Bungo Jumpo



Capítulo 8 – Bungo Jumpo

“Como é?”, perguntou Gina, piscando os olhos, incrédula.

“Nada, Weasley”, desconversou Draco, revirando os olhos e abrindo a porta do carro para ela, xingando-se mentalmente por ter deixado aquela maldita frase escapar de seus lábios.

“Repita!”

“Não!”, respondeu ele, de volta, bufando “Além do mais, eu não disse nada, e se eu tivesse dito algo comprometedor, você tem que entender que você me deixou irado”, avaliou ele, sério.

Gina entrou no carro e ficou em silêncio, enquanto Draco fazia o mesmo, também calando-se por todo o caminho.

“Não acredito que eu admiti em voz alta que a acho atraente!” , indignava-se ele, enquanto passava as mãos nos cabelos platinados e olhava exasperado para a estrada monótona.

Nada mais o surpreenderia naquele momento.

“Eu quero fazer Bungee Jumping”, declarou Gina, ao ver uma placa onde os dizerem ‘Bungee Jumping, dez libras por meia hora de adrenalina incontável’. A placa limitava-se à um pedaço de papelão com isso escrito com uma tinta vermelha descascada.

Draco perdeu-se em pensamentos do tipo: “só mesmo uma Weasley ia ter capacidade de prestar atenção em um pedaço de caixa de sapato com uma frase de impacto tão... não impactante”, pensou ele, sério, então, o que a Gina tinha falado pareceu catar seu cérebro e dar uma reviravolta, como se só agora ele tivesse entendido o que ela tinha falado.

“O quê?”

“É, eu vou pular de Bungee Jumping!”, disse ela, dando de ombros, como se não fosse da conta dele – e não era, mas... -, e isso o irritou.

“Você só pode estar brincando!”

“Não estou”, limitou-se, lançando-lhe um olhar de puro desgosto “Por quê?
Não gostou da idéia?”

Draco revirou os olhos.

“Você não vai fazer isso”

“Ah, por acaso isso de tenta?”, perguntou ela, erguendo uma sobrancelha numa expressão irônica que fez com que ele sentisse um arrepio e sentiu o coração batendo forte e sabia que daqui a pouco estaria vermelho como um pimentão.

“Não, não, você não vai ficar vermelho!” , disse Draco, olhando para a frente e engolindo em seco.

“Eu não sou pansexual, Weasley, sinto muito”, disse ele, rindo por dentro, a tirada era perfeita. (N/A: Pansexuais são homens que se excitam com animais, como cachorros, gatos e mantêm relações sexuais com os mesmos.)

“Quê?”, perguntou ela, inocentemente.

“Coelhos não me... excitam”, disse ele, lentamente, fazendo Gina sentir um misto de raiva e um arrepio lhe percorreu todo o corpo.

Ela cruzou os braços e fez aquele mesmo biquinho que fez Draco segurar com mais força o volante.

“Decepcionada?”, perguntou ele, não perdendo a chance de irritá-la.

“Não, fuinha”, disse ela, ácida “Como se fizesse diferença para mim... Se você me acha, ou não, sexy... não é da minha conta”, mas pela
cara dela, com certeza era “E eu não sou um coelho”

Draco Malfoy não pôde deixar de rir.

“Ora, Virgínia, você é bonitinha!”

“Cala a boca”, disse ela, olhando para a janela.

“Ora, eu te insulto e ainda ganho, como prêmio, você em silêncio?”, provocou.

Gina murmurou alguma coisa que ele não conseguiu ouvir.

“Como é, Weasley?”, perguntou ele.

“Vira à direita”, disse ela, mais alto.

“Por quê?”

“Porque eu quero pular de Bungee Jumping!”, berrou ela, olhando-o, magoada.

“Você não vai!”, determinou Draco Malfoy.

Gina fitou-o, raivosa, e, num movimento rápido, girou o volante para a direita, fazendo com que Draco freasse com força.

“Você é louca?”, quase berrou, enquanto Gina soltava o cinto de segurança e abria a porta.

“Não! Sabe, Malfoy, eu acho que eu tenho sido demais para você, não é? Ocupo seu tempo e você, por pura bondade, então, eu vou te livrar disso, ok?”

“Virgínia, qual é? Não é para tanto...”, começou Malfoy, tentando ser conciliador.

“Malfoy, é sério!”, disse ela, fechando a porta com força “Seja feliz, eu não vou mais te incomodar!”

“Tudo isso para uma tentativa de suicídio?”, perguntou ele, sério.

“O quê?”

“Esse tal de bungo jumpo, aí!”, disse ele, olhando-a, aflito “É suicídio!”

Gina deu um riso de deboche.

“Você é um covarde medroso de merda, Malfoy”, e, com essas palavras, deu as costas e entrou em direção à curva que daria lugar para o penhasco onde o Bungee Jumping era praticado.

Ótimo”, pensou Draco, mal humorado.

XxXxX


Gina caminhou meia hora e finalmente chegou a um local onde alguns homens estavam sentados, havia mais algumas pessoas que estavam lá para fazer a mesma tentativa de suicídio da ruiva.

A ruiva bufou.

O Malfoy era um idiota, um insensível, mas, no entanto, estava estranhamente chateada pelo fato dele não acha-la sexy, dele não sentir atração por ela. Talvez, pelo fato do beijo que quase acontecera naquela manhã e Gina se surpreendesse pensasse naquilo com tanta freqüência.

O beijo na rave não teve sentimento. Foi um beijo no meio do desespero e ela estava em pânico. Mal lembrava do gosto dos lábios do loiro.

“E aí, vai pular?”, perguntou um cara extremamente bonito, de cabelos castanhos e olhos verdes – quase tão brilhantes quanto os de Harry, pensou ela, melancólica.

“Sim...”, disse ela, incerta “Mas eu nunca fiz isso antes...”

“Bom, você pode pular com alguém, se quiser...”, disse ele, passando para ela uma mensagem nos olhos que dizia, mais ou menos: ‘eu pularia com
você com muito prazer’.

Gina sorriu, dando de ombros.

“É, eu acho que me sentiria mais segura”

Ele sorriu.

“O que faz aqui sozinha?”

Ao lembrar-se de Draco, bufou.

“Ah, não foi nada, então, para quem eu pago?”

“Pode ser para mim, mesmo!”, disse o moreno, com um lindo sorriso, enquanto estendia a mão para receber a nota de dez libras que Gina tinha, devido a venda de seu brinco por um preço bem injusto, diga-se de passagem.

Gina sorriu quando ele guardou o dinheiro e a puxou pela mão para perto de outro homem que estava com os equipamentos.

“Ponha os equipamentos nela. Eu vou pular com ela, espera só que eu vou guardar o dinheiro na máquina”, o segundo homem assentiu, enquanto o outro piscou para Gina e entrou na barraquinha deles.

Gina olhou, com um tanto de esperança, para a entrada dos carros, esperando pela chegada do carro de Draco, mas logo foi tirada de todas os seus devaneios pelo moreno de olhos verdes que agora passava as mãos pela sua cintura, sorrindo e recebendo um sorriso gentil, constrangido e doce de Gina de volta.

Era estranho ficar tão perto de um cara tão bonito e doce depois de passar dois dias com as grosserias de Draco Malfoy.

Ele sorriu para ela:

“Você é muito bonita, sabia?”

Gina sentiu as bochechas pinicando e seus olhos concentraram-se nos olhos verdes do rapaz, que inclinou levemente a cabeça, fitando-a com atenção.

“Eu não sei quem foi que...”

“Espere...”, falou Gina, séria, inclinando a cabeça e também fitando-o com atenção “Você é o Blaise Zabini!”

“... Weasley?”, perguntou ele, depois de uma longa pausa, onde ele a reconheceu quase imediatamente.

Mas, para a surpresa de Gina, ele não largou sua cintura, na verdade, segurara-as com ainda mais firmeza e fitou-a, com um sorriso incrivelmente charmoso.

“Você... realmente... cresceu”

Gina riu, timidamente.

“Obrigada”

“Bom, então...”, mas ele interrompeu sua charmosa fala e voltou-se para alguém que estava atrás de Gina “Draco?”

“Vaza daí... Zabini?”, perguntou o loiro, incrédulo, e os olhos dele foram do velho amigo para as mãos dele, que enlaçavam firmemente a cintura da ruiva, e franziu o cenho.

“O que faz aqui?”, perguntou Gina, fitando-o, com dureza “Achei que à essa altura já estivesse... longe”

Zabini olhou de Gina para Draco e, ao perceber que Draco ainda fitava injuriado as mãos dele na cintura de Gina, soltou-a rapidamente.

“Vocês estão juntos?”

Draco respondeu “Sim” e Gina “Não”, mas ambos ao mesmo tempo, deixando o pobre Sonserino confuso.

“Sim ou não?”

Gina revirou os olhos, sendo mais rápida.

“Não de um jeito emocional, já que o senhor Malfoy obviamente não é pansexual”, disse Gina, ácida, lançando um olhar frio para o loiro.
Zabini olhou para Gina, confuso.

“Weasley, eu não sabia que você era chegada numas coisas assim...”, disse ele, claramente impressionado.

“É uma piada pessoal, Blaise”, limitou-se Draco, fitando Gina duramente.

“Ahn... uma piada?”, perguntou Gina, desafiadoramente.

“Oh, Blaise, tem mó gente aqui esperando para pular, dá para vocês irem rápido?”, falou o sócio do garoto, fitando o trio, com as sobrancelhas erguidas.

“Tá, Weasley, vamos...”

“Eu vou com a Virgínia, Blaise, se você quiser dar uns catas em alguma trouxa, o problema é seu, mas ela está sob a minha responsabilidade”, disse

Draco, com firmeza, estendendo uma nota de cinqüenta libras para o amigo que, entendendo o que ele queria de primeira, desfez-se do equipamento, mas Gina segurou a mão dele.

“Não, Zabini, eu quero ir com você!”, disse ela, com firmeza, mas olhando para Malfoy.

Blaise revirou os olhos, mas quando seus olhos encontraram com os contornos dos seios de Gina, que eram visíveis mesmo embaixo daquela blusa imensa, sentiu-se tentado a desafiar o amigo em um duelo pela belíssima dama, mas deu de ombros.

“Sinto muito, Gina...”, disse “mas não é todo dia que eu recebo quarenta libras extras”

E, rapidamente, colocou o equipamento em Draco, enquanto as pessoas que estavam naquela filha olhavam tudo incrédulos. As meninas, incrédulas que

Gina não quisesse ir com aquele pedaço de mau caminho que era aquele loiro e os caras não acreditando que Blaise abrisse mão daquela ruiva maravilhosa sem lutar por ela.

“O que está fazendo aqui, Malfoy?”

“Cuidando de você, oras... Você está sobre a minha responsabilidade, ruivinha”, disse ele, como se Gina fosse uma criança retardada “E se algo te acontece, eu vou ser culpado e preso e eu não quero isso, certo?”, perguntou ele, inclinando a cabeça em uma expressão irônica “Além do mais”, e aproximou-se de Gina, murmurando no ouvido dela “Eu adoro desafios

E, num movimento rápido, jogou-se do penhasco, segurando Gina pela cintura, e ouvindo o berro surpreso dela, com um riso entalado na garganta.

Quando os dois pararam há alguns centímetros do lago, lá embaixo, Gina olhou-o, incrédula.

“Você é... louco?”, perguntou Gina, respirando com dificuldade.

Draco sentiu um arrepio ao sentir o hálito dela contra o seu pescoço e fitou-a, perdendo-se naqueles incríveis olhos castanhos achocolatados.

Gina percebeu que estava perdendo o controle sobre o seu corpo, sentiu que, assim como Draco, estava inclinando levemente a cabeça e aproximando os rostos. Em um último gesto de sanidade, tapeou a água, molhando tanto o rosto de Malfoy, como o seu próprio.

Os dois fecharam os olhos e Draco fitou-a, enraivecido.

“Qual é o seu problema, maníaca?”

“Isso é para você nunca mais tentar me matar, idiota!”, disse ela, aliviada por ter dado certa.

“Coelha”

“Fuinha”

“Marmota”

E, então, os dois foram sendo puxados para cima.

“Idiota”

“Retardado”

“Traidora”

“Filhote de Comensal”

“Aspirante à faxineira”

Blaise revirou os olhos, ouvindo os dois se xingando e tirou o equipamento dos dois.

“Eu nem sei por que vim aqui!”, disse Draco, sério “Você é uma idiota!”

“É, por que você não volta para o seu ninho de cobras, Draquinho?”

“Acontece, meu amor, que eu não sou como você que, quando a coisa aperta, corre para o papai!”

“Ah, jura?”, perguntou Gina, cínica, fazendo Draco lembrar-se das poucas “e foram mesmo” , pensou Draco, magoado – vezes que levara os problemas escolares até o seu pai – como, por exemplo, o de Bicuço.

“Aquele hipógrio idiota era perigoso, Weasley!”, disse Draco, com o dedo em riste.

“Só com quem merece”, confirmou Gina.

“Hahahaha, como você é engraçada!”

“Não, Malfoy, eu não...”

“Licença”, falou Blaise, pondo-se entre os dois “Nós vamos acampar mais para cima, num lugar que tem uma vista linda, o que acham de acampar com a gente? Quem sabe lá vocês não arranjam algo para fazer que não seja brigarem...”

“Eu aceito!”, disse Gina, imediatamente.

Draco hesitou.

“Ahn... OK”, falou, passando a mão pelos cabelos ainda molhados pelo gesto de Gina.

Continua...

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