Inicio do Ano Lectivo



Cap. 8 – Início do Ano Lectivo

Na manhã seguinte, eu acordei bastante cedo e felizmente, Lavender e Parvati ainda não tinham acordado. Sem fazer muito barulho, fui ao banheiro e após trocar de roupa desci para a sala e vim que ela estava vazia à excepção de Harry.
- Já estás acordado? – perguntei, aproximando-me dele.
- Sim. – ele respondeu.
- Não tiveste nenhum sonho com Voldemort, pois não? – perguntei preocupada.
- Não. – ele respondeu. – Desta vez foi um sonho bastante agradável. Sonhei com os meus pais e eles me diziam que estavam bastante orgulhosos de mim.
- Não te sentiste triste? – perguntei, receosa.
- Não! – Harry afirmou. – Até me senti muito bem, pois não tenho muitas recordações dos meus pais e estes sonhos sempre me ajudam a perceber o quanto eles gostavam de mim.
- Mas porque não ficaste lá em cima? – perguntei, curiosa.
- Quando acordei, estava um bocado confuso com o sonho que tive. – ele respondeu. – Eu tentei dormir outra vez, mas não é fácil quando dois dos nossos companheiros de quarto ressonam.
Ri, pois sabia que ele se estava a referir a Ron e a Neville. Olhei para o relógio e vendo que era melhor os dois dorminhocos acordarem, ou então chegariam atrasados.
- Hum, Harry. – falei. – Será melhor ires acorda-los ou então eles irão se atrasar. Vai lá, que eu vou ver de Ginny.
Subimos as escadas juntos, mas separamo-nos, enquanto eu me dirigia para os dormitórios femininos, Harry seguiu para os masculinos. Quando lá cheguei, Ginny já tinha acordado, mas eu reparei que a razão da sua demora deveu-se ao facto de as colegas de quarto estarem a questioná-la sobre os rumores que corriam em Hogwarts que diziam que Harry Potter namorava com Hermione Granger. Reparei que Ginny estava a tentar esquivar-se às perguntas e reparando na minha presença, olhou nos meus olhos como pedido por ajuda.
- Sim, os rumores são verdadeiros. – afirmei, assustando as colegas de Ginny. E a seguir ameacei – Agora se me dão favor, aprecio que não toquem no assunto, senão terão pontos descontados. Agora saiam que eu quero falar com Ginny.
A minha ameaça resultou, pois logo as duas meninas saíram, deixando-me a sós com Ginny.
- Não precisavas de ter feito aquilo, Hermione. – riu Ginny. – Assustaste bastante as pobres das meninas.
- Deixa para lá. – exclamei, rindo. – A minha sorte é que quando sai do dormitório, a Lavender e Parvati ainda estavam a dormir. Senão estaria na mesma situação que tu: a ser bombardeada de perguntas acerca do meu namoro.
Rimos outra vez e descemos para a sala comum, para esperarmos pelos rapazes, mas quando chegamos lá em baixo, estavam sentadas numa das poltronas Parvati e Lavender. Largando um gemido audível só para Ginny, desci as escadas resignada, sabendo já o que me esperava.
- Hei Hermione! – chamou Parvati, assim que reparou em mim e em Ginny. – É verdade que estás a namorar com Harry?
Rapidamente toda a gente que estava na sala centrou a sua atenção em mim, esperando por uma resposta. Que chegou quando Harry me abraçou por trás e dando-me um beijo na bochecha.
- Sim estamos, Parvati. – respondeu Harry, por mim. – Agora se nos dão licença, nós temos mais que fazer do que ouvir comentários acerca do nosso namoro.
E ignorando o alvoroço que se formou na sala, pegou na minha mão, saímos pelo retrato da Dama Gorda, seguidos por Ginny, Neville e Ron que ainda se estavam a rir das caras de Lavender e Parvati.
Assim que entramos no salão principal, fez-se um silêncio enorme ao me verem entrar de mão dada com Harry. Mas como isso não o afectou, eu relaxei e tentei agir normalmente. Sentamo-nos numa das pontas da mesa dos Gryffindor, afastados dos outros e Luna juntou-se a nós, sentando-se e cumprimentado Ron com um beijo. Foi nessa altura que o silêncio se quebrou e todos os alunos começaram a falar baixinho sobre os namoros recentes, mais propriamente, o meu com Harry, o de Luna com Ron e o de Ginny com Neville. Nós simplesmente ignorámos e começamos a comer. A meio do pequeno-almoço, a professora McGonagall aproximou-se de nós e entregou-nos os horários (excepto o de Luna, que se tinha levantado para ir buscar o dela junto do Director dos Ravenclaw). Antes de se afastar, a professora falou connosco.
- Parabéns a vós os seis. – ela felicitou, já que Luna tinha acabado de regressar. – Agora só espero que com os vossos namoros não se esqueçam dos vossos estudos. Ficaria bastante decepcionada se as vossas notas descessem. Principalmente com vocês, Granger, Potter e Weasley’s.
- Não se preocupe, professora. – afirmou Harry. – Hermione não irá deixar isso acontecer.
Caímos todos na risada, incluindo a professora, que rapidamente se afastou, permitindo-nos ver os horários. A nossa primeira aula seria uma aula dupla de Poções com os Ravenclaw. Pelo menos eu tinha de concordar, que talvez as coisas sem Snape por perto se iriam tornar melhores, principalmente para os Gryffindor, que sofriam bastante com as constantes perdas de pontos. Quando o sinal tocou, eu, Harry, Ron e Neville dirigimo-nos para as masmorras (McGonagall tinha-nos dito que a sala de Poções continuaria a ser nas masmorras, mas não seria a mesma que Snape usava), enquanto Ginny se dirigia para o terceiro andar, para a sua primeira aula de DCMN com a Tonks e Luna saía para os jardins onde iria ter aula de Cuidados com as Criaturas Mágicas. Ao chegarmos lá, ficamos um pouco à espera que a nova professora nos desse autorização para entrar. Cerca de 10 minutos depois, a porta abriu-se revelando uma mulher alta, de cabelos castanhos e olhos azuis. Depois de todos termos entrado e nos termos sentando nas cadeiras, a professora apresentou-se.
- Bom dia a todos! – cumprimentou a professora. – Eu sou a professora Lucy Simmons e serei a vossa professora nos últimos dois anos em Hogwarts. Fui posta ao corrente de certos aspectos nesta turma pelo vosso anterior professor. Não serei muito como ele, mas espero de vocês todos atenção e disciplina. Qualquer aluno que não respeitar isto não é merecedor de estar nesta aula, por isso espero que respeitem os vossos colegas.
Senti que quando a professora acabou de dizer isso, senti que era observada e olhando pela sala, reparei que quem me olhava era o maldito do Malfoy. Sabia que ele ainda devia estar furioso pela humilhação que sofreu no trem e eu esperava que ele se desforrasse. Mas para azar dele, escolheu mesmo a aula de Poções para me tentar humilhar, porque ao me distrair por um segundo (culpa de Harry, que decidiu mexer no meu cabelo). Resultado: a minha poção e a de Harry (já que estávamos a fazer uma dupla) explodiu enchendo-nos de uma massa acastanhada. Todos ficaram sérios, excepto pelos Slytherin que romperam em risadas, para desagrado da professora. Mas para o Malfoy aquilo não bastou, pois decidiu humilhar-me ainda mais.
- Olha, olha, a Granger perfeita fez a poção explodir. – disse Malfoy, provocando mais risadas nos Slytherin. – Estavas a pensar no que? Em que como já não ser uma sangue-de-lama te dá mais poderes? Isso é patético.
Eu e Dean tivemos de segurar Harry para não partir para cima de Malfoy e ao nosso lado, Neville estava a ficar vermelho tal era o esforço para tentar segurar Ron.
- Harry, por favor! Não vale a pena sujares as tuas mãos nele. – supliquei.
Harry pareceu acalmar, mas Malfoy aproveitou isso para provocar ainda mais.
- Oh! O cara de cicatriz acata ordens da patética namoradinha. – zombou Malfoy.
E dessa vez quem não ia aguentado era eu, pois Harry teve de me segurar pela cintura para não bater no Malfoy.
- Hermione, tem calma. – sossegou-me Harry, que ainda me segurava. – Tal como dizes-te, não vale a pena sujar as mãos nele.
Felizmente a professora interveio.
- Senhor Malfoy. – ralhou a professora, mas que não viu o sorriso zombeteiro de Malfoy para os colegas. – Será que o senhor acha-se assim tão importante e tão acima dos outros para desrespeitar as ordens de um professor.
- Mas quem disse que eu sou superior. – zombou o Malfoy, rindo descaradamente da professora. – Eu sou um Malfoy. O que há mais superior que isso.
- Que tal uma detenção senhor Malfoy? – disse a professora, sem se afectar com o comportamento arrogante do Malfoy. – E não será comigo. Que pena que o senhor tenha um comportamento desses quando o professor Snape leva o senhor em alta consideração. Não irá ficar nada satisfeito quando souber que o senhor desrespeitou um professor. E será com ele que o senhor irá ter a sua detenção. Por isso não se atrase hoje à noite no escritório dele, para combinarem a detenção. Agora por favor ao trabalho.
No resto da aula, o Malfoy perdeu toda a posse superior e arrogante característica dele e não gozou com mais nenhum aluno. No fim da aula, a professora pediu para que eu, Harry e Ron ficássemos para ela falar connosco (pois tínhamos uma hora livre antes de termos uma hora de Transfiguração). Nós ficamos um pouco curiosos em saber o que a professora queria de nós logo no primeiro dia. Quando tocou para a saída, a professora esperou que todos os alunos saíssem, antes de fechar a porta e nos conduzir ao escritório dela.
- Acho que vocês se devem estar a perguntar a razão pela qual eu pedi que vocês esperassem. – começou a professora.
- Sim, professora. – falou Ron.
- Bem, eu reparei que a vossa relação com os Slytherin não é muito boa. – continuou ela. – Estou errada?
- Não professora. – respondemos em coro.
- Eu bem suspeitava. – afirmou a professora. – Será que eu poderia ser posta a par dessa vossa animosidade com os Slytherin, mais propriamente com o senhor Malfoy? É que o prof. Snape falou-me de certas brigas que aconteciam entre as duas casas, mas não meu deu muitos pormenores.
Olhamos um pouco assustados com a pergunta da professora, que parecia estar realmente chateada. Fui eu que falei.
- Acontece que o alvo de provocações preferidos do Malfoy somos nós os três, juntamente com mais três amigos nossos. Malfoy gosta de provocar-nos e daí que aja esta rivalidade entre Gryffindors e Slytherins. – respondi.
- E que tipo de provocações o senhor Malfoy vos faz? – a professora perguntou, mas visivelmente mais calma.
- Bem, a professora ouviu-o chamar-me de sangue-de-lama. – continuei. – Eu era nascida muggle, ou assim pensava até este Verão descobrir as minhas origens e descobrir que eu tinha feiticeiros na família. Os meus pais, afinal eram abortos.
- Mas a senhorita referiu os seus dois amigos aqui presentes. – questionou a professora. – E mais três amigos vossos. Quais as provocações para com eles.
- As provocações que ele me faz, professora, têm a ver com o facto de eu ser popular. – respondeu Harry. – Porque eu sou bom no Quidditch, porque tenho boas notas, porque tenho amigos verdadeiros e porque tenho uma namorada fantástica. E ele também gosta de ofender os meus pais, mesmo eles estando falecidos.
- Quanto a mim e à minha irmã, Ginny Weasley. – continuou Ron. – Deve-se ao facto de nós sermos pobres e ele gosta muito de ofender a minha família.
- Quanto a Neville, deve-se ao facto de que ele se tornou um dos nossos amigos recentemente, e Malfoy aproveita-se do jeito trapalhão de Neville para gozar com ele. – continuei. – Quanto a Luna, é sabido que ela é um pouco lunática, mas isso não significa que não seja uma boa amiga. Enfim, qualquer que seja próximo a nós, Malfoy gosta de provocar e magoar.
- Mas o director da casa dele não faz nada? – perguntou a professora, incrédula.
- O professor Snape não faz nada, porque também ele gosta de nos humilhar. – falei, impendido Harry de falar. – Quando ele era nosso professor tirava-nos pontos por tudo e por nada, especialmente a Harry.
- Mas vocês não reportaram nada ao director. – a professora perguntou.
- Dumbledore confia no professor Snape. – Harry falou. – E era a nossa palavra contra a do professor. Não nos valia de nada.
- Bem, agora que eu já esclareci uns certos pontos. – a professora finalizou. – Vocês estão dispensados. Será melhor irem, antes de perderem a próxima aula.
Saímos da sala e dirigimo-nos até à sala de Transfiguração, onde ficamos a comentar com Neville, sobre a nossa conversa com a Professora de Poções. O resto do dia decorreu bem, e à noite comentamos com Ginny e Luna o sucedido na aula de poções e a nossa conversa com a nova professora. As semanas seguintes decorreram de forma calma e Malfoy evitava-nos ao máximo e cada vez que nos via, ficava com uma expressão carrancuda. Uma coisa é certa: depois da detenção com Snape, Malfoy nunca mais gozou connosco, nem nunca mais desrespeitou a professora nova de poções, nem qualquer outro professor. Nós também nos evitávamos ao máximo meter-nos em brigas com os Slytherin, pois não queríamos arranjarmos problemas.
Finalmente o fim-de-semana chegou e com ele as audições para se formar a Equipa de Quidditch. Os elementos restantes da anterior equipa eram Katie Bell, Jack Sloper e Andrew Kirke. Harry sabia que Alicia era muito boa, mas Jack e Andrew não eram muito bons beaters e seria necessário fazer-se testes para chasers e beaters. Harry não tinha dúvidas do talento de Ron, mas mesmo assim, decidiu fazer testes para keepers, e Ron saiu-se muito bem, conseguindo continuar na posição. Alicia continuou como chaser, juntamente com Ginny e Colin (Ginny saiu-se bem, ficando à frente de Alicia, que era seguida por Colin). Embora a selecção dos beaters não tenha corrido bem, Harry conseguiu escolher dois novos beaters: Seamus Finnigan e Marcela Lumley (uma Gryffindor do quinto ano). Quando as selecções terminaram, nós os seis fomos para a Sala Precisa, onde iríamos estudar e fazer os nossos trabalhos de casa. Quando terminamos, ficamos mais um pouco a conversar e a namorar. Apenas saímos para irmos jantar, que quando a refeição terminou, Dumbledore fez um discurso onde explicou que durante aquele ano lectivo os alunos do quinto ao sétimo ano iriam participar num Torneio Inter-Equipas, que consistia em cada casa escolher os seis alunos mais brilhantes em várias áreas para participarem em pequenas tarefas, que iriam ser escolhidas pelos professores. Dumbledore explicou que cada Casa teria no máximo uma semana para inscreverem junto do director de cada casa, os seis alunos mais brilhantes. Nessa noite, todos se reuniram e a monitora do sétimo ano, começou a recolher votos de quem deveria participar no Torneio. No fim, e após muitas discussões e indecisões, todos conseguiram chegar a um consenso em quem iria participar. O grupo era formado por mim, Harry, Ron, Ginny, Neville (que tinha melhorado muito em todas as disciplinas desde que começou a namorar com Ginny) e Katie. Neville ficou um pouco surpreso por ter sido escolhido, mas eu sei que ele ficou feliz por ter sido escolhido. E era mais que sabido que Neville adorava Herbologia, e isso seria um trunfo na nossa equipa. Quando a confusão passou, eu, Harry, Ron, Neville e Ginny ficamos mais um pouco sentados nas poltronas a conversar sobre em que consistiriam as tarefas e quem faria parte das outras equipas. Quando já era quase meia-noite, decidimos que era melhor irmos dormir. Embora fosse domingo, todos nós queríamos aproveitar o dia para namorar. Após nós despedirmos dos rapazes, eu e Ginny seguimos para os dormitórios femininos e para os nossos respectivos quartos. Como estava cansada, rapidamente me deixei cair num sono profundo, repleto de sonhos com Harry.


N/A: Mais um cap. de Almas Gémeas. Espero que gostem e que comentem.

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