-Última parada na Toca-
-Última parada na Toca-
Apesar de ansioso com seu pesadelo, ele não pode deixar de se sentir bem ao ver os Weasley, Harry saiu do carro e deu um sorriso a Sra Weasley que vinha na direção deles, e percebeu que Tonks tirara as coisas do carro, e então o Sr Weasley acenou com a mão para Snape que disse pela janela:
-Vou voltar já, informar que tudo está bem.
-Claro, e é melhor devolver o ...- o pai de Rony olhou para o carro com admiração.- Puxa, é lindo mesmo.
Snape acenou com a cabeça e fechou a janela o carro acelerou e rapidamente sumiu de vista.
-Puxa.- disse o Sr Weasley.- E corre mesmo...
Mas Molly já tinha abraçado Harry e falava com Tonks:
-Foi tudo bem então?
-Ah! Claro!- disse Tonks com seu jeito alegre.
Harry completou em pensamento "se não fosse a companhia...", mas foi empurrado até a cozinha de onde não pode sair até ter feito uma refeição decente, Tonks e Arhur conversando, mais sobre o estranho carro, Tonks mencionara que além de descobrir "acidentalmente" que o carro podia desaparecer, descobrira acidentalmente também que ele podia voar, como o Anglia do pai do Rony (que ele e o amigo detonaram no seu segundo ano...) e que Snape fizera a brincadeira de fingir que a empurraria pra fora do mesmo com ele andando se continuasse a fuçar no painel... Mas Molly não o deixava escutar direito a conversa, pois estava preocupada, reclamava lhe passando mais coisas pra comer.
-...e pálido, isso é um crime... e esse cabelo, não me diga que vai deixar como o de Gui...
- E o pessoal?-ele desviou do assunto antes que a Sra wesley voltasse com um pente e uma tesoura.
- Estão jogando, descobriram a Gina.- a senhora Weasley riu.- Pode ir se já terminou.
Harry se levantou, e saiu da casa, foi recebido pelo sol, se sentiu aquecido pela primeira vez em dias... estava vivo de novo.
Subiu o morro em direção ao prado onde os Weasley podiam jogar quadribol protegidos das vistas curiosas, quando se aproximou escutou os gritos, dos meninos e também de Gina, e a voz de Hermione, ela parecia torcer por todos, então viu, Gina, Gui e Carlinhos avançando, sendo bloqueados pelos gêmeos, visando o gol onde estava Rony, ele avançou , finalmente se sentindo em casa, ali com eles, ou só por poder vê-los, felizes, despreocupados. Gina metera mais um ponto sobre Rony, que aturou a gozação dos gêmeos. Todos reunidos ali davam uma sensação reconfortante, Gina voou de encontro a Hermione que balançava os braços em comemoração quando o viu, pareceu ter visto um pomo, pois acelerou com os braços esticados de modo que assustou Hermione e deixou Harry surpreso.
-É o Harry!!! Ele chegou!!! Você chegou!!!
E então ele desabou, não sob o peso de Gina que desmontara da vassoura o abraçando, mas de Hermione que correra e pulara também, as duas se chocaram e perderam o equilibrio, como resultado os três caíram no chão.Os outros descendo das vassouras em volta, ele não conseguia se levantar naquela confusão, viu Rony, de cara amarrada, chegar e falar:
-Vão matar ele!-disse parecendo furioso.
As duas se levantaram constrangidas, Gina estava tão vermelha quanto sua cabeleira Fred esticou o braço para ajudá-lo a levantar.
-Desculpe se não nos jogamos também.- disse sarcástico.
-Não costumamos fazer isso... - emendou Jorge.
-Pelo menos não com caras...- emendou mais baixo Fred.
Gina e Mione pareciam querer desaparecer, mas Carlinhos e Gui o cumprimentaram mais normalmente e então eles estavam falando do jogo, de Rony e de Gina treinando para artilheira, então ficaram ali mais um tempo e começaram descer com os gritos da Sra Weasley, ela queria ajuda para por as mesas para fora, Gui e Carlinhos correram, combinando uma nova luta de mesas, com os gêmeos na cola deles, Gina e Mione apressaram o passo meio envergonhadas ainda e Rony então falou:
-O que aconteceu com você?
Harry parou e encarou o amigo, estava ainda mais alto, parecia ainda mais ruivo.
-Aqueles bilhetes deixaram todo mundo nervoso, parecia lesado cara, o que foi aquilo?
-Não foram as palavras mais brilhantes que encontrei, mas estava com outras coisas na cabeça- deu uma olhada significativa para o amigo e emendou. -É impressão minha ou está tudo muito calmo?
-Nem tanto, não soube dos ataques?
Ele parou de novo.
-Claro que não, cancelei minha assinatura do...
-Não saiu nos jornais, não que estejam censurando nada, mas os ataques ao pessoal...- Rony baixou a voz.- que já foi comensal.
-Sério?
Rony balançou a cabeça em acordo, mas como estavam perto da casa com um olhar combinaram de continuar a conversa mais tarde.
Foi um preparativo familiar e descontraído e um almoço calmo, Harry já estava entupido quando conseguiu escapar de uma nova rodada de sobremesa que a mãe do Rony queria força-lo a comer, "você está muito magro, um pouco mais...", então foram para o quarto de Rony com Mione, levando Gina junto, Ele já não sentia receio em envolvê-la na conversa, Rony apoiou a idéia apesar de Hermione que parecia não ter gostado.
Ele sentou na cama, observando que o quarto do amigo não mudara nada, totalmente laranjado, e Pichí começou a voar em volta das cabeças deles, até Harry agarrá-lo em pleno ar de novo e reclamar:
-Concordo com você Rony, as vezes ele me dá dor de cabeça.
Rony meio que tomou Pichí da mão de Harry e colocou na gaiola, concordando, Gina não ficou contente, e Hermione balançou a cabeça, Harry aproveitou a oportunidade para mudar o rumo da conversa, e falou sem rodeios.
-Então me conta o que está havendo? Quer dizer, fiquei encalhado de novo nas férias e vocês parecem estar de novo mais bem informados que eu...- ele sublinhou os "de novo".
Sentindo que ele pudesse ter uma recaída de mal humor como a do ano passado Rony e Mione começaram a falar ao mesmo tempo, se encararam e Rony tomou a palavra.
- Bem, tudo que sabemos é que alguns dos citados como comensais antigamente, estão mortos, isso é o que nos deixam saber, porque o pessoal da ordem quase não aparece, Gui e Carlinhos não falam nada, e até Fred e Jorge não ajudam mais. Tudo está quieto, mas sabemos que algo está acontecendo.
Harry começou a ficar incomodado, havia um conflito interno sobre contar o que sabia ou não, havia muita coisa que não contara aos amigos, algumas das quais não contaria mesmo.Ele suspirou alto, e vendo que os três o olhavam ele tirou os óculos e esfregou os olhos distraidamente.
-Esse silêncio é preocupante sim, estão todos se fingindo de mortos é?
-Não tão bem quanto você!- desabafou Rony, ele parecia furioso pela segunda vez no dia. - Agora explica pra gente porque não escreveu? Quebrou a mão é? Se bem que olhando a tua cara acho que deve ter quebrado mesmo!
Harry ficou pasmo, mas os três o encaravam zangados, ou pelo menos pareciam zangados, ele colocou o óculos para confirmar. Estavam zangados, ele ficou sem palavras, mas percebendo que teria que falar algo começou a desabafar.
-Escrever sobre o quê? Ah...-ele fingiu escrever com uma cara parva.- Oi Rony, aqui nos Alfeneiros tá tudo bem, o Duda e eu discutimos de novo, Oi Mione, como estão as férias? Cortei a grama aqui em casa... Olá Gina... obrigado pelo cartão de aniversário, sabia que a Edwiges pegou um rato ontem? Eu não saí da casa todo esse tempo. O que você acha que eu ia escrever?
Os três pareciam ainda mais furiosos com ele.
-Podia nos contar isso mesmo... e como você ficou com essa cara toda marcada?- disse Gina.- Como cortou o olho?
Hermione e Rony o encararam, não tinham reparado no corte, Harry ficou surpreso ao ver que ela reparara.
- Briga, -ele disse constrangido.- Com o Duda.
-Ele bateu em você?- perguntou Rony incrédulo.
- Não foi bem isso.-ele saiu em defesa de sua dignidade.-saímos no braço, eu e ele, ele não ficou muito melhor não.
-Muito construtivo Harry.- disse Hermione em tom de censura.
-Já disse.. foi uma briga, brigas não são construtivas... muito pelo contrário.
-Destruiu seu óculos também- apontou Gina.- está bem torto...
Harry encarou a irmã de Rony outra vez, mas desta vez Hermione e Rony a olharam também, ela balançou os ombros e sem aviso tirou os óculos dele e disse saindo:
-Vou pedir pro papai arrumar, já volto.
-O que deu nela?- ele perguntou pra Rony.
Hermione deu um muxoxo ressentido, mas Rony respondeu.
-Está assim desde o fim do ano passado e só você não percebeu... tá difícil de aguentar.
-Rony!- censurou Hermione.
-Mas é verdade!- ele disse - Faça isso! Eu faço! O Gui Faz...- ele dizia apontando pra todo lado angustiado.
Harry riu, a cena era hilária, além dele não ver nada direito, Rony e Hermione tinham cara de quem estava a dias esperando por aquilo, ele riu, um riso rouco de quem não tem o costume de rir, Hermione e Rony o olharam, Harry balançou a cabeça, compreendendo o amigo:
-Rony, essa é a maior síndrome do irmão mais velho que já vi...
Hermione virou a cabeça pro lado e também começou a rir, Rony o encarava como se tivesse levado uma apunhalada do amigo. Olhou para Hermione e disse meio bravo.
-E sua síndrome de mistério, hein?! O que foi aquele último bilhete que Edwiges trouxe aqui em casa e que fez todo mundo ficar preucupado? Não deixaram a gente ler...
Harry parou no meio do riso e evitou o olhar do amigo, não pensara no que dizer, não queria compartir nada sobre a coruja estranha, não queria assustar os amigos, até porque seria dificil expressar por palavras, sentiu aquele frio percorrer seu peito, fazendo-o cair novamente, apenas sussurrou a meia verdade, se odiando por mentir:
-A cicatriz.
-Sua cicatriz doeu de novo? AH! Harry! Conta outra, não iam mandar te buscar por isso, ela já doeu antes.-Disse Hermione o olhando. – Aconteceu alguma coisa...
-É sim! O que aconteceu...
-Por causa do seu bilhete papai chamou o Lupin, e olha que não o víamos a um bom tempo.- Gina interrompeu o irmão que tinha começado a frase.
Harry pode observar que ela tinha o olhar decidido da Sra Weasley antes de gritar com os Gêmeos, ou assim parecia, pois não podia precisar. Ela tinha acabado de entrar e estava ainda na porta, estendeu a mão para que ela lhe devolvesse os óculos, amarrando a cara, decidira fazer linha dura, que esperassem um pouco, ele acabara de voltar de uma viagem estranha, e estava cansado, mas Gina apenas sentou e disse em tom de conversa segurando os óculos.
-Você tá melhor sem eles...
Harry a encarou e disse sarcástico.
-Qualquer um ficaria melhor sem essa coisa, Gina, mas acontece que preciso deles, então obrigado por se incomodar, mas poderia me devolver?- ele disse de modo seco.
Hermione e Rony pareciam maravilhados com a disputa de vontades.
-Devolvo quando você começar a contar o que aconteceu...
-Muito bonito Gina, -ele a olhou nos olhos.- Chantagista agora?
-Se preciso...- ela sorriu meigamente, desagradavelmente lembrando a Umbridge...
Talvez tenha passado um minuto, ele não queria dar o braço a torcer, mas ela sustentou o olhar, ele passou a mão na cabeça, indignado, era tudo que precisava, depois de Mione, é que Gina lhe começasse a dar ordens...
-Então é melhor se sentarem direito, pra não caírem...- falou soturnamente.
Gina se ajeitou com um sorriso tão largo, que ele acreditou que até Rony ficara indignado. Mas contou , superficialmente, o que lhe preocupara durante as férias, mais superfícialmente ainda, os motivos de sua briga com Duda, mas sentindo até um certo alívio, e estranhamente percebeu que se sentia mais calmo e aliviado na mesma medida que os amigos pareciam mais pálidos e preocupados e o sorriso de Gina já desaparecia, contou com detalhes o encontro com a coruja, a voz de Voldmort, sentiu-se grato pela interrupção do amigo, pois decidira não mencionar seus sonhos.
-Mas ele não poderia possuir você... poderia, era ele mesmo?- perguntou Rony angustiado
-Você fez bem em querer falar com o Dumbledore.- afirmou Mione.
Ele os encarava, estranhamente indiferente, eles pareciam coisas sem interesse, como se fossem quase estranhos, nesse momento ele falou com uma estranha certeza que brotara em seu coração ao relembrar os fatos.
-Duvido muito que ele tente me possuir...- mas se conteve em dizer, "de novo", nunca confidenciara aos amigos o que realmente acontecera no ministério.
-Mas essa coruja,- disse Hermione pensativa.- Era realmente ...
-Estranho... – disse Gina.- O que ele queria dizer com ainda?
-Não faço a mínima idéia...- disse olhando o céu já entardecendo, com Rony o olhando pálido como ele mesmo devia ter ficado naquele dia.
Ficaram em silêncio por um bom tempo, primeiramente ele não sabia o que falaria, e eles provavelmente estavam apreensivos, mas o resto da família parecia animado, ele também, conseguiu colocar suas apreensões de lado ao conversar sobre a loja de logros, com gêmeos, começaram a rir com vontade, sob olhar atônito de Hermione e de Rony, quando Fred falava de um velho bruxo que acidentalmente estourara os fogos dentro da loja.
-Então explode perto de Gringotes.- engasgava-se Fred.
-Meia dúzia de Duendes correndo pra fora... – Jorge quase caiu da cadeira.
-Sim o suficiente para os dois terem que arcar com os prejuízos.- disse o pai de Rony se levantando e indo para a cozinha.
-Foi o fim de seu ouro Harry...- disse Fred ainda rindo.
-Mas isso não vai atrapalhar os planos de vocês, vai?- ele perguntou mais sério.
-Não!!!- responderam um uníssono.
-Foi o fim do dinheiro original Harry, o seu investimento, mas a loja vai de vento em popa.- Jorge sinalizou positivamente.-Já temos um capital de giro.
-Pois é, falando nisso, temos que acertar sua parte sócio.-disse Fred.
-Que é isso...- ele falou sorrindo.- Vocês me fizeram um favor...
-Mas era uma fortuna...- disse Jorge fazendo sinal de como o dinheiro acabara.
Estavam rindo de novo quando a senhora Weasley falou parecendo séria.
-Pois é!- ela parou do lado da cadeira de Harry.- Eu não tive oportunidade de falar com você sobre essa sua generosidade...- ela o olhou com aquele olhar de quem vai começar um sermão.
Harry já pensara várias vezes sobre o que a senhora Weasley lhe diria quando tivesse a oportunidade de falar a sério sobre sua interferência no destino dos gêmeos, na verdade ficara surpreso por ter demorado tanto, repassava mentalmente sua defesa quando ela lhe abraçou a ponto de sufoca-lo.
-Foi a melhor coisa que você podia ter feito!-ela dizia sem larga-lo.-Eu nunca pensei que os meninos pudessem se dar tão bem, e eles estão tão felizes! Na verdade nós estamos todos felizes!
-Poxa mãe!-disse Jorge.- Porque ta tentando matar ele então?
A sra Weasley o soltou e ele respirou um pouco, ela sorria quando se dirigiu pra cozinha,
então Fred disse maldosamente.
-Pois é sócio, qual o segredo?
Harry o olhou sem entender e Jorge continuou a brincadeira.
-Feitiço? Poção?
-Não é natural... não é não...- repetia Fred, pensativo.
-É o terceiro hoje...
Harry entendeu, sentiu que estava ficando vermelho, então Fred deu o golpe de misericórdia.
-Pois é, acho que é um efeito natural, as mulheres não resistem.
Ele atirou uma almofada em Fred, enquanto Rony começava a rir e as duas, Gina e Hermione coravam lembrando do incidente de manhã. Os gêmeos começaram, de um modo que lembrava as canções de pirraça, “o novo queridinho da mamãe!”, toda vez que Harry relaxava a guarda, já era tarde e estavam todos relaxados , os gêmeos mostrando seu novo produto “um tipo de diário/calendário” para Hermione, e Gina afagava o Bichento assistindo ele e o irmão jogarem uma partida de xadrez, estavam todos bem, Harry estava calmo, até feliz, então algo pesou dentro dele, ele devia saber que era bom demais pra continuar...
Sua mão varreu o tabuleiro sobressaltando todos, ele arquejou de dor, uma das mãos cobrindo a cicatriz, seus olhos lacrimejaram tanto que achou que estava cego, a outra mão agarrou a mesinha a frente tentando em vão extravasar a dor, via flashes, pessoas, gritos, sentiu cheiro de sangue... só então ele percebeu que Hermione o balançava, Gina chamava seus pais, mas ele sentiu como se a certeza o rasgasse, ergueu-se derrubando os Gêmeos e foi a janela ainda com a mão no rosto, com toda a força que tinha, ignorando os chamados dos que vinham da cozinha puxou a cortina da janela, meio que rasgando-a e olhou, sentiu que seu rosto foi banhado com aquela luz, verde...
Ouviu os gritos a sua volta, ele entendia, estava ali, no céu...
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