-Graveheart-
-Graveheart-
Entraram no salão e sentaram com a maioria, naquele grupo estavam os monitores, Gina, Lilá, as irmãs Patil, Neville, Dino, Simas, e três garotos novatos, inclusive Evans. Do outro lado, lá no fundo do salão estavam os nove alunos da Sonserina.
Aquela bruxa ruiva entrou pelo salão, atravessou rapidamente, parecia furiosa, entrou naquela salinha ao lado, aquela em que os calouros esperavam a seleção, todos a acompanharam, mas Hermione deu uma bufada. Harry deu um cutucão em Rony:
-Que foi Mione? - perguntou ele sussurrando.- por um acaso você sabe alguma coisa dela?
Hermione balançou a cabeça e virou o rosto encarando o grupo da Sonserina, que também cochichava.
Eram dez e cinco quando a mesma bruxa abriu a porta e disse:
- Marco Evans, Liceu D'Angelo e George Ball.
Harry se surpreendeu com a voz rouca, era forte e agressiva, os garotos quase saíram correndo pra dentro da salinha. Ela bateu a porta.
-Caramba.- disse Dino.
Quinze minutos depois e eles estavam visivelmente entediados, Harry começou a olhar o salão, era estranho olhá-lo vazio, passou o olho pelo seu grupo, as meninas se reuniram e não paravam de falar, percebeu que os monitores, inclusive Rony também não paravam de falar, ele notou divertido que Gina olhava pra Dino que parecia ignorá-la, mas Neville a olhava a cada minuto, dava até pra servir de relógio. Simas tamborilava com os dedos na mesa parecia cantar alguma coisa, ele se esticou e enfiou os pés na cadeira do lado, aquela espera era muito chata, olhou o grupo da Sonserina, ali parecia um QG em estado de alerta, fora as duas garotas, Parkinson e Bulstrode que falavam olhando as próprias unhas das mãos, os sete estavam com as cabeças bem juntas em conferência, provavelmente ajustando a própria versão dos fatos.
Dez e trinta e sete, a porta abre violentamente, Graveheart chama séria:
-Lilá Brown, Padma e Paravati Patil!
As meninas afastaram suas cadeiras tão rápido quanto seria se estivessem eletrificadas. Quando ia fechar a porta a bruxa pareceu correr os olhos pelo grupo da Sonserina e fechar a cara. Harry ficou intrigado, nova batida de porta.
Estava ficando sonolento, fechou os olhos e começou a empurrar a cadeira, apoiando só nas pernas de trás, o balanço apenas estava deixando-o com mais sono.
Foi a porta que o despertou, foi novamente aberta com violência, ele deixou cadeira cair nas pernas da frente fazendo um barulho alto, e olhou para a porta, se viu encarado pelos olhos mais violetas que já vira na vida, que o olhava de cima com a face dura, que esboçou um meio sorriso, que não tirou a sensação estranha que se apossara dele.
-Dino Thomas!
Dino quase pulou da cadeira, Harry percebeu que ela ainda o olhava quando voltou a bater a porta, sentiu uma estranha sensação de formigamento nas pontas dos dedos.
Quase imediatamente, ou mais rápido que antes a porta voltou a se abrir e a bruxa chamou da porta mesmo:
-Gina Weasley!
aquilo já tinha lhe enchido a paciência, voltou a se recostar na cadeira agora olhando o imenso céu azul sobre sua cabeça, como seria bom fazer qualquer outra coisa, qualquer coisa, ou até uma aula com Snape... Não! Gritou uma vozinha lá do fundo de sua cabeça, ele desfocou os olhos e simplesmente desejou saber o que Gina devia estar falando...
-Eu só estava saindo... sabe...- ela dizia meio nervosa olhando os cinco a sua frente.
Dumbledore olhava-a bondosamente, ao seu lado direito estavam McGonagall e Sprout, do outro lado Snape e Flitwick. Não parecia haver mais ninguém na sala, ele devia estar sonhando porque via ao fundo o céu azul, e a voz de Gina explicando como Malfoy passou por ela e a atacara, como acordara vendo Dino a sua frente, escutou Dumbledore agradecer e mandá-la esperar no saguão de entrada, então a porta voltou a se abrir:
- Alunos da Sonserina!
Harry viu o grupo passar, para seu desgosto viu Malfoy sorrindo, algo no fundo de suas entranhas deu um alerta, se Draco estava com aquela cara não era nada de bom, e infelizmente era nessa hora que ele resolvera alucinar... escutou a porta bater, suspirou quando lhe passou pela cabeça que podia não ser alucinação, e se ele vira o que Gina realmente dissera? E se ele..., ficou quieto um pouco e então voltou a olhar para cima, desfocando os olhos, mas estava tão ansioso que não conseguia relaxar, se censurou por acreditar em tamanha besteira, apoiou os braços na mesa e enfiou o rosto entre eles, sendo brindado com uma total escuridão fechou os olhos e suspirou, relaxando, sem intenção de ver mais nada, mas bem curioso com que Malfoy tinha inventado, então viu, mais escuro que antes, bem mais definido também, Malfoy olhava para Snape fixamente enquanto Crabble garantia que ele e Simas tinham ameaçado pegá-los como ele havia feito no fim do ano passado e eles só estavam se protegendo, que os outros foram atacados no corredor ao tentar evitar que ele Simas e Neville os atacassem.
Ele ficou com tanta raiva que abriu os olhos e bateu na mesa com o punho, parou e se virou devagar, os outros olhavam para ele, Rony meio que encolheu os ombros e ele balançou cabeça, então soube pela cara de Snape, um meio sorriso, que haviam repercussões das vezes que deixara Malfoy desmaiado e coberto de feitiços no expresso, como dar um jeito naquilo, sem mencionar a ninguém que vira... Então sua cabeça deu um estalo, e ele teve vontade de socar a mesa, mas se controlou, como vira algo em uma sala fechada?
-Monitores!
Ele se virou depressa, mas agora só ficaram os três, ele Simas e Neville, Simas perguntou :
-Porque a gente ficou por último?
-A gente evitou o pior...-disse Neville.
-Não. -ele disse agourentamente.- É porque a gente vai se ferrar...
Não devia ter sido tão positivo, pois agora Neville estava nervoso e provavelmente iria fazer besteira, então Simas atalhou:
-Qual é Harry, bem que você tem uma mania de perseguição...
-Você viu a cara do Malfoy quando ele passou? - perguntou rispidamente.
-É.. ele tava meio alegre...- disse Neville branco.
-Tá que seja- disse Simas ainda incrédulo.- E o que a gente pode fazer?
-Nada.- ele falou sem olhar para o outro. - Nada.
Quase onze e meia quando a porta voltou a se abrir:
-Simas Finnigan.
Neville o olhou assustado:
-Vamos sozinhos?
-Não se preocupe Neville.- ele disse sem convicção. -Dumbledore está lá.
Neville não pareceu se acalmar, na verdade Harry começou a ficar nervoso, mas não tinha o que se preocupar, já não estivera em um julgamento no Ministério? por mais que Draco quisesse o prejudicar, mesmo com ajuda de Snape, ele não fizera nada de errado, pelo contrário, evitara complicações...
-Neville Longbotton.
Neville não o olhou, foi apressado para dentro, Harry percebeu que a bruxa olhava para além dele, ela fez sinal para que olhasse para trás, mais acima, e ele se virou esperando que fosse alguma coruja, escutou a porta bater, mas o que ele viu o deixou atordoado, quase certo que estava pirando, Haviam quatro "coisas" sentadas na outra ponta da mesa, pequenas pareciam apenas descansar ali, eram transparentes e meio brilhantes como fantasmas e muito parecidos com os trestálios em sua aparência reptiliana, mas tinham o tamanho aproximado de gatos, deitados ali, mas encarando-o, cada um deles tinha olhos de cor diferente, Harry não pôde deixar de ficar intimidado com aquilo.
-Harry Potter!
Ele deu um pulo e seu coração disparou. A bruxa o olhava com interesse e fechou a porta com uma batida que ele quase sentiu a porta nas próprias costas, viu a organização da sala comprovando que sua "visão" anterior estava correta, ali estavam os cinco, Dumbledore o indicou a cadeira a frente deles, a ruiva ficou de pé na porta.
-Bem senhor Potter. -Começou Snape.- Já temos quase tudo apurado, e só faltam algumas coisas a perguntar, o que o senhor viu no último vagão do expresso ao entrar?
-Creio que apenas percebi que o corredor estava cheio.
-É verdade que você atacou esse “corredor” cheio?
Qual era a do Snape? Desde quando ele é que tinha que fazer as perguntas e porque Dumbledore deixava ele fazer isso?
-Não, pelo contrário.
-Explique, Potter, não temos tempo...
-Utilizei o feitiço Protego.
-Usou um feitiço defensivo só porque entrou num corredor com mais gente?
-Sim, achei que evitaria acidentes.
-Esse feitiço rebateu algo?-perguntou a profa McGonagall.
-Sim, mas não sei quantos, nem o quê.
-Certo.-ela falou.-Você foi seguido por Neville e Simas correto?
-Sim, estávamos juntos.
-Seus colegas usaram respectivamente um feitiço de desarmamento e de incapacitação?
-Sim, usaram sim.
-Bom, então chegamos ao ponto.-retomou Snape.-Segundo seus colegas você usou um feitiço de convocação para apanhar as varinhas de todos os que estavam no corredor.
-Sim.
Snape o encarou arrogantemente e disse sorrindo:
-Você espera que acreditemos que você conseguiu pegar NOVE varinhas com um feitiço convocatório comum?
Harry ficou espantado, por um segundo reviu a imagem de Cornélio Fudge, no ministério perguntando se alguém acreditaria nos dementadores que ele espantara.... só faltava alguém interromper e perguntar se o feitiço era corpóreo.
-Acho que devo interromper Severo.- disse a mulher a lado dele.
Harry a olhou espantado.
-Pensei que concordamos que você não fazia parte dessa reunião.-retorquiu Snape.
-Tarde demais.- ela sorriu para Dumbledore que concordou com a cabeça.- Você usou o Accio?
-Sim.
-E depois varinha, ou varinhas?
-Varinhas.
-Se nos lembrarmos do básico, Accio é um feitiço convocatório que depende de duas coisas não é professor Flitwick?
-Sim... Sim... concentração e oportunidade.- disse o bruxinho olhando espantado para Harry. – É um recorde com um só comando, mas não vejo porque isso seria impossível.
-Devemos lembrar de como o aluno em questão foi bem sucedido em seus NOM´S principalmente na parte prática.- falou a ruiva.
-Está bem, está bem!- interrompeu Snape, - Se Potter desarmou todos no corredor, gostaria que explicasse o motivo para ter colocado três de seus colegas no teto do corredor.
Os outros cinco bruxos sorriram, parecendo segurar o riso, Harry falou olhando para Snape:
-Para a própria segurança deles.
Snape ficou pálido e falou incrédulo:
-O Quê?
-Para evitar que outros alunos batessem neles.- não que não fosse totalmente verdade, mas também não era mentira, afinal Neville podia muito bem ter enchido Malfoy de socos se tivesse tido a oportunidade.
-Bem, -disse Sprout.- Isso tem bastante lógica, já que parecia haver um grande número de pessoas exaltadas no momento.
-Lógica claro.- retorquiu Snape.
-Você entregou as varinhas a um monitor?- perguntou Sprout.
-Ao monitor-chefe...
-Acho que é suficiente.- interrompeu Dumbledore.- Pode ir ao saguão.- Morgan, poderia chamar os Sonserinos de volta?
-Claro.
Ela pôs a mão em seu ombro e o levou para a porta que dava para o saguão, ao sair ele se assustou quando ela chamou:
-Sonserina!
Ele passou bem pelo meio do grupo que entrava então ouviu Draco pelas costas.
-Morto Potter...
Ele olhou o pessoal ali, Neville pareceu bem infeliz, Rony chegou do seu lado e falou irritado:
-O pessoal da Sonserina deturpou tudo, Snape deu uma prensa no Neville que ele quase saiu chorando de lá, o que aconteceu?
-A melhor coisa que podia ter acontecido.- ele falou sem pensar.
Rony o olhou incrédulo.
-Quando eles deturparam a verdade entregaram a intenção real da coisa, eles estão ferrados Rony.
-Não sei não, -disse Hermione chegando. – Acho que o depoimento dos monitores só piorou as coisas, afinal a gente só viu uma porção de gente caída e vocês segurando os três no alto.
-Imagino que apenas o meu depoimento e o de Gina deviam ser suficientes, mas foi Snape que armou isso, se sobrar pra alguém vai ser pra mim.
-Acho que sim.- disse Gina.- Ele me perguntou várias vezes se eu não tinha falado nada para o Malfoy, ele queria que eu confessasse que o provocara.
-Você o provocou?- Harry a olhou sério.
-Bem, não fui bem eu... – ela ficou corada.- foi a Parvati que perguntou se ele já tinha trombado com você.
-Porque a Parvati ia falar algo assim?- ele perguntou surpreso.-Ela confirmou isso?
-Eu sei lá?- Gina fechou a cara.
-Harry Potter!- Graveheart o chamara.
Hermione arregalou os olhos, Rony deu uma gemida e Gina balançou a cabeça.
Ele se virou e entrou na sala de novo.
Estava cheia, os outros estavam de pé e a cadeira no meio havia sido removida, Snape sorria abertamente e Minerva estava mais séria que o normal, Dumbledore falou gravemente:
-Concordamos que isso foi um incidente infeliz, indigno dessa escola, os alunos envolvidos foram ouvidos e já determinamos as punições, em seu caso Harry achamos que merece uma punição ao agir impulsivamente e vingativamente invés de procurar um monitor...
Não podia ser sério, ele tentou ficar impassível, porque somente ele? E porque todos tinham que escutar sua sentença? Ele não sabia da sentença deles.
-Não haverá punição para as casas pois o ano letivo não havia começado, na impossibilidade de verificarmos o mal uso da posição de certos monitores eles podem manter seus distintivos mas os dez alunos aqui presentes prestarão serviços a Hogwarts na forma de detenções a serem definidas pelos responsáveis pelas suas casas.
Harry começou a ficar mais feliz, mas essa súbita alegria foi interrompida por Snape.
-Pensei que as detenções seriam iguais.
-Não Severo, -atalhou a ruiva.- Vocês concordaram que elas seriam justas, são motivos diferentes, portanto serão detenções diferentes.
-Eu continuo a discordar.
-Se quiser podemos definir imediatemente as detenções.- disse McGonagall.
-Na verdade, é hora do almoço,-Dumbledore atalhou.- estamos todos cansados, para sermos justos eu como diretor irei propor as detenções e quando entrarmos em acordo os alunos serão informados.
-Perfeito.- disse a Ruiva.
-Hã... Claro.- disse Snape furioso pela expectativa de vê-lo em suas mãos fugir de novo.
-Estão dispensados e creio que o salão foi aberto para o almoço.
O grupo da Sonserina saiu primeiro, os professores usavam a outra porta para entrar diretamente no salão, ele se dirigiu para a porta quando escutou:
-Conseguiu vê-los?
Ele se virou e viu que a professora estava na porta, obviamente se referindo aquelas coisas. Ele balançou a cabeça afirmativamente, e ela sorriu:
-Cuidado com eles quando sair passear por aí.- ela disse entrando no salão.
Ele ficou olhando a porta, aquilo fora um aviso ou uma ameaça? Tinha que concordar com Hermione, havia algo estranho com aquela mulher.
Deu a volta e foi se sentar em sua mesa, se jogou do lado de Gina e enfiou uma costeleta no prato meio irritado, Dumbledore podia garantir que não fosse só ele, podia evitar que cumprisse junto com os outros, ele podia fazer qualquer coisa, ele estava irritado com a cara de Draco, daria tudo por outra oportunidade de prega-lo no teto. Simas perguntou se curvando por cima de Dino.
-E aí o que aconteceu? O pessoal da Sonserina estava dando risadas...
- Tudo bem, nada demais.
-Então por que você ta com essa cara ?- Gina o olhou.
-Bom, -suspirou.- em resumo, -ele falou mais alto agora que percebia que meia mesa se interessara.- As casas não vão perder pontos,- meia dúzia de pessoas voltaram a comer.- Malfoy e Parkinson não vão perder os distintivos. –Hermione bufou. – Eles vão cumprir uma detenção...
-Pelo menos isso!- disse Rony.
-E eu também.
-O QUÊ?- falaram dez pessoas.
-Porquê? –perguntou Dino
-Eu fui atrás deles em vez de chamar um monitor.- disse amargo.
-Mas a gente também foi!- disse Neville.
-ISSO É INJUSTO!!!-gritou Simas e meia mesa dos professores parou para olhar.
-Cala a boca Simas!- ele disse. – Não piora as coisas.
-Como assim não piora?- atalhou Parvati.- Isso tá errado e muito errado, você não pode ser responsabilizado sozinho.
“Devia lembra-la da enorme boca que tem?” Ele pensou irritado, ela tinha ajudado a ferrar tudo. Com aquela provocação besta.
-É melhor um só que três de nós.- ele retorquiu.- Além do mais provavelmente não iremos fazer as mesmas detenções, é o Dumbledore que vai decidir.
-Continua não sendo justo,Harry. -disse Hermione. –Mas vamos engolir essa por enquanto.
“Só por enquanto” ele pensou. Comendo sem se importar mais com detenção nenhuma, na sua cabeça estavam duas frases: "Conseguiu vê-los?" e "Cuidado com eles quando sair passear por aí.", respondia sem saber o quê, enquanto passeava os olhos discretamente pelo salão a procura daquelas coisas, não era a primeira vez na vida que encontrava coisas estranhas, mas queria ter visto junto com mais alguém, só para confirmar.
Mochila nas costas ao lado dos colegas que tinham tirado as maiores notas em Defesa contra Artes das Trevas, A turma avançada, fora Draco, Emilia e Pansy o grupo era formado pelos sextanistas da AD, assim que o pessoal ficou sabendo do desenlace da reunião disciplinar todos se reuniram no corredor da sala e os Soncerinos passaram mansinhos, ali eles eram minoria total e personas-non-gratas principalmente por que a maioria ainda lembrava bem da famosa Brigada Inquisitorial da Umbridge . Os três correram mais a frente. Harry percebeu que grupo se dividiu em pares como faziam na AD e sentiu um pequeno orgulho por ser a "sua" turma, no corredor todos falavam agradecidos a ele e Hermione pela AD, Rony os acompanhava com uma cara esquisita, Harry não sabia se era vergonha ou um pouco de inveja, mas afinal eram os que tinham sido os mais bem sucedidos nos NOM'S em suas casas e com a partida de Umbridge a maioria espalhara a verdade sobre a AD para todos os lados, Harry ainda recebia uns cumprimentos acompanhando as caretas de ódio de Malfoy quando percebeu que Neville se sentara ao lado de Mione, ele também se surpreendera, Neville na turma avançada? Mas Neville tinha feito muito progresso e provara no ministério, e se sentara justamente junto com Mione e Rony , deixando Harry sem sua habitual companhia, tivera que se sentar atrás deles, colocou a mochila na mesa e olhou em volta, a sala mudara muito, era incrível como parecia uma estranha mistura da sala escura e morna de Sibila Trelawney e a sala limpa de Lupin, sem aqueles malditos gatinhos dos pratos as paredes estavam limpas e as cortinas eram pesadas, mas ao contrário do ar sufocante, havia a limpeza de um local sagrado, uma atmosfera de catedral, ele percebeu os retardatários chegando mas não percebera Cho até ela começar a se aproximar e aquilo o deixou intimidado,o que diabos ela estava fazendo na sua sala? era aluna do último ano! E ela veio em linha reta era óbvio que pretendia sentar ao lado dele, tudo que ele não queria, mas quando Cho começou a sorrir pra ele a visão foi obstruída por uma moça loura de cabelos curtos e olhos cinzentos da Lufa-Lufa.
-Posso sentar com você Harry? –ela disse sorrindo.
Ele deu espaço se perguntando por um instante quem era até a ficha cair. Como era lerdo pra essas coisas, ele pensou consigo mesmo.E com muita alegria viu a garota morena escapulir para fora da sala... quase suspirou aliviado.
-E aí Ana? Cortou o cabelo? Quase não te reconheci.-ele sorriu.
Ela voltou a sorrir enquanto se sentava depois de tirar a mochila das costas, Ana Abott havia cortado os cabelos louros que pra ele sempre estariam presos em marias-chiquinhas.
-E você deixou crescer... - Ela o olhou.- Ficou legal. - ela virou o rosto, felizmente por que ele corara, ela apontou o comprimento na nuca.- Sei lá, acho que cortaram muito curto, foi numa cabeleireira trouxa, eles são cheios de modas.
-Ficou bem. Combina com você. - ótimo, ele pensou, elogie a garota, senão ela pode gritar com você ou começar a chorar... será que nunca iria conversar com uma garota normalmente sem ficar ansioso? Esperando uma crise? Fora a Hermione e a Gina, nunca tivera muito "tato" com elas. Mas ela pareceu gostar do elogio.
E a professora entrou, para seu alívio, ele não imaginava mais nada para falar, e não queria recorrer ao tempo, mas a aura de Morgan Graveheart era do mesmo tipo da Profa McGonagall e de Snape, sua simples entrada era suficiente para que o ambiente silenciasse.
Ela passou por eles e ficou em frente a turma, chegou até a mesa, pegou a chamada e os chamou sem esboçar qualquer reação, levantou pousando a pena na mesa, e os olhou:
-Não posso deixar de ficar admirada.-disse em sua voz rouca mas penetrante e tão potente quanto se estivesse usando o feitiço Sonorus, sobressaltando uma parte da turma.- Que uma turma que passou por tantos problemas tenha um nível tão bom de aprendizado, é claro que estou bem informada sobre essa turma, e percebi que tiveram dois bons professores.- ela olhou para Harry, e para ele ficou claro que ela sabia da AD.
-Dois? há.- Draco falou meio baixo.
Mas ela ouvira e fechou a cara:
-Ah... É ! Há um pequeno grupo, a rabeira, que só teve a oportunidade de conhecer UM bom professor, e creio que infelizmente desperdiçaram a oportunidade.- Ela olhou os três Soncerinos que quase desapareceram das carteiras.
-Bom como vocês devem saber sou Morgan Graveheart, me formei em Hogwarts, aprofundei meus estudos pelo mundo, e NÃO tolero mal comportamento, acredito em uma forma bem própria de justiça, as pessoas só erram uma vez comigo.
A turma pareceu parar de respirar.
-E antes de alguém morrer do coração, eu aviso que essa turma avançada, preparatória para os NIEM'S só servirá para formar os melhores, mas eu não mordo ninguém, só se for realmente necessário.- ela se virou. E alguns alunos sorriram, era muito diferente de todos os outros, ela tinha uma aura bem contraditória, parecia ser bem descontraída, mas muito séria também. Ela bateu na lousa com sua varinha. O que apareceu ali arrebatou a atenção de Harry.
"Por trás do Véu: A arte de defender-se das Trevas."
-Vocês são criaturas mágicas, seres encantados, o que os torna magos, magas, bruxos e bruxas. Isso faz com que vocês façam parte do mundo invisível. Não, ninguém aqui está invisível , Gênio! -disse ela para Neville que erguera as próprias mãos para confirmar se ainda podia vê-las, alguns alunos riram e Hermione soltara um bufo, Harry achou que ela fora grosseira, mas ela sorria para Neville e virou com a cara fechada para Draco que ria um pouco mais alto.- Mas é claro que todos podem ouvir você!- Draco calou a boca. - Quer dizer que vocês podem ver o que pessoas comuns não podem e em breve com muito estudo poderão ver o que muitos magos também não vêem. Conhecerão feitiços, encantos e criaturas que não pertencem a esse plano, que existem em um plano mais sutil, escondendo-se sob um véu de descrença onde permanecem ocultos enquanto lhes convém, nem todas essas criaturas serão seus amigos, alguns instintivamente não gostarão de vocês, mas como magos e bruxos vocês terão acesso a esses planos e ignorância não será mais desculpa.-estranhamente a voz dela parecia embalar a turma que parecia leve e um pouco mais a vontade, a voz dela parecia mais cordial e levemente amigável.
-Agora eu vou ser sincera, enquanto falo alguns de vocês não estão acreditando no que eu estou dizendo, Eu mesma não acreditava na maior parte do que aprendi ou ouvi, mas se vocês não acreditam em alguma coisa, é seu direito e obrigação questionar, mas jamais fechem os olhos para o que está a sua frente por mera comodidade.
Harry gostaria que essas palavras tivessem sido ditas a exatamente um ano atrás, aquele discurso com certeza abriria os olhos de alguns sobre a verdade que na época todos escondiam.
-E já que estamos falando de coisas que a maioria teme ou refuta, eu gostaria de saber quem tem ou já teve medo de algum ser mágico?
Alguns levantaram as mãos timidamente, outros mais confiantes e Harry nem percebeu que erguera a mão, lembrando dos Dementadores, apenas percebeu que esbarrara na mão também erguida de Ana.
-O quê? Você tem medo? E você? Que tipo de bruxos vocês são?!-ela disse olhando as mãos erguidas.Alguns riram, outros ficaram receosos.
-São do tipo medroso...- ela sorriu.- Ou talvez do tipo cauteloso. Igualzinho a mim... Bem, na verdade eu era do tipo medroso mesmo... Eu MORRIA de medo de fantasmas...- ela balançou cabeça.- Então, lá estou eu com onze anos chegando em Hogwarts e ao sair dos barcos e entrar no saguão o que passa de uma parede a outra em direção ao salão?
-Fantasmas! - um grupo de alunos se empolgou.
-Pois é...- ela sorriu.- e o que a jovem Morgan fez?
Respostas variadas entre "nada", "ficou olhando"e "gritou", a professora apenas balançava a cabeça e sorria .
-Não, a pequena Morgan dá meia volta, sai correndo e se joga de volta ao barco mais próximo determinada a não voltar.
Risadas. Incrível como ele podia visualizar uma garotinha ruiva como Gina correndo apavorada e se jogando de volta nos barquinhos em que chegavam os calouros sob o olhar perturbado de Hagrid e a zombaria dos outros alunos.
-Se não fosse a paciência da professora McGonagall que insistiu por quase meia hora antes de que eu resolvesse sair, não haveria uma aluna que se especializaria em defesa contra as artes das trevas e criaturas mágicas, nem que bateria dois recordes de NOM'S e NIEM'S em minha turma, e que não teria sido a mais jovem aurora a ser convidada a trabalhar no setor de mistérios no ministério da magia, "e que largou o cargo para viajar pelo mundo". - ela completou displicentemente.- Isso quer dizer, se eu tivesse cedido ao medo, tudo teria acabado naquele primeiro dia, o medo é a única coisa a temer. Quero que abandonem seus medos nas minhas aulas, e isso não será fácil, principalmente para aqueles que só acreditam no que pode ser rigorosamente provado. Quero que meditem sobre isso. Muitos de vocês vão se perder várias vezes nessa matéria, mas aqueles que perseverarem encontrarão a força real em si mesmos, e derrotarão qualquer tipo de trevas.
Havia um silêncio respeitoso na sala, ela sorriu e olhou um enorme relógio que ele acreditava que tinha acabado de surgir ao lado da lareira, ela os olhou:
-Peguem suas coisas e me sigam.
Ela saiu da sala e eles a seguiram, a única vez que tinham saído em uma aula de defesa contra artes das trevas fora a vez em que enfrentaram um bicho-papão com Lupin, eles seguiam coordenadamente em silêncio, saíram para fora recebidos pelos raios de sol, foram até a beira da floresta proibida, mais longe da cabana de Hagrid, na direção do salgueiro lutador, no meio de espaço livre a bruxa parou e olhou a paisagem.
-Deixem suas mochilas no chão e deitem.
Alguns estranharam a ordem, alguns se sentaram no chão. Hermione deitara no chão, mas visivelmente contrariada, ele deitou e ficou olhando Ana sentada que olhava pra ele e para o professora antes de decidir deitar.
-Sabem, eu costumo prolongar as aulas quando os alunos demoram muito...- ela falou em algum lugar entre eles provavelmente olhando os que ainda não tinham deitado no chão.
-Quero que olhem o céu, e pensem no que eu disse antes...
Harry sentiu os olhos marejarem por causa da claridade, sentia o cheiro da grama, a brisa, e sentiu quando a mão de Ana encostou na sua, mas estava tão relaxado, tão calmo que qualquer interferência externa era irrelevante, foi quando aconteceu.
-Terra Estendedam.- a professora falou alto.
Ele sentiu-se pregado no chão, indefeso, incapaz de se mover, de falar, ficou repentinamente ansioso e inseguro sobre o que acontecera quando escutou:
-Os que não quebrarem o encanto ficarão aí até o anoitecer, que é quando o efeito passará por si só, os que quebrarem ainda no horário da aula estarão livres da lição extra.
Passou muito rápido pela cabeça de Harry, a lembrança do falso Moody lançando a maldição Imperius sobre eles, aonde ela queria chegar? Então lembrou como resistira a maldição, e como também prosseguira por aquela névoa no labirinto, ficou calmo, afinal o que poderia acontecer? Ele já não estava com medo ou dúvida, simplesmente sentou e olhou os outros todos duros fitando o céu com olhos arregalados, ele sorriu para Ana para encoraja-la pegou sua mochila e levantou, indo em direção a professora que estava sentada em uma cadeira conjurada mais afastada deles, ela o olhou e sorriu:
-Imaginei que você não demoraria a pegar a idéia da coisa.-ela o olhou com aqueles olhos de um tom violeta. – Quanto tempo você acha que os seus alunos vão demorar?
-Porque tão cedo?- ele perguntou sentando no chão ao lado dela, nem percebera que ela falara “seus” alunos, pois um teste de coragem na primeira aula parecia uma boa vinda tão espalhafatosa quanto os anúncios funestos de Trelawney.
-Por que o mal pega apenas os cordeiros distraídos Potter.- ela olhou os alunos. – Lhe devo desculpas.
Ele a olhou, lembrou daquelas coisas do salão, mas ela estava se referindo a outro assunto:
-Não imaginei o que você podia estar escondendo naquele ataque, quando os levei para minha casa, transporta-lo naquele estado podia te-lo matado, sinto muito.
-Ah... que nada.-ele disse meio envergonhado, então era mesmo a casa dela? –Sinto o incômodo.
-Ah! Não se preocupe, -ela sorriu.-Agora posso afirmar que Harry Potter dormiu na minha cama!-ela riu gravemente.
Harry teve certeza que ficara tão vermelho quanto Rony as vezes ficava e felizmente a professora não o olhava, mas olhava atenta aos alunos. Ela falou mais séria, ainda sem desviar os olhos dos alunos deitados no chão.
-Quem você acha que vai quebrar o encantamento primeiro?
Desviou os olhos dela para o grupo, pensou puxando as lembranças da AD, lembrando da coragem e determinação de cada um dos membros, haviam três possibilidades, então ele refutou o bom senso e foi pelo instinto:
-Hermione.
Ela o olhou, avaliativa então:
-Ou?
-Neville.-ele disse lembrando do ministério.
-Você será um bom professor Potter, tem certeza que quer virar auror?
-O que tem de errado com ser auror?-ele perguntou ansiosamente.
-Com certeza nada, mas você ficaria entediado com três anos de treino que no seu caso podem bem ser desnecessários.Mas com certeza eu não sou a pessoa indicada para falar de carreiras ministeriais.
-Porque desistiu de ser uma inominável?-ele lembrara do que ela dissera em sala.
-Para aprender, esse é o único motivo, falando em aprender tome isso.- ela estendeu um saquinho.- é pó de flu, você vai usar só para ir a minha sala as quintas de madrugada.
Ele pegou o saquinho olhando-a intrigado.
-Com a total falha de Severo em lhe ensinar Oclumência, você ficou desprotegido, além do mais terá que treinar esse seu dom, Dumbledore me pediu o favor de inicia-lo na longa jornada das viagens astrais.-ela acenou com a cabeça – agora guarde isso e me prometa que só vai usar para ir a minha sala, tem muita gente a fim de arranjar encrenca com você por aí. Por isso evitaremos passeios pelos corredores também.
Ele acenou concordando, mas não concordando com nada realmente, não entendia tudo que ela dissera e com certeza não imaginava se seria uma boa idéia, apesar de não ter nada de errado com ela, Harry não pode deixar de sentir que talvez não gostasse de compartilhar madrugadas com alguém cuja personalidade parecia tão oscilante, realmente Graveheart parecia ter tanto sentido quanto a Di-Lua.Então viu surpreso Hermione, Neville, Ana, Rony e Simas se levantarem quase simultaneamente, eles se aproximaram:
-Legal!- disse Simas.- Não demoramos muito demoramos?
-Parabéns pelo sangue-frio e raciocínio aliado a persistência, isso é mais do que eu exigiria para uma turma como a de vocês.- Ela sorriu.- Percebi que tem experiência, algum problema senhorita Granger?
Hermione estava com uma cara contrafeita, pareceu muito surpresa ao escutar o próprio nome:
-Ah... não professora.-ela disse sem encara-la, um pouco nervosa.
-Essa é uma turma prática senhorita Granger, uma turma de Defesa contra artes das Trevas, acho que aos poucos você se acostumará com esse tipo de exercício, e principalmente a minha pessoa, muitos bruxos de juízo como você, costumam ter essa má impressão de mim.
Os cinco olharam para ela espantada, Hermione começava a corar. Mas a encarava admirada, a professora sorriu olhando entre eles mais alguns alunos levantando, elogiou-os e os dispensou. Hermione deu uma olhada significativa e começou a andar mais depressa provavelmente para se distanciar do grupo, ele e Rony iam acompanhar quando Simas e Ana puxaram conversa:
-Você levantou bem rápido Harry! – Ela disse admirada.
-Ah pra quem resistiu a uma das Maldições Imperdoáveis deve ter sido fácil! –replicou Simas.
-Mas vocês foram bem rápidos também!- ele disse sem graça.
-Espero que o Malfoy seja o último!-disse Rony maldosamente.
Hermione bufou novamente, coisa que vinha fazendo bastante recentemente, Harry se perguntou sobre o que a incomodava tanto.
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