A Pior Ressaca De Todas



Capítulo 5 – A Pior Ressaca De Todas


Quando Gina acordou na manhã seguinte, sua cabeça latejava e ela estava deitada em uma cabana, Draco Malfoy estava ao seu lado, em um saco de dormir. A ruiva olhou para o loiro, desesperada.
“O que eu to fazendo aqui?!? Por que eu não lembro de nada... AI! MINHA CABEÇA TÁ DOENDO!”, pensou Gina, massageando as têmporas, então, o loiro começou a se mover e, lentamente, sentou-se.
“Ah, a madame acordou”, disse ele, em tom de deboche, enquanto saía do saco de dormir e passava as mãos nos cabelos loiros.
“O que eu estou fazendo aqui com você?!?”, perguntou Gina, enojada, saindo da cabana, mas assim que o vento frio da manhã bateu contra o seu corpo quente, parece que a dor de cabeça aumentou horrores.
“Você está bem?”, perguntou Draco, saindo da cabana, enquanto Gina olhava em volta. Tinha somente uma casa, há alguns metros deles.
“Eu preciso ir naquela casa...”, murmurou Gina, ignorando o comentário de Draco e indo em direção à casa, Draco colocou os sapatos e, com um aceno da varinha, desamassou as roupas, depois, começou a correr atrás da ruiva.
“Weasley, espera!”
“Você me seqüestrou, Draco Malfoy!”, berrou ela, voltando-se para ele, brava “Eu vou agora mesmo ligar para o meu pai e você vai para Azkaban!”
“Eu não te seqüestrei, Weasley, por Merlim! O que eu ia querer com você? Se você já se esqueceu, eu fui inocentado!”, disse ele, quase cantando vitória.
“É, mas eu não esqueço do diário que você me deu e que quase me levou à morte!”, berrou Gina, sem olhar para ele.
“Ah, qual é?”, perguntou ele, quase berrando “Foi o meu pai e você sabe disso!”
“Ah, dá tudo no mesmo!”, resmungou a ruiva “Cedo ou tarde, você vai... AIIIII...”, berrou ela, amparando a cabeça com as mãos “Isso dói!”
“Bom, vai doer menos amanhã”, disse Draco, com um sorrisinho de escárnio que Gina preferiu ignorar.

Ballroom scene, but the fire underneath.
Cenas de um baile, mas o fogo “vem por baixo”
Gonna eat you alive,
Comerá você vivo
Gonna bring you to your knees.
Vai te deixar de joelhos


Então, algumas memórias atacaram Gina.
Ela dançando.
Ela bêbada.
Ela fugindo.
Ela encontrando com Malfoy.
Ele ajudando-a a fugir.
Eles se beijando, e...
Ela o intimando a levá-la com ele.
Gina sentiu as bochechas pinicando, então o Malfoy estava certo. Ela quase o obrigara a levá-la com ele.
“Lembrou, né?”, perguntou ele, rindo com escárnio.
Gina engoliu em seco.
Havia implorado para ficar na companhia daquele ser desprezível, como mesmo bêbada, ela podia ter sido tão idiota?

Went out drinking late last night,
Sai para beber ontem a noite,
I had a blast.
Eu tive uma explosão
But now the morning light has come
Mas agora a luz da manhã veio
and kicked my ass.
E chutou minha bunda.


Gina ficou em silêncio, e quando as nuvens que tapavam o sol, já bem adiantado, se moveram, devido ao vento, Gina quase soltou um berro. A claridade fez com que ela tivesse que franzir o cenho, para se acostumar com a claridade e, no entanto, tinha vontade de morrer.
“Tenha piedade e só me mate!”, murmurou Gina, quase chorando.
“Quê? Como assim?”, perguntou Malfoy, erguendo uma sobrancelha, enquanto a casa se aproximava.
“Por que você não me avisou que doía tanto?”
“Porque eu não sou seu amigo, para mim, tanto faz você viva ou você morta, mas, agora, eu preciso que você esteja viva, para eu entregar logo você ao seu pai e poder me livrar!”
“Não, você não pode fazer iss...”, mas então, Gina parou, levou a mão contra a boca, e bateu com força na porta da casa.
Uma senhora de idade atendeu e Gina a empurrou, e entrou na casa, murmurando um: “Sinto muito, onde fica o banheiro?”, a mulher, perplexa, falou “Segunda, à esquerda” e Gina saiu correndo, derrapando no chão de madeira.

I've got the worst hangover ever
Eu tenho a pior ressaca de todas
I'm crawling to the bathroom again
Estou rastejando pro banheiro de novo
It hurts so bad that I'm never gonna drink again
E dói tanto que eu nunca mais vou beber de novo


Gina se jogou na privada e começou a vomitar, enquanto Draco estava parado, sem graça, olhando para a confusa senhora.
“Er... É... Eu sinto muito sobre... isso”, disse ele, com um pouco de desgosto.
“Oh, está tudo bem... Eu acho... Vocês não são aquelas pestinhas que estão pichando a nossa parede, são?”, perguntou ela, cruzando o braço, e só então ele viu aquele objeto trouxa de amassar massa – um tipo de rolo – nas mãos da mulher.
“Não!”, disse Draco, rapidamente “Não somos nada disso, ela só está passando mal...”
“Oh, certo...”, disse a mulher, sorrindo “Gostaria de entrar?”
Draco olhou, receoso, para a casa trouxa, depois, para a porta fechada do banheiro.
“Hum... OK, obrigado!”

And by my seventh shot I was invincible
Lá pela segunda garrafa, eu era invencível
I would have never thought I'd be this miserable
Eu nunca imaginei que ficaria tão miserável


“Oh, Merlim...”, murmurou Gina, quando se levantou, apertou a descarga e ligou a torneira, fazendo um bochecho. Olhou para os lados e, com um feitiço, tirou o hálito ruim da boca.
Colocou a mão na maçaneta e perguntou-se se, algum dia, a dor de cabeça ia passar.
Abriu a porta e encarou um Draco Malfoy, sentado no sofá, conversando com a senhora que abrira a porta.
“Eu... sinto muito”, disse Gina, sem se dirigir à ninguém em especial, mas, na verdade, querendo desculpar-se com ambos.

I've got the worst hangover ever
Tenho a pior ressaca de todas
I'm rolling back and forth on the bed
Estou rolando na cama
I'm worked so bad that I'm never gonna drink again
E estou trabalhando tão mal que eu nunca vou beber de novo


Gina sentou-se ao lado de Draco e fitou a mulher, com interesse e envergonhada. Passou as mãos pelos cabelos ruivos e a mulher fitou-a, sorrindo.
“Está tudo bem, querida?”, perguntou, genuinamente.
“Oh, sim...”
“Quem tá aí, muié?”, perguntou um velho que andava com bengala.
“Oh, são dois jovenzinhos muito adoráveis, a moça precisou usar o nosso banheiro! Eles não formam um casal adorável?”, perguntou ela, com um sorrisinho emocionado “Me lembra de quando nós éramos mais novos e nos apaixonamos...”
Gina e Draco reviraram os olhos.
“Senhora, acho que você...”
“São mais dois daquele pestinhas imundos que ficam bêbados sem motivos aparentes e vem acampar para... você sabe... se divertirem... depois vêem em casa querendo usar nosso banheiro para vomitar?”, perguntou o homem, de maneira grosseira.
Gina recuou.
Como poderia dizer que ela havia ficado bêbada, sem nenhum motivo aparente, implorara para seu pior inimigo para que ele a levasse com ele para algum lugar, longe dos olhos vigilantes do pai e, embora não para ter relações sexuais, mas também havia acampado com o loiro e ido bater na porta do casal para usar seu banheiro para vomitar?
“Não... Eu só estava... bom, bêbada... porque nós estávamos comemorando!”, disse Gina, rapidamente, pegando a mão de Draco e segurando-a com força “Nós nos casamos!”
“Como é que é?”, perguntou Malfoy, perplexo, mas baixo e só ela pôde ouvir, ela, então, deu de ombros e lançou-lhe um olhar feroz “Não é, querido?”
Draco ficou em silêncio por alguns segundos.
“Er... É claro que é verdade!”, disse, sorrindo para o casal “Nos casamos ontem!”
“Ai, que amor!”, disse a mulher, limpando os olhos com um lencinho “Viu? Eu sabia que eles não eram nenhum daqueles punks...”
“Punks malditos!”, cuspiu o velho “Então, já que é o primeiro dia de vocês como casados, que tal um café da manhã? Acho que a velha Clotilde fez comida demais, para variar!”
“Oh! Eu adoraria que vocês comessem conosco!”, sorriu a velha senhora, pondo-se de pé.
“Na verdade...”, começou Draco, mas Gina pisou com força no seu pé.
“Nos adoraríamos”, e puxou Draco pela mão para um lado mais afastado “Só precisamos de uma conversa... entre... marido e mulher”
“Certo, certo...”, disse a mulher, trocando sorrisos com o homem “Estamos na cozinha”
Quando os dois sumiram, Draco Malfoy substituiu a cara de bom samaritano por uma de assassino serial:
“Você está louca? Casados?!?”, perguntou ele, sério e irritado.

Won't someone just kill me?
Ninguém pode só me matar?
Put me out of my misery
Me tirar dessa miséria
I'm making deals with god
Estou fazendo acordos com Deus
I'll do anything
Eu faço qualquer coisa


“Desculpa, é tudo o que eu consegui pensar!”, disse ela, apressadamente.
“Não”, disse ele, sério “Eu não te desculpo! Você tem problemas mentais?”, disse ele, asperamente, mas sem berrar.
Mesmo assim, a cabeça de Gina começou a doer e ela sentiu lágrimas vindo aos olhos, então, a senhora colocou a cabeça para fora da porta da cozinha.
“Está tudo bem?”
Na hora, Draco passou o braço pela cintura de Gina, a abraçando.
“Não, não... estamos só... conversando”
Gina sentiu o cheiro do perfume dele, era gostoso. E a sensação de ter o corpo bem feito de Malfoy pressionado contra o seu também não era nada mal.
“Gina, pelo amor de Merlim, controle-se!”, pensou, séria.
Então, a cabeça deu outra pontada e ela gemeu baixinho.
De repente, aquele gemido baixo que Gina soltou de dor fez com que ele todo se arrepiasse. Gina tinha um corpo bonito, e um rosto depor inveja em qualquer modelo, e ele se pegou imaginando se...
“Por Merlim, controle seus hormônios, Draco Malfoy!”, berrou uma voz em sua cabeça.
Gina estava concentrada em outra coisa, com a cabeça encostada no peito de Draco Malfoy, ela começou a rezar: “Merlim, eu juro que se você me sarar dessa ressaca, eu volto para casa e nunca mais vou sumir! Vou ficar sentadinha na minha cama vendo desenho animado, eu juro! Sare essa dor de cabeça ou eu vou pedir para o Malfoy me fazer um favor e me matar, e... hum... que cheiro bom...”, Gina ergueu a cabeça e viu que o cheiro vinha da cozinha.
“Vamos comer!”, animou-se Gina, afastando-se do corpo de Draco.
E, repentinamente, os dois ficaram um tanto chateados quanto a isso.

Make it stop please!
Faça parar, por favor!
Make it stop please!
Faça parar, por favor!


Gina sentou-se na mesa, a cabeça ardendo.
Piscar os olhos doía.
Pensar doía.
Mastigar doía.
As lágrimas estavam se acumulando nos olhos, e ela estava quase chorando de tanta dor. Mas tinha que agüentar forte.
“Você está bem... querida?”, perguntou Draco, erguendo uma sobrancelha.
“É só a minha cabeça”, choramingou Gina “Ela tá doendo...”
“Oh, querida, eu devo ter um remédio para dor de cabeça aqui em algum lugar”, disse a bondosa velhinha, após servir Gina uma quantia bem generosa de suco de laranja e levantar-se em direção aos velhos armários.

Make it stop please!
Faça parar, por favor!
Make it stop please!
Faça parar, por favor!


Quando Gina estava na metade do copo de suco de laranja e soltava gemidos leves de dor, a idosa senhora chegou com um comprimido branco.
“Vai te ajudar... um pouco... pelo menos!”, sorriu a senhora, esticando o comprimido, de maneira que Gina o pegou e tomou-o, acompanhado do suco.
“Não funcionou”, disse Gina, choramingando “Minha cabeça ainda dói...”
“Calma, tem que esperar fazer efeito!”, indignou-se a velhinha “Nunca tomou remédio antes?”
Draco lançou-lhe um olhar do tipo: “Aew, Weasley, parabéns! Conseguiu o que queria?”.
Gina olhou para baixo, tristonha.

I've got the worst hangover ever
Tenho a pior ressaca de todas
I'm crawling to the bathroom again
Estou rastejando pro banheiro de novo
It hurts so bad that I'm never gonna drink again
E dói tanto que eu nunca beberei novamente


“É que eu... não costumo... ficar mal”, disse Gina, lentamente.
“Oh, está tudo bem, querida, e...”
Então, Gina sentiu o estômago começar a dar reviravoltas e pôs-se de pé:
“Se importar se eu usar seu banheiro... de novo?”, perguntou, em pânico, com a voz abafada pela mão.
“Claro”, disse a mulher, sentando-se na mesa.
Gina saiu correndo e Draco ficou brincando com a torrada, sem de fato comê-la.
Certo, Virgínia estava realmente começando a envergonhá-lo com esses acessos de ressaca. Como se fosse tão terrível assim, uma dorzinha de cabeça.

I'll probably never drink again
Eu provavelmente nunca mais vou beber
I may not ever drink again
Eu devo nunca mais beber
At least not til next weekend
Pelo menos, até o próximo fim de semana


“Nunca mais eu vou beber!”, disse Gina, determinada, enquanto dava descarga e usava o mesmo feitiço para limpar o seu hálito e tirar aquele gosto horrível da boca.
Mas, de repente, pensar era um pouco complicado e sentiu a dor começar a passar lentamente e uma alegria meio boba se instalou dentro dela, saiu rindo do banheiro e entrou na cozinha, com um sorriso bobo, sentando-se no colo de Draco Malfoy.
“Oi, meu marido lindo!”, disse ela, com um sorriso animado.
O loiro olhou para ela, confuso.
“Gina, o quê...?”
“Heiuheiuheiuhe”, riu a ruiva, descontroladamente “Você fica tão lindo sem graça, sabia?”
“Ahn...”, Draco olhou para os senhores de idade, sentados no outro extremo da mesa, fitando a cena com naturalidade “O que você deu para ela, exatamente?”
“O remédio, em algumas pessoas, elas ficam relaxadas e em outras, bem... o inverso!”, ela sorriu para a cena “Acho, que no caso dela, foi o inverso”
O contato de Gina contra a sua perna deixou-o repentinamente sem fôlego. E o fato de que ela agora havia mudado de posição, ficando de frente para ele e de costa para os anfitriões fez com que ele sentisse um misto de terror com uma estranha satisfação e ansiedade.
“Gina... tem... tem gente vendo”, disse ele, fechando os olhos para controlar um ímpeto repentino. Seu cérebro queria empurrá-la de seu colo, mas seu corpo queria puxá-la para mais perto e beijá-la com intensidade.
“Ora, não se importem conosco!”, disse o velhinho, que parecia bastante interessado na cena que ocorria.
Draco pegou a varinha e, discretamente, usou uma azaração que fez com que Gina voltasse a ficar sóbria – ou pelo menos, menos alegre.
“O quê...?”, perguntou ela, sem graça, ao ver-se sentada no colo do rapaz loiro, com uma perna de cada lado do corpo dele.
“Oi, minha noivinha querida”, disse ele, simpático, mas os olhos traíam suas palavras “Dá para deixar esse tipo de atitude para quando estivermos sozinhos?”
Gina corou furiosamente e pôs-se de pé.
“Sentimos muito incomodar, já estamos de saída. Obrigada por tudo”, agradeceu Gina, corando furiosamente e saindo de lá de cabeça baixa, para esconder as bochechas rosadas.

I'm never gonna drink again
Eu nunca beberei novamente


Gina escancarou a porta e saiu, tentando manter-se calma.
“Espera aí, Virgínia!”, berrou Draco, abrindo a porta e correndo atrás dela.
“Me deixa!”, resmungou ela, quando sentiu uma mão dele em seu ombro “Me deixa em paz!”, e levou uma das mãos até os olhos, limpando umas lágrimas de vergonha que começaram a escorrer dos seus olhos.
Draco, estático e sem saber o que fazer, puxou-a pelo ante-braço para um abraço.
“Desculpa”, murmurou Gina, depois de uma fungada.
“Tá tudo bem... Você tá melhor?”, pergunta ele, estranhamente carinhoso.
Gina não respondeu, mas balançou a cabeça em sinal positivo.
Ele deu um meio sorriso.
“O treco de você sentar no meu colo mais tarde...”, disse ele, com um sorriso malicioso.
“Malfoy!”, berrou ela, com a voz trêmula.
“Calma, é brincadeira!”, disse ele, aproximando-se do carro e abrindo a porta para ela, enquanto recolhia a cabana e os sacos de dormir, pondo-os no porta-malas.
“Vamos?”, perguntou ele, entrando.
“Me lembre de nunca mais beber?”, pediu ela, olhando-o com os olhos brilhando.
“Lembro”, sorriu ele, ligando o carro e os dois saíram para a cidade mais próxima.

Continua...

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