Regresso a Hogwarts



Cap. 7 – Regresso a Hogwarts

No dia seguinte, nós as três fomos acordadas pela Sra. Weasley, dizendo que Dumbledore queria falar connosco. Ficamos um pouco confusas mas rapidamente nos vestimos e descemos, seguindo a Sra. Weasley que nos guiou até uma sala onde já estavam Harry, Ron, Neville e os restantes membros da Ordem da Fénix. Fiquei curiosa em saber o que Dumbledore queria de nós, e o que seria de tão importante para que a reunião fosse assistida pelos membros da Ordem da Fénix. Após nos termos sentado, Dumbledore começou a falar.
- Eu sei que alguns de vocês se devem estar a perguntar o porque de seis feiticeiros menores assistirem a uma reunião da Ordem. – explicou Dumbledore, olhando para mim, Ron, Ginny, Neville, Luna e Snape. – Mas o que hoje vou revelar diz também respeito a esses seis feiticeiros. Harry, queres fazer o favor de explicar o porquê desta reunião.
Todos os olhares se fixaram em Harry, que tinha os seus olhos postos numa bacia que reluzia uma luz prateada.
- O que hoje estamos aqui a fazer é revelar uma profecia. – começou Harry. – Uma profecia que levou que Voldemort me atraísse à Sala do Mistérios. Uma profecia que alguns pensavam que tinha desaparecido nesse mesmo dia. Uma profecia que me foi revelada, fazendo-me entender a razão pela qual os meus pais morreram… Agora, prof. Dumbledore, chegou a hora de revelarmos a profecia a todos os presentes nesta sala.
Dumbledore anuiu e batendo com a varinha na borda da bacia, fez um vulto erguer-se rodopiando. Esse vulto estava coberto de xailes e eu percebi que era a prof. Trelawney. E ela começou a falar não na sua voz etérea e mística, mas num tom áspero e rude que eu antes nunca tinha ouvido. E ouvi atentamente aquilo que ela dizia: Aquele que detém o poder para derrotar o Senhor das Trevas aproxima-se… nascido daqueles que três vezes o desafiaram, nascido quando o sétimo mês finda… e o Senhor das Trevas vai marcá-lo como seu igual, mas ele possuíra um poder que o Senhor das Trevas desconhece… e um terá de morrer às mãos do outro, pois nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver… aquele que detém o poder para derrotar o Senhor das Trevas vai nascer quando o sétimo mês findar…
Quando a figura da Trelawney voltou a desaparecer o liquido prateado, eu simplesmente fiquei em estado de choque que não ouvi o resto da conversa. Quando finalmente percebi o que aquela profecia significava, levantei-me abruptamente, atraindo as atenções para mim, mas sem as notar saí da sala a correr. Então era por causa daquela maldita profecia que James e Lily estavam mortos. Era por causa daquela maldita profecia que Voldemort perseguia constantemente Harry. Quando saí do edifício, deixei que os meus pés me guiassem, mesmo sem olhar para onde ia, acabei por chegar a um dos meus lugares favoritos na Toca: uma pequena árvore que ficava à beira de um lago que existia nas propriedades dos Weasley’s. Eu gostava muito daquele lugar, pois fazia me lembrar as inúmeras tardes que eu ficava sentada junto a uma árvore à beira do lago em Hogwarts. Ainda estava a chorar quando senti que era abraçada. Senti logo uma sensação de conforto e segurança e soube logo que Harry me tinha seguido.
- Está tudo bem, Hermione? – ele perguntou, olhando nos meus olhos e limpando-me as lágrimas.
- Porque não me contaste? – perguntei.
- Porque só soube há pouco tempo. – Harry respondeu. – E também porque queria contar a todos de uma só vez e não ter te repetir tudo inúmeras vezes.
- Está bem. – falei, sabendo que ele tinha razão. – Mas porquê tu? Eu sei que Neville nasceu um dia antes de ti.
- Por aquilo que sou, Hermione. – respondeu Harry. – E porque Voldemort se viu em mim. Ele achou que eu representava maior perigo para ele.
- Mas e se ele se tivesse enganado? – perguntei, nem querendo pensar nessa possibilidade.
- Bem, se ele me tivesse atacado e eu tivesse morrido. – explicou Harry, com uma calma surpreendente. – Era Neville que seria o escolhido.
- Mas ele não se enganou, pois não. – exclamei, assustada.
- Não! – ele afirmou. – A profecia de certa forma concretizou-se, pois ele marcou-me como um igual. Eu tenho esta cicatriz que me liga a ele, ainda mais eu adquiri dele o dom de falar com cobras.
- Mas… - comecei, mas fui interrompida por ele.
- Sim, eu terei de o matar, Hermione. – ele afirmou. – Nenhum de nós pode viver enquanto o outro sobreviver. É o meu destino: ser o assassino ou a vitima.
- Mas não te esqueças de um pormenor. – afirmei. – Nunca penses que serás abandonado pelos teus amigos. Teremos de ser mais fortes agora, Harry.
Pegando na mão dele, coloquei-a em cima da minha.
- Ela tem razão. – falou Ron que se aproximou, seguido de Ginny, Luna e Neville.
Sentou-se ao nosso lado e colocou a mão dele em cima de Harry. Ginny, Neville e Luna fizeram o mesmo.
- Agora vamos fazer uma promessa – Ginny falou.
Retirando as mãos, formamos um círculo entrelaçando as mãos uns nos outros.
- Aconteça o que acontecer… – começou Ginny.
- Nós ficaremos juntos… – continuei.
- Porque a amizade verdadeira nunca acaba… – Harry afirmou.
- E os verdadeiros amigos apoiam-se… – falou Ron
- Nos bons e nos maus momentos… – continuou Neville.
- E nunca nos separemos, porque somos mais fortes juntos… – afirmou Luna.
- Do que separados. – falamos todos ao mesmo tempo. – E não haverá nada que nos separe.
Uma luz emanou de cada um de nós: a de Harry era vermelha, a minha prateada; a de Ron azul; a de Ginny dourada; a de Neville castanha e a de Luna era branca. As luzes misturaram-se no meio do círculo e nós colocamos as nossas varinhas dentro da bola de luz prateada que se tinha formado e a a outra mão, pousamo-la em cima do nosso coração.
- Nós prometemos que nunca nos iremos separar, mesmo depois da morte. – falamos ao mesmo tempo e a luz expandiu-se envolvendo-nos. – Porque nós somos um só agora.
Quando ela se dissipou, eu senti um calor dentro de mim e soube que todos os outros.
- O que acontece dois de nós brigar? – perguntou Luna.
- Se um de nós brigar com um companheiro. – expliquei. – Essa pessoa que brigou, sentirá a sua alma pesada, sentir-se-á bastante infeliz. E isso só acaba, quando a pessoa que começou a briga pedir desculpas ao outro.
- E o que acontece se um de nós morrer? – perguntou Neville.
- A alma dessa pessoa continuará a seguir os outros cinco companheiros até que todos eles tenham morrido também. Mas não seremos fantasmas, apenas espíritos que apenas os que fizeram esta promessa poderão ver – falou Ginny. – Quando todos nós tivermos morrido, os nossos espíritos partem para a outra dimensão, onde poderemos ficar juntos eternamente.
- Não há forma de quebrarmos esta promessa? – Ron perguntou.
- Não. – respondi. – Esta é uma promessa para a vida e para a morte. Não há forma de ser quebrada.
- Agora vejo que a vossa amizade é muito forte. – falou uma voz atrás de nós. Empunhamos as varinhas contra essa pessoa, mas era apenas Dumbledore. – Vão atacar um pobre velho indefeso?
Rimos, baixamos as varinhas e permitimos que Dumbledore se sentasse entre nós.
- Se a vossa amizade não fosse bastante forte. – falou Dumbledore, olhando para cada um de nós. – Essa promessa não poderia ter sido feita. E isso significa que vocês agora são um único corpo.
- Obrigado, professor. – agradecemos todos.
- Bem, eu vim aqui com a missão de avisar que Molly está à vossa espera para o almoço. – falou Dumbledore, levantando-se. – Ah! Estava a esquecer-me. As vossas cartas da escola já chegaram
Levantamo-nos e seguimos Dumbledore até à sala da Toca e em cima da mesa estavam seis cartas. Cada um de nós pegou na sua respectiva carta e abriu-a. Todos nós tínhamos passado de ano. Fiquei bastante feliz com as minhas notas.
- Quantos NPF’s tiveste, Harry? – perguntei.
- 8 NPF’s – ele respondeu. – Dois Brilhantes a DCMA e a Poções, tive 4 Excede as Expectativas a Cuidados com as Criaturas Mágicas, a Encantamentos, a Herbologia e a Transfiguração e tive dois Aceitável a Astronomia e a Adivinhação. E por fim tive um Fraco a História da Magia. O que tu tiveste, Hermione?
- Tive 9 NPF’s – respondi. – Tive 7 Brilhantes Cuidados com as Criaturas Mágicas, a Encantamentos, a Defesa Contra a Magia Negra, a Herbologia, a Poções, a Transfiguração e a Runas Antigas. Tive dois Excede as Expectativas a História da Magia e a Astronomia. E tu Ron?
- Bem, não fui tão bom como vocês os dois. – ele respondeu.
Tirando a carta das mãos dele, li.
- Hum… Tiveste 8 NPF’s. – falei, lendo as notas dele. – 7 Excede as Expectativas a Cuidados com as Criaturas Mágicas, a Encantamentos, a Defesa Contra a Magia Negra, a Herbolgia, a História da Magia, a Poções e a Transfiguração. Tiveste um Aceitável a Astronomia. E um Fraco a Adivinhação. Estas são excelentes notas, Ron. Do que te queixas?! Já pensaram no que vão seguir para os exames finais?
- Bem, eu queria ser auror, mas com a minha nota de Poções não dá para continuar. – afirmou Harry. Acho que o prof. Snape não me vai aceitar na aula dele.
- O prof. Snape não. – afirmou Dumbledore que ainda estava na cozinha. – Mas a prof. Simmons irá ficar muito feliz de ter na sua aula. Ela dará aulas aos alunos do quinto, sexto e sétimo a partir deste ano. O prof. Snape ficará apenas com os primeiros, segundos e terceiros anos.
- Hum, então eu inscrevo-me em Poções. – falou Harry bastante feliz.
- Bem, sendo assim, também eu me inscrevo. – falou Ron. – E tu Hermione?
- Também irei. Tenho o mesmo sonho que Harry: gostaria de ser auror. – respondi. - Professor, será que poderei continuar com Runas Antigas?
- Sim poderás, Hermione. – respondeu Dumbledore. – Será melhor vocês dizerem as disciplinas que querem tirar.
- Bem se nós os três queremos ser aurors. – afirmei. – Temos de seguir com Poções, Transfiguração, Herbologia, Defesa Contra a Magia Negra e Encantamentos. Não me esqueci de nenhuma professor?
- Não, Hermione. – respondeu Dumbledore. – Está tudo certo. – Mas vocês poderão tirar mais uma disciplina ou duas, se quiserem. Como Hermione que seguirá com Runas Antigas. Uma atitude bem esperta da menina Granger, pois isso poderá lhe ser bastante útil na sua futura profissão.
Fiquei bastante feliz com o comentário de Dumbledore, mas nesse momento, mas um distintivo na mão de Ginny desviou a minha atenção.
- Ginny! – exclamei, contente abraçando-a. – Foste nomeada Monitora?
- Pelos vistos. – ela respondeu, encabulada.
Nesse momento, a Sra. Weasley tinha entrado na sala e ouvindo a nossa conversa, deu um abraço em Ginny e felicitou-a pelo cargo. Ficou combinado que quando fossemos à Diagon-Al, Ginny poderia escolher a sua prenda como modo de gratificação pelo cargo de monitora.
- Harry. – interrompeu Dumbledore. – Acho que tu não viste bem o teu envelope.
Harry ficou confuso, mas ao virar o envelope caiu-lhe um distintivo na mão.
- Capitão de Quidditch dos Gryffindor? – ele exclamou espantado, ao olhar para o distintivo.
- Parabéns!!! – felicitei abraçando-o.
- Bem, como sabes, segundo as regras terás de fazer testes para definires a equipa de Quidditch dos Gryffindor e irás precisar duas novas chasers, já que Angelina e Alicia terminaram Hogwarts
Durante o almoço, ficou combinado que iríamos a Diagon-Al no dia seguinte, de manhã. Após termos almoçado, eu, Harry, Ron, Luna, Neville e Ginny fomos dar uma volta pelos pomares dos Weasley’s e sentámo-nos em círculo à sombra das árvores. Foi nesse momento que eu me lembrei de uma coisa
- Pessoal. – chamei e todos olharam para mim. – Hum, eu não sei por onde começar, mas como Harry nos revelou a sua profecia chegou a hora de eu contar uma coisa que Dumbledore me confidenciou.
- Estás a deixar-nos curiosos, Hermione. - refilou Ginny.
- Bem, o que eu vou contar a seguir tem a ver com o facto de eu passar pouco tempo com os meus pais.
- Pois, eu achei estranho que tu viesses para a casa dos meus tios, um mês depois de as aulas acabarem. – falou Harry, pensativo. Qual a razão.
- A razão deve-se ao facto de eu e os meus pais corrermos o risco de sermos atacados por Voldemort. – expliquei, causando arrepios em Ron, Luna e Neville.
- Mas porquê? – Ginny perguntou.
- Por causa de Harry. – respondi. – E da amizade forte que tenho com ele. Dumbledore disse-me que eu seria uma forma de levar Harry a deixar a sua segurança, para me resgatar.
- Mas porque não nós? – questionou Ron.
- Por causa da vossa protecção. – expliquei. – A vossa mãe, segundo Dumbledore é uma excelente bruxa e protege muito bem a Toca contra ataques das trevas. Mas eu estou mais vulnerável.
- Mas porque foste directa para a casa dos tios de Harry. – perguntou Ginny. – E não vieste logo para cá.
- Por três razões, Ginny. – respondi. – A primeira porque a protecção que vocês têm não se aplica a mim e a Harry. Segundo Dumbledore queria certificar-se que Harry não voltava a fazer uma nova loucura. E por fim, porque Dumbledore conspirou para que eu e Harry ficássemos juntos.
- Velho safado esse! – exclamou Ron, arrancando gargalhadas de nós.
- Bem, pelo menos o plano dele resultou. – afirmou Harry.
- Lá isso é verdade. – confirmei, beijando Harry.
Passamos o resto do dia no pomar a falar sobre as disciplinas que iríamos seguir no sexto ano e eu, Harry e Ron decidimos continuar com as aulas de Cuidados com as Criaturas Mágicas (pois sabíamos que Hagrid iria ficar desapontado se não nos inscrevêssemos, mas olhando pelo lado positivo ter as aulas de Hagrid também nos seria útil se quiséssemos ser aurors) e a jogar Quidditch. Geralmente os grupos eram eu, Harry e Luna contra Ron, Ginny e Neville. Eu era péssima, Luna era razoável e Harry bastante bom o que equilibrava as coisas, pois Neville era péssimo, Ron razoável e Ginny muito boa. Só paramos de jogar quando a Sra. Weasley veio nos chamar para jantar. Quando acabamos de jantar, fomos logo para a cama, pois já estávamos cansados e no dia seguinte teríamos de acordar cedo.
Na manhã seguinte, fomos acordadas pela Sra. Weasley, e embora bastante ensonadas levantamo-nos e após nos vestirmos descemos para tomar o pequeno-almoço. Harry, Ron e Neville apareceram cerca de cinco minutos depois de nós, com os cabelos bastante revoltados e ainda com caras de sono. Quando acabamos de comer, dirigimo-nos para a rua onde estavam dois carros à nossa espera. Eu, Harry e Ron fomos num acompanhados de Tonks, da Sra. Weasley do Sr. Weasley. Neville, Ginny e Luna foram no outro carro acompanhados por Remus, por Dumbledore e por Shacklebolt. Quando chegamos à Diagon-Al, o primeiro sitio onde fomos foi ao Gringottes, onde fomos buscar o nosso dinheiro (os meus pais tinham aberto uma conta para mim durante o meu segundo ano em Hogwarts, para não estarem sempre a trocarem dinheiro muggle para dinheiro bruxo. Quando nos despachamos, fomos até à loja da Madame Malkin, onde Ron e Ginny compraram uniformes novos (Mr. Weasley tinha sido promovido, passando a ser Ministro da Magia, após Fudge ter sido despedido; e embora o pai de Ron no início tenha ficado indeciso, decidiu se candidatar e acabou por ganhar), eu e Harry também compramos uniformes novos e eu, Ginny e Luna comprámos alguns vestidos (para usarmos no caso de haver algum baile em Hogwarts). Depois de termos comprado os livros e os materiais para as poções, a Sra. Weasley cedeu aos pedidos de Ron e de Ginny para irem conhecer a loja dos gémeos. Mas Harry afirmou que mais tarde iria ter connosco e saindo com Remus e Tonks atrás de si, afastou-se. Fiquei curiosa em saber porque ele tinha-se afastado, mas rapidamente segui atrás dos Weasley’s e de Dumbledore e fomos visitar a loja de Fred e George. Pude constatar que os irmãos de Ron e de Ginny estavam a fazer um enorme sucesso, pois quando entrámos dentro da loja, vimos que ela estava bastante cheia e nós tivemos algumas dificuldades em conseguirmos em ver a loja. Ao fim de algum tempo, conseguimos localizar Fred e George, assim como Alicia e Angelina (que Fred nos explicou que tinham começado a trabalhar para eles, umas semanas depois de terminarem Hogwarts) e com quem Fred e George saíam (George confidenciou-nos que eles tinham adorado sair com as duas no quinto ano deles; Fred saía com Angelina e George com Alicia). Cerca de 20 minutos mais tarde, Harry, Lupin e Tonks juntaram-se a nós e reparei que Harry trazia nas mãos um embrulho, mas recusou-se a dizer-me o que ele tinha comprado. Fiquei bastante curiosa, mas sabia o quão Harry era teimoso e não insisti mais. Após termos visto a loja e termos comprado algumas coisas (excepto por Harry, a quem Fred e George tinham agradecido bastante pelo financiamento da loja). Quando saímos da loja dos gémeos, dividimo-nos novamente em dois grupos, eu, Ginny e Luna fomos com Dumbledore e com a Sra. Weasley a uma loja nova que tinha aberto recentemente e que vendia várias coisas, desde livros a pequenas recordações. Ginny e Luna compraram umas coisas, mas que eu não consegui ver o que era. Quando compramos tudo o que queríamos, eu fiz um pedido antes de nós juntarmos a Harry, Ron e Neville que tinham ido à loja dos animais. Fui com Ginny, Luna, a Sra. Weasley e Dumbledore à loja de Artigos de Quidditch, e após procurar, encontrei aquilo que eu queria: uma snitch de ouro. Falei com o vendedor que após lançar um feitiço na snitch, para dizer o nome da pessoa que lhe tocasse, embrulhou-a e deu-ma. Aquele seria o meu presente de Natal para Harry, embora faltasse muito tempo para essa altura, em Hogsmeade não havia lojas de artigos de Quidditch e assim eu aproveitei que estava na Diagon-Al para comprar uma coisa que eu sabia que Harry iria gostar. A Sra. Weasley aproveitou e comprou uma vassoura a Ginny como prenda por ela ter sido nomeada Monitora Voltamos a nos encontrar em frente da parede que dava acesso ao Caldeirão Furado e reparei com os três rapazes tinham comprado várias coisas, pois estavam carregados com sacos.
Mas antes de voltarmos para a Toca, Dumbledore levou-nos a visitar um sítio que interessou bastante a Harry: o cemitério onde os pais de Harry estavam sepultados. Eu e Ginny ficamos emocionadas quando lemos o que estava inscrito na lápide das campas deles: Aqui jazem James e Lily Potter. Amados esposos e pais. Morreram protegendo o fruto da sua relação: o filho Harry James Potter. Dumbledore explicou-nos que a casa que ficava na colina pertencia aos antepassados de Harry e foi para lá que nos dirigimos. Separamo-nos em grupos: eu e Harry com Dumbledore e com o Sr. Weasley; Ron e Luna com a mãe dele e com Shacklebolt; e Neville e Ginny foram com Remus e com Tonks. Eu e Harry vimos bastantes quadros com várias pessoas e que Dumbledore nos foi explicando quem eram. Tínhamos encontrado um quadro dos pais de Harry, quando Ginny gritou, chamando-nos. Rapidamente a localizamos numa divisão enorme, e que parecia com um escritório. Ela apontou para a parede e eu, Harry, Ron e Luna (que também tinha vindo ao encontro de Ginny e Neville) reparamos que na parede havia uma tapeçaria (parecida com aquela que havia em Grimmauld Place, mas a diferença é que esta dizia respeito à família Potter). Harry rapidamente localizou o ponto com o nome dos seus pais, mas a minha atenção foi desviada para um ponto com o nome de Eleonor Potter que ligava-se a Maximilian Granger (que eram os meus avós por parte do meu pai). Dele descia o nome do meu pai: Marcel Granger e que se ligava a Martha Preston e dessa ligação descia o meu nome: Hermione Granger. Fiquei bastante confusa e olhei para Dumbledore.
- Eu tenho sangue Potter? – perguntei, fazendo Harry olhar para mim.
- Sim, Hermione. – respondeu Dumbledore. – Tu tens sangue Potter. A tua avó Eleonor é uma prima distante de Harry, por isso não há problema de vocês namorarem. Ela até acharia graça.
- Porquê? – Harry perguntou.
Dumbledore aproximou-se da tapeçaria e apontou os primeiros nomes que lá constavam: Harry Potter, nascido a 1020 e falecido a 1150, que se ligava a um nome: Hermione Jameson, nascida em 1025 e falecida a 1145.
- Eles foram os primeiros Potter. – falou Dumbledore. – E vocês os dois têm muitas parecenças físicas com eles. E se virem aqui, verão que uma Potter casou com um Black, os trisavós de Sirius. E também com os Weasley. Embora os Potter não ligassem à questão de sangue-puro, muitos dos seus descendentes casaram com sangues-puro.
Eu e Harry olhamos e vimos que Dumbledore tinha razão.
- Mas, professor. – perguntei eu, confusa. – Os meus pais nunca estudaram em Hogwarts.
- Isso porque ambos os teus pais, Hermione, são abortos. – respondeu Dumbledore. – Não têm poderes mágicos. A tua avó Eleonor ficou desapontada de ter dado à luz um aborto, porque tanto ela como o marido era feiticeiros. Mas tanto eles como os teus pais e os teus avós maternos ficaram radiantes quando tu demonstraste ter poderes mágicos.
- Mas porque razão isso não foi revelado ao mundo mágico? – perguntou Harry.
- Bem, tantos os avós paternos de Hermione como os de os avós maternos dela decidiram manter em segredo que os filhos deles eram abortos. – explicou Dumbledore. – Embora tenha sido criados pelos pais, Marcel Granger e Martha Preston quando atingiram a maioridade, decidiram viver como muggles, mas continuando a ter contacto com os pais. Foi coincidência que os dois se tenham conhecido na faculdade de odontologia e se tenham apaixonado e casado. Todo o mundo mágico tomou os pais de Hermione como muggles, por causa do seu modo de viver, mas isso tudo é mentira, porque Hermione é tão sangue-puro como cada um presente nesta sala, excepto por Lupin por causa da sua maldição e de Tonks que é filha de um muggle e de uma feiticeira.
- Mas porque os avós de Hermione não revelaram tudo quando Hermione nasceu? – Ginny perguntou.
- Porque quando Hermione nasceu, Voldemort ainda estava no activo. – respondeu Dumbledore. – Lembrem-se que Hermione nasceu quase um ano antes de Harry. E Eleonor Potter era uma bruxa bastante dotada e poderosa. Ela não queria pôr a neta em perigo se revelasse tudo o que sabia.
- Mas porque os meus pais não me contaram. – eu perguntei. – Ou os meus avós em uma das suas visitas.
- Eles acharam seguro que quanto menos soubesses do passado dos teus familiares. – Dumbledore explicou. – Dumbledore perseguiu vários anos os teus avós, tentado que eles se passassem para o lado dele, pois sabia que tendo Eleonor Potter do seu lado era uma grande trunfo.
- Mas eles nunca cederam, pois não? – perguntei.
- Não, eles nunca cederam. – afirmou Dumbledore, deixando-me espantada. – Porque queriam proteger-te. Porque tu és tão poderosa como a tua avó, Hermione.
- Então foi por isso que eu os deixei de ver quando eu tinha dois anos. – afirmei. – Eu ainda sinto muito a falta deles, mas eles nunca regressaram do esconderijo, mas eu sei que eles estão vivos, pois casualmente mandam cartas a dizerem que estão bem
- Hei, Hermione anima-te. – falou Harry num tom brincalhão. – Vê isso pelo lado positivo. Agora podes esfregar na cara do Malfoy a tua verdadeira descendência. Até estou a imaginar a cara dele quando ouvir.
Todos nós caímos na gargalhada com o comentário de Harry.
- Não faz mal se eu contar a minha verdadeira descendência, professor. – perguntei, olhando para Dumbledore.
- Não, senhorita Granger. – Dumbledore respondeu. – Já está mais que na hora para que todos conheçam de quem é descendente.
Após mais algum tempo a vermos a mansão, voltamos para a Toca, pois a Sra. Weasley começou a refilar que ainda teria de fazer o almoço. Quando chegamos à Toca, vimos que o edifício que substituía Grimmauld Place tinha desaparecido.
- Professor? – perguntou Harry, olhando para o espaço vazio onde anteriormente tinha estado o edifício da Ordem. – O que aconteceu à sede da Ordem?
- Aquele edifício só estava a substituir Grimmauld Place, pelo menos enquanto não soubéssemos quem era o dono da casa. – respondeu Dumbledore. – Mas para que tu, Hermione, Neville, Luna, os Weasley’s e os outros membros da Ordem não se tenha de mudar, decidimos que era melhor trazer Grimmauld Place para os terrenos dos Weasley.
E com um aceno de varinha de Dumbledore, Tonks, Lupin, Shacklebolt dos pais de Ron e Ginny, Grimmauld Place apareceu à nossa frente, colocando-se no mesmo sítio do anterior edifício.
O restante das férias passaram-se de forma calma, de vez em quando, nós os seis organizávamos jogos de Quidditch (embora eu ainda tivesse medo de alturas, alinhava nos jogos e a cada dia que passava melhorava), aproveitávamos alguns momentos para namorar ou então assistíamos aos jogos de xadrez de Ron e Harry (que Harry perdia sempre, claro). Mas rapidamente chegou o dia 31 de Agosto e com ele a ida para Hogwarts. Tal como no dia da ida à Diagon-Al, foram dois carros que nos transportaram até a King’s Cross. Após uma viagem sem sobressaltos, chegamos à estação e após deixarmos as coisas numa carruagem com Harry, Neville e Luna, eu, Ron e Ginny dirigimo-nos para o vagão dos Monitores, onde encontramos o Malfoy e a Parkinson. Neste ano, os Monitores-Chefe eram um Hufflepuff e uma Ravenclaw. Malfoy embora tenha passado algum tempo em silêncio, quando tinha acabado o tempo obrigatório de permanência no vagão e eu, Ron e Ginny nos preparávamos para sair, Malfoy quebrou o silêncio.
- Finalmente! – ele exclamou. – Este vagão vai deixar de cheirar mal.
Impedi Ron de se atirar para cima de Malfoy e numa voz calma, decidi gozar um pouco com a cara de Malfoy.
- Digo o mesmo Malfoy. – exclamei e Ron acalmou-se percebendo aonde eu queria chegar. – Eu também detesto o teu cheiro horrível de um garoto mimado, convencido e estúpido.
- Olha aqui, sua sangue-de-lama… – começou Malfoy, tentando-me provocar, usando um tom cínico. – Limpa a tua boca suja antes de te dirigires a alguém que é superior a ti.
- Se alguém aqui é sujo, essa pessoa não sou eu, Malfoy, mas sim tu. – respondi, usando o mesmo tom de voz. – E enganaste, porque eu sou muito mais superior que tu.
- Ah sim! – ele exclamou zombeteiro. – E desde quando uma descendente de muggles é superior a um sangue-puro.
- Enganas-te outra vez, Malfoy. Eu não sou descendente de Muggles. – respondi, fazendo Malfoy se arregalar de espanto, assim como todo os outros no vagão, excepto por Ron e Ginny. – Diz ao teu querido paizinho que com Potter’s não se deve implicar.
- Potter’s? – Malfoy riu, voltando à expressão cínica. – Tu nem sequer tens Potter no nome…
- Não tenho porque a minha avó assim o decidiu, Malfoy. – exclamei.
- A tua avó? – riu ele novamente, irritando-me novamente. – Não me digas que os existem Muggles com o nome de Potter? Isso é hilariante.
- Não, Malfoy. – respondi, gozando com a cara dele. – Não existem Muggles com o nome de Potter. Mas existem muitos bruxos com o nome de Potter. Incluindo Eleonor Potter, minha avó paterna.
Vi que Malfoy empalideceu e eu soube porquê. O pai dele deve ter mencionado várias vezes o nome da minha avó.
- O que foi Malfoy? Viste um fantasma? – zombei eu rindo da cara dele, assim como os outros ocupantes do vagão, excepto pela Parkinson. – Ou o nome de Eleonor não te é desconhecido? Hum, deixa-me adivinhar… Deves ter ouvido esse nome muitas vezes não foi? Pois vai dizer ao teu querido pai que Eleonor tem descendência e que essa descendência está muito bem viva. Agora se me dás licença, eu não suporto gente mesquinha e de baixo nível.
E deixando todos para trás boquiabertos, eu, Ron e Ginny saímos do vagão e fomos procurar os outros. Quando os encontramos, ocupamos os lugares vagos e eu relatei a minha conversa com Malfoy. Todos voltámos a cair na risota e passamos o resto da viagem a rir do Malfoy a gozar com ele, principalmente depois da visita que ele fez ao nosso vagão, tentando-me humilhar, dizendo que os meus pais não prestavam porque não sabiam fazer magia, mas acabou por ser ele o humilhando, porque eu respondia-lhe à letra, dizendo que eu tinha orgulho dos meus pais, mesmo eu sabendo que eles eram abortos, mas por menos eram honestos ao contrário do pais de Malfoy que eram desprezíveis além de ser traidores do mundo mágico por se terem unido a um lorde patético. Quando começou a dar sinais de anoitecer, eu, Ginny e Luna fomos ao vestiário das raparigas de modo a vestirmos os uniformes de Hogwarts. Como no vestiário estavam também Lavender e Parvati, eu aproveitei para encenar uma conversa com Ginny e Luna onde falei do que tinha descoberto durante o Verão e também para falar o quanto eu estava feliz com o meu namoro com Harry. Ginny e Luna perceberam o que eu queria fazer e entraram no plano e elas também aproveitaram para falar dos recentes namoros. Quando saímos do vestiário, rimos porque sabíamos que no dia seguinte, Hogwarts inteira já saberia daquela conversa entra nós as três. Quando chegamos ao vagão, os rapazes já tinham vestido os uniformes e nós relatamos a conversa que encenamos no vestiário das raparigas em frente a Parvati e Lavender. Os rapazes riram-se como o nosso descaradamente, mas pelo menos agora Harry e Ron já não seriam perseguidos pelas fãs. Quando a viagem terminou, dirigimo-nos para as carruagens e eu, Harry, Ron e Luna ocupamos uma, enquanto que Neville e Ginny seguiram na mesma onde iam Lavender e Parvati. Na hora de jantar, voltamos a juntar-nos e Ginny contou-nos que ela e Neville tinham sido questionados sobre a conversa que elas tinham ouvido. Rimo-nos mais um pouco, e após Dumbledore fazer o habitual discurso de abertura e ter anunciando que o novo professor de DCMN era nada mais nada menos que a Tonks. Quando Dumbledore terminou, eu, Harry, Ron, Neville e Ginny seguimos para o salão comum dos Gryffindor, enquanto que Luna foi para o salão comum dos Ravenclaw e após nós despedirmos, eu e Ginny fomos para os dormitórios femininos e Harry, Ron e Neville foram para os dormitórios masculinos. Depois de vestir o meu pijama deitei-me na minha cama e fingi dormir quando Parvati e Lavender entraram no quarto, pois sabia que se elas vissem que eu estava acordada enchiam-me de perguntas e tudo o que eu queria agora era dormir, pois no dia seguinte começariam as aulas.


N/A: Mais um capitulo. Espero que gostem e que comentem.

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