cheia de comensais da morte e o ministério nada faz para impedi-los
- Eles não estão fazendo estragos não só no mundo dos Bruxos, já estão chamando atenção dos trouxas. Eu estava vendo na Televisão...
- Eu também tenho visto Harry. Por isso é eu insisito que você tem que se preparar melhor para enfrentar..
- COMO EU POSSO FICAR TRANCADO EM HOGWARDS SABENDO QUE VOLDEMORT ESTÁ MATANDO INOCENTES, FICANDO A CADA DIA MAIS PODEROSO??? E COMO EU POSSO CONVIVER COM AQUELA CADEIRA DO DUMBLEDORE VAZIA POR CAUSA DO SNAPE, QUE VAI ESTAR SOLTO POR AI??????????? – Gritou Harry perdendo a paciência com Hermione. Já tinha decidido que não voltaria a Hogwards e era assunto encerrado...
- Harry desculpe. – A voz de Hermione parecia que iria chorar. Desculpe-me, por favor...
- Hermione nós já discutimos isso até a exaustão... Não há a menor possibilidade de voltar pra Hogwards.
- Eu sei, eu sei, desculpe. Mas a profa. Minerva falou que é importante que você fique com que Dumbledore deixou pra você...
- Está bem, eu volto a Grimauld Place.
- Ah, que bom que você concordou... A profa. Minerva disse que na sexta-feira...
- Por que sexta-feira? Por que não hoje ou amanhã, segunda-feira??
- Por que é o único dia que ela pode.
- Fazer o quê então... Falou Harry com uma dose de amargura na voz.
- Então está certo. Disse Hermione com uma voz satisfeita. Ah tem uma pessoa que quer falar com você...
- Quem? Disse Harry, já pensando em Rony...
- Fala aqui normalmente, não precisa gritar... E a voz de Hermione parecia estar se distanciando.
- Harry você está ai?? Disse uma voz masculina conhecida.
- Lupin, é você?
- Sou eu sim Harry! Nossa, isso funciona mesmo! Bem eu preferia estar tratando disso com você pelos meios normais de comunicação bruxa, mas é mais seguro por este aparelho trouxa.. Enfim, eu, Tonks e Olho-Tonto faremos novamente sua escolta até a Sede da Ordem da Fênix, Harry.
- Lupin eu preferia...
- Não Harry, nós insistimos... Queremos muito ver você, conversar com você, e não é se entregando de bandeja para Voldemort que você vai conseguir vencê-lo...
- Mas Lupin...
- Harry vc tem idéia por onde começar a procurar as Horcruxes? Disparou Lupin.
- Não, mas...
- Mas você precisa de ajuda, Harry. Mais cabeças funcionam melhor que uma, você não concorda?
- Quantas cabeças sabem das horcruxes? Falou Harry assustado. Não se lembrava de ter comentado isso com Lupin e nem com outras pessoas, a não ser que Hermione e Rony...
- Hermione me contou. Realmente é necessário guardar segredo absoluto, mas vocês precisão descobrir o paradeiro delas e principalmente como destruí-las...
- É isso mesmo... Concordou constrangido. Percebeu que realmente não tinha idéia de como descobrir e nem como destruir as horcruxes...
- Então nós te pegamos às 23 horas na sexta-feira, ok?
- Tudo bem, 23 h sexta-feira.
- Então até sexta!
-Até Sexta! Respondeu com otimismo Harry.
Iria ver seus amigos na sexta-feira, e logo já teria uma idéia por onde começar sua caçada. Mas agora teria que refazer sua programação da semana. O que fazer até sexta-feira? Já não suportava a casa dos Dursley. Mas teria que esperar mais alguns dias até dizer o adeus definitivo a eles.
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