-O dragão ferido-



-O dragão ferido-

-Creio que vai ajudar...- disse Morgan séria.- Não é uma magia comum, magias ilusórias são pouco usadas.
-Quer dizer?
-Que a magia de pânico pode criar a ilusão de algo perigoso se você desejar...
-Então eu poderia usá-la para criar uma ilusão de Dementador para as aulas?
-Sim, não é tão bom, quanto o que Lupin usou com você... mas nem todo mundo teme os Dementadores... seria trágico tentar fazer isso com alguém que tem medo de uma Barata... não... seria cômico... e a primeira rodada de riso ia detonar o coitado do papão...
-Tá.- ele riu.- Mas seria uma ilusão convincente?
-Com certeza.- ela se levantou.- Quer tentar?
-Ok.
Morgan estava a sua frente, varinha em punho.
-Se prepara, vou mandar um Dementador maligno do mal, vê se é convincente pra você!
Ela balançou a varinha:
-Delude Panis!
Era algo informe, uma sombra, então parecia um vulto, com capuz e mãos podres, o ar esfriou, aquele som de ar sendo sugado, Harry estremeceu, era tão real quanto o bicho-papão, escutou Morgan falar.
-Manda seu patrono! Vê como ele reage!
"A AD é oficial agora". Pensou.
-EXPECTO PATRONUM!!!
O veado irrompeu de sua varinha, avançou direto para a ilusão de Dementador, mas o Dementador desviou por pouco se aproximando mais...
-Eu não disse que ia deixar ele pegar o Dementador tão fácil...- riu Morgan.
-Pega ele!- Harry incentivou Patrono que aumentou o galope.
Assim que o Patrono acertou o Dementador ele diminuiu até sumir.
-Patrono impressionante.- disse ela.- Quer tentar?
Ele acenou com a cabeça.
-Só se concentre no que quer que a ilusão aparente, e na sensação que quer causar, aí é só o jeito da varinha e a fórmula cabalística...
Ela fez o gesto, ele copiou, ela preparou a varinha.
Ele se concentrou, pensou num dementador, lembrou deles, das formas, do frio, ergueu a varinha:
-DELUDE PANIS!
Surgiu a sombra, dela um Dementador tomou forma, o ar não esfriou, congelou, ele deslizou com a mão podre estendida adiante, Harry viu Morgan franzir a testa:
-EXPECTO PATRONUM!!!
Uma luz apareceu, avançando para o Dementador, estranhamente era muito pequeno, quase como uma luz de lâmpada, mas voava rápido deu várias voltas no dementador antes de atravessá-lo, chegou até perto de Harry que achou engraçado o Patrono delicado de Morgan... teria imaginado qualquer coisa menos:
-Um colibri... - ele sorriu.
-Você não imagina a gozação em cima dele.- ela olhou para o Patrono inconformada.- Na seção dos aurores... – ela sorriu travessamente.- eles se arrependeram...mas o bom é a velocidade. Falando em gozação com a minha pessoa, vou pedir demissão amanhã.
-Mas... Porquê?- ele a olhou surpreso.
-É muito humilhante dar aula pra você... você quase me matou de susto com esse dementador!- ela sorriu.
-Experiência... - ele riu.
-Falando em experiência... qualquer dia destes temos que marcar um duelo.
Ele a olhou pensando firmemente em aceitar o convite.

E por falar em convites, ele teve que se preparar muito para a reunião que marcara com duas pessoas, sobre a AD, sem que os amigos soubessem, aproveitou as aulas para o 4 e 5 anos, ficou na sala comunal, mentindo para Hermione e Rony que ia estudar, eles e os gêmeos juntos com Gina foram para dar a aula, ele ficou por ali um tempo e saiu.
Seus pés conheciam o caminho, ele podia fazê-lo de olhos fechados, mal se aproximou viu que a porta estava ali, como se atendesse prontamente sua necessidade, entrou na sala, a mesma, mas agora tinha uma mesa no meio dela, uma mesa redonda.
Mal se sentou e a primeira pessoa entrou, se olharam.
-Oi.
-Oi, onde está a Marieta?
-Ela não quis vir... não vamos precisar dela.
Ele sabia que com ela seria difícil, mas era um mal necessário, esperava gritos, lágrimas mas não o que ela fez. Cho Chang pulou uma das cadeiras que estava no caminho e se jogou em cima dele, abraçando-o forte.
-Eu estava esperando você me chamar!
-Mas não foi pra isso que eu chamei...- ele tentou afastá-la.
-Não?- ela disse maliciosa.
-Não mesmo... e o Spawner? Ele sabe que você anda por aí se oferecendo?
-Ele não ia ligar... - ela sorriu, mão no rosto dele.
-Imagino...
-Estou atrapalhando algo, Potter?
-Não. com certeza não.- ele se ajeitou olhando quem entrava.
-Ele?!- perguntou Cho.
Estranho oferecer uma cadeira a Malfoy, mais estranho era partilhar a mesa com as duas pessoas que mais o encheram no ano, ambos o olhavam com expressões muito diferentes, a melhor sem dúvida era a de Draco.
-Bem Potter, estamos aqui, você conseguiu me deixar curioso.
-E Crabbe e Goyle?
-Você pediu para eu vir sozinho.
Corajoso, ou havia algo preparado, Malfoy não apareceria na boa vontade, mas Harry decidiu confiar.
-Pensei que vocês deviam ter uma vaga idéia sobre o que eu gostaria de falar...
Chang e Malfoy se olharam, nas caras a presença do outro era uma incógnita, Harry sorriu:
-É muito mais simples do que o que vocês pensaram, vocês são lideres, conseguiram mudar a opinião, ou manipular a opinião de muitas pessoas...
-Sem elogios Potter...
-A Sonserina e a Corvinal estão sub-representadas na AD.- Hermione adoraria escutá-lo falar aquilo.- Quero que vocês se mobilizem para que isso mude.
-Você quer que a gente volte?- falou Cho.
-Você acha que vou trabalhar para você?
-Sim quero que a Corvinal volte, como antes, e não, não quero que trabalhe para mim Malfoy.
Os dois se olharam.
-Você não tá meio cansado dessa guerrinha? Era divertido quando a gente tinha doze, treze anos, mas não somos mais crianças...
-Você realmente quer jogar a toalha Potter.- sorriu Draco.
-Vou terminar o Patrono em breve, mas acho que o máximo de alunos deveriam receber esse treino.- disse sem se importar com a cara de Malfoy.- Então vamos partir para os duelos propriamente ditos, no caso da Sonserina, eu diria que há uma necessidade urgente de melhora na pontaria.
-Antes de vocês dois começarem a se agradar...- disse Cho séria.- Eu sei que tem muita gente que não quer ver a nossa cara na AD.
-Concordo.- ele disse olhando Chang.- Mas isso é comigo, se vocês aceitarem se integrar. - olhou para Draco.- Sem brincadeira, a AD é séria.
Malfoy correu os olhos pela sala precisa, olhou-o.
-Se aceitarmos? o que a gente ganha com isso?
-Respeito. Você é monitor Malfoy, mas recentemente você se meteu em encrencas que arruinaram sua reputação.
Draco o olhou friamente.
-Certo.- disse Cho se levantando.- Vamos pensar no assunto.
-Vamos?- perguntou Draco.
-Eu vou.- ela falou séria.
-A próxima aula dos 6 e 7 anos é na quinta... se vocês aparecerem poderão avaliar a aula, se não aparecerem vou tomar como um não.
-Se aparecermos é um sim...- falou Malfoy arrastadamente.
-Não... se aparecerem poderão avaliar a aula e dizer sim ou não depois.-disse calmamente.
-Então tá.- disse o loiro sorrindo, avançando rápido até a porta, então parou.- Que tal uma avaliação agora Potter?
-Se insiste. -disse Harry se pondo de pé e empurrando Cho para o chão.
-Ei!- ela protestou.
Mas ela continuou no chão quando viu Crabbe e Goyle juntamente com Montague entrarem na sala com varinha em punho.
-Sabe Potter, não quero como professor alguém que já surrei...
-Estupefaça!-bradou Montague.
-Protego!
Malfoy o atacou também com um estuporante mas ele foi anulado pelo escudo de Harry que aproveitou para atacar, paralisando Montague, Crabbe e Goyle atacaram com feitiços paralisantes mas foram atingidos por um estuporante forte, que acertou Goyle que se chocou com Crabbe, Draco usou um velho conhecido redutor, que acabou com a mesa, errando por pouco a perna de Harry, que atacou-o com um escudo de vento que o jogou porta afora, Crabbe foi petrificado e Goyle estuporado, Montague se levantou para ser estuporado também, Malfoy entrou na sala furioso e apontou a varinha.
-Estupefaça!!!
-Estupefaça!
O feitiço mais forte prevaleceu, Malfoy foi estuporado.
-Quatro estuporamentos.- Harry falou sem convicção enquanto estendia a mão para Chang.
-Isso foi incrível!- ela o olhou.- Foi muito rápido!
-Nem tanto... não estou inspirado.- sorriu para ela.- Você vai aparecer, não vai?
Ela concordou com a cabeça.

Seu humor melhorou muito depois de estuporar Malfoy... pena que esse tipo de coisa não durava muito, o loiro conseguiu que ele fosse detido, Hermione quase deu um ataque ao saber que ele perdera cem pontos por agredir quatro alunos, se fosse da natureza de Snape ele teria dado pulinhos, mas ele se limitou a sugerir que fossem mais pontos retirados e mais detenções... foi a comemoração geral na sala comunal que o fez esquecer o fato de Mione estar brava e ele notou uma coisa estranha que nunca esperara, os gêmeos não estavam se falando.
-O que houve com eles?- cotucou Rony.
-Nem eu sei, mas estão assim desde ontem...- o amigo disse também interessado.
-Luise Jones.- disse Gina.
Os dois a olharam, “Tipo, quem?”
-Luise Jones... aquela veterana morena da Corvinal...
-E daí?- perguntou Rony.
Gina deu um suspiro, olhou um irmão:
-As vezes você é tão lerdo quanto o Harry.
-Hei!- Harry protestou. – Eu entendi tá bem?
Ela riu, Harry, que não havia gostado nem um pouco da brincadeira explicou ao amigo que continuara sem entender:
-Lembra daquela morena que vivia com eles um tempo atrás?
-Isso eu entendi...- disse Rony.
-Eles brigaram por causa dela... mas o que aconteceu exatamente?- ele perguntou a Gina.
-Ela marcou com Fred... mas Jorge apareceu... foi uma confusão...
“E eu no meio da floresta com a Mione...” pensou Harry.
-Só sei que no fim nem um nem outro acredita no que dizem e ela brigou com os dois!-Gina balançou a cabeça. – Como tem garota burra no mundo...
-Nossa Gina, você é a inocência em pessoa.- disse Harry.
-É a minha irmã...- rosnou Rony.
-Não vou repetir que ainda não vi a semelhança...- disse Harry entre os dentes.
-Vocês estão tão animados... pra quem vai reprovar.- disse Hermione por cima dos livros.
-Eu não vou reprovar Mione. – disse Rony pegando os livros.
Ela olhou para Harry, meio espírito de porco baixou e ele deixou os livros na mesa e se esticou preguiçosamente no sofá.
-Eu também não... você vai me emprestar suas anotações...
O tinteiro dela, felizmente fechado, o acertou na cabeça.

O corredor estava cheio, Pirraça estava jogando pelotas de lama por ali e muita gente foi surpreendida ao voltar do jantar... haviam muitos que nem o notaram tentando passar, estava atrasado, quando finalmente achou o corredor e pode andar normalmente, escutou vozes exaltadas, um grupo estava parado na porta, era a voz de Hermione:
-NÃO!!! Claro que não!
Alguém argumentava sobre a reunião, Hermione repetiu furioasamente:
-A AD, somente a AD!
Cho e Marieta mais uns dissidentes estavam na porta, que Harry empurrou sem cerimônia:
-Que diabos está havendo aqui?!
Meia AD parada o olhando.
-Eles querem entrar na reunião!- disse Rony.- Disseram que foram convidados...
-E foram. –Ele disse entrando e deixando o grupo passar. – Desculpem a inconveniência.
Mione agora parecia possessa.
-O que você está fazendo?
-Tem algum sonserino no grupo?- ele perguntou ignorando-a.
-Harry... –ela insistiu.
Mas ele entrou na sala, falando baixo:
-Achei que você gostaria... integrar todos sabe... foi você que me ensinou...
Ela ficou olhando... abobalhada, enquanto ele puxou a cadeira e sentou-se.
-Vamos esperar uns minutos, eu me atrasei, peço desculpas, Pirraça estava aprontando no salão...
-Pra variar.- disse Rony.
-Eu queria ter chego antes para avisar que entrei em contato com dois grupos excluídos...
-Que se excluíram... –disse Gina ainda olhando torto para Cho.
-Para...
Batidas na porta, com a maior cara de infelicidade Malfoy entrou olhando a sala, com ele uns seis sonserinos, Os Weasleys se puseram de pé.
-Peraí!- Rony se virou para Harry. – Você não convidou ele... convidou?
-Antes de estuporar ele.- sorriu para o amigo que parecia muito chateado. –Entrem... podem sentar por aí, a sala não é grande como podem ver.
Malfoy parecia com nojo de sentar no chão, mas alguns dos sonserinos presentes estavam na detenção com eles no dia do ataque das Quimeras e olhavam Harry com respeito.
-Bom acho que agora não deve faltar ninguém... a menos que o Harry tenha convidado as Quimeras também... –disse Fred.
-Com certeza não convidei...- Harry riu.

Até eles se acertarem, e foram várias ameaças de estuporamento e vários Silencio! Por parte de Harry, que tiranamente detestava ser interrompido, havia passado um bom tempo e eles então se dirigiram a sala de duelos, onde todo o conteúdo sobre os Patronos foi revisto, uma aula difícil, porque muita gente estava pegando no pé dos sonserinos e Harry teve que fazer um esforço sobre-humano para ser imparcial, dar uma aula a Malfoy foi um esforço ainda maior.
Infelizmente o loiro não conseguia nem um fiapo de patrono, Harry se obrigou a ir atende-lo pessoalmente “Eu me odeio... eu me odeio... idéia burra...”
-Não adianta nada sem concentração Malfoy. – disse pela centésima vez.
-Você é um péssimo professor...- ele disse baixo.
-Pense no seguinte... – parou ao lado do rapaz.- eu perdi cem pontos para a Grifinória...- disse sem emoção.
Malfoy finalmente conseguiu uma tênue sombra, uma nuvenzinha prateada, exclamou com um sorriso quase infantil:
-Consegui! Ei... deu certo!
Fechou a cara no mesmo instante que percebeu que algumas pessoas estavam olhando:
-Só isso? Nem uma instrução? Você é mesmo um professor ruim...- disse azedamente.
-É sou muito ruim... pense nisso e tente de novo.
E foram vários “de novo”, vários fiapos cada vez maiores e mais brilhantes... “, uma pontada incômoda no estomago “eu não quero guardar isso como lembrança...”
Mais difícil foi suportar a cara melosa de Cho, com seu cisne esvoaçando por ali o tempo todo... “isso me lembra da sala precisa...” Mione só balançava a cabeça indignada.
"Você tem cada idéia masoquista..." ela lhe falou quando ele anunciou que haveria um teste real na próxima aula, e que todos que esperava que todos viessem.
-Quando vai ser a canonização?- perguntou Jorge.
-Não sei, vamos esperar a próxima aula... - disse Rony.
-Que simpático da parte de vocês...- Harry retorquiu.
-Falando sério Harry.- disse Fred que estava longe do irmão.- Como se sente dando armas ao inimigo?
-Vão se catar...- ele disse melodiosamente aborrecido.

E o assunto não morreu quando eles ficaram, ele fazendo os deveres atrasados, nas poltronas costumeiras.
-Você podia ter contado pra gente...- suspirou Hermione.
-Fiz bem em não contar vendo a reação que teve...
-Mas eu não sabia!
-Eu não ia deixar ele convidar o Malfoy se ele tivesse me contado.- disse Rony.
-Mas...
-Fala sério Harry. - disse Gina rindo.- Você convidou o Malfoy na boa mesmo? Assim na lata? Chegou e falou...
-Não... eu mandei flores e bombons antes...
Risos, Neville quase se engasgou com a pena que estava na boca, Mas ela continuou:
-Imagino a felicidade da Cho quando você foi convidar...
-Ela já estava encomendando o vestido. - disse Fred.
-Vestido?- perguntaram.
-De noiva...- disse Jorge.
Os gêmeos se olharam deram de ombros, voltaram aos pergaminhos, os outros pararam no meio do riso e se encararam balançando as cabeças.
-Mesmo assim, não vejo com bons olhos esse negócio com a sonserina.- disse Rony.
-Mas eles estavam mesmo sub-representados.- disse Hermione.
-Hermione... são Sonserinos!- disse Gina.
-Tá Gina, e daí?!- Harry perguntou, "eu não disse isso disse?"
Até Hermione o olhou, "até tu brutus?" não acreditava no olhar dela...
-Daí?- perguntou Gina.- Você sabe quem são os pais da maioria...
-Minoria. - ele disse secamente.- E pai não é medida pra filho.
-Harry!- disse Mione.
-Você é muito entendido no assunto mesmo.- disse Gina cortante.
-Tá Gina, você quer pré julgar alguém pela família?- ele disse sério.
-Cada qual com seu tal...- a garota disse.
-Vou lembrar disso quando você estiver por perto.
-Exatamente, por isso somos grifinólios!
-Isso faz tanta diferença assim?- falou Mione.
-Claro que sim!- disse a garota.
-A Mione foi a quase "Corvinal"...- disse Rony.
-Mas estou aqui não estou?- ela disse corando.- Vai dizer que o chapéu não ficou em dúvida com vocês?
-NÃO!- disseram os Weasleys.
-Bem...- disse Neville tímidamente.- Ele pensou em me colocar na Lufa- Lufa...
-Ah dá pra entender...- falou Rony.
-Mas ninguém na sonserina...-disse Gina.
-Como ninguém?- perguntou Harry.
-Ah, quem daqui ele ia pensar em colocar lá?- ela riu.
-Eu. - ele disse "eu falei, não falei?...não devia ter falado... já foi..."
-Boa Piada. - disse Rony.
-Não é piada.
-Como não é piada?
-O chapéu seletor pensou em me colocar na Sonserina... sério.
-Tá brincando?- disse Fred.
-Meu Deus... é sério mesmo?- falou Mione.
-Porque o Meu Deus? Ele pensou, e me colocou aqui. E daí?
-Isso é muito estranho.- disse Jorge.
-Ah... entendi.- ele disse muito sério.- Por isso eu não devo prestar... com certeza eu vou ser um comensal... que tal eu bater um papo com o ...
-Nem continua... a gente entendeu.- disse Rony.
-Que bom.
-Mas é verdade que o pessoal da Sonserina não presta.- disse Gina cruzando os braços.
-É só ver o Snape...- disse Fred
-Você-sabe-muito-bem-quem... - disse Rony
-A profa Morgan... - ele retrucou.
-Na grifinória só tem gente boa... como a gente.- insistiu Gina.
-o prof Dumbledore... -disse Jorge.
-O Rabicho.- disse Harry sentencioso.
-Poxa Harry aonde você quer chegar?
-Eu aprendi muito bem o que é ser pré julgado no ano passado por ser diferente... vocês acham que se fosse diferente ia ser melhor? Vamos deixar eles de lado... vamos alimentar essa briga.
-Não é isso.- disse Rony.
-Mas o Harry tem razão, as casas devia ser mais unidas.- disse Mione.
-Ah alguém que sabe a idéia geral!- ele disse sério.
-Original, por favor...- ela falou baixo.
-Eu não concordava antes mesmo...
Não concordava mesmo... “nem sei se concordo agora”.

“Mas isso é besteira.”

‘Escapar a noite é cada vez mais difícil, usar a sala da AD pela lareira impossível, dá pra ver as olheiras na cara de Rony, ele também não dorme, vigia...” pensou Harry ao se esgueirar como gato, coberto pela capa da invisibilidade presa pela boca, precisava sair, já que não dormia mesmo... Morgan o convidara, ele queria ir, sentia a necessidade de ir, aprender, aprendia com Morgan, gostava da companhia dela para conversar, ela lhe lembrava a irreverência de Sirius...
Ele conhecia os corredores de cor, chegar a sala foi muito fácil, porquê ela o chamara em sua sala era um mistério, era muito parecida com a que ela cedera para a AD mesmas cadeiras... mesma lareira... “quantas saletas dessas existem escondidas por toda Hogwarts?” Ele se sentou, era comum ela se atrasar ou aparecer sem ser notada, as cartas estavam ali, tinham sido recém abertas... havia a torre em cima da pilha... uma má carta...
A porta se abriu de súbito ele se levantou:
-Morgan...- falaram ao mesmo tempo.
Não foi raiva, mais que confusão em ambos, quando se olharam chamando pela mesma pessoa.
-O que está fazendo aqui Potter?!- sibilou Snape
-Esperando a Morgan.- respondeu tentando ser objetivo.
-Esperando?- ele se aproximou.
-Sim.
-Ela o convidou?
-Creio que sim, ou não estaria aqui.
Mas Snape não parecia mais furioso, e sim preocupado.
-Quando ela combinou de vê-lo?
Harry franziu a testa, não tinha mais relógio...
-Uma hora, uma e meia...
-Já são duas...
-Eu estou esperando a mais de meia hora.
Havia algo incômodo no ar, Snape sentou sério na poltrona, em direção a lareira dando-lhe as costas...
-Ela... ás vezes se atrasa.- Harry falou sem saber porquê.
-Ás vezes...
O silêncio imperou, mas nenhum dos dois se moveu.Mais de uma hora passou.
-Ela... saiu não, saiu?- perguntou Harry.
-Não é de seu interesse Potter.- Snape falou cortante. – Na verdade você tinha que estar em seu dormitório.
-É, tá bem...- ele disse cruzando os braços. – Mas vou esperar.
-Você é um insolente... vá dormir! Ou posso lhe dar uma detenção...
-Estou aqui com autorização de um professor.
-Morgan parece que faz parte de seu fã clube.- Snape nem se virou ao sussurrar.
-Como meio mundo fora você e Vol...
-Já disse para não...
-Você tem um problema com ele? Você ...
-Me chame de senhor...
-Sim senhor.
Mais silêncio, ambos estavam em plena intolerância mutua...” Curiosidade matou o gato... mas lá vai.”
-O senhor nunca me explicou porque nunca usa o nome...
-Perca as esperanças...
-Você não dá muitas... mesmo...
-Humpf...
Mesmo com as pernas cansadas ele não se moveu, o outro não se levantou e o tempo passando... ambos ansiosos.
Já deviam ser quatro da manhã quando Snape voltou a falar:
-Ela não lhe disse que faria algo antes?Potter?
-Ela só me convidou para um duelo...
-Duelo? Morgan não chama qualquer um para um duelo...
-Obrigado pelo elogio.
-Modos, Potter.
-Ela saiu a horas... sem avisar ninguém... isso é estranho...
-Você não conhece Morgan Graveheart, Potter.
-E você conhece...
-Muito bem.
-Imagino que sim...
Snape jogou pó de flú nas chamas, mas não parecia ter intenção de se mover, as chamas ficaram verdes, mas ele nem se levantou:
-Vá dormir Potter.
-Não pretendo sair daqui.
-Não estou pedindo Potter.
-Você tem alguma idéia de onde ela está?
-Espero que não.
-Como assim espera?
-Já falei que isso não é da sua conta, Potter.
Harry baixou a cabeça, por pura raiva, “ele me dá nos nervos!!! Esse... esse...”
As chamas se mantiveram verdes, Harry podia ver pela franja, pelo reflexo no chão, algo o pressionando o coração.Olhos semicerrados, “Onde está Morgan?”
-Você pode vê-la?- Snape pareceu perceber sua intenção.
“Maldita Legilimência!!!”
-Não consigo... nunca consigo quando quero...
Snape deu um grunhido de deboxe que irritou-o profundamente.
-Você imagina porquê, Potter?
-Não... claro que não.
-Claro que não, você é muito obtuso...
-Fácil pra você falar...
-Senhor... Potter.
-FÁCIL para o SENHOR falar...
-Você não se esforça... nunca... não faz sacrifícios...
“Quem você pensa que é para falar em sacrifícios?”
-Sei mais de sacrifício do que essa sua mente pequena pode imaginar...
Harry ficou quieto, “maldita legilimência!!!”, “Como se fosse um prazer imenso praticar...”
-Você sabe porque parou de praticar?
-Medo.- aquilo lhe escapou dos lábios, foi o que lhe viera a mente, de modo que ele mesmo sentiu vergonha.
-O medo é uma venda que você usa para poupar seu coração da
verdade... – Snape falou calmamente ainda sem se virar.
-Que verdade?- ele perguntou realmente necessitando da resposta.
Snape suspirou, ainda olhando as chamas, foi um tom de sinceridade que transpareceu na voz.
-Que você sabe o que fazer... mas tem orgulho demais para aceitar...
Harry levantou a cabeça, Snape olhava suas próprias mãos, alheio a chama esverdeada.
-Não desperdice o que a vida lhe dá... tão fácil.- ele disse ao se levantar.
Harry nem percebeu ele passar pela lareira, chocado demais... porque ele ouviu da pessoa mais improvável do mundo, o que pela primeira vez... lhe pareceu um conselho de amigo.
As chamas permaneceram vermelhas madrugada adentro, mas se Snape resolvera sair... ele também resolveu voltar, remoendo seus erros, por causa do que ouviu, se Morgan tinha sumido devia ter boas razões... ou Snape não pareceria tão calmo... ou ele mesmo não estaria tão calmo.

A cama estava fria...

Ele rolou nela a noite toda, acordou chateado...
"mas tem orgulho demais para aceitar..." martelou tanto que estava com dor de cabeça, a aula de história foi um tormento mas teve que se concentrar, talvez Hermione não lhe emprestasse as notas dela dessa vez... mal ouviu a garota quando ela falou algo sobre seu livro, já a aula de transfiguração foi melhor, embora Mione tivesse ganho novamente a dianteira e já estava fazendo transfigurações em anfíbios, Rony acabava de ser transformado em sapo, ele estava se saindo bem com répteis, Rony ainda estava nas aves...

No almoço nem Morgan nem Snape estavam presentes...

A aula de criaturas foi morna, revisaram as criaturas vistas no ano para os exames, Hagrid cobrou a visitinha e eles ficaram por ali mesmo, assim que a turma dispersou eles foram tomar um chá na cabana de Hagrid que ficou muito feliz, assim como canino que quase derrubou Harry ao pular.
-Sai Canino.- disse Hagrid.
Ele foi puxando o cão que enfiara as patas dianteiras no peito de Harry, tentando lambê-lo o rosto de alegria.
-Entrem entrem.- sorriu Hagrid. – Tempo não?
-Faz mesmo.- disse Rony se sentando já esticando a mão para os biscoitos na mesa.
-Muito tempo, aconteceu tanta coisa nesse ano.- disse Hermione se sentando ao Lado de Rony.
Mas Harry não queria sentar, continuou afagando o cão.
-Mas estão todos bem...- disse Hagrid olhando o rapaz com o cão.
-Como vai o Grope, Hagrid?- perguntou Harry ao puxar uma cadeira.
-Bem, meio chateado, mas bem.- disse Hagrid feliz.- A gente devia visita-lo no final de semana o que acham? Ele perguntou da Hermi.- Hagrid sorriu para Hermione.
Eles começaram a falar de família, por algum motivo idiota, sobre madame Máxime, sobre o casamento dos irmãos de Rony, “Eu não vou ser padrinho... nem morto!”. Foi um chá agradável, Hagrid parecia muito feliz com o andamento das aulas, com a não insistência deles em assuntos mais profundos, eles também estavam a muito desejando apenas relaxar.

Saíram com o anoitecer, precisavam voltar quando algo chamou a atenção de Harry, algo na floresta, ele parou e ficou olhando.
-Que foi Harry?- perguntou Hermione ao lado.
-Anda cara, vamos jantar.- disse Rony animadamente.
Mas ele não estava ali, ele estava a frente, na floresta, se sentindo meio leve, olhou para trás, para se ver parado com olhos fixos na floresta, parte escutando os amigos:
-Esperem um pouco.- disse calmo.
A outra parte corria buscando algo, algo que o chamava, algo que precisava ver...
Havia algo imenso na floresta, algo imenso e sangrando, ferido...
Quando ele se aproximou, viu que os ferimentos eram muito profundos e a criatura respirava dolorosamente, então deu a volta e encarou os imensos olhos, esperando fendas amarelas, o que viu foi duas esferas violetas, conhecia, conhecia aquele animal?
O vermelho do sangue não era distinguível do vermelho forte das escamas...
-Harry... o que foi?- Hermione o sacudiu.
-Tem um... dragão ferido na floresta...- disse em resposta.
Mas estava ali também, vendo Rony passar a mão na frente de seu rosto, para verificar se ele piscava.
-Não me atrapalha Rony...
-Harry... você está vendo coisas?
O animal testou as asas, uma delas estava tão ferida que parecia descarnada, o que se via era músculo e osso, Harry sentia a agonia do animal, juntando a sua, seu corpo pedia que voltasse, estava passando do tempo.
-O que está havendo aqui?- perguntou Hagrid que saíra da cabana.
-Harry disse que viu um dragão na floresta... – disse Hermione.
-Como?- perguntou Hagrid nervoso.
-Você não tem um dragão escondido na floresta tem?- perguntou Rony.
Mas enquanto falavam, Harry se aproximou do dragão, encarando-o nos olhos, conhecia aquele animal... sentia seu sofrimento, era algo importante, familiar... a criatura parecia poder vê-lo também, pareceu piscar em reconhecimento.
-Vamos, voltem para minha cabana.- disse Hagrid.
Quando eles o tocaram,algo protestou, ele se sentiu sugado de volta, eles o empurraram fazendo-o se mover ele sentiu tanta dor que desmaiou.
“um dragão... ferido... na floresta... e eu o conheço...”

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