Estranhas Reações



Capítulo 6 – Estranhas Reações

“Melhor?”, perguntou Draco, olhando para Gina com o rabo dos olhos.

“Muito, obrigada”, disse Gina, pausadamente “Sinto muito por... você sabe...”, murmurou, olhando pela janela, sem coragem de fitá-lo nos olhos.

“Bom... Não é nada do qual eu tenha motivos para me envergonhar”, disse ele, dando de ombros e virando na primeira cidade que
encontrou.

“Onde vamos?”, perguntou Gina, interessada.

“Ligar, você tem que ligar para o seu pai ou daqui a pouco vão ter aurores por todos os cantos e eu vou ser preso por seqüestro, sendo que nós dois sabemos que a verdade não é bem essa...”

“Você nunca vai me deixar esquecer isso, vai?”, perguntou Gina, com um longo suspiro, enquanto massageava as têmporas, com medo que aquela horrível dor de cabeça voltasse.

“Não enquanto você estiver sob o teto do meu carro!”, riu-se o loiro, com um meio sorriso que Gina não pôde deixar de perceber que ficava incrivelmente sexy nele.

Draco parou o carro na frente de uma pequena lanchonete trouxa, e Gina pôde ver um olhar enojado e desgostoso que ele lançou para o lugar que era pequeno e sujo, com uma vitrine cheia de comidas gordurosas.

“Vamos, Virgínia, vamos comprar um cartão telefônico e você vai ligar para o seu pai!”, resmungou o loiro, abrindo a porta e saindo, contornando o carro e abrindo-a para a ruiva.

Gina sorriu, agradecida, mas logo fechou a cara e desceu do carro, olhando para tudo em volta.

“Eu preciso de roupas!”, disse ela, pensativa, enquanto olhava em volta.

“Você trouxe dinheiro?”, perguntou o loiro, sem olhá-la nos olhos.

Gina olhou para ele, sarcástica.

“É claro que eu trouxe, além do mais, eu tinha planejado tudo desde o começo do ano... Fugir com o cara que eu mais odeio, você sabe, é o sonho de toda a garota”, resmungou, cruzando os braços “É lógico que eu não pensei em todos os detalhes, oras!”

O ex-sonserino revirou os olhos.

“Eis a diferença entre uma pessoa e um coelho! As pessoas pensam!”, disse ele, sério.

“Eu não sou um coelho!”, reclamou Gina, séria, apressando-se para parar na frente dele.

“Você, eu não sei, mas sua mãe com certeza o é! Sete filhos! Em que mundo ela vive?”, perguntou ele, exasperado.

“Draco Malfoy, retire o que disse!”, berrou a ruiva, empurrando-o com força, de modo que as costas dele bateram contra o carro.

Os dois ficaram em silêncio, o loiro, surpreso, respirava rapidamente.

“Não”, sibilou ele “Eu não retiro de maneira alguma o que eu disse”

Gina, possessa, encaixou-se entre as pernas dele, segurando-o pelo colarinho, e puxando-o para mais perto, seus narizes estavam quase se tocando.

“Retire!”, disse ela, fazendo seu hálito doce bater contra o rosto dele e, se antes ele respirava rapidamente, agora respirava lentamente, fitando-a, um tanto quanto pasmo.

“Eu...”, ele engoliu em seco.

“Não, senhor, DRACO MALFOY, você está terminantemente proibido de beijar essa garota! Afaste-se! Afaste-se, por Merlim!”

Mas ele não conseguia, tudo nela parecia paralisá-lo. Os olhos dele alternavam dos olhos para os lábios dela, e percebeu que a respiração dos dois estava leve.

“Eu...”, tentou Draco novamente “Eu... não... Eu...”

Gina olhava para ele e sentiu quando ele aproximou um pouco mais o rosto fazendo os narizes dos dois roçarem levemente e os lábios quase se encostarem.

Draco arregalou os olhos ao perceber o quão perto estava da ruiva, e engolindo em seco, sentiu que não tinha mais controle sobre o seu próprio corpo. Sentiu seus braços envolvendo sua cintura e tinha inclinado um pouco mais o rosto, de modo que seus narizes não mais roçavam, mas que ele sentia o cheiro adocicado da pele dela.

Num ato desesperado, ele conseguiu controlar a sua voz e sussurrou, a única coisa que ele sabia perfeitamente que cortaria todo aquele clima...

“Eu não retiro o que eu disse”, sussurrou e Gina arregalou os olhos.
Gina ficou séria, depois de perplexa e teve que se conter para não se aproveitar da posição que estava e dar-lhe uma joelhada nos países baixos.

“Pensando bem...” , pensou Gina, dando um sorrisinho maroto.
“Retire, Malfoy, para o seu próprio bem”, murmurou ela, ao pé do ouvido dele, num sussurro doce, que o fez ficar completamente arrepiado.

“Não...”, rebateu ele, de volta, tentando juntar todo o seu auto-controle que parecia estar se esvaindo.

“OK... nesse caso, você não me deixa nenhuma alternativa...”, disse ela, com uma fingida cara de desapontamento, no momento que seu joelho cortou rapidamente a curta distância que separava ele do órgão reprodutor do loiro que arfou e quase deu um berro de dor, mas a ruiva tapou-lhe a boca.

“Shhh...”, resmungou ela “Sem escândalos, nós não queremos chamar atenção, certo?”, perguntou ela, piscando um olho enquanto passava as mãos nos cabelos loiros platinados, como se os acariciando “Bom garoto”

Draco tinha lágrimas nos olhos de dor, e estava quase vesgo, tentando segurar o grito. A mão de Gina continuava impiedosamente sobre sua boca, evitando um grito de agonia, quando ela sentiu a respiração dele começando a se normalizar, soltou a boca dele e, quase imediatamente correu para dentro da loja.

Um homem bastante simpático a atendeu.

“O que deseja, senhorita?”

“Ahn... Um cartão telefônico de trinta unidades, por favor!”, disse Gina, olhando atônita para o loiro que tentava recuperar o controle sobre as pernas. Olhava-a como se estivesse prestes a matá-la.

Ele entregou-lhe o cartão e disse que eram duas libras. Gina ficou em silêncio, fitando-o, e depois deu um sorrisinho amarelo.

“Ahn... Espera só um segundinho!”

Saiu correndo em direção a Draco e, em uma distância segura, perguntou:

“Tem alguma possibilidade de você me emprestar duas libras?”, perguntou, com um sorriso amarelo imenso.

Draco lançou-lhe um olhar raivoso e Gina teve certeza que não havia possibilidade alguma de ele emprestar-lhe nem mesmo um chiclete naquele momento.

“OK... Entendi o recado!”, disse, voltando para o homem do bar “Olhe, eu não tenho dinheiro, mas, veja!”, e tirou os brincos que usava, não eram de ouro, mas eram bem bonitos “Você aceita isso como forma de pagamento? Quero dizer, você deve ser casado, ou ter uma amiga, ou uma irmã...”

O cara sorriu.

“Tudo bem, mas seus brincos valem mais do que duas libras, minha cara, eu vou te dar vinte e oito libras de troco, ok?”, perguntou ele, com um sorriso amigável, enquanto Gina depositava os brincos na palma da mão gorda do homem.

“Certo!”, Gina sorriu, mas seus pensamentos estavam em pânico “Eu gastei bem mais de 50 libras nesse brinco, não 30, seu idiota!” , mas, por fim, era melhor que o brinco rendesse 30 libras, do que míseras duas!

Gina caminhou até um orelhão que, para seu azar, ficava muito próximo de onde Draco agora estava, bem melhor, mas ainda bem dolorido.

Gina colocou o cartão e começou a discar o número de 11 dígitos da cabine de seu pai. Chamou uma vez, depois duas, e quando ia dar a terceira, uma voz rouca atendeu:

“Ministro Arthur Weasley”

“PAI!”, berrou Gina, animada, mas tentando esconder o medo.

“Virgínia, onde você está?”

“Eu estou bem, pai, não estou sozinha!”

“Com quem você está?”, exigiu saber o pai, e ela pode sentir um ponto de aborrecimento.

“Com um... homem, papai”, disse Gina receosa, vendo que mentir não seria a melhor saída.

“Quem é, Gina? Eu conheço?”, perguntou o pai, impaciente.

“Acho que sim...”

“Qual o nome?”

“Papai, não quero falar o nome do bom samaritano!”, impôs Gina “Só vou dizer que ele é uma boa pessoa... ou alguma coisa assim

“Você não pode sumir assim e fingir que não fez nada demais! Fale alguma coisa, Virgínia!”, exigiu, irritado.
“Ele é loiro, pai!”, disse Gina, num misto de pânico e urgência em se livrar daquela conversa.

“Loiro? Virgínia, isso lá é coisa que se fale para um pai desesperado? Eu quero que você...”, depois, ouviu-se uma respiração pesada, e ele acrescentou, parecendo vencido, “Ouça...”

“Eu vou me cuidar, pai! Te ligo depois!”, disse Gina, rapidamente, desligando o telefone.

Quando ia se virar para sair da cabine, percebeu que não estava sozinha. O loiro que antes estava apoiado ao carro, agora estava dentro da cabine, olhando-a de maneira marota.

“Ahn... Oi, Draquinho... Você sabe que aquilo foi sem querer, né?”, disse, com um sorriso amarelo, enquanto ele a prensou contra um dos lados da cabine telefônica e roçou de leve seus lábios nos da ruiva, fazendo com que ela se arrepiasse toda.

“Ninguém... Ninguém... chuta me chuta e fica impune, Weasley...”, murmurou ele, em seu ouvido, e um novo arrepio percorreu todo o corpo da ruiva.

“Malfoy...”, disse ela, fechando olho e respirando fundo, mas a sua voz saiu ainda um pouco trêmula. Respirou fundo mais uma vez “Eu...”

O loiro sorriu levemente e aproximou seu lábio dos dela, se a ruiva achava que podia mexer com ele daquela maneira e ainda por cima chutá-lo , estava redondamente enganada.

Inclinando um pouco a cabeça e segurando fortemente a cintura da ruiva, ele a prensou com ainda mais força. Gina estava sentido uma grande dificuldade para respirar com toda aquela proximidade.

“POR MERLIM, VIRGÍNIA! TENHA CONTROLE!” ¸ berrou uma voz em sua cabeça.

“CONTROLE? QUE CONTROLE? VOCÊ VIU O GOSTOSO QUE ELA TÁ PRESTES À FILAR? OLHA ISSO, LOIRINHO DOS OLHOS CINZA! QUE CARA MAIS MARAVILH...” , disse uma outra voz, quase histérica.

“Não...”, murmurou Gina, ao sentir os lábios de Draco quase prensados contra o seu, sentindo a respiração dele batendo contra a sua bochecha, arrepiando-a toda.

Estava à beira da insanidade.

Beijar Draco Malfoy?

Não!

Mas esse jogo de sedução...

Ao ver que já tinha conseguido o que queria, Draco Malfoy aproximou-se um tanto mais, deixando seus lábios e o da Gina quase juntos, então disse:

“Vaza daqui, Weasley, eu quero fazer uma ligação”

Continua...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.