-Memórias-
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Harry não podia estar com melhor humor, os calouros estavam mais controlados, Rony se conformara com briga com Cátia, Crabbe e Goyle tinham sido pegos e num acesso acabaram dedurando Malfoy, fazendo a Sonserina perder Cinqüenta pontos, Hermione tinha ganhado vários pontos nas aulas, e apesar de estar sempre por perto Chang não o atacou mais, mas era quinta-feira e ele tinha um compromisso do qual não tinha falado com os amigos, e Hermione não comentara mais nada sobre os quatro. Estavam jantando quando ele puxou o assunto:
-Hermione, você ainda me deve uma informação sobre umas criaturas.- disse falando no ouvido dela.
-Ah!- ela falou baixinho.
-O quê?!- Rony perguntou alto do outro lado da menina.
Os dois o fuzilaram com o olhar, e Rony encolheu os ombros, Harry percebera que o amigo andava dando muito daquelas mancadas, e sabia, ou desconfiava do motivo, teria que falar sério com ele.
-Depois a gente conversa.- disse Hermione.
Rony deu um grunhido. Gina avançou para a mesa carrancuda:
-Eu só vou acabar com as lições quando estiver no sétimo ano! Hermione você ainda tem seu trabalho sobre a poção da paz?
-Snape está enchendo a sua paciência?- falou Rony.
-Naãããõooo,-ela alongou a palavra cinicamente.- Aquele anjo de pessoa me mandou fazer "a redação" sobre essa porcaria de poção! Só porque eu esqueci de contar sete minutos! Tá certo que a sala ficou cheia de fumaça, mas ele não precisava ter gritado tanto!-Gina se esparramou na mesa. - Se cuida Harry ele tá com um mau-humor!
-Deve ser por causa dos pontos perdidos...-ele sorriu.- Agüente firme.
-Fácil pra você falar!-ela puxou um pedaço de torta.
Harry nem pensou em discutir, ela já devia ter pagado todos os pecados só ouvindo Snape resmungar de sua poção.
-Ei Harry! Você não fez essa redação?- perguntou a menina parando de mastigar.
-É você cometeu o mesmo erro da Gina.-disse Hermione parando de beber seu suco.
-Claro que não! Eu esqueci de juntar as duas gotas de xarope de heléboro, não as juntei antes de sete minutos! -disse olhando Hermione, se virou para Gina e completou.- E ele me deu um D na redação, não dá pra servir de referência.
-Cara como é que você se lembra?- perguntou Rony, olhando-o com a cara de admiração que usava sempre que Hermione falava algo do gênero.
-Ele presta atenção!- Hermione falou pomposamente.
-Acho que tá mais pra trauma.- ele falou rindo.- eu tenho as sete piores mancadas do ano gravadas na memória, decorei essas poções.-apontou pra própria cabeça e era verdade, lembrava dolorosamente de cada uma pela raiva específica aos comentários de Snape.
-Sério?-perguntou Gina o olhando.
-Então é por isso que você tirou um ótimo em poções!-disse Hermione.
-Espero que isso seja um elogio.- ele retorquiu
-Advinha quem mandou uma carta pra nós!-disse Jorge sentando ao lado de Gina e Fred sentando do outro lado.
-MAMÃE!!!-disseram Fred e Gina ao mesmo tempo.
-Algo errado?- Harry perguntou.
-Que nada! Só pra contar que já voltaram para casa! e mandar umas coisinhas pra cá!
-Para a Toca? -ele insistiu.- Mas é seguro?
-Para de ser paranóico Harry!-disse Jorge
-É bastante seguro desde que você não esteja lá... -Fred parou no meio da brincadeira ao ver que Mione o encarou indignada.
-É deve ser, -disse Harry tentando desanuviar o clima.- espero sinceramente que não tenha havido estragos.
Mas houvera, Hermione se negou a falar com Fred de novo.
-Os quatro de Hogwarts, o Karma de Hogwarts, os demônios de Hogwarts.- Hermione disse e mostrou uma ilustração, não fazia jus as criaturas mas era bem aproximada.- Juntamente com a lenda da câmara secreta, existem rumores de que quatro criaturas foram criadas para proteger Hogwarts por seus fundadores, mas que teriam desaparecido quando eles morreram... deixa eu achar...-ela foleou Hogwarts:uma história.
-Ah! Achei! ... Contam os rumores que as quatro criatura criadas para proteger o castelo após a morte dos fundadores sumiram quando eles deixaram...-ah! eu confundi...- sumiram quando eles deixaram a mesma, os poucos que as viram deixaram relatos de seu comportamento, como sendo de mascotes, mas um versão destes rumores indica que se a escola for ameaçada eles teria poderes para defendê-la.
-Legal! Cães de guarda!- disse Rony.
-Nossa eu achei que tinha mais.- disse a garota foleando o livro.
-Não se preucupe, eu pergunto depois para Graveheart.- ele disse.
-Ah!-disse a menina com desgosto.
-Depois, ainda hoje.
Eles o olharam, ele fingiu não perceber:
-Depois, ainda hoje, a noite, na sala dela, tenho que ir...
-Harry...-disse Hermione em tom de censura.
-Fazer o quê?-perguntou Rony.
Mas ele já estava preparado, tinha a desculpa perfeita.
-Aulas de Oclumência, ela vai substituir Snape, por causa do incidente.
-Ah! Que bom!-disse Hermione aliviada.
-Cara! Isso que é sorte! – retorquiu Rony.
Em alguns minutos eles tinham todo o esquema preparado para que ele saísse todas as quintas a meia-noite e voltasse lá pelas duas ou três da manhã. Ele ficou culpado com a disposição de Hermione em relação a sua desculpa, mas era melhor do que explicar o que acontecera de fato.
Ele ainda odiava pó de flu.
Pensou que conseguiria sair honradamente, mas se estatelou no chão aos pés da professora.
-Olá Harry.- ela disse ajudando-o a se levantar.
-Ah! Podia ser melhor... desculpe.-disse batendo a fuligem da roupa.
-Que nada. Sente-se.- ela o indicou uma poltrona.
O ambiente mudara, na verdade não era a mesma sala, era bem menor, sentou-se na poltroninha macia em frente a lareira ela sentou-se na outra.
-Antes de começarmos com essa prática, acho que devemos conversar um pouco, Harry, por que é necessária muita confiança e um pouco de intimidade para fazer o que vamos fazer, afinal eu vou ficar guardando seu corpo para que você tenha liberdade para experimentar e desenvolver esse seu dom, eu não vou lhe dar aula alguma, muito pelo contrário.
Ele a olhava meio intimidado, realmente, não conhecia Morgan Graveheart e o pouco que sentia era desconfiança, mas ela começou a falar:
-Quando eu saí de Hogwarts Harry era uma era negra, me formei aurora quando Voldmort estava no auge do poder, eu e alguns abandonamos a luta direta pela pesquisa de como destruí-lo, estávamos nessa busca quando você o derrotou pela primeira vez. Mas eu nunca voltei, continuei pelo mundo, e agora, Dumbledore me pediu ajuda, e eu vim ajudar, devo a minha vida a Dumbledore, Harry, quero fazer o que eu puder para não ver Voldmort no poder de novo.
Harry a olhou perplexo, sentia a sinceridade nas palavras, quase como se pudesse ler aquilo nos olhos dela, mas não tinha palavras.
-Sua mãe foi minha parceira de estudo por muito tempo Harry, ela era um bruxa poderosa, foi uma inominável muito respeitada.
O coração dele saltou, sua mãe era uma inominável? Porque ninguém nunca tinha dito nada? Ele a olhou interessado.
-Você não sabia? –ela corou.-Desculpe contar assim, mas eu tinha uma grande admiração por sua mãe.
-Minha mãe foi uma inominável...- ele não perguntou, afirmou para si mesmo.
-Ela teve que abandonar o ministério quando estava grávida de você, por algum motivo Voldmort começou a perseguí-los, mais do que isso eu não sei, estava no estrangeiro.
Ele a olhava com interesse, podia ouvi-la por horas.
-Por isso quero que confie em mim, sei que é pedir muito, mas creio que temos o mesmo interesse, e os mesmos motivos para trabalhar.
Ele concordou com a cabeça e ela sorriu, puxou uma xícara de uma mesinha ali do lado:
-Que beber um chá comigo? Enquanto conversamos?
Começaram pela cicatriz, ela contou o que Dumbledore a contara, contou sobre sua visão do ataque ao pai de Rony, sobre as aulas de Oclumência, mas não dos motivos pelas quais elas haviam cessado.
-Severo é muito burro quanto ao passado.-ela falou gravemente.
-Você conhece o Snape bem?- perguntou já esperando "prof Snape, Harry".
-Tão bem quanto conhecia seu pai, Sirius, Pedro e Remo... Eles conseguiam se detestar, não sei bem porque,-ele sentiu que ela não fora totalmente sincera quando desviou o olhar. - Meu Deus! Você tem que voltar! Nos perdemos falando! São duas e meia!
Ele sorriu, levantou-se:
-Quinta que vem... mesmo horário.
-Harry tome cuidado.-ela acenou com a cabeça.
-Ah!-ele disse parando em frente a lareira.-Você me deve explicações sobre aquelas coisas.
-Os quatro de Hogwarts? Não descobriu nada?- ela pareceu decepcionada.
-Não tem nada interessante no livro...
-Nada mesmo? Pense no que eles são Harry, bem, eu trago a história deles no nosso próximo encontro, - ela levantou e começou a empurra-lo. - agora vá dormir porque você precisa, não queremos olheiras nesse rostinho lindo, ou as meninas vão fugir de você...
Ela praticamente o jogou na lareira. (após jogar o pó, é claro...)
Definitivamente ele detestava pó de flu.
Agradeceu a Rony por manter a sala limpa e foram dormir, mas ele ficou pensando em sua mãe, ele a vira pela primeira vez no espelho de Ojesed, lembrava bem daquela noite e se revirou na cama infeliz, lembrou de como colocara as mãos no espelho tentando alcançá-la, ela devia ter sido uma pessoa incrível, uma bruxa poderosa que conseguira, pagando com a própria vida, salvar a sua, fechou os olhos desejando intensamente ter tido a oportunidade de conhecê-la de verdade.
"Como era pequeno, e branco, com aquelas vestes negras grandes, e aquele tecido no chão prateado tão luminoso, as mãos contra o espelho:
-Mamãe?-murmurou.-Papai?
ele se olhava com onze anos, ali sozinho numa sala abandonada, olhando carente para um espelho, como era pequeno, frágil, inocente, não era o mesmo, nunca mais seria assim, sentiu uma dor de revolta no peito ao se ver ali tão pequeno, tão sozinho.
-Comovente.
-O que você está fazendo aqui?
-O que faço sempre que você deixa.
-Não há nada pra você ver aqui.
-Não mesmo? Nenhuma pista?
-E você? nada pra me mostrar?
Riso.
Sorriso.
-Você consegue ser tão cínico quanto eu, gosto disso Potter.
-Vá embora.
-E se eu não for?
-Você não se aborrece em me incomodar todas as noites para não conseguir nada?
-Eu posso conseguir se forçar um pouco, quer ver?
Escuridão total, frio, apenas uma tênue luminosidade verde, parecem estar em um corredor, então a voz de Dumbledore:
-devia ter lhe contado então?
-Você não vai fazer isso!!!
Está num lugar escuro, a sua frente o vulto de seu inimigo, apenas os olhos vermelhos:
-Admito que você tem resistido bravamente, mas não se iluda, da última vez que estivemos em contato mais profundamente você me revelou algo que me interessou deveras...
-Você precisou matar centenas para conseguir isso.
-E posso matar milhares se isso abrir sua mente.
-Você não pode! Você não tem poderes sobre mim!
O vulto avançou um pouco em sua direção:
-A profecia Potter! Me revele a profecia! Dumbledore confiou-a a você!
-Nunca.
-Eu vou arrancá-la de você mais cedo ou mais tarde! Não sei como vem fugindo de mim menino, mas eu vou conseguir...
Estão frente a frente, Harry ofegante.
-Vá embora!
-Por quanto tempo você pode manter esse esforço? Você já deve ter percebido que isso vai matá-lo a longo prazo... Eu estou ficando mais forte, ao contrário de você.
-VÁ EMBORA!!!!!
Ele abriu os olhos, sentiu-se encolhido na cama, mãos fechadas, apertadas, suando frio, relaxou os músculos devagar, sentindo câimbras, tremia, estava exausto, arrebentado , virou o travesseiro úmido com seu suor, tirou a camisa do pijama, poderia torcê-la, virou o cobertor e tentou relaxar o corpo cansado, a cabeça não relaxava a dias, sabia que estava bom demais, chegou a se achar seguro, mas seu pior medo o assaltara novamente, mas resistira, resistira melhor que antes, mas se sentia doente.Adormeceu ainda apreensivo.
Soltou um gemido quando Rony o balançou.
-Me deixe dormir...-resmungou baixinho.
-Ande logo ou vai se atrasar. Vamos esperar um pouco, estou com fome!-disse o outro animadamente.
-Boa refeição...-resmungou a esmo, afinal o outro já tinha saído.
Cambaleou ao sair da cama, vestiu-se, nem olhou para o espelho, pegou sua mochila olhou para o horário, colocou os livros certos e rumou para a sala comunal, estava vazia, se sentia um zumbi, rumou para o salão, viu os amigos já sentados.
-Nossa Harry!-disse Hermione espantada.-Rony tinha razão você tá horrível!
-Essas aulas de Oclumência te arrasam não é?-falou o outro com a boca cheia.
Não respondeu, estava olhando a comida com profundo nojo, quando Rony cortou umas salsichas e ele sentiu o cheiro achou que ia vomitar.
-Coma alguma coisa.-disse Rony mastigando.- Vai se sentir melhor.
-Não consigo.- colocou o braço na boca e virou o rosto.- Não tô legal.
-Mas ficar de jejum vai piorar as coisas Harry.-disse Hermione passando geléia em uma torrada e estendendo num prato para ele.
-Você não passa geléia pra mim nas torradas...- disse Rony lamentoso.
Hermione grunhiu e Harry empurrou o prato pra Rony:
-Pode ficar.
Rony estendeu a mão para as torradas mas Hermione bateu na mão dele:
-Deixa de ser criança, Rony! E você também Harry!
Mas ele tentou puxar o jarro de suco de abóbora, não conseguiu erguê-lo, seu braço tremia como se tivesse carregado um peso muito grande. Persistiu e conseguiu se servir derramando um pouco, só então percebeu o quanto tremia.
-Acho que devia ir até a ala hospitalar Harry. -Hermione disse preocupada.- Você tá parecendo mesmo doente.
-Vai passar, sempre passa. - se forçou a beber um pouco, seu estomago se contraiu, mas aceitou o suco, ele mordiscou a torrada, mas não conseguiu comê-la inteira.
Felizmente a primeira aula era de História da magia, ficaram na última fila e ele se sentou entre Rony e Hermione e rapidamente começou a cabecear de sono, Rony o cotucava nas costelas para ele se manter acordado, mas uma hora Rony se distraiu e ele adormeceu e bateu a cabeça com força na carteira, ele rapidamente colocou o braço sobre a carteira como se tivesse batido o cotovelo quando os outros espiaram e então passou a mão na testa sob os olhares preucupados dos dois amigos."Como se minha cabeça já não doesse o suficiente sozinha" pensou irritado, O pior é que ele mesmo estava preocupado com esse cansaço repentino, não devia estar tão cansado, felizmente aquele tormento acabou, eles se levantaram e foram para a aula de transfiguração, ele não escutou nada do que a professora Minerva falou e sabia que iria se arrepender por isso, Hermione lhe deu uma mãozinha, mas no final acabou tendo que aceitar uma lição extra sob um olhar meio desconfiado da professora.
Estavam a caminho do almoço quando aconteceu, ele sentiu em enjôo repentino e correu para o banheiro mais próximo, mas antes de chegar lá sentiu sua cicatriz queimar, escutava uma risada histérica em seus ouvidos, sabia que alguém o chacoalhava.
Acordou de cama, já reconhecia o lugar, sabia que estava quentinho, confortável, na ala hospitalar, mas ouvia a agitação:
-Está bem sim!-dizia madame Pomfrey tranquilizando alguém.- Nada demais, ele só estava totalmente anêmico! Nenhuma doença contagiosa ou sinal de magia, apenas exaustão, precisa de descanso, vou liberá-lo assim que acordar.
Harry tratou de dormir pra não acordar tão cedo.
Alguém passava a mão na sua testa, era um carinho tão bom , desceu pelo rosto, voltou a subir, ele não queria acordar, mas suspirou e abriu os olhos.Era Hermione ela o olhou e sorriu.
-Bom dia!
-Quanto tempo?
-São dez da manhã, de sábado. Que susto você deu na gente!
-Onde estão os outros?
-Treino de quadribol.
-Ah!
-Então resolveu acordar ...-disse madame Pomfrey.- Tome isso.
Era horrível.
-Você vai se alimentar melhor e dormir direito. Não quero ver você desmaiando pelos corredores de novo.-ela sorriu bondosamente.
Quase uma hora de recomendações e ele saiu da ala hospitalar refeito. Hermione o seguia silenciosa, lançando-lhe olhares meio zangados, meio assustados, quando ela tomou fôlego e segurou seu braço foram atropelados por algo enorme:
Era Hagrid.
Ele e Hermione caíram sentados.
-Olá Hagrid.-ele disse sorrindo.
-Você está bem.- disse ele sorrindo sob a barba e erguendo os dois pelas vestes.- Tratante, perdeu a minha primeira aula e quase mata a gente de susto!
-Poxa!-disse ele se ajeitando.- Sinto muito mesmo! Mas você sabe que eu queria estar lá!
-Não tenho dúvida! Mas as esfinges não são novidades pra você são?
-Esfinges? –ele lembrou do labirinto dois anos antes.- Nossa queria ver uma de novo...
-Você conhece as esfinges?-perguntou Mione.
-Leonora contou que fez a Harry uma charada no torneio lembra Mione?- falou Hagrid.
-Leonora?-ele perguntou.
-É o nome daquela esfinge, ela gostou muito de você, a Leo, disse que você era muito educado.
Seguiram Hagrid até sua cabana, Canino voltou a encher Harry de baba, eles estavam provando os "macios" biscoitos dele "Concordo com a Mione, Harry, você tem que comer mais.",falando sobre o irmãozinho de Hagrid o Grope.
-Ele está bem, já fala melhor, mas não quer saber de vir para o castelo, achou uma caverna bem no meio da floresta, perto do rio, gostou, se sente em casa.-Hagrid encolheu os ombros conformado. -Não dá pra forçar demais não é?, é o jeito dele, ele parece feliz.
Harry estava pensando no que dizer quando Rony entrou tão rápido que Canino deu latido, mas assim que reconheceu o garoto balançou o rabo e foi enchê-lo de baba também.
-Está vivo!-disse Rony.-Que bom! Ainda temos um apanhador!
-Problemas no time?-perguntou Harry.
-A Cátia acha que vai achar gente que nem ela entre os novatos... tá um pesadelo!-ele se sentou.
-É nervosismo.- falou Hermione.
-Que nada! Ela é mandona mesmo!
O mau humor de Rony impediu que continuassem a conversar, ele queria ir almoçar logo, andava comendo como um dragão, como diria Hagrid "ou como o Duda", pensou Harry, eles foram para fora depois que Harry prometera umas vinte vezes que iria se cuidar, estavam andando para a entrada quando estavam no meio do caminho ele escutou:
-Vivo ainda Potter?
Se virou e encarou o habitual trio, sorriu debochadamente:
-Sinto desapontá-lo Malfoy, mas não foi dessa vez.
-Harry.-censurou Hermione.
-Sabe Potter, acho que está amolecendo.
-Pelo menos não embosco calouros a noite pra fugir correndo do primeiro barulhinho que escuto.
Malfoy o olhou furiosamente, entendera o recado, e falou entre os dentes:
-Você...
Eles se viraram, assim deram alguns passos escutaram:
-Estupefaça!
-Protego!
Fora rápido, Goyle atacara, Harry não se virara para se proteger,Goyle recebeu em cheio o feitiço que retornara, Rony e Hermione viram Harry se virar depois, devagar, estava furioso:
-Eu estou avisando! Cerquem alguém que eu conheço de novo e eu vou atrás de vocês, - ele disse secamente descontando um sentimento de fúria que há muito tempo carregava.- Vocês não vão me querer na cola de vocês, entenderam!!! -ele olhou para Malfoy que parecia subitamente surpreso.- Segure esses seus cães Malfoy, pro seu próprio bem.
Começou a andar, ainda sentia a expressão zangada em seu rosto quando percebeu que seus amigos o olhavam espantados:
-O que foi?
-Sabe...-começou Hermione devagar.- Deu medo sabe... Nossa...
-Que bicho te mordeu Harry?-perguntou Rony.- Não precisava perder a calma assim!
-Eu não perdi a calma!
-Ah, não, só pareceu perder, não vou te contrariar enquanto estiver com essa cara.-falou Rony.
-Qualé a de vocês?- ele os encarou.- Vão dizer que preferiam que eu deixasse ele me estuporar?
-Não, mas eu nunca imaginei que você fosse ameaçar alguém!!!-disse Hermione.
-Não diga que eles não merecem o aviso Mione, porque eu disse bem a verdade.-ele a encarou.- Não tenho e não vou ter nenhuma paciência com o Malfoy esse ano, e vou tornar a vidinha dele um inferno se ele me encher.
Os outros dois apenas balançaram a cabeça, e ele não entendia porquê, era justo não? Ele não ia deixar o Malfoy atormentá-lo, tinha outros problemas na vida. Problemas bem maiores.Infelizmente ele se arrependeu de ter explodido lá pelo meio da tarde, Mione se encarregara de dar uma detenção aos calouros, os gêmeos haviam sumido e Rony jogava xadrez com Simas, Harry não acreditou que ele ainda estivesse bravo com ele, havia um clima de tédio no ar, apenas Neville parecia feliz, estava mostrando a Gina suas anotações de herbologia, Ela estava preucupada com os Nom´s e ele estava encantado, Harry os olhou com aprovação, era óbvio o sentimento de Neville por Gina e se alguém merecia ter uma pequena felicidade na vida era Neville, não sabia porque sentia pena dele, talvez por causa dos pais dele, vivos mas num estado deplorável, mal vivendo...
Não queria pensar nisso, subiu pegou umas coisas no quarto, mais um dos seus segredos e foi para a biblioteca, vazia, silenciosa...quem imaginaria que ele iria para lá?
Foi em uma das escrivaninhas mais escondidas que ele abriu o pequeno caderno velho e meio se desmontando, ele encontrara naqueles dias de reclusão forçada no Largo Grimauld, coisa que não partilhara nem com Rony nem Hermione, Grande como um livro, cheio de anotações em duas caligrafias distintas, reconhecera uma como a de Sirius, e sabia pela identificação na capa que a outra era de seu pai, era corrida, limpa e firme, lembrava um pouco a sua própria letra, o pouco que ele lera naquele casarão deprimente lhe revelara o conteúdo das anotações, mas ele não compreendera tudo, pois haviam muitas codificações e referências a livros da biblioteca de Hogwarts.
Era a pesquisa de seu Pai e Sirius para se tornarem animagos.
Ele alisou as últimas páginas que lera quando escutou um movimento próximo, olhou em volta, a garota lhe acenou e sorriu, o que ela estava fazendo ali?
-Oi Harry! O que você está fazendo aqui?-ela falou se aproximando.
Ele rapidamente colocou alguns pergaminhos por cima do caderno já fechado.
-Lição extra de transfiguração e das aulas que perdi.E você perdendo o Sábado Ana?
-Ah, é...-ela sentou perto dele.- Fui mal em feitiços... ontem, não imagino porque... Você está melhor? Soube que passou mal.-Ela o olhou como se o avaliasse.
-É, -ele corou, “putz, o que esse pessoal deve falar de mim por aí desmaiando umas dez vezes por ano...” – Estou bem, foi só uma indisposição.
-Você devia se cuidar mais, sabe, está sempre preocupado...-ela interrompeu o que ia falar.
“Como assim preocupado?” Ele a olhou intrigado.
-Desculpa Harry,-ela disse se levantando.- Eu não devia incomodar, deve ser difícil ter alguma privacidade pra você... eu vou... procurar os livros que eu preciso. Até.
E saiu como veio, ele não entendia as garotas, iam e vinham sem motivo aparente, “não se preocupe com isso” disse uma vozinha em sua cabeça, “você já tem problemas demais pra se preocupar com as bobeiras delas”, mas não adiantou, ele levantou e foi para o corredor onde Ana tinha entrado, ela estava ali meio quieta procurando um livro, tentou olhar os títulos da prateleira mais alta, ele olhou o livro em sua mão, com certeza ela devia estar procurando algo sobre feitiços de controle, tema da aula, ele se aproximou e disse:
-Está procurando esse?
-É esse sim, como você sabia?Você não está usando?
-Pode ficar, tenho outros pra pesquisar antes, você está bem Ana?
-Ah!-ela corou, ele lembrou dela com aquelas marias-chiquinhas.- Não ligue, desculpe por te atrapalhar, é que...-ela olhou o livro.
-É que...? – “Você é um maldito curioso Potter!” falou a pequena Hermione em sua consciência.
-É que você é uma pessoa legal, -ela o olhou.- deve ser difícil não é?, todo mundo falando o tempo todo, apontando o tempo todo, você parece estar sempre mais ocupado que os outros, ano passado,- ela sorriu tristemente.- Como você arrumou tempo pra dar aulas e estudar para os exames?... É que... eu acho... que você se preocupa demais... se esforça demais...
-Ana que exagero. -ele sorriu.
Ela fechou a cara, olhou os livros com os olhos meio brilhantes e disse um pouco mais baixo:
-Vou terminar isso depois, desculpe ...
E saiu rápido, deixando-o com a má impressão que magoara os sentimentos dela, “você é uma anta Harry!” ele pensou, “Definitivamente você não as entende” e voltou a sentar com uma última resolução “ Não se meta com elas!”
Cinco minutos depois se pegou pensando nela quando lhe disse:
“-É que você é uma pessoa legal...”
“Só porque ela não me viu ameaçar ninguém...” pensou infeliz.
Desistiu de ler a pesquisa.
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