-Evans-



-Evans-

Os outros estavam naquelas velhas poltronas diante da lareira da sala comunal, um lugar já reconhecidamente deles, Harry sentou rindo meio nervoso ao escutar um secundarista dizer baixinho para aquela menina do primeiro ano que sentara com Mark na manhã que eles poderiam vê-lo sempre ali, ele já deixara de desejar que as pessoas parassem de vê-lo como alguém diferente, mas não pode deixar de se sentir constrangido, a menina olhara ele se sentar e fora correndo contar para os calouros que estavam sentados em volta de um sofá.
-Nada como ser famoso não?- falou Rony cutucando Harry.
-Tá Mione.– ele disse fingindo não ter ouvido o amigo e estendendo o envelope para a amiga que pegou com olhos brilhando como se fosse um doce muito grande.- E agora posso ver o seu?-Ele perguntou para Rony.
O outro tirou o papel já meio amassado do bolso interno das vestes, onde parecia ter estado a um bom tempo, e ia estendendo para ele quando viu os gêmeos entrando e tentou guardar de volta, tarde demais, Harry estendera a mão e apanhara o papel rapidamente e Rony o olhou e pediu nervoso:
-Não mostra pra eles! Eu tive um trabalhão para esconder!
Mas Harry sorriu maldosamente e falou:
-Nossa Rony! Nove NOM´S!-e se virou para os gêmeos que tinham estacado no meio do caminho e agora sorriam.- Que tal? Mais um monitor chefe a caminho?
-Ah!- disse prazerosamente Fred.-Então é por isso que o Roniquinho não queria que a gente visse.
-É, ele não queria que soubéssemos que ele já tava perdido.- balançava a cabeça Jorge.
-Mais um Carlinhos ... ou pior ...
-Ah! Vão se catar!-disse Rony ficando zangado, virando pra Harry.- Traidor!
-Aqui se faz aqui se paga.- Harry sorriu passando os olhos, Rony tivera notas excelentes, a pior era, em transfiguração, era um “Aceitável.” A maioria das notas vinham com anotações, “Ótimo: o aluno demonstrou uma capacidade Excelente para contextualizar fatos e conseqüências da história” , era a anotação no papel de Rony em História da magia. O amigo fora muito bem, bem até demais e Hermione abaixara o seu papel e olhava o de Rony.
-Pensei que tinha ido mal Rony! Você pode ser monitor chefe mesmo com essas notas! Porque não me contou?
Rony engasgou olhando de modo expressivo, que Harry entendeu como “por causa disso...” os gêmeos voltaram e enchê-lo enquando Harry estendeu a mão e Hermione pousou seu envelope, delicadamente, na mão dele sorrindo:
-Eu não fui tão bem... – ela começou a falar olhando-o meio corada.
- DEZ!!!- ele olhou abobalhado, aquilo era o recorde do ano, - Porque ninguém me disse que você tinha tirado dez NOM´S!!! Mione! Isso é incrível!!! Você sabia Rony?-Era óbvio que Harry estava exagerando.
Mione estava vermelha e sorria para ele, parecendo fascinada com sua agitação, Rony falou pra ele debochadamente:
-Ah! Eu sabia o tempo todo!
-E os seus Harry? Perguntou Jorge olhando o papel na mão de Mione.- Ninguém falou dos seus... ECA!- ele disse pulando para trás.- Isso é um ninho de CDF`S!!!
Fred esticou os olhos e focalizou e disse:
-OITO!!! Que decepção Harry! Pensamos que você ia salvar!
-Sabe, isso tá me dando medo... se ficarmos muito tempo com eles podemos nos contaminar!- disse Jorge puxando o irmão com uma careta como se estivessem diante de algo muito nojento.
-Concordo! Que horror...- o outro o seguiu.
-“Ótimo”: O aluno demonstra excelente desempenho na organização e na utilização de ingredientes e grande habilidade no preparo de poções.” – Acho que agora sabemos porque Snape adoraria te ferrar. Você foi meio mal em história, mas não conta não é? Você não terminou...E em feitiços foi bem... Hagrid vai ficar muito feliz!!! Podia ter ido melhor em Herbologia... Ah, é por isso que a professora Minerva estava feliz! Você tirou Ótimo em transfiguração também!
A lembrança de um certo cogumelo gigante assaltou Harry, devia ter sido impressionante e por isso ele ganhara aquela nota, ele não podia deixar de achar que talvez tivessem o avaliado “levemente” por causa de seu nome, ele não achava que tinha ido tão bem, só tinha certeza que fora bem em Defesa. Pensava com prazer na raiva de Snape, aquilo o faria engolir algumas coisas, mas também ficava apreensivo, e se ele e Hermione tivessem razão? Fora um ano tão difícil pra ele naquela matéria, mas pensava que, afinal, não podia fazer muita coisa, e já passara as férias no largo Grimauld se atormentando com aquilo, se o achavam bom, ele não podia fazer nada, além de se esforçar um pouco mais.Seus olhos não tardaram a pousar na lareira, ele tentou em vão mover os olhos angustiado, mas as lembranças voltaram a encher a sua cabeça, todas as lembranças, até a lembrança da mão de Umbridge tentando alcançar Sirius.
-Você tá vivo Harry?- Rony assaltou-o com uma almofada, então ele percebeu o quanto estava tarde e que a sala já estava vazia.
-Estava, até você me acertar!-ele jogou a almofada de volta,- Quê?
-Você anda no mundo dos sonhos ultimamente.-disse Mione apreensiva.
-Tá parecendo meio avoado, desde as férias...-falou Rony
-É sabe, você parece que tá pensando em outras coisas...
Sabia, a conversa que fora adiada com a briga com Rony e depois com a história do incidente no expresso e com as primeiras aulas estava pra ser remexida, ele se preparara para ela, mas ainda se sentia culpado pelos fatos que ocultava dos amigos, sua preocupação devia ter transparecido porque Hermione atalhou:
-Você está preocupado com alguma coisa não está? Você está escondendo algo da gente?
-Achei que confiava na gente!-disse Rony.
-Não é nada disso!- ele tentou se forçar a rir.- É que...
Foi um nó em sua garganta que o fizera perceber, que um pouco do prazer que sentia em estar ali, em Hogwaths morrera, sentiu que um pouco dele morrera, e não fora somente por causa da morte de Sirius, ele olhou para a janela, fora tudo que acontecera nos dois últimos anos, algo nele havia sumido com o retorno de Voldmort, mas tinha também que ser sincero ou iria explodir, não agüentava trancar mais nada dentro de si mesmo falou devagar:
-É que eu tenho pensado bastante...
Os dois o olhavam preocupados, e ele não conseguia pensar em como dizer aquilo sem fazer o amigo se sentir culpado, mas falou devagar:
-Pensei muito no que você me disse naquele dia Rony...
-Ah!- Rony pareceu murchar em sua frente. - Eu tava lesado quando disse aquilo, eu não devia...
-Não, -ele interrompeu o que seria uma grande lamúria e pedidos de desculpas, não tinha paciência para aquilo, - não nesse sentido, não se preocupe,- tentou sorrir- eu estava pensando em como tudo ficou, sabe, eu... realmente não havia pensado em mais nada quando dei aquele dinheiro aos dois, quando não pensei o que sua mãe podia pensar, eu devo desculpas a vocês dois. - olhou para Hermione que ficava surpresa.- Eu agi como um idiota ano passado, não ouvi ninguém, não fiz o que devia fazer...eu fui tão egoísta que Meu Deus- suspirou.- Eu quase matei vocês dois! Quase matei os cinco! Só porque eu não parei pra pensar que podia ter me enganado... por que não pude escutar o conselho de uma amiga... e de um amigo.- voltou a olhar infeliz para o fogo.
Se sentia um pouco melhor em aliviar aquilo, mas sabia que havia coisas que não queria contar, não ao ver a cara dos amigos olhando-o daquele jeito.
-Você não teve culpa Harry! - disse Hermione.
-Não tive Mione?- falou amargamente.- Você mesma sabia que era uma armadilha.
-Mas Harry... -ela começou mas se calou.
-O que você podia fazer se Voldmort...- Rony então o olhou subitamente.
Harry sentiu o perigo no que ele ia dizer, porque percebeu que Rony juntara as peças que Mione não juntara. Rony falara o nome de Voldmort sem tremer como antes, eles trocaram um olhar e Rony perguntou:
-O que aconteceu quando você o encontrou no ministério, de verdade?
-Já falei Rony, ele apareceu, depois o Dumbledore apareceu , duelaram, e Voldmort fugiu com aquela...- engoliu seco, ele sentiu o ódio aquecer-lhe por dentro, não gostava de pensar nela, lembrava daquela mulher perguntando se ele já tinha usado uma maldição imperdoável antes.
-Vocês vão ficar relembrando coisas ruins a noite inteira?- perguntou a voz sonolenta de Gina que chegara sem ser notada e pusera a mão no ombro de Harry.
Ele olhou para cima para ver Gina olhando tristemente, ela apertou seu ombro, ele sorriu e deu umas palmadinhas na mão dela:
-Não, tem razão.-ele se levantou.- Chega de pensar nisso vamos dormir.

Mas ele deitou sem sono algum, sua cabeça parecia um balaio de gatos, era como se não conseguisse desligar, além daquela dorzinha já conhecida na cicatriz que ia e vinha o tempo todo, ele se concentrou em observar a janela pela fresta que deixara, então afundou num estado de sonolência e dormiu pela exaustão...
Sentia o cheiro que vinha de velas queimando, era um sentimento estranho, como se estivesse mergulhado na lembrança de alguém na penseira, porque via tudo distante e levemente borrado, mas sentia o vento frio que se espalhava naquele lugar, onde estava? A frente podia ver uma cidadezinha, estava em um lugar mais elevado, virou-se e viu algo muito estranho, havia um grupo de pessoas que andava disfarçadamente para a entrada de ferro de um lugar com altos muros de pedra, por algum motivo achou que conhecia aqueles muros, mas sabia que nunca os tinha visto antes, mas quando pensou em seguir aquelas pessoas ele escutou:
-Espere.
Ele se virou rápido:
-Sirius!
-Nunca entre lá.- o padrinho apontou.
-Sirius! - ele repetiu andando para ele.
-Não entre... - o padrinho virou o cão.
Harry parou algo estava errado, o os olhos do cão eram vermelhos.
-Não entre ainda...
A voz era de Voldmort.
Sentou-se na cama de um salto, coração aos pulos, era só um pesadelo, ele tentou se acalmar, começou a respirar mais devagar e percebeu que ainda era noite, virou-se na cama e voltou a dormir.
Acordou com dor de cabeça e um leve enjôo, indisposto, provavelmente por mais uma noite mal dormida, ele se vestiu, os outros ainda dormiam, censurando-se, devia dormir mais, e se alimentar melhor, ele mesmo ao se olhar no espelho constatou que novamente emagrecera naquelas férias, sempre perdia nas férias a aparência mais agradável que adquiria durante o ano em Hogwarts, olhou com desgosto a própria aparência, as vestes o faziam parecer mais baixo, Harry tinha a desagradável impressão que não crescera, e Rony ficava cada vez mais alto, andar perto do amigo o fazia parecer ainda menor, olhou para o espelho e fechou a cara, decididamente não ia com a própria cara ultimamente, saiu do quarto.

Esticou-se na sua poltrona habitual pensando em esperar os amigos, e puxou o novo livro da aula de Herbologia e então escutou o movimento na escada do dormitório, espiou abaixando o livro e tomou um susto.
Suas dúvidas se esvaíram.
A resposta estava na sua frente e era inegável, na forma de dois imensos olhos verdes, iguais aos seus.
Marco Evans o encarou timidamente e falou meio baixo:
-Potter.
Harry abaixou totalmente o livro, o menino se aproximou, de resto eram totalmente diferentes, Marco era um garoto saudável, baixo, ou era a idade? Louro, mas os olhos eram inegavelmente iguais ao de Harry.
-Sim? -tentou dizer naturalmente.
-Então é verdade, você é o Harry primo do Duda Dursley?
"Nossa que coisa linda pra comentar..."Ele pensou cinicamente.
-Sim que mora na rua dos Alfeneiros, perto da sua casa Marco, sou eu sim.
-Você me conhece?
-O Duda andou aprontando com você não foi?
-Ah... é.- disse o garoto sem graça.
-Então o que está achando de Hogwarts?
Os olhos do garoto brilharam, ele sorriu:
-Isso aqui é demais! Quer dizer, eu nunca imaginei que tudo isso pudesse existir! Aquele trem! E o castelo! E as aulas! E ... - o garoto parou e olhou.-Mas eu não sei se está certo.-O garoto pareceu desanimar.
-O que foi?- ele olhou a cara preocupada do garoto.
-Não sei se eu devia estar aqui. Ninguém na minha família é bruxo, ouvi alguns garotos falando que gente como eu não devia estar aqui.
"Ninguém na sua família é bruxo? Você é que pensa", pensou em dizer, mas conteve-se, pois nem ele tinha a total certeza do fato. Mas disse sério.
-E há muitos bruxos que pensam assim Marco, mas estão errados, não dê ouvido a esse tipo de comentário, sabe aquela garota que está sempre comigo, Hermione? Ela também é como você, e é uma das melhores alunas daqui. Nasceu Trouxa, mas é bruxa até as raízes do cabelo.
O garoto pareceu um pouco mais animado, então perguntou:
-É verdade o que dizem de você? Quer dizer...
-Depende do que dizem Marco... Dizem tanta coisa...- ele riu.
O garoto ficou constrangido, mas a curiosidade foi maior.
-Que tem um bruxo... poderoso, mau, que você ...
-Essa é uma longa história, Marco, e não é de todo mentira, mas não acredite em tudo que ouvir, tem gente aqui que fala demais. - Tudo que não queria era assustar o garoto com histórias sobre Voldmort.
-Me disseram...
Mas o que disseram Harry não ficou sabendo pois uma pequena tropa do primeiro, segundo e terceiro ano estava saindo, ele nunca reparara em como tinha gente naquele dormitório, os colegas de Marco pararam admirados que ele estivesse conversando com Harry então ele se despediu e saiu para acompanhar os colegas alegremente, Harry ficou pensando se fora assim, se ele fora feliz assim no primeiro ano...
-Se ia ficar dormindo devia ter continuado na cama. - disse Rony puxando-o pela mochila.
-Bom dia pra você também!- ele disse ao amigo enquanto juntava o livro que havia caído.
Hermione os alcançou no corredor:
-Porque não me esperaram?!
-Que tal porque estávamos com fome?-retorquiu Rony.
-Eu ficaria, mas ele me arrastou com mochila e tudo.- Harry apontou para Rony.
-Eu tô com fome! Isso é crime?
Entraram no salão e sentaram-se à mesa, iam começar a comer quando alguém chegou perto deles e disse:
-Harry Potter e Ronald Weasley!
Era Cátia Bell, os olhava formalmente.
-Hoje a tarde. No campo. Treino. Vamos fazer melhor que no ano passado entenderam?!-ela disse e saiu com a mochila pendurada.
Eles se olharam e tiveram uma má impressão, Rony falou:
"-Oi! Bom dia! Sabiam que sou a nova capitã do time?
-Poxa legal Caty! Quando vamos ter o primeiro treino?
-Ah, hoje a tarde... gostaria de ver vocês lá, vamos nos dedicar para ir melhor que no ano passado...
-Claro conte com a gente..."
Harry se afogou com o pão ao rir. olhou para Mione e então engasgou de novo, mas do segundo susto do dia, uma daquelas coisas acabara de passar por trás de sua amiga voando, era a que tinha olhos prateados, ele olhou em volta, mas mais ninguém parecia ter percebido a coisa, ele não podia deixar de sentir arrepios com aquilo, mas a experiência com os testrálios o ensinara a ser paciente, não fez nenhum comentário.

Saíram para a aula de Herbologia, alí as aulas continuavam normalmente, os sextanistas da Grifinória e da Lufa-Lufa já eram velhos conhecidos e formavam um grupo animado. a aula transcorreu mornamente enquanto a profa Sprout fez suas explicações, estavam cuidando de plantas carnívora exóticas, e grandinhas... e imunes a maioria dos feitiços, por isso usariam luvas que cobriam até o cotovelo, um devia "distrair" a planta, levando-a a morder a luva, enquanto os outros a podavam e colocavam fertilizante no vaso, separados em grupos de seis, ele, Rony, Justino e Neville tiraram a sorte para ver quem devia usar a luva, ele levou azar, enquanto fechava as amarras ouviu Ana reclamar:
-Ah! Isso é perigoso né Hermione? Devia ser o Rony ou o Justino, eles são maiores.
-É! Harry deixe eles fazerem isso.-disse Hermione também aflita.
Ele ficou furioso, ele podia muito bem fazer aquilo, as olhou enquanto apertou as amarras e foi até a planta e deu-lhe um tabefe, a planta deu o bote e agarrou a luva como um cachorro bravo, ele as olhou:
-Não é tão perigoso assim. Viram?
As duas mesmo podando os galhos ainda olhavam com aflição enquanto ele ficou provocando a planta, os outros mexendo no vaso e pondo o fertilizante, no fim da aula estava bem arrependido, havia vergões em seu braço, que estava doído do esforço de puxar e agitar para evitar que a planta soltasse, e havia uns dois furinhos onde os dentes tinham encontrado falhas na costura da luva. Ana pegou o braço dele e olhou com desagrado:
-Devia ir ver isso na ala hospitalar.
-Não precisa, nem dói.
-Mas se infec...
-Ai, Ana.- disse Hermione meio irritada.- Essas plantas não são venenosas.
-Tá se você não se preocupa com ele...- ela o olhou - e você não se importa em sofrer.- ela soltou o braço dele e saiu andando.
Hermione ficou olhando a garota sair andando e Harry a cutucou:
-Que deu nela?
-E eu é que sei?- disse Hermione mal-humorada.
-Sabe o quê? -disse Rony chegando , ficara pra trás para recolher o material com Neville e Justino.
-Nada!- ela disse bufando e andando na frente.
Rony o olhou intrigado, ele encolheu os ombros.
-Eu também não entendi! Disse olhando as duas se distanciando.
As aulas passaram calmamente e ele viu aliviado que tinha uma folga, teria sempre aquela folga por causa de adivinhação, ele simplesmente abandonara um tormento então Hermione disse no corredor:
-Que desperdício de tempo, se tivessem feito matrícula em aritmancia teriam algo para fazer, estou indo.
-Pela primeira vez eu fico aliviado em vê-la ir assim.-disse Rony.
Harry o olhou sem entender, mas no caminho ele resolveu abrir a boca:
-A Hermione anda ranzinza não anda?

Mas ele não se concentrou muito tempo no mal-humor da amiga, apesar dos protestos de Rony “Vamos aproveitar e ir lá fora enquanto ainda tem sol!!!” Ele se dirigiu a biblioteca, “quanto da Mione encarnou em você?” Rony falou abismado.
Ele percorreu todas as estantes de criaturas mágicas partindo de referências cruzadas com os trestálios, mas não havia nenhuma ligação, Rony nem perguntou sobre o que ele procurava, atento em um livro sobre tranfiguração, não demorou muito para cochilar em cima dos livros, e ele ainda procurava, foi quando pensou, ao parar em frente a seção, que eles só poderiam estar ali, na seção reservada. “Só pra variar”, pensou desanimado, então ouviu uma voz pelas costas:
-Os quatro não estão aí...
Ele se virou Morgan estava com uma pilha de livros nos braços sorrindo para ele:
-Peça o livro Hogwarts uma história... – ela foi saindo.- talvez tenha sorte.
Ele ficou olhando-a sair, agora sabia porque Hermione não gostara de Graveheart, ela o estava seguindo, vigiando-o e ele percebera, mas não entendia o motivo, a menos que ela... Ele balançou a cabeça, Dumbledore não permitiria, mas talvez...continuou olhando a cascata de cabelos vermelhos se distanciando.
Acordou Rony e foram para fora, a tarde pareceu se arrastar, quando ele viu Cátia fazer sinal para irem treinar.
Deveria ter sido bom voltar ao campo, sentir o vento, usar sua vassoura...Mas não foi.
Rony entrou no salão comunal com uma cara horrível, apesar de tentar apartar a briga já era tarde, Cátia e ele tinham se estranhado por que ela dissera que ele não tinha o mesmo nível da equipe, e o pior, usara Harry como exemplo de dedicação, apesar dele lembra-la que desfalcara o time no ano passado. Os gêmeos e Gina decidiram ficar imparciais, principalmente depois dela dispensar todos os outros desfalcando o time em um artilheiro, Harry sabia que o bloqueio do amigo era relacionado aos irmãos, mas não ia se meter ainda mais, então Cátia intimou Rony a fazer treinos extras, ele foi até uma das poltronas com uma expressão assassina no rosto:
-Não fala nada!-ele disse para Mione sentando-se.
-Nossa que humor!- ela retrucou fechando um livro sobre Runas.
-Ah! Não pega no meu pé hoje Mione!-ele retrucou.
-Mas eu não disse nada!- ela disse escandalizada.
-Calem a boca vocês dois!- ele falou sério se sentando.- Meu Deus! Isso fica chato depois de um tempo.Sabiam?!
Os dois ficaram chateados. Harry os conhecia bem demais para se preocupar com aquele tipo de briguinha olhou para Hermione e perguntou:
-Mioninha,-disse cinicamente ao ver a amiga o olhar torto.- O que você sabe sobre criaturas estranhas em Hogwarts?
Rony e ela o encararam, e ele sabia que eram por razões bem diferentes.
-Co-como assim, Harry?
-O que tem sobre criaturas estranhas em Hogwarts uma história?
-Do que você está falando Harry?
-Em algum lugar do livro cita umas coisas que parecem testrálios, quatro coisas com o tamanho aproximado de um gato?
-Harry você tá pirando?- disse Rony.- Vendo coisas de novo?
-Não lembro de ter visto algo que não fosse de verd...- agora a ficha caíra e ele ficou furioso. Fechou a cara para o amigo e olhou para Hermione.
-Os quatro de Hogwarts?- disse Mione pensativa. – Eu ouvi falar sim dos quatro de Hogwarts mas...
-Mas o quê?- perguntaram os dois.
-Já volto.- ela saiu correndo.
Ambos ficaram ali um tempo, emburrados um com o outro e quando Hermione apareceu na escada do dormitório o retrato se moveu e três calouros entraram ofegantes, torciam as mãos e olharam nervosos para ela.
-O que vocês estavam fazendo lá fora a esta hora?- perguntou Rony gravemente se levantando da poltrona e indo até eles.
-Ah!- aquela garotinha amiga de Marco, ficou com os olhos cheios dágua.
-O que foi Melina?-perguntou Hermione.
-Eles foram duelar... e os veteranos, cercaram a gente.
-Cala a boca Melina!-disse um mais corajosos.
Hermione e Rony se olharam nervosamente, mas Harry falou calmo da poltrona:
-Chamaram para um duelo? Mas tinham uns maiores esperando? Quem vocês deixaram pra trás?
Os garotos só então o perceberam, aquele mais corajoso olhou para ele e disse:
-Disseram que vão soltar o Marco e o Liceu se você for buscar eles.
-É fria.-sussurrou Rony
-É sim, se chamamos os professores eles arriscam de ser expulsos, se vamos atrás eles vão dar um jeito de nos expulsar...-ele concordou.
-Subam agora para seus dormitórios e pensem na besteira que fizeram! Vou dar um jeito de vocês aprenderem a não sair por aí com uma bela detenção!- disse Mione furiosa.
Os garotos correram sem olhar para trás.
Harry não falou nada, correu para o quarto e puxou sua capa de invisibilidade, sentindo algo ruim naquilo tudo, desceu e encontrou os amigos tensos, mas quando eles sinalizaram que iriam com ele, ele balançou a cabeça:
-Tenho uma idéia, eu vou com a capa, fiquem aqui.
-Mas Harry! Isso vai dar errado.
-Eu disse que tinha uma idéia, olhe o corredor, em meia hora, se não voltarmos você procura a profa Minerva como manda sua função, porque vai estar tudo perdido.
-Mas Harry!
Ele já tinha ido.

Incrível como cinco anos de prática o tornaram silencioso como um gato, ele parava nas sombras tentando escutar algum ruído, varinha segura, então viu o primeiro Sonserino, Crabbe, passou por ele como uma brisa, o imbecil nem percebera, estavam na direção das salas velhas, próximas a sala enfeitiçada onde o centauro Firenze dava aulas de advinhação, mas isso não estava certo, se o estavam esperando... tinha que ser mais inteligente, descobrir onde estavam os garotos, escutou o grunhido de Goyle que andava furtivamente e chamou Crabbe, algo estava errado, muito errado.
Gemidos vinham da sala onde os dois entraram, ele se espremeu para dentro, a sala estava quase totalmente escura, nove garotos estavam ali, dois eram Evans e D´Angelo que pareciam ter apanhado, mais dois novatos da Soncerina, Crabbe, Goyle, Draco, e mais dois que ele não reconheceu.
-Viu como seu amigo Potter não apareceu!-disse um dos Soncerinos.-Vamos nos livrar dessa encrenca, vamos prender eles em um dos armários de vassouras, eles não vão contar nada não é?- ele disse ameaçador para os garotos.
-Não acredito que o Potter não veio...-sussurrou Draco.- Talvez os outros não o tenham encontrado.
-Pior pra esses dois! Talvez o poderoso Potter esteja com medo...
-Cale a boca Not! Podem nos ouvir!- sibilou Draco furioso.- Se não pegamos o Potter, se livrem desses aí! Que decepção!- Draco se virou e arregalou o olhos.
Um estrondo vinha pelo corredor e como se armaduras estivem dançando e batendo.
-Pirraça!-disse o louro.- Vamos embora ou o Filch nos pega, deixem eles pra trás!- ele saiu correndo.
Os Sonserinos sairam correndo deixando os dois garotos tremendo de medo na sala, quando eles iam saindo foram pegos por algo:
-Silêncio vocês dois!-disse Harry cobrindo-os com sua capa.
-Harry...- começou Marco.
-Quietos!-disse ríspido.- Me sigam em silêncio, juntos!

O buraco do retrato estava aberto, ele viu Hermione espiando, entrou tirando a capa, empurrando os dois garotos para dentro.
-O que você fez?-perguntou Hermione.
-Depois eu conto.-ele se virou para os dois.- Vocês tem idéia da enrascada em que poderiam ter se metido?!- Falou passando os olhos de um para o outro.
-Mas...
-Nada de mas.- atalhou Rony. - Nunca mais saiam a noite atrás do pessoal da Sonserina entenderam?!
-Vocês vão cumprir um detenção comigo no sábado!- disse Hermione
-Isso aqui é segredo!- ele balançou a capa.- Se eu desconfiar que vocês andaram contando eu jogo vocês no meio da sala do Filch! Vão dormir!
Os garotos dispararam pela escada, Rony desabou num puf:
-Credo!
Harry e Hermione o olharam.
-Que foi?- perguntou Hermione.
-Falei igualzinho o meu pai!-ele olhou com uma cara de descrença hilária.
Eles riram, Isso ainda antes de lembraram que tinham feito exatamente a mesma coisa no primeiro ano, então riram ainda mais, Harry contou que só derrubara uma armadura para distrair os Sonserinos e foram dormir cansados. Em muito tempo Harry não desabava na cama assim.

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